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2. A EDUCAÇÃO NA ATUAL SOCIABILIDADE CAPITALISTA: UMA

2.3 A EDUCAÇÃO E O SEU PAPEL COMO FORMADOR E REPRODUTOR

Analisar a educação, principalmente o que diz respeito ao seu papel político na construção e reprodução de valores da sociedade é apreender a importância do papel ideológico na construção e manutenção da ordem existente ou do seu questionamento. Desta maneira, se mostra de grande relevância, uma vez que o assistente social está inserido na reprodução das relações sociais, na contradição de interesses divergentes de classe e, desta maneira, não é apenas chamado a garantir os meios materiais a classe trabalhadora, mas, e

principalmente, contribuir na forma de pensar e agir dos indivíduos, ou seja, contribui na construção da hegemonia dominante ou na contra hegemonia46.

Destarte, torna-se fundamental compreender a educação na construção e reprodução dos valores, para assim apreender o assistente social nesta lógica, pois a dimensão política da educação permite compreender com mais propriedade a função pedagógica no exercício profissional do assistente social, isto é, seu perfil pedagógico inserido no processo da reprodução das relações sociais.

Sendo assim, com base na reflexão anterior sobre a sociabilidade atual numa perspectiva de análise da educação, pode-se dizer que o sistema capitalista está fadado a crises ao longo da historia, se reformando de acordo com as suas necessidades, dentre eles, presencia-se atualmente o já citado modelo político/ideológico neoliberal e em nível produtivo o modelo “flexível”, que se encontra também em crise.

Este sistema neoliberal possui uma ideologia baseada nos valores do individualismo, da competição, da concorrência, dentro outros, que adentraram não apenas a objetividade dos indivíduos, mas fortemente a sua subjetividade, de tal maneira que a forma de agir, pensar dos indivíduos, em sua grande maioria, passa a ser “unificado” no mesmo direcionamento dominante.

A grande maioria da população nasce, cresce e continua se desenvolvendo nesse “nicho” do pensamento capitalista/neoliberal, onde cada vez mais os indivíduos são cercados das ideias do senso comum que “se lutarem conseguem um lugar ao sol”, “que o sistema capitalista é o mais avançado e correto para os indivíduos, uma vez que sua natureza é egoísta” que “se você não conseguiu é porque não tentou o suficiente”.

Diante disso, cada um passa a internalizar esses valores transformando-os em sentimentos que parecem lhe serem próprios, o que se transforma no grande triunfo do sistema neoliberal, uma vez que através deste o que se observa, além dos aspectos já mencionados econômicos, políticos e sociais, é o isolamento, um sentimento de não pertencimento a sociedade, uma posição conformada e superficial dos fatos, uma visão mercadológica de tudo, pensamentos ahistoricos, acríticos, fragmentados inclusive das relações humanas, onde tudo passa a “ter seu preço”, incluindo as pessoas.

46Falar em hegemonia implica falar tanto de crise de hegemonia (contra-hegemonia), que se caracteriza pelo

enfraquecimento da direção política da classe no poder, ou pelo enfraquecimento do seu poder de direção política e perda de consenso. (SIMIONATO, 2011, p.47)

Tudo isto é alimentado pelos grandes meios de comunicação: televisão, rádio, internet, que por sua vez são dominados pelas grandes elites do país que convence e reproduz os valores dominantes expostos acima.

Por sua vez, é necessário se questionar e observar o grande responsável pela formação do ser, inclusive de sua forma de pensar, agir e refletir perante a sociedade, que está além dos meios de comunicação? A resposta se encontra na escola. Como vista, esta atualmente não é apenas uma fonte de lucro, mas é essencial e estratégica na construção e reprodução do ideal capitalista:

No geral, predomina um tipo de educação abstrata, necessária à essa sociedade, pois, sendo o determinante maior a base material, ela condiciona a consciência estabelecendo-se assim um tipo de educação correspondente a ela. Ou seja, uma educação voltada para estimular o individualismo, para fomentar a educação, para enaltecer a concorrência, para premiar pela produtividade e punir pelos resultados não desejados, permitindo, assim, selecionar os mais aptos e mais aptos, de acordo com os valores vigentes nessa sociedade- uma educação para a subserviência. (ORSO, 2008, p. 52)

