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Brandão (2002) considera o ser humano como um ser de vida, um ser de aprendizagem, portanto, somos seres da educação. A educação, nessa afirmação, é vista como um processo cultural. “A cultura é o que fazemos dela, nela e, em e entre nós, através dela, Vida” (BRANDÃO, 2002, p. 22). A compreensão da cultura ocorre pela capacidade que temos de recriar o que a natureza nos apresenta, transformando-a em objetos para a utilização em nossa vida social, como forma de adaptação e também de criação, pois assim transcorre em todo o decorrer da vida humana. A cultura estabelece-se no ser e no fazer, ou seja, nos processos sociais de interação, no sentido dado às diversas formas organizadas para o viver no mundo e relacionar-se com as inúmeras tentativas de transformá-lo.

Sob esta perspectiva,

[...] a educação é, também, uma dimensão ao mesmo tempo comum e especial de tessitura de processo e produtos, de poderes e de

sentidos, de regras e de alternativas de transgressão de regras, de formação de pessoas como sujeitos de ação e de identidade e de crises de identificados, de intervenção, de reiterações de palavras, valores, ideias e de imaginários com o que ensinamos e aprendemos a sermos quem somos e a sabermos viver com a maior e mais autêntica liberdade pessoal possível, o gesto de reciprocidade a que a vida social nos obriga. (BRANDÃO, 2002, p.25).

Nesse sentido, a educação está articulada dialeticamente ao viver, constitui a vida, é o processo e o produto. Constitui-se no movimento e nega-se a ser compreendida como somente um produto de relações capitalistas, pois, tem um espaço garantido de transgressão de regras, no qual a formação dos sujeitos incluídos na educação não se dá exclusivamente pela lógica do capital e/ou para atender a uma demanda do mercado. Ela possibilita a busca por estratégias e formas de tornar o viver mais ecológico, no âmbito das instituições escolares e a transposição desse aprendizado para a vida, estabelecendo, ao mesmo tempo, um diálogo com saberes advindo do viver.

A necessidade que todos os seres humanos têm de aprendizado, como seres aprendentes, os coloca como seres da educação, seres que necessitam do saber viver pela própria condição de existência, algo comum a todos os seres humanos, mas que abriga condições diferenciadas e diversas relações de poder e de ocupação.

O ato de educar estaria na posição de:

‘criar cenários’ como condição favorável para o aprender, através da vivência, o projeto de si reinventar diante as tantas interações no viver e os sentidos dados a elas. Falar do sentido, é algo comum aos seres, todos nos sentimos, mas quantos de nós consegue refletir sobre o que é sentido, sem naturalizar o que já está posto, ou ‘sabem o sentido social do que sentem’. (BRANDÃO, 2002, p.27).

A educação, pensada dessa forma, constitui-se em um espaço político, social, humano, sensível e ecológico de pensar sobre a produção do saber. A educação deve ser vista como cultura, ou seja, um processo histórico, de natureza dialética, pelo qual o ser humano, em uma relação ativa de conhecimento e de ação, se relaciona com o mundo e com os outros homens e transforma a si mesmo, a natureza e o mundo. Essa condição coloca o homem como produtor de sua própria cultura e como ser histórico, pois constrói a história, a partir do trabalho, atribuindo- lhe significados. Ser humano e mundo transformam-se pela prática coletiva do

trabalho. Essa dimensão da ação do ser humano, o leva a se constituir enquanto homem, a conhecer-se conhecendo pela ação da consciência. O ser humano é o ser sujeito da história e o criador da sua cultura.

A questão é que uma cultura criada em uma ordem desigual divide-se em cultura dominante e cultura dominada, em uma dinâmica de natureza dialética. Aí se encontra a dificuldade de se constituirem espaços para a criação e a expressão livre da cultura dos povos. Assim, a cultura popular se apresenta como um espaço de conscientização da realidade, e se encaminha para o rompimento com a cultura dominada, como espaço de criação de uma outra cultura, que possa trazer o “mundo de trocas solidárias” (BRANDÃO, 2002, p.42). Essa perspectiva ocorre quando há uma ação sobre a cultura presente, a identificação dos diversos espaços de conflito, a constituição da crítica á cultura alienante e o conhecimento das condições pelas quais a cultura é realizada.

