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2.3 HABILIDADE DE ORGANIZAÇÃO DO TEMPO DE ESTUDO

2.3.1 A estrutura da habilidade de organização do tempo de estudo no curso

Para a construção do questionário cujo propósito foi o de caracterizar e identificar a avaliação que fazem os estudantes sobre a habilidade de organização do tempo de estudo na universidade, elaborou-se um modelo teórico dessa habilidade a partir da descrição de dois elementos estruturais: um denominado de domínio, o qual diz respeito ao que se entende, conceitualmente, por habilidade de organização do tempo de estudo; e o outro, de subdomínio, o qual se estrutura em quatro partes. Cada um dos subdomínios, por sua vez, descreve um conjunto de operações ou aspectos afetivos denominados de dimensões, as quais permitem a realização da habilidade em estudo. Esse modelo teórico foi fundamentado nos estudos de Iliasov (1981), Viñas (1991), Fariñas (2004) e González, Hernández e Viñas (2009), tendo sua estrutura, apresentada no Quadro 2.1, esquematizada da seguinte forma:

Quadro 2.1 – Estrutura da habilidade de organização temporal para o estudo

DOMÍNIO SUBDOMÍNIOS DIMENSÕES

D1 HABILIDADE DE ORGANIZAÇÃO DO TEMPO DE ESTUDO SD1 Planejamento de sentido da organização do tempo de estudo

DIM 1 – Hierarquizar os motivos.

DIM 2 – Conhecer os sentidos que orientam a

organização do tempo de estudo.

DIM 3 – Hierarquizar o tempo de estudo. DIM 4 – Utilizar ferramentas para planejar o

tempo de estudo.

SD2

Controle das condições e do processo de planejamento do tempo de estudo

continua

DIM 5 – Determinar os tempos (horários)

adequados para realizar as atividades de estudo.

DIM 6 – Conhecer o tempo necessário para

realizar a atividade de estudo em determinadas condições.

DIM 7 – Definir o local adequado para

estudar em função do tempo de que dispõe.

DIM 8 – Controlar os gastos casuais de

DOMÍNIO SUBDOMÍNIOS DIMENSÕES D1 HABILIDADE DE ORGANIZAÇÃO DO TEMPO DE ESTUDO SD3 Prognóstico provável da organização do tempo de estudo

DIM 9 – Distribuir, de forma harmoniosa, o

tempo de vida.

DIM 10 – Flexibilizar o tempo a partir da

identificação de problemas.

SD4

Controle dos resultados da organização do tempo de estudo

DIM 11 – Controlar o cumprimento do tempo

planejado para estudar.

DIM 12 – Ser consciente da importância de

cumprir o tempo planejado para estudar.

DIM 13 – Identificar e corrigir os fatores que

contribuem para o não cumprimento do planejamento elaborado.

DIM 14 – Estabelecer a frequência de controle

do tempo planejado para estudar.

DIM 15 – Corrigir os prazos futuros em

decorrência do controle realizado. Fonte: Acervo da pesquisa.

Como se pode observar na Quadro 2.1, é através das dimensões que se pode avaliar os subdomínios e, consequentemente, o domínio em estudo, o qual, nesse caso, é a habilidade de organização do tempo de estudo no curso universitário. Essa proposta de estrutura permitiu elaborar o questionário como instrumento de pesquisa.

Em relação à definição de domínio (o que é organizar o tempo de estudo no curso universitário), assume-se o estabelecido no item 2.3. Essa definição, por sua vez, subsidiou a elaboração das questões sobre as representações dos estudantes relacionadas ao referido domínio de estudo.

Os subdomínios se organizam com base na estrutura da atividade, considerando os momentos de orientação, execução e controle, segundo o entendimento de Galperin (2001). Nesse sentido, foca-se a atenção para a orientação, na qual se insere o planejamento das ações, e para o controle, no qual se situam a regulação e a valoração da execução assim como aspectos relacionados à motivação, ao sujeito e aos recursos a serem usados. Como explica Galperin (2001), esses três momentos estão inter-relacionados e influenciam-se mutuamente, conforme apresentado na Figura 2.1

Figura 2.1: Estrutura dos subdomínios em relação aos momentos de orientação, execução e controle

Fonte: Acervo da pesquisa.

