• Nenhum resultado encontrado

2 A SUPERVISÃO EDUCACIONAL NO CONTEXTO ATUAL: HÁ

2.4 A estruturação e organização do trabalho de coordenação

2.4.2 A coordenação pedagógica na Escola 2

2.4.2.1 A coordenadora Vanessa

A coordenadora pedagógica escolhida para esta pesquisa é branca, tem 40 anos, é solteira e não tem filhos. Possui carro próprio e tem uma renda familiar na faixa de 16 a 20 salários mínimos. Como trabalha em dois turnos na escola, sua renda bruta fica em torno de R$ 3.000,00.

Segundo os dados fornecidos por ela, por meio do questionário aplicado, trabalha na área educacional há 13 anos, grande parte como professora, e há 11 anos e meio nessa escola, tendo iniciado a profissão por falta de opção no mercado de trabalho como psicóloga. Fez concurso para professora P1 na rede municipal, influenciada por uma amiga também professora, que enxergou nela a vocação para

trabalhar com crianças. Tem formação em Magistério (curso de complementação ao Ensino Médio, feito em um ano), cursado em escola particular de Belo Horizonte; curso superior em Psicologia e pós-graduação Lato Sensu em Psicopedagogia. Formou-se em Psicologia na PUC-MG, em 1988, e sua pós-graduação foi concluída em 2003.

Tem ampla experiência como professora alfabetizadora, tendo executado, com alunos com dificuldades de aprendizagem, um projeto de alfabetização baseado no primeiro livro do Harry Potter, alcançando imenso sucesso.

Trabalha na coordenação há 5 anos, nessa escola, em mandatos não- consecutivos. Coordena 21 professores e 14 turmas de Ensino Fundamental, e 01 professora e 01 turma de Educação Infantil no 2º turno, horário que elegi para a pesquisa. É a terceira vez que é eleita para o cargo de coordenação, sendo que, desta última vez, precisou ser convencida pelas colegas da coordenação de turno e direção a aceitar a função. Segundo ela, teve muitos problemas pessoais em seu mandato anterior e, por isso, avaliou o seu trabalho na coordenação como não- satisfatório. Alega que aceitou o cargo, novamente, para provar a si mesma que era capaz e por causa da diretora, que lhe dá toda autonomia e apoio.

Pude constatar, em minha observação, que é uma pessoa muito suave e tranqüila, e tem bom relacionamento com todos na escola. Apresenta postura democrática, é conciliadora e tem muito autocontrole, mas, às vezes, fica inibida diante das professoras mais antigas da escola. Procura resolver todos os problemas que surgem da maneira mais leve possível. É bastante aberta e receptiva, dedicando atenção a todos que a procuram. É criativa e muito envolvida com o trabalho de coordenação, curiosa, estudiosa e sempre busca novidades para o seu trabalho como professora e coordenadora.

Atualmente, é Professora Referência I de uma turma de início do 2º ciclo (ou 3ª série) no turno da manhã. Tem desenvolvido, com essa turma, um trabalho de avaliação da aprendizagem no qual reintroduziu a avaliação escrita dos conteúdos trabalhados, porém sem nota, e sem deixar de lado a avaliação qualitativa do processo. Segundo seu depoimento, sua opção por essa experiência se deve ao fato de ter percebido que os alunos estavam sendo pouco desafiados em sua produção e, com isso, estavam apresentando sinais de desestímulo e preguiça. Avalia que a experiência está dando bons resultados, percebidos também pelas famílias dos alunos.

2.4.2.2 Organização da coordenação pedagógica na escola

Essa escola apresenta uma organização própria do seu quadro de coordenadores pedagógicos. Como ainda há na escola uma pedagoga (TSE) em exercício no 1º turno, a eleição para a coordenação acontece apenas no 2º e 3º turnos, sendo eleito um coordenador pedagógico para cada um. Há também a eleição de um coordenador de turno para cada turno da escola, responsável principalmente pela organização da logística escolar e pelas questões de ordem disciplinar mais graves. Atualmente, no 3º turno, a mesma pessoa tem exercido as duas funções.

Os coordenadores pedagógicos dessa escola são professores eleitos para o cargo por dois anos, o mesmo período do mandato da direção. Normalmente, há uma ligação de amizade e confiança entre quem exerce esse cargo e a diretoria, o que o torna uma espécie de “cargo de confiança”. Quando novas eleições acontecem, outros professores podem se candidatar.