A cultura popular constitui-se como uma tomada da consciência da realidade, de tal modo que a educação passa a ser também popular, como possibilidade de instrumentalizar seres humanos, a partir do movimento constante de democratizar a cultura. Com isso, a educação assume o seu papel ideológico de instrumentalização e formação social e política, ao constituir-se como luta permanente pelas transformações dos padrões que constituem o poder e a cultura vigentes. O seu nascimento acontece no conflito e, por isso, não se apresenta como neutro, mas com a intencionalidade de transformar o que está posto e de fazer com que as massas tomem consciência e atribuam sentido a sua situação e condição histórica. Trata-se de uma reflexão permanente sobre a liberdade e a solidariedade.

Assim, a cultura popular estabelece uma tentativa constante de produzir outra prática, social e educacional, em que, segundo Brandão (2002), seja possível encaminhar os seres humanos o papel de protagonistas do processo de criação da cultura, conscientes da realidade em que se encontram.

Ao evocar a produção de uma outra prática é necessário ter em mente a necessidade de transformação e de estar alerta para o cuidado com o outro. É preciso, refletir sobre o transformar, para produzir uma atitude de respeito e de escuta, para que não haja uma prática simplista de adaptação e/ou integração do estudante ao sistema escolar próprio da ordem vigente. Em diversas situações, o que se presencia é a produção de projetos para potencializar o indivíduo, negando as condições sociais que abarcam toda a situação.

Ao se pensar sobre o que seja uma Cultura Popular e/ou uma Cultura do Povo ou se centrar em uma cultura educacional, é importante considerar que é na vida social que elas se encontram e que também estão misturadas (BRANDÃO, 2002). Ou seja, não dá para “purificar” as culturas ou acreditar que elas já estejam prontas e estáticas para a atuação do educador. Cunha (2009) aproxima-se dessa compreensão, de uma cultura que se movimenta, que está presente no mundo real e, por isso, é confrontada, passando por processos de reorganização, ao estabelecer relação na e com a realidade. Os grupos, por menores que sejam, são constituídos de relações entre os sujeitos, no interior do grupo e nas relações externas com outros grupos. Eles possuem formas de produção dos saberes, dos interesses e dos valores. Torna-se necessário ao educador popular, aos que atuam com as classes populares, e grupos incluídos de forma excludente, o exercício constante da compreensão dos modos como os grupos populares transmitem seus saberes, como os constituem, suas formas de produção e reprodução e as mudanças ocorridas pelas relações estabelecidas.

Contudo, é preciso indagar: como trazer essa reflexão para o interior da escola, considerando que alguns educadores desconhecem a realidade popular e o movimento de luta que algumas comunidades ainda alimentam, como no caso dos catadores de material reciclável?

Para Brandão (2002), esta possibilidade está na atribuição de sentido que o educador exerce por meio do seu fazer e do seu saber. Essa condição faz com que se descubram os diversos poderes que constituem a prática pedagógica desse educador. O poder constituído pelos saberes e fazeres possibilita a atribuição de modalidade de conhecimento ao saber popular ao constituir a conscientização e a necessidade de se fazer a articulação entre a ciência e a educação. É a unificação dessas duas áreas, que se constituirá na forma de encaminhar a transformação do conhecimento em conscientização. Nesse sentido, essa pode ser a possibilidade concreta de se constituir uma prática coletiva que trará o poder de transformar o mundo, ou então de alimentar a permanência desta utopia.

A transformação viria da alternativa de dominar o saber e colocá-lo a serviço de um viver mais humano, para trazer condições melhores aos grupos, ou seja, o lugar do saber seria o desse compromisso de luta constante pelas “[...] transformações qualitativas de modos de pensar” (BRANDÃO, 2002, p.110). É preciso uma conscientização voltada para o conhecimento, que este se aproprie da

ação de conscientizar, a leve para a concretude, mas que simultaneamente, que leve em conta o cuidado com tipo de transformação que se pretende realizar, e de como ela garantirá a participação popular de todos os segmentos da sociedade.

