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A META Qual o número que você calça?

No documento A META Eliyahu Goldratt (páginas 128-169)

- Quarenta e três. Por quê?

- Estou lhe devendo um par de sapatos. - Tudo bem Johnny; não se preocupe com isso.

- Alex, estou lhe dizendo, estamos no caminho! Você marcou o gol decisivo com esse pedido. Vamos nos reunir com o pessoal do Burnside na próxima semana para tratar de um contrato a longo prazo para o Modelo 12: -10.000 unidades por ano!

O número me fez dar um passo para trás.

- E vou reunir todo o meu departamento quando voltar, continuou Jons enquanto andava. Vamos fazer uma nova campanha para vender tudo o que vocês fazem aqui, porque esta é a única fábrica que temos nesta maldita divisão que consegue entregar um produto de qualidade pontualmente. Com o seu "lead time", Alex, vamos tirar todos do mercado! Graças a você, finalmente, temos um vencedor.

Fiquei radiante. - Obrigado Johnny. Mas acontece que o pedido de Burnside não exigiu nenhum esforço extra.

- Psiu. Não deixe Burnside saber.

Atrás de mim, ouvi dois horistas conversando. - O que significa tudo isso? perguntou um.

- Sei lá, disse o outro. Acho que a gente fez alguma coisa certa.

Na véspera da revisão do desempenho da fábrica, com a apresentação ensaiada e dez cópias do nosso relatório na mão, e sem nada para fazer exceto imaginar o que poderia sair errado, telefonei para Julie.

- Oi, disse a ela. Ouça, tenho que estar na sede amanhã de manhã para uma reunião. E como Forest Grove é mais ou menos no caminho, gostaria de encontrar você esta noite. O que você acha?

- Claro! Parece ótimo! disse ela.

Por isso, saí um pouco mais cedo do trabalho e segui pela auto-estrada. Enquanto me dirigia para a Interestadual, Bearington foi ficando à minha esquerda. A placa de "Compre-me!", no alto do prédio de escritórios, ainda estava lá. Cerca de 30.000 pessoas estavam ao alcance da minha visão, que não tinham ideia nenhuma de que uma parte pequena, porém importante, do futuro económico da cidade seria decidida no dia seguinte. A maioria delas não tinha o menor interesse na fábrica nem no que fazíamos aqui, mas, se a UniWare fechasse, elas ficariam loucas e apavoradas. E se ficássemos abertos? Ninguém se importaria. Ninguém nem mesmo saberia pelo que passamos.

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Bem, ganhando ou perdendo, sabia que tinha feito o possível.

Quando cheguei na casa dos pais de Julie, Sharon e Dave vieram correndo até o carro. Depois de tirar o terno e me vestir mais descontraídamente, colocar algumas roupas "de folga", passei mais ou menos uma hora brincando com os dois. Quando eles já tinham me deixado esgotado, Julie teve a ideia de nós dois sairmos para jantar. Tive a sensação de que ela queria falar comigo. Tomei um banho rápido e fomos. No caminho, passamos pelo parque.

- Alex, que tal pararmos um pouco, disse Julie. - Por quê?

- Da última vez que estivemos aqui, não terminamos o nosso passeio, ela disse.

Eu estacionei o carro, saímos e começamos a andar. Logo chegamos até o banco à beira do rio e nos sentamos.

- Sobre o que é a sua reunião de amanhã? perguntou ela.

- É uma revisão do desempenho da fábrica. A divisão decidirá o futuro da fábrica.

- Ah. O que você acha que eles dirão?

- Nós não chegamos a fazer o que prometi a Bill Peach. Um conjunto de números não parece tão bom quanto verdadeiramente é, por causa do padrão de custeio dos produtos. Lembra de que lhe contei alguma coisa sobre isso, não?

Ela concordou com a cabeça. Balancei a minha momentaneamente, ainda zangado com o que acontecera como resultado da auditoria.

- Mas, mesmo com isso, ainda tivemos um bom mês. Acontece apenas que ele não se mostra como o mês fantástico que realmente tivemos.

- Você não acha que eles ainda vão fechar a fábrica, acha?

- Acho que não. A pessoa teria de ser idiota para nos condenar apenas por causa de um aumento nos custos dos produtos. Mesmo com as malditas medições, estamos ganhando dinheiro.

Ela pegou minha mão e disse: - Gostei de você ter me levado para tomar café fora naquela manhã.

Sorri e disse: - Depois de me ouvir falar sem parar às cinco da manhã, você merecia.

- Quando você conversou comigo, me fez perceber como eu sei pouco sobre o que você faz. Gostaria que você tivesse me contado mais durante os anos.

