• Nenhum resultado encontrado

4.4 AVALIAÇÃO SOBRE A HABILIDADE DE ORGANIZAÇÃO DO

4.4.1 Análise geral e por subdomínio das médias e dos desvios-padrão

4.4.1.2 Análise por subdomínio

A estrutura da habilidade de organização do tempo de estudo, adotada nesta tese, apresenta quatro subdomínios, elaborados a partir dos elementos apresentados por Iliasov (1981), Viñas (1991) e Fariñas (2004), que são: planejamento de sentido da organização do tempo de estudo, controle das condições de planejamento do tempo de estudo, prognóstico provável da organização do tempo de estudo e controle dos resultados da organização do tempo de estudo.

As médias das pontuações atribuídas pelos estudantes aos enunciados foram analisadas a partir dos subdomínios supracitados, com a finalidade de responder à seguinte questão: quais os subdomínios têm maior grau de concordância entre os estudantes?

O subdomínio 1, relativo ao planejamento de sentido da organização do tempo de estudo, refere-se à orientação, por meio da hierarquia motivacional do estudante, dos sentidos que

direcionam sua vida, ou seja, do que tem significação para a sua personalidade. Como ressalta Iliasov (1989), o planejamento dos sentidos corresponde ao planejamento dos objetivos a partir do ponto de vista que esses sentidos têm para a personalidade.

O planejamento de sentido da organização do tempo de estudo está relacionado aos componentes indutores da estrutura da habilidade, ou seja, refere-se à definição de objetivos a partir da importância e do interesse do estudante em planejar seu tempo de estudo.

Nesse sentido, Fariñas (2014) destaca que a habilidade humana, por meio da aprendizagem, não é constituída apenas da dimensão cognitiva, devendo sempre levar em consideração a dimensão afetiva, ou seja, o sentido que essa habilidade tem para o estudante.

A Tabela 4.12 apresenta a média e o desvio padrão dos enunciados relacionados ao subdomínio 1, o qual se refere ao planejamento de sentido da organização do tempo de estudo.

Tabela 4.12 – Média e desvio-padrão dos enunciados referentes ao subdomínio 1 – Planejamento de sentido da

organização do tempo de estudo

Subdomínios Subdomínio Média Desvio-Padrão Subdomínio Enunciados Médias Desvios-padrão

SD1 – Planejamento de sentido da organização do tempo de estudo 7,17 2,30 E1 7,33 1,99 E2 7,49 2,11 E3 7,92 2,00 E4 5,93 2,57

Fonte: Acervo da pesquisa. .

Observando os valores apresentados na Tabela 4.12, percebe-se que, no subdomínio 1, a média dos enunciados é de 7,17, demonstrando uma concordância parcial dos estudantes quanto ao planejamento de sentido da organização do tempo de estudo. Apesar de a média desse subdomínio ser a maior entre os subdomínios, a concordância parcial dos estudantes parece apontar para o fato de que os alunos podem não ter plena consciência dos sentidos que orientam sua organização do tempo de estudo. Como aponta Iliasov (1989), a organização do tempo não deve estar separada das formações de sentido e do planejamento de objetivos.

Núñez e Melo (2020) explicam que a estrutura da habilidade se expressa numa base gnosiológica (conhecimentos), nos componentes executores (ações e operações) e nos componentes indutores (motivos e objetivos). Dessa forma, observa-se que o planejamento de sentido da organização do tempo de estudo está relacionado aos componentes indutores da estrutura da habilidade.

Analisando os enunciados do subdomínio 1, separadamente, observa-se que o enunciado E3 (x= 7,92) apresenta o maior valor de média entre os enunciados, mostrando uma

concordância parcial, com tendência à concordância total, no que se refere a conseguir priorizar o tempo de estudo de acordo com as demandas do curso.

Em sua tese doutoral, Garzón (2014) apresenta resultados nos quais a maioria (57%) dos estudantes que participaram da pesquisa estabelecem, sempre ou habitualmente, a hierarquização diária das atividades. Esses resultados reforçam os apresentados no parágrafo anterior.

Os valores das médias dos enunciados E1 (x = 7,33) e E2 (x = 7,49), relativos a

respectivamente, hierarquizar os motivos e conhecer os sentidos que orientam sua organização temporal para os estudos, demonstram que os estudantes também concordam parcialmente, porém em níveis mais baixos que no enunciado E3. Núñez e Ramalho (no prelo) explicam que a habilidade toma sentido quando o estudante consegue compreender o lugar dela na resolução de situações-problema. Dessa forma, percebe-se que os discentes identificam, parcialmente, a importância de organizar o tempo de estudo em seu curso universitário, mesmo sendo essa dimensão uma das mais bem avaliadas por eles.