Mészáros (2010) também propõe que a educação não seja um negócio, mas um processo de criação contínua e articulada à vida, que possa fazer com que o ser humano reflita e se aproprie dos processos do viver para se apropriar da criação e da emancipação. O processo é ulterior à instituição escolar, mas também está na escola e nas ações pedagógicas desenvolvidas no interior dessa instituição e nas comunidades, nas quais elas se inserem. É necessário pensar em uma escola que tenha condições de superar os obstáculos da atualidade, e assumir que o processo de exclusão também é produzido e reproduzido lá. Dessa forma, é possível compreender a necessidade da educação formal articular-se os saberes abrangentes da própria vida.

Aqui se considera que as condições sociais podem ser levadas ao âmbito educacional e enfrentadas nesse território, no sentido da necessidade de se desenvolver uma consciência moral, que trará como elemento principal a preocupação com a mudança social, compreendendo-a como processual, histórica e de longo prazo, sem perder de vista a formulação de práticas articuladas ao objetivo da autoeducação e também do seu o papel social.

[...] Em virtude do papel seminal da educação na mudança geral da sociedade - é impossível alcançar os objetivos vitais de um desenvolvimento histórico sustentável sem a contribuição permanente da educação ao processo de transformação conscientemente visado. (MÉSZÁROS, 2010, p. 90)

A referência se dá ao processo efetivo de assumir um compromisso com a responsabilidade social, no seu sentido real, e levá-la aos espaços educacionais. Esse encontro com a realidade social, nos espaços educativos, faz com que estes ambientes possam assumir a política como uma atividade humana, no sentido de integrá-los à perspectiva da vida social (DUSSEL, 2002). É na educação que se dá o compromisso de compreendermos as formas insustentáveis existentes no sistema escolar e instauramos a busca de reconhecimento das formas sustentáveis.

Loureiro (2012) apresenta a ecologia política como mais uma lente teórica, e uma ferramenta que contribuirá para enxergar a realidade social, para integrá-la a uma permanente crítica à economia política do poder vigente, e às questões postas

pelo processo ambientalista na perspectiva de “[...] fazer uma leitura não fragmentada da vida social, mas produzir uma teoria ampla desta, em diálogo com as ciências e saberes” (LOUREIRO, 2012, p. 28).

Assim, a natureza na Ecologia Política é vista de forma ontológica e atrelada à existência humana como necessidade fundamental para essa existência. Isso faz com que se ultrapasse a análise da natureza apenas como um recurso e/ou como um meio limitado.

A ação política que advém do sujeito político é que trará uma intencionalidade ao processo vivido, no qual as escolhas individuais estão atreladas a condicionantes históricos e ecológicos. Nesse sentido, ou seja, nossos atos “[...] implicam consequências de ordem pública que afetam interesses, percepções, significados, desejos e possibilidades e de outros” (LOUREIRO, 2012, p. 32). É a afirmação da inexistência da neutralidade, e, ao mesmo tempo, da busca pela condição da não fragmentação, condição demarcada por Freire (2002) ao considerar a educação como um processo intencional.

Aqui se revela a necessidade de se pensar em uma educação que potencialize o sujeito, no sentido da liberdade, e da criação como forma de enxergá- lo como sujeito social. Um modo que levaria não só ao atendimento das necessidades individuais, mas também do bem comum. Ao indagar sobre o conceito de felicidade, que está atrelado ao individualismo e ao consumismo, que visa uma busca incessante por interesses individuais, sem considerar a coletividade e, concomitantemente, as histórias individuais e locais. Isso ocasiona a negação do ser humano e toda a complexidade de sua constituição.

