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A contraditória participação como instrumento de democratização do espaço público

CAPÍTULO IV GESTÃO DEMOCRÁTICA: UMA ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

4.2 A contraditória participação como instrumento de democratização do espaço público

Tratar do tema Gestão Democrática exige reconhecimento da centralidade e urgência de reflexão acerca de outro tema, a participação. Por ser um processo amplo e multifacetado a negação do ato de participar no espaço público pode trazer implicações negativas ao exercício democrático. Pazeto (2000) avalia que:

A participação constitui um dos componentes indispensáveis da gestão, particularmente quando ela é fruto do quadro de atores, quando ela é da sua atuação responsável. A diversidade de formas de participação e a intensidade com que ela é exercida correspondem ao grau de identificação e de comprometimento dos integrantes com a missão e o projeto da instituição. (p.166)

Pelo fato do conceito de participação, abranger diferentes formas, concepções e interpretações que consideramos o ato de participar um dos elementos fundamentais do processo democrático. Sendo assim, nessa categoria buscou-se identificar espaços e estratégias mobilizadoras que venham favorecer as possibilidades participativas da comunidade escolar e local em processos decisórios, na resolução de problemas de gestão, bem como nos mecanismos utilizados para articular pessoas em prol do atingimento de metas de qualidade da educação no núcleo educativo pesquisado. Não se trata de buscar a forma ideal para a democratização da escola como espaço público, mas de se investigar a possibilidade de ampliação das oportunidades do exercício democrático nas práticas cotidianas, uma vez que, entende-se que ela é processual e que exige abertura para a construção e aprendizado do exercício democrático na escola. Nesse sentido, além da observação de práticas colegiadas e participação em reuniões do conselho escolar e de classe da escola pesquisada, pretendeu-se realizar um levantamento acerca da percepção que os membros conselheiros têm a respeito da participação, buscando uma reflexão sobre a maneira pela qual ela é pensada na escola e de que maneira ela acontece na realidade.

De acordo com Libâneo, Oliveira e Toschi (2008), a organização escolar e os processos de gestão podem ser entendidos, de maneira sintetizada, a partir de duas concepções: técnico-científica e democrático-participativa. A primeira tem suas bases sedimentadas na hierarquia de cargos e funções, buscando a eficiência nos resultados através do controle da realidade que se apresenta de maneira objetiva, técnica e racional. Nesse modelo impera-se a visão burocrática. Existe pouca abertura para participação e as decisões são tomadas verticalmente, de cima para baixo. Na concepção democrático- participativa há uma relação orgânica entre a direção e os membros da equipe. A ênfase do trabalho está na busca por objetivos comuns assumidos por todo grupo, que procura formas mais participativas e coletivas para as tomadas de decisões, ou seja, busca-se agregar pessoas, pois o caráter intencional do indivíduo e suas interações com o outro e com o contexto sociopolítico são sempre considerados (p.322-325). .

Portanto, a maneira pela qual a escola se organiza e os mecanismos que ela cria para conservação ou transformação social, evidenciam a concepção que ela assume diante do ato de educar. Nessa perspectiva, procurou-se analisar qual a importância da participação para os entrevistados, como também o grau de envolvimento de cada representante nas tomadas de decisões referentes aos assuntos escolares.

Para fins de análise, os integrantes do conselho foram organizados em três categorias: corpo docente, família e alunos. A ideia é tentar entender como a unidade educativa desenvolve a integração das pessoas na gestão escolar, bem como qual a percepção do grupo em relação ao engajamento ou não dessas três categorias nos processos democráticos criados pela comunidade escolar.