Em 2005, além de uma supervisora concursada que trabalha no 1º turno, há 04 coordenadores responsáveis pelo trabalho na escola, sendo 03 coordenadores de turno e 02 coordenadores pedagógicos (um dos coordenadores de turno acumula também a função de coordenador pedagógico).

Manhã ou 1º turno: Há 01 supervisora pedagógica concursada, responsável pelas turmas de final do 1º ciclo e 2º ciclo completo, com formação em Pedagogia; e 01 coordenadora geral de turno, eleita, com formação em Pedagogia.

Tarde ou 2º turno: Há 01 coordenadora geral do turno, eleita, com formação em Geografia, e 01 coordenadora pedagógica eleita, responsável pelo 1º ciclo e Educação Infantil, com formação em Psicologia e pós-graduação em Psicopedagogia.

Noite ou 3º turno: Há 01 coordenador geral do turno e pedagógico eleito, com formação em Biologia.

As relações existentes entre os coordenadores e a direção parecem ser de bastante cumplicidade, no 2º e 3º turnos. No 2º turno, especialmente, as candidaturas da coordenadora pedagógica e da coordenadora de turno estiveram vinculadas à eleição da atual diretora, como uma espécie de “chapa” eleitoral. Conforme observei, há uma confiança profissional mútua e uma sintonia entre elas em relação à proposta de trabalho que é desenvolvida. O mesmo não acontece no 1º turno, entre a pedagoga e a direção, conforme relatado pela própria diretora em sua entrevista:

Olha, aqui a gente tem bem específico porque é assim: à tarde, a gente tem só o professor-coordenador eleito, e, de manhã, nós temos professor- coordenador eleito e supervisor “TSE”, que é como a gente chama aqui na rede o pedagogo concursado. O relacionamento com o TSE e com professor eleito é diferente. Não sei se é um caso só nosso, específico, porque essa relação da direção com o professor-coordenador tem que ser muito próxima, tanto no dia-a-dia, nas relações de trabalho. Temos que ser muito francos, temos que ter um diálogo bem aberto e geralmente, com a TSE que a gente tem aqui, tudo é muito melindroso. Tem que saber falar, e aí ela diz que o fulano que é culpado, então a nossa situação aqui é um

pouco complicada com a TSE. É uma pessoa que está com a idade um pouco mais avançada, apesar de que isso para mim não é a questão. O relacionamento com ela é complicado, é difícil, mas não é comigo só não, é com o grupo, com o coletivo (...). (Fragmento da entrevista com a diretora Carina - Escola 2)

Não percebi, ao longo das observações realizadas, relações verticalizadas de poder no interior da escola. Ao contrário, há um grande investimento por parte da coordenadora acompanhada e da direção em relações democráticas e processos coletivos de tomada de decisões, postura consoante com a proposta da Escola Plural. Mas tal prática, voltada para a participação de todos e para a solidariedade entre os pares, nem sempre é bem compreendida por alguns educadores, que assumem uma postura de crítica e de embate ou uma atitude de cobrança de um resgate hierárquico em relação ao trabalho de coordenação, que visa enfraquecer a autoridade do coletivo e privilegiar necessidades pessoais. Segundo a coordenadora Vanessa, o fato de não ter uma formação em Pedagogia faz com que se sinta insegura na liderança do processo pedagógico do seu turno. Ela acredita que acaba deixando transparecer essa insegurança e, por isso, em alguns momentos, não é ouvida ou respeitada pelo grupo.