A média do enunciado E4 (x= 5,93) é a mais baixa do subdomínio 1, sinalizando uma

certa neutralidade, porém com tendência à concordância parcial, no que se refere a saber utilizar ferramentas para planejar seu tempo de estudo. Nessa mesma direção, caminham estudos realizados por Garzón (2014) e Jiménez (2015).

Garzón (2014) encontrou resultados que demonstram a baixa utilização de ferramentas para organização do tempo de estudo, ou seja, apenas 37,3% dos discentes participantes de sua pesquisa responderam que usam, sempre ou habitualmente, uma agenda, e somente 20,5% informaram que usam, sempre ou habitualmente, um diário com as atividades realizadas. Já na pesquisa realizada por Jiménez (2015), a maioria dos estudantes (67,8%) não planeja seu tempo diário, e apenas 32,2% utilizam uma agenda como ferramenta de planejamento.

Como explica Fariñas (2004), há uma ampla variabilidade de estilos e motivos individuais no que se refere à organização do tempo, existindo diversos estilos de planejamento pessoal, desde os indivíduos que têm controle rigoroso do seu tempo até os que são mais relaxados. Para essa autora, a organização do tempo dos indivíduos apresenta diferenças em relação à projeção e à realização de planos, tanto no que diz respeito ao conteúdo quanto à forma e à dinâmica desses planos.

Após a finalização da análise do subdomínio 1, passa-se ao subdomínio 2, o qual está relacionado ao controle das condições de planejamento do tempo de estudo, referindo-se às condições nas quais se realizam a atividade de estudo, sejam elas objetivas ou subjetivas. Essa função de controle das condições, como explica Fariñas (2004), considera as situações que

permitem a realização das atividades cotidianas, tanto do ponto de vista objetivo quanto do subjetivo, possibilitando, assim, uma organização mais adequada e realista da atividade de estudo.

Quando o controle das condições não é realizado pelo estudante, na visão de Iliasov (1989), o planejamento não é real, dificultando o cumprimento do que foi planejado.

Finalizada a discussão sobre o subdomínio 1, passa-se, então, à análise das médias e dos desvios-padrão relacionados ao subdomínio 2, cujas médias e desvios-padrão estão apresentados na Tabela 4.13.

Tabela 4.13 – Média e desvio-padrão dos enunciados relativos ao subdomínio 2 – Controle das condições de

planejamento do tempo de estudo

Subdomínios Média subdomínio Desvio-Padrão Subdomínio Enunciado Médias Desvios-padrão SD2 – Controle das condições de planejamento do tempo de estudo 6,64 2,43 E5 6,28 2,37 E6 6,49 2,25 E7 7,79 2,09 E8 5,98 2,61

Fonte: Acervo da pesquisa.

A média do subdomínio 2 (x= 6,64), demonstrada na Tabela 4.13, aponta, como no

subdomínio 1, para a concordância parcial dos estudantes, porém em menor grau que o subdomínio anterior. Os estudantes demonstram que controlam parcialmente as condições de planejamento do seu tempo de estudo.

A concordância parcial dos estudantes parece demonstrar que eles não controlam, de maneira adequada, as condições de planejamento do tempo de estudo, e essas condições dizem respeito à adequação ambiental, material, ao clima psicológico, no qual se realiza o planejamento do tempo de estudo, bem como às circunstâncias usadas pelos estudantes para adequar seus propósitos às condições ideais e agir sobre o objeto e o produto com um objetivo, no qual se relacionam esses comportamentos, permitindo, assim, determinar uma direção para alcançar o resultado final, que é a organização do seu tempo de estudo (NÚÑEZ; MELO, 2020). Em certas condições, o próprio tempo, como categoria objetiva, pode influenciar a natureza da atividade e suas características, pois funciona como um elemento estressor. Dessa forma, em condições de deficiência de tempo, o estudante é capaz de resolver algumas tarefas de forma mais eficaz (BOLOTOVA, 2006).

Ao analisar, especificamente, cada enunciado do subdomínio 2, observa-se que o enunciado E7 tem a maior média ( x = 7,79), indicando que os estudantes concordam

realizar seus estudos em função do tempo de que dispõem. Nessa mesma direção, caminham estudos realizados por Mercuri (1992) e González (2015).