Na visão dos entrevistados a participação é um ideal que vem sendo praticado na escola. Ainda não atingiram 100% de envolvimento por parte dos atores educacionais, porém, estão buscando caminhos alternativos para atingirem esse objetivo. O grupo apresenta-se dividido quando se trata da participação nos destinos da escola. Segundo os agentes pesquisados, a maioria, representada por aproximadamente 70% (setenta por cento) apresenta indícios de abertura e envolvimento nos assuntos escolares, demonstrando comprometimento, buscando, por meio da participação, a melhoria da qualidade educativa. Aproximadamente, 30% (trinta por cento) responderam que não

participam da maneira que deveriam e buscam argumentos pessoais para justificarem tal postura. Esse fator fica evidente conforme o relato a seguir:

Geralmente, tudo que se pensa em fazer na escola [...] projetos de

estudo entre outros, tenta-se unir o corpo docente para participar,

porém sempre se encontra entraves e resistências por justificativas

particulares. Essa não é uma realidade de 100% (cem por cento) dos

funcionários, mas, aproximadamente 30% (trinta por cento) deles

buscam outras diferentes razões para a não participação. A Gestão

Democrática é idealizada como uma possibilidade de melhoria das

ações escolares. Procura-se ouvir a opinião de todos para se tomar

decisões. Quando não há a participação de algum funcionário o

mesmo é chamado à reflexão acerca da importância do seu fazer.

Porém, em alguns casos, ainda faz-se necessária a busca de outras

estratégias para a adesão de todos. (Vice-diretor)

Cabe ponderar acerca do que se esconde por detrás da resistência dos professores em relação a não participação nos assuntos que tangem o coletivo na escola. Seria realmente por motivos pessoais ou teria outros incômodos pelos quais uma parcela dos docentes não quer se envolver. Outro fator apontado pelos entrevistados foi à importância do papel de persuasão da liderança no estímulo da equipe para com o compromisso diante dos resultados escolares.

O grupo mostra-se bastante aberto ao coletivo. Porém, em algumas

situações, faz-se necessária a palavra final. A equipe tem buscado o

caminho da participação. No grupo sempre um vai animando o outro

e aquele que esmoreceu, que não se envolveu, acaba encontrando, no

outro, o apoio e passa a ter encorajamento, percebendo que valeu a

pena a participação e assim, o envolvimento vai aumentando. Sempre

as situações de forma que consiga persuadir a equipe, deve ter poder

de convencimento para que todos se preocupem como resultado da

qualidade da educação. (Professora)

Estou na escola por opção. A direção sempre pede a participação de

todos, gosta de trabalhar sem imposições, solicitando a colaboração

da equipe. Por ter a individualidade de todos respeitada, o grupo se

envolve porque não existe a determinação, mas, há participação. Por

isso, tudo aqui dá certo, porque há envolvimento. (Professora)

A ideia do líder que comanda o restante é incompatível com o processo democrático no espaço público da escola. Saviani (1980) nos adverte que a democracia não é ponto de partida, mas é ponto de chegada. Isso significa dizer que precisa de tempo para a construção de espaço de diálogo e discussão entre os pares na escola no sentido de substituir a palavra final do diretor. Ao examinar os depoimentos dos professores sobre a relação existente entre o ideal de participação e a forma pela qual ela acontece no cotidiano da escola, percebe-se que uma visão política na formação dos profissionais da educação ainda se faz necessária para consolidação de ações mais engajadas e não meramente para cumprir obrigações administrativas a fim de que se fuja de uma visão reducionista do conceito de participação social, a exemplo do relato abaixo:

A participação é idealizada de maneira integral, no discurso ela está

no campo do ideal, mas, na prática, ela precisa melhorar. O primeiro

passo foi a criação do Conselho Escolar, mas na realidade ele ainda

é muito tímido. Penso que ele é fundamental para resolver problemas

e buscar caminhos, porém o Conselho ainda não tem consciência do

seu poder. Os problemas da escola não chegam pelos representantes,

é necessária maior participação da família, ainda fica muito a cargo

Esse depoimento da diretora também revela que, apesar da importância do conselho, a sua prática cotidiana ainda é acanhada. Tanto a diretora quanto os membros conselheiros sentem-se limitados diante de algumas demandas educativas, pois ainda são muito dependentes das decisões da SEMED. Assim, não podemos estranhar o fato dos representantes do conselho apresentar certa timidez. Em que pese o seu discurso de chamar o conselho a tomar consciência de seu poder nos assuntos e decisões da escola, pode-se inferir que nem ela mesma tem total confiança nessa possibilidade, pois está submetida em relações autocráticas no órgão superior e com o executivo municipal. Contudo, embora a escola ainda não possa contar com o envolvimento e participação de toda comunidade escolar, identificamos algumas convergências no discurso dos entrevistados que apontam para uma visão idealista da participação do que propriamente para o entendimento da mesma como exercício de prática democrática. a) A participação é uma realidade, pois a escola oportuniza e busca caminhos para

que todos participem;

b) Participação entendida como experiência que gratifica e gera comprometimento; c) Divisão no grupo: 70% (setenta por cento) da equipe envolvem-se nos assuntos

escolares e comprometem-se com os resultados e 30% (trinta por cento) precisam participar mais.

