• Nenhum resultado encontrado

A M ETA mais preparações no equipamento?

No documento A META Eliyahu Goldratt (páginas 118-120)

- Claro, eu disse. Mas não se preocupe com isso. - Não...?

- É, não se preocupe com isso. - Mas Donovan...

- Donovan ficará bem mesmo, com mais preparações. E, enquanto isso, existe outro conjunto de benefícios, além desse que você citou, que poderemos obter

quase imediatamente.

- Qual é? ela perguntou. - Você quer mesmo saber? - Claro que sim.

- Certo. Organize uma reunião com os outros e direi a todos ao mesmo tempo.

Por ter passado para ela a tarefa de organizar a reunião, Stacey se vingou de mim marcando-a ao meio dia, no restaurante mais caro da cidade - com almoço por minha conta, é claro.

- O que eu poderia fazer? perguntou ela enquanto nos sentávamos à mesa. Era a única hora em que todos estavam livres, certo, Bob?

- Certo, concordou Bob.

Não fiquei irritado. Dadas a qualidade e a quantidade de trabalho que essas pessoas tinham tido anteriomente, não podia reclamar por pagar a conta do almoço. Comecei logo a contar a todos sobre o que Stacey e eu havíamos conversado pela manhã e levei a conversa para o outro conjunto de benefícios.

Parte do que Jonah me dissera na noite anterior ao telefone tinha a ver com o tempo que uma peça permanece dentro da fábrica. Se você considerar o tempo total desde o momento em que o material entra na fábrica até o minuto em que ele sai como parte de um produto acabado, pode dividir esse tempo em quatro elementos.

Um deles é a preparação, o tempo que a peça gasta esperando por um recurso, enquanto ele está sendo preparado para trabalhar a peça.

Outro é o tempo do processo, que é o tempo que a peça gasta esperando para ser transformada em uma forma nova e mais valiosa.

Um terceiro elemento é o tempo na fila, que é o tempo que a peça gasta na fila de um recurso enquanto ele está trabalhando outra peça.

O quarto elemento é o tempo de espera, que é o tempo que a peça espera, não por um recurso, mas por outra peça, para que elas possam ser montadas juntas.

Conforme Jonah mostrara na noite anterior, a preparação e o processo são 01 k

A Meta

uma parte pequena do tempo total decorrido para qualquer peça. Mas a fila e a espera muitas vezes consomem tempo demais - na verdade, a maioria do tempo decorrido que a peça gasta dentro da fábrica.

Para as peças que passam por gargalos, a fila é a parte dominante. A peça fica parada na frente do gargalo durante longo tempo. Para as peças que passam apenas por não gargalos, a espera é dominante, porque elas esperam na frente da montagem por peças que virão dos gargalos. O que significa que, em cada caso, são os gargalos que determinam o tempo decorrido. O que, por sua vez, significa que os gargalos determinam o inventário, bem como o ganho.

Vínhamos definindo os tamanhos dos lotes segundo uma fórmula de lote económico. Na noite anterior, Jonah me dissera que, embora não tivesse tempo para explicar as razões pelo telefone, essa fórmula tinha várias suposições erradas por trás dela. Em vez disso, ele me pediu para considerar o que aconteceria se

' reduzíssemos o tamanho dos lotes pela metade das quantidades atuais.

Se reduzirmos o tamanho dos lotes pela metade, também reduziremos pela metade o tempo necessário para processar um lote. Isso significa que reduziremos a fila e a espera pela metade também. Ao reduzirmos as duas metades, reduziremos em mais ou menos à metade o tempo total que as peças ficam na fábrica. Reduza o

* tempo que as peças ficam na fábrica e...

; - Nosso "lead time" total se condensa, expliquei. E, com menos tempo gasto

: parado em uma pilha, a velocidade do fluxo das peças aumenta.

- E, com a circulação mais rápida dos pedidos, os clientes recebem suas encomendas mais rápido, disse Lou.

- Não apenas isso, disse Stacey, mas com "lead times" mais curtos, podemos

responder mais rápido.

- Certo! disse. Se pudermos responder mais rápido ao mercado, conseguire mos uma vantagem competitiva.

- Isso significa que mais clientes virão até nós porque podemos entregar mais

rápido, disse Lou.

- Nossas vendas aumentam! disse.

- E também as nossas bonificações! disse Stacey. - Ei! Esperem um momento! disse Bob.

- Qual é o problema? perguntei.

- E o tempo de preparação? disse ele. Reduza o tamanho dos lotes pela metade e você dobrará o número de preparações. E o trabalho direto? Temos que economizar nas preparações para manter os custos baixos.

- OK, sabia que este assunto ia surgir, disse a eles. Agora vejam, é hora de 219

A META

pensar nisto cuidadosamente. Jonah me disse ontem à noite que existe uma regra correspondente àquela sobre uma hora perdida em um gargalo. Lembram disso? Um a hora perdida em um gargalo é uma hora perdida no sistema inteiro.

- Sim, eu me lembro, disse Bob.