Encolhi os ombros. - Não sei porque não fiz. Acho que pensei que você não iria querer me ouvir. Ou não queria aborrecer você com isso.

- Bem, eu deveria ter feito mais perguntas.

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- Tenho certeza de que não lhe dei muitas oportunidades, trabalhando quase o dia inteiro.

- Quando você não vinha para casa naqueles dias antes de eu ir embora, eu considerei isso como algo pessoal. Não pude deixar de acreditar que isso tinha algo a ver comigo. Lá no fundo, pensei que você deveria estar usando isso como desculpa para ficar longe de mim.

- De maneira nenhuma, Julie. Quando todas aquelas crises estavam ocor rendo, apenas continuei a pensar que você deveria saber como elas eram importan tes. Sinto muito. Deveria ter lhe contado mais.

Ela apertou minha mão e disse:

- Estive pensando sobre algumas coisas que você disse sobre o nosso casamento quando estávamos sentados aqui da última vez. Preciso dizer que você está certo. Durante muito tempo, nós estivemos apenas deixando as coisa passarem. Na verdade, nós estávamos nos afastando. Eu observei você cada vez mais envolvido no seu serviço à medida em que os anos passavam. E, para compensar o fato de perder você, envolvi-me em coisas como decoração da casa e passar meu tempo com minhas amigas. Nós perdemos de vista o que era importante.

Olhei para ela sob a luz do sol. As mechas horríveis quê vi no seu cabelo no dia em que cheguei em casa, quando a NCX-10 estava parada, finalmente cresceram e foram cortadas. Seus cabelos estavam com volume, novamente lisos e com a mesma cor castanha.

- Alex, a única coisa que definitivamente sei agora é que quero mais de você, e não menos. Esse foi sempre o meu problema.

Ela se virou para mim com seus olhos azuis e eu tive uma sensação perdida há muito tempo em relação a ela.

- Finalmente descobri porque não quis voltar para Bearington com você, disse ela. E não foi apenas pela cidade, embora eu não goste muito dela. É que desde que estamos separados, na verdade, passamos mais tempo juntos. Quer dizer, quando estávamos vivendo na mesma casa, sentia como se você me considerasse uma coisa segura. Agora você me traz flores. Você sai do seu caminho para ficar comigo. Você arranja tempo para sair comigo e as crianças. Alex, isso tem sido bom. Sei que não posso continuar com isso para sempre, acho que meus pais estão ficando um pouco cansados desse arranjo, mas eu não quis que isso terminasse.

Comecei a me sentir melhor. Disse:

- Pelo menos temos certeza de que não queremos dizer adeus.

- Alex, não sei exatamente qual é a nossa meta, nem qual deveria ser, mas acho que sei que deve haver algum tipo de necessidade entre nós. Sei que quero que

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Sharon e Dave cresçam e sejam boas pessoas. E quero que demos um ao outro o que precisamos.

Coloquei o braço em volta dela e disse:

- Para começar, isto soa muito bem. Veja, é provável que seja mais fácil falar do que fazer, mas certamente posso tentar evitar o fato de considerar você como uma coisa segura. Gostaria que você voltasse para casa, mas infelizmente as pressões que causaram todos os problemas ainda estarão por lá. Elas não vão simplesmente ir embora. Não posso ignorar o meu trabalho.

- Nunca pedi para você fazer isso. Apenas não me ignore, nem as crianças, e eu realmente tentarei entender o seu trabalho.

Sorri e perguntei:

- Você se lembra, há muito tempo atrás , depois que nos casamos e ambos trabalhávamos, quando chegávamos em casa e ficávamos conversando durante algumas horas e compartilhávamos dos problemas que tivéramos durante o dia? Aquilo era bom.

- Mas depois vieram os bebés, disse Julie. - E, mais tarde, você começou a fazer horas extras no trabalho.

- É, nós abandonamos o hábito. O que você acha de fazermos isso nova mente?

- Isso parece fantástico. Olhe, Alex, eu sei que ter deixado você deve ter parecido egoísmo da minha parte. Eu apenas perdi a cabeça por um tempo. Sinto muito.

- Não, você não tem que sentir muito. Eu deveria ter prestado atenção. - Mas eu tentarei compensar isso para você, disse ela. Depois deu um sorriso e acrescentou: - Já que estamos relembrando o passado, talvez você não se lembre da primeira briga que tivemos, como prometemos depois que sempre tentaríamos olhar a situação do ponto de vista do outro, bem como do nosso próprio. Bem, acho que nos últimos anos não temos feito isso com muita frequência. Estou disposta a tentar novamente, se você também estiver.

- Eu estou também, respondi. Demos um longo abraço.

- Então... você quer se casar? perguntei.