No que tange à importância da participação e o grau de envolvimento dos pesquisados nota-se a visão de que a participação é fundamental. Ela funciona como mecanismo de integração e conscientização dos atores escolares. Os membros da pesquisa acreditam que são participativos e envolvidos nos assuntos escolares. Os mesmos reconhecem a importância do Conselho Escolar e entendem essa experiência como uma oportunidade de participarem, pois no conselho, como na escola, há espaço para exposição de ideias e as mesmas são respeitadas, chegando-se a consensos de maneira coletiva, o que tornam as decisões mais eficazes. Podemos dizer que nesse ponto há divergência em relação à visão da diretora que acredita que o conselho ainda precisa entender melhor a dimensão da sua força, conforme relato anterior. Contudo, de

desenvolvimento de ações facilitadoras da integração da escola com a comunidade onde está inserida, bem como a melhoria na qualidade do ensino. Uma integrante do conselho, representante da comunidade escolar, que constitui 11% (onze por cento) do corpo da pesquisa, abordou a necessidade de participar mais das ações da Secretaria Municipal de Educação (SEMED), pois se sente excluída, por parte da escola, de alguns processos que envolvem a área pedagógica, conforme descrição abaixo:

Penso que a participação seja de suma importância, pois,

conseguimos resolver problemas e tomar decisões. O meu

envolvimento no Conselho Escolar se deu por sorteio, porém, gosto de

participar, pois, são tomadas decisões importantes para o bom

funcionamento da escola e para o desenvolvimento dos alunos.

Mesmo sendo membro do Conselho e supervisora, ainda me sinto um

pouco excluída do processo, aqui na escola, no que tange às ações da

Secretaria Municipal da Educação que estejam ligadas à escola.

(Supervisora)

O depoimento aponta que o sorteio foi o critério utilizado para compor o Conselho Escolar da escola. Isso revela o mecanismo de escolha dos representantes é contrário ao processo democrático de participação e escolha dos componentes do conselho. No entanto, a especialista de ensino afirma satisfação pessoal. Porém, destaca sentir-se excluída em relação às ações da SEMED ligadas à escola. Entretanto, é possível identificar pontos de divergência nos relatos dos entrevistados que entendem que a concretização da ação democrática é difícil, pois nem todos têm a visão da necessidade de engajamento. Outro aspecto e fator dificultador da efetividade da ação participativa está vinculada ao tempo para reflexão que nem sempre é suficiente. Foi apontada maior necessidade de diálogo e de avaliação dos processos de participação a fim de se medir o alcance das ações tomadas coletivamente para que não se corra o risco do grupo agir na superficialidade do dia a dia escolar e não buscar, de fato, a transformação da escola tendo em vista que 11% (onze por cento) dos integrantes da pesquisa

consideraram imperativo a criação de um número maior de espaços reflexivos devido às inúmeras atribuições que cada funcionário desempenha no contexto escolar.

Ainda nessa direção, levamos em conta, a percepção dos entrevistados quanto à participação do corpo docente, da família e dos alunos nos assuntos escolares. Recorrendo aos dados coletados por meio do questionário foi possível identificar uma variação no que tange essa percepção.De maneira geral, 22% (vinte e dois por cento) dos pesquisados consideram que 90%(noventa por cento) dos professores são participativos. Contudo, 88% (oitenta e oito por cento) dos entrevistados avaliam que 70% (setenta por cento) dos professores envolvem-se efetivamente em projetos educacionais, eventos escolares, planejamentos pedagógicos, entre outros.

Conseguimos uma participação de cerca de 90%(noventa por cento).