Como foi discutido, o subdomínio de planejamento de sentido da organização do tempo de estudo está relacionado aos elementos indutores da personalidade. Ele corresponde ao planejamento dos objetivos e das tarefas da própria atividade, do ponto de vista do sentido que ele tem para a personalidade. Esse planejamento deve incluir a divisão dos objetivos com relação à atividade atual e futura do estudante bem como a regulação desses objetivos segundo o grau de importância que eles têm para os estudantes, dividindo-os em principais e secundários (ILIASOV, 1981).

González, Hernández e Viñas (2009) destacam que o estudante deve determinar as tarefas que têm maior significação pessoal, ou seja, deve ordenar as atividades a serem realizadas de acordo com a significação e o grau de importância que elas têm, considerando não só as que são destinadas ao estudo mas também as que se referem ao trabalho, ao lazer, ao descanso, entre outras.

O planejamento de sentido da organização do tempo de estudo exerce papel de orientação por meio da hierarquia motivacional da pessoa e dos sentidos que orientam sua vida, podendo estabelecer distintos prazos (longo, médio e curto) para sua realização (FARIÑAS, 2004). A autora chama a atenção para o fato de que o desenvolvimento do sentido do tempo é percebido pelo modo como a pessoa se orienta nesse tempo, pelo hábito de pontualidade e pela adequação dos prazos que são planejados para obter o que foi estabelecido como meta.

Planejamento das atividades Prognóstico Das condições Do processo Do resultado ORIENTAÇÃO

Tomam seu sentido na execução das

ações CONTROLE

Para essa autora, algumas pessoas conseguem harmonizar a utilização do seu tempo considerando um conjunto com as seguintes dimensões: presente-futuro-passado; ocupação- descanso; execução-meditação; atividade-comunicação com os outros e consigo mesmo (autorreflexão); intencionalidade-espontaneidade; hábito (rigidez)-flexibilidade; atividade- recreação; principal-urgente; reprodutividade-produtividade-criatividade. No entanto, cada estudante tem seu estilo de vida, desenvolvendo uma configuração peculiar de organização temporal.

Dessa forma, entende-se que o subdomínio de planejamento de sentido da organização do tempo de estudo refere-se à orientação, por meio da hierarquia motivacional do estudante, das atividades que têm maior significação pessoal, ou seja, do sentido que elas têm para sua personalidade.

O subdomínio de controle das condições de planejamento do tempo de estudo está relacionado à etapa de controle, a qual constitui uma via para regular o processo de formação da habilidade de organização temporal, proporcionando o acompanhamento das condições de tempo necessárias para a realização do planejamento.

É o controle ordinário que garante a ordem determinada da realização do sistema de objetivos e tarefas da atividade bem como a regulamentação dos gastos do tempo para cumprir os tipos principais de atividade. Essa ação pressupõe a execução das seguintes tarefas: a) separação da ordem, sucessão dos problemas a resolver; b) controle do ritmo da própria atividade, sua variação no processo de realização dos objetivos e das tarefas; c) controle dos gastos do tempo para realizar todos os objetivos e as tarefas; d) controle dos gastos casuais de tempo; e e) comparação dos gastos reais com os êxitos reais. A falta da execução das tarefas supramencionadas pode provocar o desinteresse pela organização temporal (ILIASOV, 1981). De acordo com González, Hernández e Viñas (2009), uma das ações importantes para que os alunos organizem seu tempo de estudo é a elaboração de planos semanais e diários para a distribuição dos conteúdos dos componentes curriculares a serem estudados, de maneira que sejam consideradas as condições temporais necessárias ao planejamento, ou seja, devem ser levadas em conta, durante esse planejamento, as horas mais apropriadas com o intuito de localizá-las, nos planos elaborados, referentes ao tempo dedicado a cada conteúdo e à destinação de mais tempo para os conteúdos considerados como os mais difíceis pelo estudante. A função de controle das condições, como aponta Fariñas (2004), é a consideração das situações em que ocorrem as atividades de estudo, tanto do ponto de vista subjetivo quanto do objetivo, permitindo, assim, uma organização mais adequada e realista da vida.

O subdomínio de controle das condições de planejamento do tempo de estudo diz respeito à regulação das situações temporais nas quais se realizarão as atividades de estudo, tanto do ponto de vista subjetivo quanto do objetivo.