A grande parte da população que precisa de uma escola pública fica à mercê da sorte, da filantropia ou de alguns programas e bolsas que o governo oferece, uma vez que a escola pública não possui condições alguma de educar com os recursos destinados cada vez menores, com salários péssimos pagos aos professores, com estrutura física precarizadas, alunos desmotivados, violência dentro e fora da escola, dentre tantas outras coisas que se pode observar.

A situação da separação da escola pública sem qualidade acaba reproduzindo, mais uma vez, a divisão de classes, uma vez que de um lado tem a escola pública para aqueles que não possuem condições financeiras, que quando conseguem terminar seus estudos fazem algum curso técnico que reproduz sua condição do “filho do trabalhador”; e de outro tem aqueles que têm condições de estudar em colégios particulares com qualidade, se formam, e reproduz a condição de “elite” de seus pais, assim sendo, tem-se que:

Qualquer estatística séria nos comprova que, primeiro, um número enorme de alunos não completa sequer a educação básica e, daqueles que não evadem, um percentual muito reduzido dos educandos egressos de escolas públicas ingressam no ensino superior. Seguidos governos “fecharam os olhos” para esta realidade, outros adotaram medidas, digam-se paliativas, para contornar este episódio. Contudo, se observamos quais cursos fizeram essa pequena fatia da população, que estudou em escola pública e que conseguiu, contrariando as estatísticas e a lógica organizacional da

sociedade, ingressar e concluir a universidade, nenhum deles, salvo exceções, absolutamente raríssimas, ocupam os cargos que na sociedade capitalista tradicionalmente desempenhariam funções ampliadas de dirigentes, como, por exemplo, promotores, juízes, desembargadores,embaixadores, presidentes de grandes empresas nacionais ou multinacionais, diretores de grandes veículos de comunicação de massa, entre outros. (MOREIRA, 2012, p.156/157)

Porém, isso não é o grande problema, esse é a consequência de um sistema que não investe no social, que é grande defensor e reprodutor do grande capital. O grande problema que se observa na atualidade se expressa nos valores que não formam só os alunos, mas que perpassam o sentido que se tem de educação: os indivíduos são números, mas nada que isso, pois são importantes para responder aos órgãos internacionais.

Desta maneira, o que se observa são dados que divulgam o melhoramento da educação que, na verdade, são contrários e contraditórios com que se tem objetivamente. Ao ser entrevistado um dos profissionais afirma:

“Não é só para formação profissional e que hoje está se perdendo muito isso, principalmente as escolas de nível técnico estão formando muito para isso, para o mercado de trabalho da profissionalização mesmo, então eu acho que os valores de formação pessoal, não digo valores morais, mas os valores do humano no genérico eles estão um pouco desprestigiados dentro desse contexto e ai não só por conta do espaço educacional, mas por todo um contexto geral da sociabilidade capitalista.” (AS.3)

Assim sendo, baseado na afirmação acima o que se tem é a perda do sentido da educação na formação de valores no sentido do ser genérico, da coletividade, de educar para formar indivíduos propositivos, críticos, educar no sentido de formar o ser capaz de compreender e interferir em suas realidades, isto é, de transformação. O que se tem de fato em todos os níveis de escolaridade é a formação no sentido técnico, no sentido superficial e aparente.

Pelo lado quantitativo pode-se notar o que vem sendo anunciado, segundo o Índice de Desenvolvimento de Educação Básica (IDEB), que o ensino nacional conquistou a média nacional de 5,0 em 2011. Média esta que superou até a expectativa de 2013, porém o que de fato observamos no cotidiano é que a educação está longe realmente de avançar com qualidade. Os números, as aprovações podem até terem crescido, porém a qualidade dessas aprovações, a desigualdade entre regiões em termos também de educação, as divergências entre os níveis de ensino, entre público e privado e, principalmente, em como são realizados

essas avaliações, não são identificados nesses dados, ou se alguns o são, se apresentam sem serem problematizados.