Estudando as condições espaciais, materiais, temporais e pessoais para o estudo, Mercuri (1992) evidencia que, para os estudantes da Unicamp, as condições espaciais (locais destinados ao estudo) têm menor grau de influência sobre suas dificuldades para estudar, ou seja, eles têm mais facilidade para lidar com as condições ambientais. Já os resultados apresentados por González (2015), em sua dissertação de mestrado, mostram que aproximadamente 70% dos estudantes do Centro de Tecnologia da UFRN escolhem estudar em suas residências.

Nos enunciados E5 (x= 6,28) e E6 (x= 6,49), relacionados, respectivamente, a saber

determinar, no tempo diário, os horários adequados para estudar e a saber estabelecer o tempo aproximado de que necessita para realizar as atividades de estudo, levando em consideração as condições de que dispõe, os estudantes demonstram que também concordam parcialmente, mas com grau de concordância menor que no enunciado 7, com tendência à neutralidade.

Na visão de González, Hernández e Viñas (2009), conhecer o tempo que utilizou em atividades similares anteriormente e o ritmo pessoal constituem operações importantes para a organização do tempo de estudo, pois permitem valorar as tarefas que se tem para realizar. No entanto, a pesquisa de Mercuri (1992) destaca que apenas 19,5% dos estudantes participantes de sua investigação têm previsão dos horários semanais para estudar e, habitualmente, conseguem cumpri-la, revelando que a maioria dos estudantes não consegue ou consegue parcialmente prever o tempo adequado para estudar.

O enunciado E8 (x= 5,98) apresenta a menor média do subdomínio 2, demonstrando

uma neutralidade, porém com tendência à concordância parcial dos estudantes no que se refere a considerar, no planejamento do tempo de estudo, os gastos ocasionais de tempo (momentos para beber água, usar o celular, ir ao banheiro, entre outros). Como aponta Iliasov (1989), é importante controlar os gastos ocasionais de tempo para que o estudante consiga reduzi-los ou eliminá-los em seus planejamentos futuros.

Fariñas (2004) ressalta que alguns estudantes desconhecem o tempo necessário para ler um material, enquanto outros conseguem calcular bem esse tempo. Para ela, existem alunos que começam a trabalhar em suas tarefas de estudo sem conhecer os limites de tempo, já outros têm uma ideia mais adequada de seus limites. Sendo assim, essa autora aponta que a garantia de uma boa organização temporal não tem a ver somente com elaborar um plano e ajustá-lo quando necessário mas também com o fato de conhecer as possibilidades reais de sua execução, ou seja, o controle apropriado das condições.

Os resultados da pesquisa de Garzón (2014) vão em sentido contrário aos que são apresentados para o enunciado E8, mostrando que apenas 16,9% dos estudantes informam que, de maneira habitual ou constante, dedicam muito tempo a tarefas sem importância, o que indica uma certa consciência sobre o manejo do tempo.

Finalizada a discussão sobre o subdomínio 2, passa-se, então, à análise das médias e dos desvios-padrão relacionados ao subdomínio 3, o qual refere-se ao prognóstico provável da organização do tempo de estudo, que é a delimitação, no tempo previsto, das diferentes atividades, relações e tarefas para estudar.

Nesse sentido, Iliasov (1989) ressalta que o prognóstico provável pressupõe a subordinação e comparação dos problemas que poderão acontecer em um futuro próximo ou mais distante bem como a determinação de prazos para cumpri-los. Por sua vez, Bolotova (2006) enfatiza quais são habilidades temporais, pessoais e especiais: o uso produtivo do tempo, a orientação no tempo, a capacidade de distribuí-lo a sua própria maneira, quando o tempo dos eventos é incerto e quando a sua determinação não existe. Essas habilidades asseguram a oportunidade, a produtividade e a otimização da vida pessoal e social de uma pessoa. Nesse contexto, a Tabela 4.14 apresenta as médias e os desvios-padrão dos enunciados que compõem o subdomínio 3.

Tabela 4.14 – Média e desvio-padrão dos enunciados relativos ao subdomínio 3 – Prognóstico provável da

organização do tempo de estudo

Subdomínios Média subdomínio Desvio-Padrão Subdomínio Enunciados Médias Desvios-padrão

SD3 – Prognóstico provável da organização

do tempo de estudo 5,58 2,48

E9 5,45 2,50

E10 5,71 2,46 Fonte: Acervo da pesquisa.

Os resultados apresentados na Tabela 4.14 mostram que a média das pontuações dos enunciados pertencentes ao subdomínio 3 (x= 5,58) é a menor entre todos os subdomínios.