O prognóstico provável compõe a etapa de orientação, o qual, de acordo com Galperin (2001), constitui a representação que o estudante tem da ação e das condições nas quais ela se realiza. É durante a orientação que os estudantes se familiarizam com as condições concretas da ação e sua representação em um modelo de sistema de operações adequado à organização do seu tempo de estudo (NÚÑEZ; RAMALHO; OLIVEIRA, 2018).

Como subdomínio da habilidade de organização do tempo de estudo, o prognóstico provável pressupõe a antecipação dos problemas destacados em um futuro próximo e distante assim como a determinação de prazos de cumprimento, levando em consideração as datas de controle ordinário, baseando-se na confecção de planos finais do dia seguinte e da semana (ILIASOV, 1981).

Calcular a ordem e o tempo investido em tarefas similares anteriormente realizadas é uma das ações necessárias, apresentadas por González, Hernández e Viñas (2009), para a organização do tempo de estudo. Esse cálculo consiste em prever a ordem e a quantidade de horas que o discente deve estudar, distribuindo esse tempo entre os conteúdos mais ou menos complexos, como também em considerar o tempo que consumiu em atividades similares anteriormente e o ritmo de trabalho individual.

Para Fariñas (2004), o prognóstico provável é a delimitação do tempo na qual estão previstas as diferentes atividades, as relações e as tarefas da vida (datas, horários), ou seja, uma variedade de antecipações flexíveis, podendo ser conveniente adiantar, adiar, cancelar, substituir ou incluir as coisas que se espera fazer, de acordo como vão se apresentando os acontecimentos.

Entende-se que o subdomínio de prognóstico provável da organização do tempo de estudo corresponde às antecipações das ações futuras, com intuito de delimitar, no planejamento, o tempo necessário para a realização das atividades e para as relações e tarefas de estudo.

O subdomínio de controle do cumprimento também compõe a etapa de controle, mas diz respeito à comparação dos resultados parciais e finais com o que foi planejado anteriormente, ou seja, o acompanhamento dos tempos planejados com os que foram realmente utilizados pelos estudantes ao realizarem suas tarefas de estudo (NÚÑEZ; RAMALHO; OLIVEIRA, 2018). Para esses autores, é uma forma de regular o processo de formação da habilidade de organização do tempo de estudo.

O controle do cumprimento pressupõe a continuidade de todas as formas de organização temporal no transcurso da realização das tarefas do sistema da atividade e inclui as seguintes tarefas: a) controle do processo da atividade, da ordem e dos prazos de cumprimento das tarefas; b) fixação do cumprimento do plano suposto depois de terminar o dia destacado para cumprir o prazo; e c) correções dos planos posteriores baseando-se nas datas do controle realizado (ILIASOV, 1981).

Controlar o cumprimento do planejamento, na visão de González, Hernández e Viñas (2009), tem por finalidade relacionar o cumprimento da tarefa com o processo de planejamento realizado, permitindo a autoavaliação das possibilidades e do nível que o estudante alcança no planejamento. Já para Fariñas (2004), o controle do cumprimento é o balanço do que é feito, com algum grau de frequência e nível de consciência.

O subdomínio de controle dos resultados da organização do tempo de estudo está relacionado às ações de avaliação e correção, quando necessário, que faz o estudante, de forma consciente, do seu planejamento temporal.

As dimensões descrevem um conjunto de operações ou aspectos afetivos que constituem os subdomínios da habilidade de organização do tempo de estudo. Apresentam-se, a seguir, as dimensões agrupadas de acordo com os subdomínios.

a) Dimensões do subdomínio planejamento de sentido da organização do tempo de estudo DIM1 – Hierarquizar os motivos. A atividade humana não pode existir sem um motivo, pois é ele que estimula e dirige a ação (LEONTIEV, 1989). Esses motivos (materiais ou abstratos) fazem parte dos componentes indutores da atividade da personalidade. A atividade do estudante é impulsionada por vários motivos, ou seja, é polimotivacional (TALÍZINA, 2009), os quais visam atingir uma determinada meta, e a relação meta-objetivo atua na organização de todo o sistema de processos mentais e em estados que estão incluídos na atividade (BOLOTOVA, 2006). Daí a importância de o aluno, durante o planejamento de seu tempo de estudo, priorizar os motivos que o levam a realizar a organização temporal, estabelecendo metas-objetivos que possibilitem essa organização.

