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Capítulo II – A Intervenção Pedagógica em Contexto de 1.º CEB

2.2. Contextualização da Prática Pedagógica

2.2.2. A Escola Básica do 1.º Ciclo com Pré-Escolar da Nazaré

O conhecimento da instituição de educação é crucial, visto que este é o meio em que ocorre todo o processo de ensino-aprendizagem das crianças e se dá a interação das mesmas com toda a comunidade educativa. Assim sendo, tal como refere Sousa (1997), deve ser uma preocupação do professor conhecer e “inteirar-se de toda a organização espacial e estrutural” (p. 51) da escola, de modo a que as crianças possam fruir dos espaços educativos e de realizar uma aprendizagem de qualidade.

A Escola Básica do 1.º Ciclo com Pré-Escolar da Nazaré funciona das 8h30m às 18h30m e está inserida, desde o ano letivo de 1997/98, no regime de escolas a tempo inteiro (ETI). Esta instituição é composta por dois edifícios: o principal que está localizado no Bairro Social da Nazaré e um edifício anexo, o da Azinhaga, situado na Rua Dr. Pita.

No que concerne aos recursos físicos, o edifício principal comtempla diversos espaços interiores, nomeadamente 1 gabinete de direção, 1 secretaria, 1 sala de professores, 8 salas de aulas do 1.º Ciclo, 2 salas de Educação Pré-Escolar, 2 salas de TIC, 1 sala de Inglês, 1 sala de expressão musical e dramática, 1 sala de expressão plástica, 2 salas de estudo, 2 salas de apoio pedagógico, 1 sala de isolamento/clubes, 1 biblioteca, 1 sala de apoio à biblioteca, 1 reprografia, 1 refeitório, 1 economato, 1 cozinha, 4 arrecadações, 1 vestiário de pessoal não docente, 1 bar para professores, 1 salão polivalente e sanitários para os alunos do 1.º Ciclo e do Pré-Escolar e para pessoal docente e não docente.

Relativamente ao espaço exterior, existem jardins à volta da escola, 2 pátios semicobertos, 1 campo polidesportivo e 1 parque infantil.

A Escola conta com cinco turmas do Pré-Escolar e quinze turmas do 1.º Ciclo. No edifício principal funcionam duas turmas do Pré-Escolar e quinze turmas do 1.º Ciclo. As três restantes turmas do Pré-Escolar funcionam no edifício anexo da Azinhaga. A gestão e a administração da escola estão ao encargo do Conselho Escolar, do Diretor que está dispensado da componente letiva e do Subdiretor.

O espaço escolar neste ano letivo de 2013/2014 é frequentado por crianças do 1.º Ciclo e do Pré-Escolar, existindo no total 480 crianças. A maioria dos alunos é proveniente da freguesia de São Martinho, mais especificamente da Nazaré, sendo que também existem algumas crianças de outras freguesias, concelhos e países.

No que respeita aos recursos humanos, a instituição integra pessoal docente e não docente, administrativo, técnicas superiores de biblioteca, docentes de apoio e de educação especial e uma psicóloga.

No que concerne à gestão orçamental, conta com a colaboração da Secretaria Regional de Educação e Recursos Humanos (SRERH), com a Câmara Municipal do Funchal (CMF), com a Liga de Pais e com os apoios externos/parcerias (Clube Naval do Funchal, Centro de Saúde da Nazaré, Polícia de Segurança Pública, Segurança Social/Centro Comunitário de São Martinho e Junta de Freguesia de São Martinho).

Segundo o levantamento feito pelo Departamento de Estatística, Estudos e Planeamento, mencionado no PEE, uma grande parte das famílias revelam-se disfuncionais na sua estrutura e no desempenho eficiente das suas responsabilidades paternais, evidenciando-se carências económicas, dificuldades na gestão familiar e doméstica, coabitação de vários núcleos familiares no mesmo fogo, famílias monoparentais e crianças e jovens com dificuldades de inserção social.