Esses valores indicam certa neutralidade dos estudantes em relação a realizar um prognóstico provável da organização de seu tempo de estudo. Apesar de não discordarem, é no subdomínio do prognóstico provável que os estudantes menos concordam.

A neutralidade na resposta dos estudantes parece demonstrar que eles não executam, de forma adequada, o prognóstico provável de sua organização temporal, o qual é visto por Iliasov (1989) como uma forma flexível de planejar, incluindo as possibilidades de alteração na realização da atividade da personalidade em sua dimensão temporal. Para esse autor, quando o estudante não faz (ou não sabe fazer) o prognóstico de suas atividades, ele não está preparado para reestruturar os seus planos, conservando a organização do seu sistema de atividades.

Analisando as médias, individualmente, percebe-se que o valor da média do enunciado E9 (x= 5,45) é a menor de todos os enunciados que compõem o subdomínio 3, indicando o

menor índice de concordância entre os estudantes. Esse enunciado está relacionado a conseguir conciliar, de forma harmoniosa, o tempo de estudo de que os estudantes dispõem com os horários destinados a outras atividades do cotidiano. No entanto, Fariñas (2004) destaca que o prognóstico provável é importante porque permite a delimitação do tempo na qual se preveem as diferentes atividades que se têm para realizar. Essa previsão pode ser modificada de acordo com a forma como os acontecimentos se realizam.

Alguns autores têm realizado estudos sobre esse fenômeno. Por exemplo, Durán (2017), em sua pesquisa com estudantes de medicina chilenos, identificou que as várias atividades desenvolvidas, como, por exemplo, trabalhar, ser pai, fazer esportes, realizar atividades domésticas, reservar tempo para a família e os amigos, podem afetar a quantidade de tempo disponível para estudar, dificultando a gestão do tempo de estudo.

Já na pesquisa realizada por Jiménez (2015), a maioria dos estudantes (95%) destaca que o tempo que tem para realizar todas as suas atividades não é suficiente, ou seja, eles não conseguem conciliar o tempo de estudo com o tempo destinado as demais atividades de sua vida. Isso também foi constatado nos estudos de Oliveira et al. (2016), os quais evidenciaram que uma das principais dificuldades dos universitários, na gestão de seu tempo de estudo, foi conciliar esse tempo com a convivência familiar e o lazer.

O enunciado E10 tem o segundo menor valor de média (x= 5, 71), indicando que existe

uma certa neutralidade dos estudantes no que se refere a saber flexibilizar o tempo de estudo quando surge algum problema imprevisto. Como ressalta Bolotova (2006), citando G. Selye, os eventos imprevisíveis e incontroláveis são mais perigosos que os previsíveis e controlados. Para essa autora, quando as pessoas estão conscientes do tempo estimado de problemas iminentes, seu autocontrole vai se formando gradualmente e sendo rearranjado de uma nova maneira, neutralizando o efeito estressor.

Para organizar adequadamente o tempo de estudo, é necessário que o discente saiba flexibilizar seu tempo quando surgem problemas imprevistos, reordenando, assim, seu planejamento, com o intuito de atingir seus objetivos.

Encerrada a análise do subdomínio 3, passa-se à análise das médias e dos desvios-padrão relacionados ao subdomínio 4, o qual diz respeito ao controle dos resultados da organização do tempo de estudo, que corresponde à avaliação e à correção, quando necessário, que faz o estudante, de forma consciente, de seu planejamento do tempo de estudo.

Como indica Fariñas (2004), a função de controle dos resultados é a adequação, de forma gradual, dos avanços de cada pessoa às expectativas dela própria e dos outros (pai, mãe, filho, professores, chefes, amigos). Nesse contexto, o controle dos resultados tem por finalidade diagnosticar o grau de desenvolvimento real da habilidade de organização do tempo de estudo dos discentes (NÚÑEZ; RAMALHO; OLIVEIRA, 2018). A Tabela 4.15 demonstra as médias e os desvios-padrão dos enunciados que compõem a função de controle dos resultados, os quais constituem o subdomínio 4.

Tabela 4.15 – Média e desvio-padrão dos enunciados relativos ao subdomínio 4 – Controle dos resultados da

organização do tempo de estudo

Subdomínios Média subdomínio Desvio-Padrão Subdomínio Enunciados Médias Desvios-padrão

SD4 – Controle dos resultados da organização do tempo de estudo 6,29 2,54 E11 6,39 2,52 E12 7,11 2,58 E13 5,80 2,38 E14 6,05 2,59 E15 6,08 2,47

Fonte: Acervo da pesquisa.