Olha, eu acho que tem que ser uma pessoa que tenha uma liderança, que eu acho que é uma coisa, pra mim, difícil. Eu não tenho isso assim naturalmente, entendeu? De organizar, por exemplo, as reuniões com as pessoas. Agora é que eu acho que as meninas estão entrando mais no ritmo de assentar para discutir. No início, era dificílimo, porque elas não tinham esse hábito, não tinham o costume, e eu também não dava conta de falar assim: “Gente, agora tem que fazer, tem que assentar”. Eu achava que eu estava mandando nas pessoas e que não era isso, entendeu? Então, eu acho isso difícil, pra mim é difícil, mas eu acho que é uma coisa que é supernecessária, a pessoa estabelecer os objetivos, saber definir esses objetivos, saber conduzir as reuniões. Eu acho que tem coisas que a pessoa tem que ter uns toques, sabe? Tem que ter uma formação pra ter isso claro, porque ajuda na hora que você vai organizar as coisas. Isso já não é um dom, você fica meio perdida, então isso é que eu acho que seria bom numa formação. Depois do curso que eu te falei que eu fiz, que foram oito horas, é que eu tive umas dicas muito boas de como fazer isso. Não era receita, mas assim: “Isso aqui é função do coordenador, ele tem que fazer essa função”. (Fragmento da entrevista com a coordenadora- psicóloga Vanessa - Escola 2)

Cada professor tem autonomia para organizar seu trabalho pedagógico, mas dentro da proposta definida pela equipe de professores de cada etapa do ciclo, cuja discussão é normalmente organizada pela coordenação pedagógica.

A coordenação pedagógica dessa escola tem uma autonomia parcial em relação às decisões pedagógicas. Digo parcial, porque, apesar de gozar da liberdade de sugerir projetos e propostas curriculares ou avaliativas, estes estão subordinados à aprovação da direção e dos professores para serem implementados e, devido a questões “políticas” internas, muitas vezes são impedidos de serem implantados, ou até mesmo sabotados por grupos de oposição. Quanto às decisões do dia-a-dia na escola, as coordenações têm total autonomia para tomá-las, principalmente na ausência da direção.

Essa escola optou por resguardar ao máximo o espaço de atuação da coordenação pedagógica. Assim, esse profissional não faz substituição de professores faltosos. As substituições são feitas pelos Professores Referência II e, quando necessário, pela coordenação de turno. A coordenação pedagógica só faz substituição de professores quando o número de faltas ultrapassa o número de pessoas disponíveis para isso. É importante ressaltar que o número de faltas, nessa escola, é bem menor que o da outra escola municipal observada, o que talvez tenha relação com o fato de os próprios professores serem os substitutos dos colegas faltosos, usando, para isso, seus horários de projeto. Há um quadro de substituições afixado no mural da sala de professores, onde são registrados os nomes dos faltosos, as datas e os nomes de quem fez as substituições.

Essa decisão do coletivo da escola parece indicar que há um reconhecimento da importância do trabalho do coordenador pedagógico, que busca destinar seu tempo ao acompanhamento dos processos e projetos pedagógicos a serem

implantados e em desenvolvimento, em cada ciclo de seu turno. Para isso, a cada quinze dias (ou sempre que for necessário), a coordenadora participa do horário de “projeto” dos Professores Referência I por etapa do ciclo, e dos Professores Referência II, realizando reuniões para o levantamento de dificuldades que estejam surgindo na execução do trabalho ou na aprendizagem dos alunos, e para pensarem juntos e buscarem soluções para os problemas levantados.

Elas (as coordenadoras) só vão substituir professor em casos de extrema necessidade. Então, por exemplo, estão faltando várias pessoas e o número de pessoas para substituição não é suficiente, ou alguma professora vai precisar sair cinco minutinhos mais cedo por algum contratempo, aí elas vão. Elas são poupadas desse tipo de função, mas isso não impede que elas façam isso. Muitas vezes, elas vão e contam histórias, fazem avaliação de leitura dos alunos, dão alguma atividade que possa ajudar na visão que elas, enquanto coordenadoras pedagógicas, precisam ter da turma. Mas, no dia-a-dia, elas são poupadas disso, e isso contribui com o trabalho delas, porque, se elas ficassem naquela listagem de substituição, elas não fariam nem substituição nem o seu papel de coordenação pedagógica. Então, tentamos limitar um pouco o que fazer também, porque senão você faz de tudo e não faz nada. Mas, em caso de necessidade, elas vão, até porque é uma das funções inclusive que o grupo colocou. Elas podem substituir para amenizar um pouco a situação do grupo, quando for necessário, mas isso é em último caso. (Fragmento da entrevista com a diretora Carina - Escola 2)

O Projeto Político-Pedagógico (PPP) da escola não está estruturado, embora já tenham feito as pesquisas iniciais sobre a realidade ou o perfil da comunidade escolar (professores/funcionários/alunos/famílias/comunidade). A elaboração dos questionários foi feita com a ajuda de todos os professores e funcionários da escola e, para a sua aplicação aos alunos e seus familiares, a escola contou com a parceria do Centro Universitário Newton Paiva, que disponibilizou seus alunos do curso de Psicologia para esse trabalho.