Praticamente todos se envolvem nas decisões escolares. Uma minoria

justifica sua não participação por motivo de tempo, pois, está ligada a

outras escolas. É preciso descobrir os pontos fortes e fracos de cada

um para buscar uma melhor atuação e consequentemente

envolvimento. (Diretora)

A direção da escola busca a participação de todos em todas as

decisões. Porém, alguns casos solicitam decisões imediatas e reunir

todos, leva tempo. No grupo de professores tem uma parcela cuja

participação é pouco espontânea, mas, a maioria, cerca de 70%

(setenta por cento) participa efetivamente. (Supervisora e professora)

Infelizmente encontramos resistência por parte dos colegas

professores. Alguns pensam em apenas cumprir sua função docente

acreditando que alguns problemas sejam de responsabilidade da

direção e da supervisão. Alguns participam efetivamente, cerca de

70% (setenta por cento) e uns 30% (trinta por cento) participam

A participação dos profissionais da escola ainda é um dilema para a direção. Conforme depoimento, a dupla jornada de trabalho do professor; a necessidade de decisões imediatas e a dificuldade de reunir todos constituem um problema a ser superado. Cabe ressaltar o fato de alguns profissionais atribuírem às decisões da escola como de responsabilidade do diretor e supervisor. Afinal, são eles os escolhidos pela SEMED para tratar os assuntos no âmbito da rede municipal. Na análise de 11% (onze por cento) dos investigados, os professores que não participam, criticam, mas realizam o que foi decidido pela maioria.

Eles, os professores, se envolvem de maneira efetiva e com empenho,

mas uns 30% (trinta por cento) não demonstram tanto interesse,

geralmente eles criticam o que foi proposto, mas, fazem o que a

maioria decidiu. (Supervisora)

É preciso entender o comportamento do grupo de professores que não participam e criticam as ações realizadas na escola, e mais, que ao mesmo tempo fazem o que a

maioria decidiu. Os membros conselheiros consideram a participação dos professores

no Conselho Escolar bastante atuante. Na visão dos conselheiros a participação está retratada nos resultados que a escola vem alcançando nas avaliações sistêmicas do governo estadual. Nesse caso apontam à melhoria de desempenho dos alunos no Sistema Mineiro de Avaliação da Educação Pública [SIMAVE]. O referido sistema avalia duas disciplinas em uma escala de proficiência que vai de 0 (zero) até 325(trezentos e vinte e cinco). Em Língua Portuguesa a escola obteve em 2008 um resultado de 193,6 na escala de proficiência e em 2009 subiu para 262,8; tendo 69% dos alunos no nível intermediário e 31% no nível recomendado. Em Matemática, em 2008 o resultado foi 218,52 e em 2009 alcançou 244,11; tendo 67,85% dos alunos no nível intermediário, 17,86% no nível recomendado e 14,28% no nível baixo. (SIMAVE/PROEB, 2009)

Levando-se em conta a avaliação da atual gestão e analisando por

meio das minhas considerações acreditamos que o grupo é muito

avanço que a escola tem alcançado. Porém, pensando na totalidade,

cerca de uns 30% (trinta por cento) ainda precisam se envolver mais,

serem mais efetivos. Agora, é importante ressaltar que as pessoas têm

habilidades diferentes e talvez, uns sejam melhores para liderar e

outros acabam dando suas contribuições de outras formas.

(Professora).

O depoimento acima leva-nos a acreditar no envolvimento dos professores, tendo em vista a contribuição para os alunos e a escola no que tange aos resultados pedagógicos e não por motivos de uma proposta de gestão democrática defendida pela SEMED. Em relação ao grupo familiar nota-se posições diferentes na percepção em relação à atuação participativa. Cerca de 50% (cinquenta por cento) dos pais são participativos e procuram acompanhar o andamento do filho na escola, envolvendo-se com os assuntos e projetos escolares. Os demais são ausentes e só se apresentam na escola quando são solicitados por motivos disciplinares, dificuldade de aprendizagem e principalmente quando a presença está vinculada ao recebimento de algum benefício do governo federal como o Programa Bolsa Escola.

A participação ainda é muito pequena, ela se restringe à entrega de

resultados, quando chamados por questões disciplinares e em alguns

projetos pedagógicos lançados pela escola que envolva as famílias.

