• Nenhum resultado encontrado

Capítulo II – A Intervenção Pedagógica em Contexto de 1.º CEB

2.6. Intervenção com a Comunidade

2.6.1. Apresentação dos projetos sobre os sistemas do corpo humano

Uma das atividades que envolveu a comunidade educativa foi a apresentação dos projetos sobre os Sistemas do Corpo Humano desenvolvidos na área curricular de Estudo do Meio. O trabalho de projeto, como já foi referido neste relatório, foi uma atividade que permitiu os alunos, através de grupos, pesquisarem informações em diversas fontes (Internet, livros, enciclopédias), esclarecer os seus conhecimentos prévios, discutir ideias, analisar e sistematizar os dados recolhidos e elaborar a apresentação dos projetos através de PowerPoint e de maquetes.

Findo este trabalho, os alunos foram convidados a apresentar os seus projetos à sua turma e à turma do 3.º D e respetiva professora titular (ver Figura 63). Inicialmente, os alunos estavam nervosos e inibidos, porém no decurso das apresentações a turma conseguiu fazer uma exposição coerente, utilizou novos vocábulos, retirou algumas dúvidas que os colegas tinham e demonstrou ter um grande conhecimento sobre esta temática.

Figura 58. Alunos a apresentar os projetos ao 3.º D

Figura 59. Pais a assistiram à apresentação dos projetos

Na minha opinião, a interação com as outras turmas é fundamental, sobretudo as que estão no mesmo nível de escolaridade, isto porque permite aos alunos trocarem informações e através dos seus conhecimentos e da sua linguagem conseguem fazer com que os outros colegas compreendam melhor os conteúdos expostos. Neste sentido, considero que todos os alunos ficaram a ganhar com a divulgação destes projetos, pois ambas as turmas abordaram este conteúdo, mas de formas díspares e após a apresentação e o confronto de ideias aconteceu uma aprendizagem mais sólida e enriquecida com as pesquisas que os alunos realizaram.

É de salientar que noutro dia de intervenção pedagógica, agendado atempadamente, o diretor e os encarregados de educação/pais dos alunos do 3.º B foram convidados a assistirem à apresentação dos projetos sobre os sistemas do corpo humano. Os alunos mostraram-se contentes com esta proposta e como o dia do pão-por-deus se estava a aproximar, solicitei que a turma trouxesse algumas frutas para depois, em conjunto, confecionarmos uma salada de fruta, com o objetivo de oferecer à plateia.

Desta forma, aquando da apresentação dos projetos, os alunos, primeiramente e com a minha orientação, confecionaram a salada de fruta e prepararam os materiais necessários. Seguidamente, receberam os convidados e colocaram-se nos seus lugares para iniciarem a apresentação. Nesta segunda apresentação notei que os alunos estavam mais à-vontade e mostravam orgulho em exibirem os seus trabalhos (ver Figura 64). Da mesma forma, os encarregados de educação/pais também ficaram vaidosos e emocionados aos verem os seus educandos/filhos apresentarem as suas maquetes com muito rigor e empenho e, mostrando-se ao mesmo tempo, disponíveis para esclarecer qualquer dúvida que a plateia tivesse.

Importa referir que os encarregados de educação/pais de alguns alunos não conseguiram estar presentes, pelo que optei por filmar as apresentações dos projetos e depois criei um blog (http://o-projeto-do-3-b4.webnode.pt) onde coloquei as fotos

relativas ao decurso do projeto para que todos os encarregados de educação/pais, familiares e amigos das crianças pudessem visualizar este momento tão especial para os alunos. Decidi ainda, colocar os vídeos num CD e oferecer aos alunos para que estes pudessem estudar os conteúdos e guardar como uma recordação, não só dos trabalhos desenvolvidos, como também dos colegas de turma.

Após a apresentação, serviu-se a salada de fruta, e proporcionou-se um momento de convívio entre alunos, professora cooperante, diretor e encarregados de educação/pais (ver Figura 65). Durante este momento, os alunos aproveitaram para mostrar e partilhar alguns trabalhos que têm desenvolvido na escola e que os seus encarregados de educação/pais não tinham tido a oportunidade de ver. Na minha perspetiva, o convívio foi um momento primordial que serviu para afunilar a relação entre os encarregados de educação/pais e os educandos/filhos e com a instituição de educação.

Saliento que este convívio teve uma grande adesão por parte dos encarregados de educação/pais, tendo sido verificado um interesse no acompanhamento das aprendizagens dos seus educandos/filhos, pois em conversas informais com alguns encarregados de educação/pais constatei, através da partilha de informação, que estes tinham conhecimento das aprendizagens dos mesmos. Esta situação foi frutífera pois, possibilitou aos familiares conviver com os alunos e outros familiares trocando opiniões e permitiu-me também estabelecer uma relação mais próxima com os mesmos, o que contribuiu para uma melhor adequação e articulação entre o trabalho educativo a desenvolver e os valores preconizados pelas famílias. Neste sentido, partilho da ideia de Davies, Marques e Silva (2000), quando referem que o ideal seria que os valores da escola coincidissem com os valores das famílias, pois quando “não há rupturas culturais a aprendizagem ocorre com mais facilidade” (p. 25). Importa referir que este momento

foi muito produtivo para mim, na medida em que o trabalho foi valorizado, pois os encarregados de educação/pais vieram-me dar os parabéns mostrando muita satisfação pelo trabalho desenvolvido com os educandos/filhos. Esta satisfação também foi constatada através da análise dos inquéritos disponíveis no Apêndice L.

Acredito vivamente que esta experiência foi fundamental e acarretou o desenvolvimento de diversas habilidades e competências, nomeadamente a comunicação oral, a postura corporal, o desenvolvimento do raciocínio, o aumento do vocabulário, entre outras. Reis (2003) corrobora esta afirmação e acrescenta que:

a comunicação das crianças com outros adultos da instituição e da comunidade, […] são um outro momento de alargar as situações de comunicação que levam a criança a apropriar-se progressivamente das diferentes funções da linguagem e adequar a sua comunicação a situações diversas (p. 188).