A realidade da educação brasileira se caracteriza fortemente também pela desigualdade da educação entre as regiões do país, principalmente entre as regiões Norte e Nordeste com as do Sul e Sudeste que demonstram fortes contradições em todos os níveis de escolaridade. A desigualdade racial e de gênero também podem ser observadas. Exemplo da desigualdade regional tem-se que:

Alunos de Estados das Regiões Norte e Nordeste do Brasil têm quatro anos de atraso na aprendizagem em relação aos estudantes do Sul e Sudeste do País. Os dados são de um levantamento da Fundação Lemann, feito com base em microdados da Prova Brasil, e mostram o porcentual de alunos de escolas públicas que obtiveram pontuação considerada adequada no exame. Em Alagoas, por exemplo, 57% dos estudantes terminam o 9.º ano do ensino fundamental sem saber o conteúdo de matemática que deveriam dominar já no fim do 5.º ano. Isso significa que mais da metade dos estudantes foi para o ensino médio sem saber, por exemplo, localizar informações em um gráfico, competência esperada para uma criança de 10 anos de idade. (JORNAL ESTADÃO, 2013)

Nessa perspectiva de metas a serem compridas, principalmente para responder aos órgãos internacionais, os professores também são chamados a responder pelo bom ou mau aproveitamento do aluno, através de suas notas. Entretanto se torna necessário questionar se a nota do aluno demonstra realmente seu aproveitamento? E mais, como essa nota é construída? Assim, o que se tem na educação são professores avaliados por atingir suas metas, alunos transformados em números, escolas transformadas em lugares abandonados e o educar transformado em quantificar. Vive-se, assim, um período de “fordismo” educacional, onde o produzir se torna essencial em todos os níveis de escolaridade.

Neste sentido, a pesquisada afirma que:

“A educação é mercadológica, a educação é capital, é capitalista, então, cada vez mais a gente está reproduzindo o capital. A gente termina querendo dar conta do livro, do conteúdo, passar no vestibular que isso traz alunos para a escola. Então os focos são outros, o foco hoje da escola, seja dessa ou de outra, mudou.” (AS.4)

Ratifica-se então que a educação vem se transformando e mudando seu foco no sentido de atingir metas, responder as demandas quantitativas e tem como objetivo “vender” seu “produto” na escola para quem puder “comprá-la”: a educação.

Deve-se analisar a importância de conhecer quem são os formadores da escola, quem está dentro da escola, os quais também são formados, em sua maioria, com os valores capitalistas neoliberais perpassados em sua formação acadêmica. Desta maneira, o que se tem hoje são cada vez mais pessoas se formando sem identidade com a profissão de professor, sem a perspectiva de uma educação que transforma, sem análise ampla e profunda da educação, sem incentivos financeiros e profissionais, o que resulta numa situação ainda mais caótica da educação, uma vez que se não tem, em sua maioria, professores direcionados a um projeto de educação unificado para além das condições atuais. A propósito desse entendimento destaca-se:

“Há muito essa crise, primeiro do profissional de educação, que a gente entende, que a gente vê lá com Paulo Freire, que há essa coisa da missão, a educação como missão, uma educação que transforma, que faz a diferença, enfim esse tipo de educação que Paulo Freire traz não está na escola pública e muito menos na privada. Pois vejo essa crise, porque os próprios profissionais de educação estão nessa crise existencial, quando você está com os alunos é não estou fazendo isso, porque queria fazer direito, ou hoje eu estou aqui só para pagar, então perpassa muito essa crise profissional: por que ele tá aqui? Qual é a missão que ele entende? Porque quero e acredita que vai poder transformar, emancipar o individuo? Se você for fazer uma pesquisa hoje é lastimável quase ninguém mais acredita no poder que essa educação tem, então vai a crise perpassa nisso”. (AS.4)

Tem-se então, que a perspectiva de transformação da educação está em crise tanto pela lógica da atual sociabilidade que reproduz um tipo de pensamento contrário a essa perspectiva, quanto pela própria formação acadêmica dos professores e demais profissionais que não possuem identidade e reconhecimento da função social da educação e são eles os responsáveis pela formação dos indivíduos.