Em suma, a escola da Nazaré é um local arejado, com uma dimensão satisfatória, bem iluminado (com luz artificial e natural), detentor de diversos recursos pedagógicos e mobiliários que potenciam com equidade e qualidade aprendizagens significativas.

2.2.2.1. Reuniões pedagógicas.

As reuniões pedagógicas com o corpo docente realizadas na primeira segunda- feira de cada mês, constituem importantes momentos de planeamento, de reflexão e de troca de informações, de ideias e de sugestões relativas à avaliação, às metodologias e aos conteúdos pedagógicos subjacentes à prática pedagógica, sempre no sentido de melhorar as práticas educativas, promovendo a interdisciplinaridade. Estas reuniões contemplam ainda a discussão de aspetos relativos às instalações e aos recursos físicos, não só dos que se encontram disponíveis, como também dos que se apresentam indisponíveis, sendo dadas várias orientações, informações e contribuições para a resolução de problemáticas existentes.

A minha participação na reunião pedagógica teve como finalidade conhecer e inteirar-me da dinâmica e do funcionamento das mesmas, uma vez que estas estarão presentes no futuro profissional. Neste sentido, acredito que estes encontros, nos quais os docentes interagem e colaboram entre si, são cruciais, pois consagram-se como momentos que contemplam a troca de experiências, a reflexão e a procura de soluções para ultrapassar obstáculos, efetivando-se como espaços relativos à formação do docente, na medida em que foram esclarecidos alguns pontos referentes à avaliação e ao estatuto dos alunos, o que contribuiu para clarificar algumas dúvidas relativas a estes assuntos, elevando a qualidade do ensino.

Seguindo esta linha de pensamento, partilho da ideia de Arends (1995), quando menciona que “a responsabilidade do professor é ajudar as salas de aula e as escolas a melhorarem e que o envolvimento nos processos de melhoria, mesmo que apenas de forma mínima, deve começar desde cedo na carreira do professor” (p. 493).

2.2.2.2. O projeto educativo.

O PEE é um documento elaborado por todos os intervenientes da comunidade educativa e que tem como finalidade valorizar a qualidade da educação escolar. Neste documento estão patentes os princípios e os valores definidos e partilhados pela comunidade educativa, bem como os objetivos, os princípios, as orientações e as metas a atingir pela escola.

O PEE da Nazaré tem como tema “Educar para os valores” e é considerado um instrumento de trabalho onde estão patentes as linhas de ação educativa, decorrentes das necessidades e dos interesses da comunidade envolvente, cujos intervenientes da comunidade educativa se comprometem a promover, implementar e concretizar. Neste sentido e de acordo com a análise do PEE, as problemáticas mais salientes são: a ausência de valores, o desrespeito pelas regras, pelos colegas, pelos docentes e por outros intervenientes, a falta de motivação de alguns alunos e a resolução e a gestão de conflitos.

Os princípios e as linhas orientadoras traçadas para o quadriénio 2011-2015 visam sobretudo a promoção e a valorização de aprendizagens significativas, a responsabilização dos familiares na educação das crianças e a redefinição do papel da escola. As suas principais finalidades assentam, particularmente, na estimulação do desenvolvimento integral dos alunos com vista a se tornarem cidadãos informados, responsáveis, ativos e agentes críticos e transformadores da família e da comunidade, na promoção de comportamentos assertivos e no espírito de cooperação, no incentivo à entreajuda e à solidariedade e ainda, na promoção do sucesso educativo, tendo por base uma estreita relação com a família, com a escola e com a comunidade.

De forma a alcançar as finalidades suprarreferidas e de colmatar as problemáticas existentes, de acordo com o PEE, as estratégias incidem na promoção de uma pedagogia diferenciada, na individualização e na personalização de estratégias de ensino para os alunos com NEE, na adequação dos currículos às especificidades do grupo e de cada aluno e no desenvolvimento de debates sobre diversas temáticas em que as ideias de cada um sejam valorizadas e respeitadas.

No presente PEE constata-se que todos os membros da comunidade educativa traçaram linhas de ação sustentadas não só na promoção de competências sociais e académicas, como também no desenvolvimento de valores democráticos assentes numa cooperação mútua.