Ela se encostou nos meus braços e disse: - Tentarei qualquer coisa duas vezes. - Você sabe, não, que isso não vai ser perfeito. Você sabe que ainda teremos brigas.

- E provalvelmente eu serei egoísta de vez em quando, ela disse. - Que diabo, vamos até Las Vegas procurar um juiz de paz.

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Ela riu: - Você está falando sério?

- Bem, não posso ir hoje à noite. Tenho essa reunião pela manhã. Que tal amanhã à noite?

- Você esta falando sério!

- Tudo o que tenho feito desde que você foi embora é depositar meu pagamento no banco. Depois de amanhã, definitivamente será hora de esbanjar um pouco dele.

Julie sorriu. - OK, mão aberta. Vamos esbanjar.

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Na manhã seguinte, no décimo-quinto andar do prédio da UniCo, entrei na sala de reuniões alguns minutos antes das dez horas. Sentado à cabeceira da longa mesa estava Hilton Smyth e, ao lado dele, Neil Cravitz. Em volta deles, estavam várias pessoas da equipe.

Eu disse: - Bom dia.

Hilton olhou para mim sem sorrir e disse: - Se você fechar a porta, podemos começar.

- Espere um minuto. Bill Peach ainda não chegou, eu falei. Vamos esperar por ele, não?

- Bill não virá. Ele está envolvido em alguns negócios, disse Smyth. - Então eu gostaria que esta revisão fosse adiada até que ele esteja disponível. Os olhos de Smyth ficaram parados.

- Bill me disse especificamente para conduzir isto e passar a minha recomen dação para ele. Por isso, se você quiser defender sua fábrica, sugiro que comece. Do contrário, teremos de tirar as conclusões do seu relatório. E com o aumento no custo dos produtos de que Neil me falou, parece-me que você tem poucas explicações a dar. Eu, por exemplo, gostaria particularmente de saber por que você não está seguindo os procedimentos apropriados para determinar o lote económico.

Andei na frente deles por uns momentos antes de responder. O estopim da minha raiva começara a queimar lentamente. Tentei apagá-lo e pensar no que isso signifi- cava. Não gostei nem um pouco da situação. Peach deveria estar ali. E eu esperava a apresentação para Frost e não para o seu assistente. Mas, pela aparência daquilo, talvez Hilton tivesse se acertado com Peach para ser meu juiz, júri e, possivelmente, carrasco. Decidi que a aposta mais segura era falar.

- Certo, disse finalmente. Mas, antes de começar minha apresentação sobre o que está acontecendo na fábrica, deixa-me fazer uma pergunta. A meta da Divisão UniWare é a redução dos custos?

- Claro que é, disse Hilton com impaciência.

- Não, na verdade, essa não é a meta. A meta da UniWare é ganhar dinheiro. Concordam?

Cravitz endireitou-se na cadeira e disse: - Isso é verdade. Hilton concordou de leve com a cabeça.

- Vou demonstrar a vocês que, independente do que nossos custos se pareçam de acordo com os padrões de medição, minha fábrica nunca esteve em uma situação melhor para ganhar dinheiro.

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E assim começou minha exposição.

Uma hora e meia depois, estava na metade de uma explicação sobre os efeitos dos gargalos no inventário e no ganho quando Hilton me interrompeu.

- OK, você levou muito tempo para nos contar tudo isto e eu pessoalmente não vejo o significado, disse Hilton. Talvez, em sua fábrica, você tivesse alguns gargalos e descobriu quais eram eles. Bem, parabéns, mas quando eu era gerente de fábrica, lidávamos com gargalos que estavam em todos os lugares.

- Hilton, estamos falando de suposições fundamentais que estão erradas. - Não vejo você falando de nada fundamental. Na melhor das hipóteses, é simples senso comum e estou sendo tolerante com tudo isso.

- Não, é mais do que simples senso comum. Porque, todos os dias, estamos fazendo coisas que estão em contradição direta com as regras estabelecidas e que a maioria das pessoas usa na produção.

- Como o quê? perguntou Cravitz.

- Segundo as regras de contabilidade de custo que todos utilizam, devemos primeiro equilibrar a capacidade com a demanda e depois tentar manter o fluxo. Mas, em vez disso, não deveríamos estar tentando equilibrar a capacidade de maneira nenhuma; precisamos de excesso de capacidade. A regra que deveríamos estar seguindo é equilibrar o fluxo com a demanda, e não a capacidade.

- Dois, os incentivos de prémio que oferecemos se baseiam na suposição de que o nível de utilização de qualquer empregado é determinado por seu próprio potencial. Isso é totalmente falso por causa da dependência. Para qualquer recurso que não é gargalo, o nível de atividade do qual o sistema consegue se beneficiar não é determinado por seu potencial individual, mas sim por alguma outra restrição dentro do sistema.