Resulta-se na reprodução do pensamento superficial, fragmentado e tecnicista da educação, demonstrando uma crise geral da educação no âmbito público em todos os âmbitos estadual, municipal e federal e no ensino privado, uma vez que “quase ninguém mais acredita no poder que essa educação tem então a crise perpassa nisso” (AS.4).

Analisar a educação sob a perspectiva de transformação não é colocá-la um “superpoder”, ou responsabilizá-la - como faz a ideologia dominante - de ser a grande responsável pelo “sucesso” ou não do indivíduo, mas é compreendê-la inserida numa sociedade classe, em que a educação, assim como as demais instâncias sociais, possui interesses divergentes em seu interior. É tratá-la como um campo estratégico de construção, reprodução de valores e entendimento da realidade, desvendando-a das camadas espessas que obscura sua função social e sua inserção na sociedade capitalista.

É compreender a educação não apenas como uma forma de dominação, “domenstificação” e adaptação dos indivíduos no sistema capitalista, mas como um campo estratégico de transformação social que aliado a uma luta maior, de transformação do sistema capitalista, pode ser sim, uma grande conquista, tanto no que se refere às condições materiais, quanto às condições subjetivas no sentido de valores e concepções da sociedade, nas palavras de Mészaros (2005, p.65):

O papel da educação é sobreano, tanto na elaboração de estratégias apropriadas e adequadas para mudar as condições objetivas de reprodução, como para a automudança consciente dos indivíduos chamados a concretizar a criação de uma ordem social metabólica radicalmente diferente.

Sendo assim, como pensar numa educação para além desse sistema? Como pensar numa educação que busque a transformação? Como pensar em indivíduos críticos e reflexivos que possam atuar em sua realidade?

Este é um grande desafio, pois para se conquistar uma educação que vise à formação do ser genérico, que auxilie a transformar a forma de pensar e agir dos indivíduos, é necessário pensar também numa outra sociedade, que vai além do sistema capitalista. Para isso é importante os educadores - que entram todos os trabalhadores da educação, inclusive o assistente social- se identificar como classe trabalhadora, comprometidos com uma luta maior e com o entendimento que analisar a educação é compreendê-la numa sociedade de classes, para que assim, possam criar estratégias de resistência e práticas pedagógicas emancipatórias.

Dentro dessa perspectiva de uma sociedade de classes em que a educação está inserida no processo de reprodução das relações sociais, isto é, na construção de valores e concepções da sociedade, o Serviço Social se encontra inserido, juntamente com as relações pedagógicas referentes a esse processo. Na produção social e reprodução social, especificamente na reprodução das relações sociais, o Serviço Social é chamado a intervir, na garantia de bens materiais à classe trabalhadora, através das políticas sociais e mediatizadas pela prestação dos serviços sociais, como também é chamado a intervir na formação e fortalecimento dos valores e ideais de um determinado projeto de classe em resposta à questão social.

Tem-se que a reprodução das relações sociais está expressa na reprodução das forças produtivas e da própria relação da produção na sociabilidade capitalista, porém não só nelas, envolve “a reprodução da produção espiritual, isto é, das formas de consciência social: jurídicas, religiosas, artísticas ou filosóficas, através das quais se toma consciência das mudanças” (IAMAMOTO; CARVALHO, 2012, p.78). Ou seja, a reprodução das relações

sociais é também a reprodução da totalidade social de maneira dinâmica e dialética, em que, por outro lado, o mesmo “movimento que cria as condições para a reprodução da sociedade de classes cria e recria os conflitos resultantes dessa relação e as possibilidades de sua superação”. (YAZBEK, 2009, p.4).