DIM2 – Conhecer os sentidos que orientam a organização do tempo de estudo. A formação dos sentidos é uma das funções importantes dos motivos, ou seja, alguns dos motivos que estimulam os alunos a organizarem seu tempo de estudo não só impulsionam essa atividade mas também lhe dão um sentido pessoal (TALÍZINA, 2009). Os sentidos compõem a dimensão indutora da personalidade, e, de acordo com Fariñas (2004), a emoção e os sentimentos são elementos intrínsecos da habilidade de organização temporal e de sua formação, ou seja, quando o discente organiza o seu tempo de estudo, estão presentes emoções e sentimentos que

proporcionam o desenvolvimento de um sentido pessoal a essa organização. É fundamental que o estudante conheça quais os sentidos que o orientam para a realização da organização temporal e, dessa forma, tenha consciência de seu papel como sujeito dessa atividade.

DIM3 – Hierarquizar o tempo de estudo. O objetivo direciona a atividade humana, correspondendo ao seu resultado antecipado (LEONTIEV, 1989). Os processos de antecipação permitem apresentar planos e estruturas de comportamento que incluem possíveis prazos nos seus limites máximos e mínimos (BOLOTOVA, 2006). Dessa forma, é importante que o estudante desenvolva seus planos, estabelecendo prazos e hierarquizando o seu tempo de estudo. Essa hierarquização deve ser realizada por meio da definição de objetivos principais e secundários, os quais devem estar em conformidade com as demandas do seu curso e com a complexidade que os componentes curriculares têm para ele.

DIM4 – Utilizar ferramentas para planejar o tempo de estudo. Os meios ou recursos necessários à realização da atividade encontram-se entre o objeto e o sujeito dessa atividade. Esses recursos podem ser materiais (ferramentas, instrumentos e objetos) ou de natureza informativa ou simbólica (NÚÑEZ; FARIA, 2004). É importante não só que o estudante utilize ferramentas (desde uma agenda em papel até um programa computacional) para elaborar planos e organizar seu tempo de estudo como também compreenda quais as potencialidades e as limitações das ferramentas de que ele pode dispor ao organizar seu tempo.

b) Dimensões do subdomínio controle das condições de planejamento do tempo de estudo DIM5 – Determinar os tempos (horários) adequados para realizar as atividades de estudo. As condições representam o conjunto de situações a partir das quais o sujeito realiza sua atividade (NÚÑEZ; FARIA, 2004). Referem-se tanto às condições ambientais (iluminação, ventilação, entre outras) quanto ao clima psicológico na qual a atividade é desenvolvida. No caso da organização do tempo de estudo, é necessário que o estudante identifique e determine, em seu planejamento, quais as condições temporais de que ele dispõe, ou seja, quais os horários mais adequados, na sua rotina diária ou semanal, para estudar. Essas condições podem ser objetivas, relativas à disponibilidade de tempo, ou subjetivas referentes aos horários que, para ele, são os mais apropriados ao estudo.

DIM6 – Conhecer o tempo necessário para realizar a atividade de estudo em determinadas condições. Para atingir o objetivo de organizar o tempo de estudo sob determinada condição, é importante que o discente desenvolva um planejamento, o qual consiste na antecipação das atividades que têm por realizar e dos tempos necessários para conclui-las. Essa antecipação

deve ser baseada no conhecimento que o aluno tem do tempo utilizado para realizar tarefas idênticas ou semelhantes e do seu próprio ritmo de execução das tarefas.

DIM7 – Definir o local adequado para estudar em função do tempo de que dispõe. O conhecimento e a análise, pelo discente, do contexto no qual se realiza a atividade de estudo são essenciais para a compreensão e o desenvolvimento da habilidade de organização do tempo (NÚÑEZ; FARIA, 2004). É importante que o estudante defina qual local é mais adequado para estudar, em função do tempo de que ele dispõe para realizar essa atividade.