Eu disse: - A regra que ele me passou ontem à note é que uma hora economizada em um não gargalo é uma miragem.

- Uma miragem! disse ele. O que você quer dizer uma hora economizada em um não gargalo é uma miragem? Uma hora economizada é uma hora economizada! - Não, não é, disse a ele. Desde que começamos a reter material para o piso até que os gargalos estivessem prontos para ele, os não gargalos ficaram algum tempo parados. Está perfeitamente certo o fato de termos mais preparações nos não gargalos, porque tudo o que estamos fazendo é reduzir o tempo que as máquinas ficariam paradas. A economia de preparações em não gargalos não torna o sistema nem um pouco mais produtivo. O tempo e o dinheiro economizados são uma ilusão. Mesmo que dobrássemos o número de preparações, isso não consumiria todo o tempo ocioso.

-OK,OK, disse Bob. Acho que entendo o que você quer dizer. Em primeiro lugar, Jonah disse para reduzirmos o tamanho dos lotes pela hietade. Depois ele sugeriu que eu fosse imediatamente até o marketing e os convencesse a fazer uma nova campanha que prometerá aos clientes entregas mais rápidas. - Será que consiguiremos? perguntou Lou.

Disse a eles: - Nossos "lead times" já se condensaram consideravehnente em relação ao que eram antes, graças ao sistema de prioridade e ao fato de tornar os gargalos mais produtivos. Já reduzimos o "lead time" de cerca de três ou quatro meses para dois meses ou até menos. Se reduzirmos o tamanho dos lotes pela metade, com que rapidez vocês acham que poderemos responder?

Houve uma eternidade de hesitação enquanto isto foi discutido. Finalmente, Bob admitiu: - OK, se reduzirmos o tamanho dos lotes pela metade, isso significa que ele deverá levar a metade do tempo que leva agora. Por isso, em vez de seis a oito semanas, ele levará cerca de quatro semanas...talvez até três semanas, em muitos casos.

- Suponham que eu vá até o marketing e diga a eles para prometerem aos clientes entregas em três semanas? disse.

- Ei! Espere aí! disse Bob.

- É, dê-nos uma chance! disse Stacey.

- Certo, quatro semanas então, disse. Isso é razoável, não? - Para mim parece razoável, disse Ralph.

220

A META

- Bem...OK,disse Stacey.

- Acho que devemos arriscar, disse Lou.

- Então, você quer entrar nisso conosco? perguntei a Bob.

Bob se recostou na cadeira e disse: - Bem... sou todo a favor de bonificações maiores. Que diabo. Vamos tentar.

Na sexta-feira de manhã, o Buick e eu estávamos correndo novamente pela Interestadual a caminho da sede. Cheguei na cidade na hora que o sol estava batendo nas janelas do prédio da UniCo e refletindo uma luz ofuscante. Na verdade, isso era muito bonito. Por um momento, isso afastou o nervosismo dos meus pensamentos. Eu tinha uma reunião marcada com Johnny Jons no escritório dele. Quando telefonei, ele estava bastante disposto a me ver, mas não parecia muito entusias- mado sobre o que eu dissera que queria conversar. Senti que precisaria de toda a minha habilidade para convencê-lo a concordar com o que queríamos fazer. Por isso, peguei-me roendo as unhas durante a viagem.

Jons não tinha realmente uma mesa na sala dele. Ele tinha uma mesa de vidro apoiada em pés de cromo. Acho que isso era para que todos pudessem ver bem seus sapatos Gucci e suas meias de seda - que ele mostrava quando se recostava na poltrona, entrelaçava os dedos e os colocava atrás da cabeça.

Ele disse: - Então... como vai tudo?

- Tudo vai muito bem agora, disse. Na verdade, é por isso que eu queria falar com você.

Jons assumiu imediatamente uma expressão impossível.

- Certo, ouça, disse a ele, vou mostrar minhas cartas para você. Não estou exagerando quando digo que tudo está indo bem. Está mesmo. Como você sabe, nós nos livramos do atraso nos nossos pedidos. No início da semana passada, a fábrica começou a produzir estritamente para cumprir as datas projetadas de entrega.

Jons concordou com a cabeça e disse: - Sim, observei que meu telefone não tem tocado ultimamente com reclamações de clientes sobre falta de produtos.

- O que importa, disse a ele, é que a fábrica deu a volta por cima. Veja isto. Da minha pasta, tirei a listagem mais recente, gerada pelo computador, dos pedidos de clientes. Entre outras coisas, ela mostrava as datas de entrega prometi- das, junto com as datas em que Ralph esperava a remessa e as datas em que os produtos foram de fato expedidos.

- Você vê - disse a Jons, enquanto ele estudava a listagem sobre a mesa de vidro - podemos prever em vinte e quatro horas, de uma maneira ou de outra, quando um pedido vai sair da fábrica.

- Sim, já vi uma coisa como esta circulando, disse Jons. Estas são as datas?

221

A META

No documento A META Eliyahu Goldratt (páginas 118-120)