Essa participação familiar é muito discutida em âmbito escolar, mas,

ainda não descobrimos a forma correta. Buscamos caminhos através

de cursos para as famílias, mas ainda não são suficientes para

trabalhar com os pais a responsabilidade diante do ato de educar.

Bom, há uma representatividade da família no conselho então, de

certa forma, participam das decisões escolares. Cerca de 50% são

envolvidos nos assuntos da escola, o restante é ausente. (Professora)

A família participa pouco. Eles não são muito atuantes. Colocam o

filho na escola, mas, penso que eles não têm clareza da importância

da educação, os pais não têm esclarecimento, não têm estudo e isso

interfere na formação dos filhos. Precisamos encontrar uma forma de

envolver mais a família no processo. (Professora)

Cerca de 50% (cinquenta por cento) dos pais participam, mas por

iniciativa da escola. Uma minoria tem interesse e participa

espontaneamente. A escola realiza no mínimo quatro reuniões anuais,

fora palestras. Muitos só aparecem para entrega de material,

uniforme, recebimento da bolsa escola... Acaba que a participação

fica presa a um ciclo de interesses. (Diretora)

Os depoimentos indicam que envolver a família nos assuntos pertinentes aos destinos da escola e a melhoria da qualidade do ensino ainda é um desafio. Em que pese o fato da escola tentar envolvê-los através de reuniões, palestras essas ações ainda não produzem os resultados esperados pelos professores e o gestor. A participação no conselho é apontada como um fator positivo, mas a falta de esclarecimento dos pais revela que as decisões ainda ficam a critério dos mais esclarecidos: diretor, professores. A questão social é apontada como um dos meios dos pais comparecerem à escola. Podemos dizer que a presença da família no educandário só acontece quando são oferecidas algumas vantagens como bolsa escola e entrega de material. Mas questionamos: poderia ser diferente considerando que a escola está localizada numa área de risco social?

Ainda no que se refere à participação, buscou-se entender de que forma a organização escolar cumpre com o papel de garantir aos alunos acesso a espaços

reflexivos que favoreçam o exercício de vivências participativas e de tomadas de decisões, uma vez que é função da escola o desenvolvimento pleno do educando como cidadão.

A partir das considerações dos atores pesquisados fica evidente que há uma intenção da escola em criar para o corpo discente espaços de escuta e oportunidade de uso da palavra, embora, conforme o relato de uma professora, a sistematização dessa proposta ainda não esteja clara para toda a equipe:

Os alunos participam dos projetos, ainda mais quando são atrativos

para eles, como o da Rádio Escola que teve início em 26 de setembro

deste ano (2010). Não percebo com clareza a sistematização do

processo participativo do aluno. Ele tem direito à voz e de se

manifestar junto à direção e à supervisão, mas a forma não está tão

evidenciada para mim, talvez por atuar com alunos da Educação

Infantil. Quando atuava no Ensino Fundamental participava mais dos

momentos de recreio e tinha uma visão melhor desse processo, pois,

aproveitávamos o momento do lanche para trocas de experiências.

(Professora)

Percebe-se também que no segmento do Ensino Fundamental II (6° ao 9°ano) a intenção de envolver os alunos em projetos atrativos na escola, uma vez que, por meio da escolha dos representantes de turma a unidade educativa cria um canal maior de comunicação com os discentes, podendo os mesmos opinarem sobre assuntos que lhes são afetos. Entretanto, na visão de 11% (onze por cento) dos entrevistados, alguns representantes de turma sintam-se inseguros devido à exposição à qual acabam sendo submetidos, gerando certo desconforto e insegurança no momento de manifestar os interesses e percepções do grupo face aos professores e situações de indisciplina.

Existe uma participação efetiva em cada turma por meio da escolha

de dois representantes, líderes de sala, do 6º ano ao 9º ano do Ensino

Entretanto, algumas representatividades sentem-se inseguras em

relação à exposição e ficam preocupados em fazer críticas em relação

ao trabalho da sala de aula, professores e situações de indisciplina.

(Vice-diretor)

O corpo discente está sempre frequentando a escola, se envolve em

todas as festividades e surpreendem pela criatividade e capacidade. A

partir do trabalho da escola estamos mudando o perfil do aluno e ele