Apenas os questionários aplicados aos professores e funcionários já tiveram seus dados tabulados e organizados em gráficos. Segundo a coordenadora do 2º turno, não há, na escola, profissional disponível para responsabilizar-se pelas outras

tabulações, uma vez que a compilação dos dados é extremamente trabalhosa e exige alguém exclusivamente para esse trabalho. Para a tabulação dos questionários dos professores e funcionários, essa coordenadora precisou ausentar- se da escola várias tardes, o que sobrecarregou as colegas e inviabilizou o processo.

Embora o PPP não tenha evoluído em sua formulação, a escola elaborou um “Projeto de Intervenção de Alfabetização”, em que fez constar todos os projetos pedagógicos da escola, e o enviou à SMED44-PBH, com o objetivo de obtenção de uma verba municipal que subsidiaria todo o material e infra-estrutura necessária à realização desses projetos. Essa verba foi obtida, muitos materiais foram comprados e reformas na escola foram iniciadas. Trata-se de um projeto elaborado com muito cuidado, bastante detalhado, que descreve em pormenores todos os trabalhos e projetos desenvolvidos pela escola com o objetivo de promover a alfabetização, leitura e escrita dos alunos. A elaboração do projeto foi realizada pelas coordenadoras de turno e pedagógica, do turno da tarde, que fizeram o levantamento junto aos professores, colheram idéias e sugestões, e organizaram o texto final. O projeto completo foi encadernado em capa dura e é objeto de muito orgulho da escola, embora ainda se ressintam da falta da organização de seu PPP.

Apesar de a escola não ter ainda concluído as discussões e o registro de seu Projeto Político-Pedagógico, a presença atuante das coordenadoras do 2º turno e o seu empenho nessa elaboração, juntamente com a direção, parece ter aberto um espaço de valorização e respeito ao trabalho dessas profissionais. A filosofia do trabalho é cotidianamente relembrada pela coordenação em suas atitudes e conversas com os professores. A coordenadora observada procura “costurar” as

diversas ações nas diferentes etapas dos ciclos, de forma a não permitir incoerências no trabalho ou retrocessos, buscando manter uma certa linha de atuação pedagógica. Esse trabalho, embora difícil e desgastante, é o que assegura o desenvolvimento do Projeto Pedagógico da escola (PPP) no turno, mesmo com todos os problemas inerentes e a inexistência de registro.

Há ainda o desafio, imposto à escola, de conseguir estabelecer uma proposta pedagógica única entre os três turnos, guardadas as especificidades de cada um. Segundo Vanessa e a diretora Carina, no 1º turno não acontece o mesmo processo, o que dificulta a articulação pretendida.

As funções desempenhadas pela coordenação pedagógica do 2º turno são prioritariamente pedagógicas, embora as de caráter administrativo-burocrático e de atendimento às necessidades disciplinares e de saúde dos alunos sejam também bastante executadas, pois a demanda é muito maior do que a capacidade de atendimento exclusivamente pelo coordenador do turno.

Olha, na nossa escola, a função da coordenação é acompanhar as turmas, junto com os professores; planejar, junto com os professores, a sistematização dos conteúdos que são trabalhados; acompanhar todas as turmas do turno na questão da aprendizagem, nas dificuldades que o professor está tendo em relação a certo conteúdo ou na realização de alguma atividade, algum planejamento, algum roteiro de projeto. Estas questões do dia-a-dia. Ela faz de tudo um pouquinho. Não tem uma função determinada, tem que fazer isso ou aquilo, ou isso não pode e isso pode. Elas fazem de tudo. Não é uma coordenação só pedagógica, nem pode, porque a escola tem muitos problemas de disciplina, problemas que temos que conversar com as mães. Às vezes, nós não estamos aqui e elas resolvem problemas da direção, então o trabalho tem que ser muito junto. Não tem como fazer essa divisão: fulano pode até aqui, ali é outra... Não existe isso. A escola não caminha assim. (Fragmentos da entrevista com a diretora Carina - Escola 2)

A coordenadora pedagógica observada nessa escola possui uma boa amplitude de ação, respeitando os anseios e necessidades da coletividade. No que se refere à definição do projeto de enturmação, sua participação é total. A

coordenação pedagógica e a de turno são responsáveis pela separação dos alunos por idade, único critério utilizado, até então, para essa organização. Segundo a coordenadora Vanessa, recentemente as professoras têm questionado o processo de enturmação, pois estão sentindo a necessidade do uso de outros critérios para montagem das turmas, como o conhecimento prévio do aluno.