A média das pontuações atribuídas pelos alunos aos enunciados do subdomínio 4 (x=

6,29), demonstrada na Tabela 4.15, revela que os estudantes concordam parcialmente com o controle dos resultados de sua organização do tempo de estudo. No entanto, essa concordância ocorre em um grau menor que nos subdomínios 1 e 2, já que no subdomínio 3 eles apresentam uma certa neutralidade.

Níveis de concordância muito baixos podem indicar que os estudantes não realizam adequadamente o controle de seus resultados, e, como apontam González, Hernández e Viñas

(2009), é o controle que permite ao estudante autoavaliar suas possibilidades e seu nível de alcance no planejamento, além de fazer correções mais precisas em seus planejamentos futuros. Nessa mesma direção, Núñez e Melo (2020) destacam que o controle é a via para regular o processo de formação das habilidades, fornecendo dados que possam avaliar o nível de formação que vai sendo atingido.

Avaliando, isoladamente, os enunciados do subdomínio 4, constata-se que o enunciado E12 (x = 7,11) apresenta a maior média desse subdomínio, demostrando que os estudantes

concordam parcialmente em ter consciência da importância de avaliar o cumprimento do tempo planejado para estudar, pois isso possibilita aprender a organizar o tempo de estudo. A concordância parcial parece indicar que os estudantes reconhecem a importância do cumprimento do tempo planejado. No entanto, isso não garante que eles realmente realizem o controle e cumpram o planejamento.

A importância do controle, como explicam González, Hernández e Viñas (2009), está no fato de que não se resolve nada apenas com planejamento, sendo necessário controlar e garantir o cumprimento do que foi planejado.

A média do enunciado E11 ( x = 6,39) também indica concordância parcial dos

estudantes no que se refere a conseguir verificar, com eficiência, se o tempo planejado para estudar foi cumprido. No entanto, o grau de concordância é menor que o do enunciado anterior, demonstrando que, apesar de eles informarem ter consciência da importância do cumprimento do que foi planejado, a concordância em relação à execução do controle é menor. Nesse tocante, González, Hernández e Viñas (2009) ressaltam que, se não há controle das tarefas e não são realizados os ajustes necessários, o estudante perdeu um tempo a mais, que foi o utilizado por ele para a elaboração do planejamento.

De acordo com a pesquisa de Garzón (2014), na dimensão de percepção de controle do tempo, 47% dos estudantes informam sentir que podem controlar seu tempo, o que reforça os resultados aqui apresentados. Nesse sentido, González (2015) destaca que cumprir horários pré- estabelecidos, desenvolver estratégias de monitoramento do tempo e das atividades envolvidas, entre outras variáveis, parecem contribuir para a qualidade de vida e o êxito acadêmico. Em sua pesquisa, a variável planejar e cumprir os horários de estudo foi significativa para os alunos das áreas de biociências, tecnológica e de humanas.

Os enunciados E13, E14 e E15 apresentam valores de média muito próximos, sendo que, nos enunciados E14 (x= 6,05) e E15 (x= 6,08), os estudantes demonstram uma concordância

parcial muito baixa, com tendência à neutralidade, e, no enunciado E13 (x= 5,80), ao contrário,

eles apresentam uma certa neutralidade, tendendo à concordância parcial.

O enunciado E13 está relacionado a identificar e corrigir os fatores que obstaculizam o cumprimento do tempo planejado para estudar, realizando as correções necessárias no planejamento, e os enunciados E14 e E15 se referem, respectivamente, a saber estabelecer o tempo para estudar, seja ele diário ou semanal, e saber realizar as correções no planejamento do tempo de estudo, na medida em que conseguem determinar o que foi ou não cumprido.

O controle dos resultados da organização temporal para o estudo é constituído de operações relacionadas ao acompanhamento do que foi planejado, à avaliação do cumprimento dos planos e à correção e aos ajustes dos futuros planejamentos baseados nos dados do controle realizado. Corrigir e ajustar os planos futuros é imprescindível para que as mesmas falhas de planejamento não se repitam.

Talízina (2009) chama a atenção para o fato de o controle final consistir em uma valoração dos resultados conseguidos ao final de um trabalho, ou seja, ao final da organização do tempo de estudo, o estudante deve avaliar se o seu planejamento inicial foi cumprido, permitindo, dessa forma, realizar, conscientemente, os ajustes necessários e, assim, alcançar seus objetivos.

Após a análise das médias e dos desvios-padrão dos enunciados e dos subdomínios,