DIM8 – Controlar os gastos casuais de tempo. A garantia de uma boa organização do tempo de estudo não está relacionada apenas à projeção de planejamento mas também às possibilidades reais de sua execução, ou seja, com o controle adequado das condições (FARIÑAS, 2004). Daí a importância de o estudante identificar e controlar os gastos casuais de tempo, visando reduzi-los ou eliminá-los em seus planejamentos futuros.

c) Dimensões do subdomínio prognóstico provável da organização do tempo de estudo DIM9 – Distribuir, de forma harmoniosa, o tempo de vida. Para realização do planejamento do tempo de estudo, é necessário que o discente faça um prognóstico provável das atividades que tem para realizar e dos prazos que serão utilizados (ILIASOV, 1981). O planejamento deve ser elaborado de forma que haja a distribuição harmoniosa do tempo entre todas as atividades (sociais, de estudo, de lazer, de descanso, de trabalho, domésticas, entre outras) a serem realizadas pelo estudante.

DIM10 – Flexibilizar o tempo a partir da identificação de problemas. O planejamento do tempo de estudo deve incluir a possibilidade de alterações na extensão temporal das atividades a serem realizadas pelo estudante. Fariñas (2004) afirma que pode ser conveniente adiantar, atrasar, cancelar, substituir ou incluir as atividades que o estudante deseja fazer conforme vão se apresentando os acontecimentos, já que a existência humana não tem um curso mecânico. É importante que o estudante tenha previsto, em seu planejamento, a flexibilização dos tempos, caso surja algum problema.

d) Dimensões do subdomínio controle dos resultados da organização do tempo de estudo DIM11 – Controlar o cumprimento do tempo planejado para estudar. O controle do cumprimento pressupõe a continuidade de todas as formas de organização temporal no decorrer da realização das atividades (ILIASOV, 1981). Para esse autor, o controle permite que o estudante faça uma avaliação de sua capacidade de elaborar planos. É importante que o

estudante controle o cumprimento do tempo planejado, para que possa, na elaboração de planos futuros, estabelecer tempos mais próximos da realidade.

DIM12 – Ser consciente da importância de cumprir o tempo planejado para estudar. A função do controle dos resultados, segundo Fariñas (2004), é a adequação paulatina dos avanços dos estudantes em relação às suas expectativas e às das outras pessoas. O controle é de grande importância na organização temporal, pois não adianta planejar o tempo de estudo, se não há um controle do que foi planejado (GONZÁLEZ; HERNÁNDEZ; VIÑAS, 2009). Nesse sentido, é importante que o estudante não só realize o controle do processo e dos resultados como também tenha consciência da importância de cumprir o tempo planejado. É por meio da consciência que a imagem subjetiva (planejamento do tempo) se tornará realidade (atividades realizadas dentro do tempo planejado).

DIM13 – Identificar e corrigir os fatores que contribuem para o não cumprimento do planejamento elaborado. O controle da organização temporal pelos estudantes permite que eles identifiquem o que não foi realizado dentro do tempo previsto e quais os fatores que contribuíram para o não cumprimento do planejado, possibilitando a correção das falhas, quando necessária, nos planejamentos futuros.

DIM14 – Estabelecer a frequência de controle do tempo planejado para estudar. O controle dos resultados, segundo Fariñas (2004), é um balanço, com uma certa frequência e nível de consciência, do cumprimento, pelo estudante, do que foi planejado. Para essa autora, existem diferentes estilos de acompanhamento do que foi planejado, desde sujeitos que avaliam diariamente a execução de suas atividades até os que fazem um levantamento de suas vidas uma vez por ano. Para que o controle seja efetivo, é importante que o estudante avalie o planejamento de seu tempo de estudo diariamente, fazendo as adequações e as flexibilizações necessárias para o dia seguinte.

DIM15 – Corrigir os prazos futuros em decorrência do controle realizado. O controle da organização do tempo de estudo tem por finalidade realizar as correções necessárias nos planejamentos futuros (NÚÑEZ; RAMALHO; OLIVEIRA, 2018). Dessa forma, é imprescindível que o estudante realize a correção dos planos futuros a partir do que identificou no controle realizado, para não incorrer nos mesmos erros em novos planejamentos.

Nesta Seção, foram apresentadas as categorias personalidade, consciência, atividade e habilidade como também suas relações com a temporalidade. Tomando por base essa matriz teórica, foram detalhadas as habilidades de estudo e as de organização do tempo, a partir das quais foi delineada a estrutura da habilidade de organização do tempo de estudo.

Nesta Seção, também explicita-se a compreensão adotada na pesquisa sobre a habilidade de organização do tempo de estudo no contexto da formação inicial universitária, a fim de se