No turno da tarde, eu e Lívia é que enturmamos os meninos, nós somos as responsáveis. A gente enturma por idade assim: quando chegam as fichas, a secretaria da escola faz as matrículas pela data de nascimento e eles passam pra nós as fichas de matrícula. A gente separa as fichas por mês de nascimento dos alunos, porque quase todos são da mesma idade, e a gente vai juntando, aproximando os meses. Então o critério é idade. Não dá pra fazer isso de outra forma, nesse momento, porque pedimos pra secretaria anotar quem já tem algum histórico escolar, mas geralmente é creche. Um ou outro já foi em escolinha mesmo, e algumas creches até ensinam alguma coisa, mas, em outras, eles não aprendem nada de escolar. Eles estão lá pra passar o tempo mesmo, só brincadeira, então a gente não tem como saber isso.

Agora que as professoras estão questionando como pode ser feita essa enturmação, então, pro ano que vem, podemos até pensar diferente, mas até agora a definição era essa, era nossa assim, de acordo com a Escola Plural. (Fragmentos da entrevista com a coordenadora-psicóloga Vanessa - Escola 2)

Quanto ao sistema de avaliação, a atuação de Vanessa concentra-se na discussão e organização da elaboração ou modificação do instrumento de avaliação geral da escola, que é a “Ficha de Avaliação Individual do Aluno”. Essa ficha é preenchida, nessa escola, pelos professores, semestralmente, e pode ter seus itens alterados sempre que o coletivo sentir necessidade. De acordo com o projeto Escola Plural, que eliminou a avaliação somativa nas escolas, cada unidade escolar tem liberdade para definir quantos e quais instrumentos avaliativos qualitativos são utilizados, de forma que tenha uma boa visão do desenvolvimento de seus alunos.

Olha, nós discutimos com as professoras os itens que a gente ia avaliar e fizemos uma ficha de avaliação pra todas as etapas. Este ano, mudamos algumas coisas na ficha do 1º semestre. É uma ficha individual pra cada aluno. E agora nós vamos discutir, pro final do ano, como é que vamos fazer. Mas o tempo todo a gente discute com os professores.

Agora, a avaliação que o professor dá dentro de sala, cada um dá a avaliação de acordo com o que está trabalhando.

K: Mas elas costumam te mostrar, discutir essa avaliação com você, ou não necessariamente?

Não, e é uma coisa que eu até acho que a gente devia fazer junto, mas, por enquanto, ainda não fizemos. Algumas me mostram a avaliação antes, o que elas planejaram, e depois trazem pra eu ver como que os meninos saíram, mas não são todos os professores que fazem isso, e eu também ainda não comecei esse tipo de trabalho nesse tempo de quinteto. Agora mesmo, montamos uma avaliação diagnóstica, então nós assentamos juntas - foi só como meio do ciclo - e pensamos as questões que iam entrar, e eu mesma organizei, depois, o que o grupo todo tinha definido, e todas aplicaram a avaliação. (Fragmentos da entrevista com a coordenadora- psicóloga Vanessa - Escola 2)

Fazemos avaliação escrita, e muitas vezes elas (as coordenadoras) também ajudam a fazer a avaliação, dando sugestões. Na maioria das vezes, nós, professores, montamos a avaliação e só mostramos e pronto. E, às vezes, nem mostramos, apenas fazemos a avaliação. Mas elas estão sabendo, porque estão em constante conversa: “Olha, eu estou trabalhando isso com a minha turma, não vou avaliar isso, vou avaliar somente isso, porque os alunos não dão conta, não adianta”, ou então “vou avaliar isso, para você poder ver quais estão dando conta”. Essa conversa

Documentos relacionados