É possível, então, falar em uma emancipação que tenha a educação escolar como um dos espaços para dessa ação-reflexão. Para Freire (2002), a emancipação dá-se em uma luta constante pela libertação, na qual o trabalho é um elemento fundante, no sentido de um território de produção, reflexão e ação sobre uma verdadeira transformação da realidade. É preciso buscar aí a consciência da propriedade do trabalho e assim se instituir um exercício permanente de humanização, de si e dos outros. Essa prática vai ao encontro do papel que cada sujeito social tem, ao se comprometer com a construção de uma sociedade humana e democrática. Essa emancipação humana só se dará no exercício da práxis e no território da práxis.

A libertação por isso é um parto. E um parto doloroso. O homem que nasce deste parto é um homem novo que só é viável na e pela superação da contradição opressores-oprimidos, que é a libertação de todos. A superação da contradição é o parto que traz ao mundo este homem novo, não mais opressor; não mais oprimido, mas homem libertando-se. (FREIRE, 2002, p.35)

Para Freire (2002), a emancipação está no processo de humanização. Ela passa pela pedagogia dos oprimidos, alicerçada à pedagogia da esperança, no sentido de ser a pedagogia dos homens que buscam uma constante consciência da realidade, de si e do outro, como forma de transformar a realidade objetiva. Ela vai se constituindo como uma solidariedade capaz de estar com eles, lutar para a transformação da realidade objetiva que os eleva a condição de ser para outro. A perspectiva da emancipação humana dá-se na própria condição do viver do sujeito histórico, aquele que, consciente de sua história e realidade, se constitui em protagonista de sua própria história.

A questão apresentada pode ser considerada radical, no contexto da atualidade em que a liberdade é compreendida como individual, articulada à busca da felicidade, também individual, e a um processo no qual o ser e o poder se relacionam pela condição do consumir. É necessário dar ênfase à luta constante pelo sonho da humanização. Enxergar-se como ser de incompletude e destacar a necessidade de se alimentar da utopia da emancipação humana.

A emancipação humana constitui-se em um ato político. Ela acontece no devir da vida, em uma luta diária pela liberdade, para se estabelecer uma intencionalidade e um compromisso com a vida, em um movimento que se desloque do individual para o coletivo e para o planetário, em uma incessante busca para alimentar essa tríade.

Para Calado (2001) e Figueiredo (2005), a emancipação humana, segundo Freire (2002), é uma vocação humana que vai do plano pessoal ao coletivo, a partir da compreensão do cotidiano, da história como espaço de “desafios, sonhos, utopias, resistências e possibilidades” (FIGUEIREDO, 2005, p. 5). A emancipação acontece no prosseguir da vida, no encontro com diversas realidades e diversos outros, no exercício da dialogicidade, na consciência da realidade, em um permanente ato de libertar opressor e oprimido. É na consciência da realidade que a emancipação se constitui, uma utopia presente em cada olhar e em cada relacionar- se.

Santos (2003) considera, que mesmo com o fenômeno da globalização, é na contra-hegemonia que se dará a construção de um projeto de emancipação, no território das lutas e resistências sociais travadas contra a ideologia dominante. É a constituição de um caminho contrário ao da lógica da globalização neoliberal, de busca constante por estratégias, projetos para se reinventar os espaços de lutas locais, nacionais e transnacionais. Assim, na concepção da educação como uma prática social, a emancipação será um elemento constituidor de processos que possam trazer a possibilidade dos sujeitos olharem de forma crítica para a realidade e ali buscarem formas de organização que enfrentem as diversas formas de de exclusão, inclusão excludente e opressão.

[...] a emancipação não é mais que um conjunto de lutas processuais, sem fim definido. O que a distingue de outros conjuntos de lutas é o sentido político da processualidade das lutas. Esse sentido é, para o campo social da emancipação, a ampliação e o aprofundamento das lutas democráticas em todos os espaços estruturais da prática social [...]. (SANTOS, 2003, p. 277).