Desta maneira, o Serviço Social inserido na reprodução das relações sociais se encontra num cenário de interesses divergentes que convivem em plena tensão e luta de classes inter-relacionadas, apresentando uma relação contraditória inerente da profissão, pois pela mesma mediação, atende os interesses da classe dominante – que é o seu contratante e empregador- para atender as necessidades, muito embora sejam mínimas, à classe trabalhadora- seu público alvo- que recebe os serviços sociais. Isto é, “participa tanto dos mecanismos de dominação e exploração como, ao mesmo tempo e pela mesma atividade, da resposta às necessidades de sobrevivência da classe trabalhadora e da reprodução do antagonismo” (IAMAMOTO; CARVALHO, 2012, p. 81, Grifo do autor).

O profissional de Serviço Social, por essa lógica inerente à profissão, não está condicionado a ser um instrumento exclusivo da reprodução dominante, nem mesmo, como um profissional que atenda apenas e exclusivamente aos interesses da classe trabalhadora, porém tem-se que através da própria lógica de interesses contraditórios se estabelece “estratégia profissional e política, para fortalecer as metas do capital ou do trabalho” (IAMAMOTO; CARVALHO, 2012, p.83. Grifo do autor).

Por isso, mesmo o assistente social seja contratado pela classe dominante é possível viabilizar o trabalho dentro de uma perspectiva dos interesses da classe trabalhadora, que é o que se observa ao longo da trajetória profissional, em virtude também do contexto histórico. Neste sentido, tem-se que:

É essa presença de forças sociais e políticas reais – que não são mera ilusão - -, que permite à categoria profissional estabelecer estratégias político- profissionais no sentido de reforçar interesses das classes subalternas, alvo prioritário das ações profissionais. Sendo a profissão atravessada por relações de poder, ela dispõe de um caráter essencialmente político, o que não decorre apenas das intenções pessoais do assistente social, mas dos condicionantes histórico-sociais dos contextos em que se insere e atua. (IAMAMOTO, 2004, p.8)

Em relação ao aspecto contraditório de interesses que a profissão está inserida pode-se também aferir ao caráter “liberal” desta - o qual mesmo não sendo realizada de forma autônoma, pois depende de quem o contrata que estabelece uma série de questões ligadas a

salário, jornada de trabalho, condições materiais e físicas, dentre outras, que estão à parte da vontade profissional - apresenta algumas características que a classifica como profissão liberal como sua relativa autonomia, caracterizada pelo o contato direto com os usuários, seja no manuseio da intervenção técnica ou na própria orientação da intervenção que o profissional estabelece em seu exercício profissional, os quais permitem o direcionamento que possibilita também novo rumo que não exclusivamente dos interesses dominantes.

Tem-se, assim, que:

Se o assistente social, na condição de trabalhador assalariado, deve responder as exigências básicas da entidade que contrata seus serviços, ele dispõe de relativa autonomia no exercício de suas funções institucionais, sendo corresponsável pelo rumo imprimido as suas atividades e pelas formas de conduzi-las. (IAMAMOTO; CARVALHO, 2012, p. 129)

Nesta perspectiva, dependendo do posicionamento categoria profissional do assistente social, além das condições objetivas/históricas do contexto societário, o assistente social pode atender aos interesses de uma classe ou de outra, o que reforça o caráter político da profissão, pois esta se explica nas relações de poder e interesses de classes.

Compreende-se, também, que o Serviço Social, assim como outras profissões, não está inserido diretamente na produção social do sistema capitalista, por isso é um trabalho improdutivo, pois embora não produza um valor diretamente, um produto concreto, é extremamente necessário para a reprodução tanto da força produtiva quanto para reprodução valorativa do sistema capitalista, e, por isso, também fonte de lucro. Desta forma, ratifica-se a intervenção da profissão, durante grande parte da trajetória profissional, na contribuição de condições políticos/ideológicas e uma dimensão educativa, facilitadoras da manutenção da ordem capitalista, com o objetivo de:

Tratam esforços de centrar esforços na busca de um equilíbrio tenso entre o capital e trabalho, na árdua tarefa de conciliar o inconciliável. Assim, à proporção que encetam esforços no sentido de manter a continuidade da