Netto e Braz (2006) afirmam que para que os homens construam suas personalidades é necessário ter condições sociais iguais para todos. Contudo, ao olhar a realidade, essa condição está distante, mesmo que alguns avanços sociais já tenham ocorrido. O viver constitui-se, ainda, em uma sociedade desigual, que explora a mão de obra trabalhadora e que dá origem a processos de alienação e exploração. Pode-se considerar que estes processos ecoam de forma consistente e fragilizam a utopia, a concepção de uma educação emancipatória, ao propagarem o individualismo, na perspectiva neoliberal, em que o trabalho em grupo nas instituições escolares vai sendo desacreditado e há a percepção de uma crise da utopia na educação. Provavelmente, estes sejam alguns dos desafios para se constituir o sujeito reflexivo, crítico, que tenha, cuidado para atuar no contexto, com consciência de que se ocupa o mesmo planeta, mas essa ocupação se faz de forma desigual.

Alier (2008) aponta que, no decorrer da história, ocorreram diversos eventos denominados como movimentos ecológicos dos pobres, que trouxeram conflitos que tinham como pano de fundo as questões ecológicas. Ao assumir a postura de partir- se de uma ecologia advinda dos empobrecidos, a partir do olhar dos que habitam o planeta, em condição desfavorável, no caso os filhos dos catadores, no espaço

escolar, é necessário refletir-se sobre a relação da escola com os movimentos sociais que a constituem e/ou com aqueles que estão em seu entorno geográficas.

Assim, a Educação ambiental crítica será outra lente a constituir a base teórica dessa discussão, para trazer as questões ambientais como ações organizadoras “em defesa de justiça social e do direito da vida emancipada, saudável e sustentável” (LOUREIRO, 2012, p. 51). Trata-se de uma condição que contraria a uma sociedade que se institui pela defesa do desenvolvimento econômico.

[...] a Educação Ambiental pretende provocar processos de mudanças sociais e culturais que visam obter do conjunto da sociedade tanto a sensibilização à crise ambiental e à urgência em mudar dos padrões de uso dos bens ambientais quanto ao reconhecimento dessa situação e a tomada de decisões a seu respeito – caracterizando que poderíamos chamar de um movimento que busca produzir novo ponto de equilíbrio, nova relação de reciprocidade, entre as necessidades sociais e ambientais. (CARVALHO, 2006, p.158).

Nesse sentido, é preciso compreender o cerne da educação ambiental como um constante trabalho de conscientização da realidade e de sensibilização para a tomada de decisões e atitudes perante essa situação, atitudes que vão do contexto socioambiental ao individual e ao coletivo, de forma dialógica, pois social e ambiental se integram na constituição e ação da práxis da Educação Ambiental. Com isso, considera-se que a educação ambiental tem como uma de suas bases a educação popular, numa perspectiva freiriana.

Essa concepção dá-se a partir do conceito de conscientização de Freire, compreensão também compartilhada por Carvalho (2006) e Loureiro (2012), que consideram que esse autor foi a referência de toda educação crítica no Brasil, ao conceber a educação como um processo de formação de sujeitos da emancipação, sujeitos históricos.

Freire (1997) traz a leitura de mundo como um processo fundante e a dialogicidade como uma forma de instaurar o pensar sobre a realidade, como crítica e elemento transformador, que se dá no conhecimento, mas indo além deste, na perspectiva de articulação entre teoria e prática, para instaurar práxis emancipatória.

Como fundante, a leitura de mundo tem o sentido de colocar os pés na realidade e, ao mesmo tempo, abrir-se para a possibilidade de refletir sobre outras

realidades. Uma realidade contextualizada, que produza sentido na vivência naquela determinada realidade. Isso evoca a polifonia das narrativas, gestos, palavras e todo um arcabouço que se constitui por esses processos permanentes de reflexão. Um encontro entre os diversos saberes locais, trazidos por essas leituras, no movimento do partilhar e compartilhar.

Loureiro (2012) concebe o ato educativo como a própria prática educativa que articula de forma “indissolúvel”, a teoria e a prática, conduzida por uma atividade humana e consciente, com o objetivo de transformar o mundo.