Hilton disse impaciente: - Qual a diferença? Quando alguém está trabalhando, estamos tirando proveito dele.

- Não, e essa é uma terceira suposição que está errada. Nós supomos que a utilização e a ativação são a mesma coisa. A ativação de um recurso e a utilização dele não são sinónimos.

E o argumento continuou.

Eu disse que uma hora perdida em um gargalo é uma hora perdida no sistema inteiro. Hilton disse que uma hora perdida em um gargalo é apenas uma hora perdida naquele recurso.

Eu disse que uma hora economizada em um não gargalo não tem valor nenhum.

Hilton disse que uma hora economizada em um não gargalo é uma hora economizada

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naquele recurso.

- Toda essa conversa sobre gargalos... disse Hilton. Os gargalos limitam temporariamente os ganhos. Talvez sua fábrica seja a prova disso. Mas eles têm pouco impacto sobre o inventário.

- É completamente o oposto, Hilton. Os gargalos governam os ganhos e o inventário. E vou lhe dizer o que a minha fábrica realmente mostrou: ela provou que nossas medidas de desempenho estão erradas.

Cravitz deixou cair a caneta que estava segurando e ela rolou sobre a mesa, fazendo barulho.

- Então como devemos avaliar o desempenho das nossas operações? perguntou Cravitz.

- Pelos resultados. E, baseada nessa avaliação, minha fábrica se tomou agora a melhor Divisão UniWare e possivelmente a melhor em seu ramo de indústria. Estamos ganhando, enquanto nenhuma das outras está.

- Temporariamente vocês podem estar ganhando dinheiro. Mas se você vai realmente administrar sua fábrica dessa maneira, não vejo como ela pode continuar lucrativa por muito tempo, disse Hilton.

Comecei a falar, mas Hilton levantou a voz e falou mais alto que eu. - O fato é que a medição do custo do seu produto aumentou. E, quando os custos sobem, os lucros têm que cair. É bastante simples. E essa é a base do que colocarei em meu relatório para Bill Peach.

Mais tarde, fiquei sozinho na sala. Os Srs. Smyth e Cravitz já tinham saído. Fiquei olhando para minha pasta aberta - depois, com um soco, a fechei.

Fiquei murmurando para mim mesmo algo sobre a teimosia deles enquanto saía da sala de reuniões e ia até o elevador. Apertei o botão de chamada, mas quando o elevador chegou eu não estava lá. Estava andando pelo corredor novamente, dirigindo-me para a sala do canto.

A secretária de Bill, Meg, viu quando eu me aproximava. Andei até a mesa dela, onde ela estava separado alguns clipes.

- Preciso ver o Bill, disse a ela.

- Pode entrar, ele está aguardando-o, disse ela.

- Olá, Alex! cumprimentou-me Bill, quando entrei na sala. - Sabia que você não iria embora sem me ver. Sente-se.

Fui me aproximando de sua mesa e falando:

- Hilton Smyth vai apresentar um relatório negativo sobre a minha fábrica e eu acho que, como meu gerente, você deveria ouvir-me antes de chegar a qualquer

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conclusão.

- Continue, diga-me o que tem a dizer. Mas, primeiro, sente-se, não estamos com pressa.

Continuei. Bill colocou os cotovelos sobre a mesa e apoiou as mãos no rosto. Quando, finalmente, terminei, ele disse:

- E você explicou tudo isso ao Hilton? - Detalhadamente.

- E o que ele respondeu? perguntou ele.

- Em poucas palavras, recusou-se a me ouvir. Continua alegando que, se os custos dos produtos continuarem subindo, os lucros têm de, mais cedo ou mais tarde, diminuir.

Bill olhou bem nos meus olhos e perguntou: - Você não acha que ele tem razão?

- Não, não acho não. Se eu conseguir controlar minhas despesas operacionais e Johnny Jons ficar feliz, não vejo como os lucros não podem continuar subindo.

- Muito bem, disse ele, e chamou Meg. - Pode pedir para Hilton, Nathan e Johnny Jons entrarem, por favor?

- O que está acontecendo? perguntei-lhe.

- Não se preocupe, espere e verá, disse ele calmamente. Não demorou muito para que todos chegassem e se sentassem.

- Hilton, disse Bill - você viu o relatório do Alex hoje de manhã. Também viu todos os resultados financeiros. Como gerente de produtividade da divisão, e como gerente de fábrica, qual é sua recomendação?

- Acho que Alex deve ser chamado à atenção, disse ele formalmente. - E acho que devem ser tomadas medidas imediatas na sua fábrica antes que seja tarde. A produtividade na fábrica do Alex está se deteriorando, os custos dos produtos estão aumentando e os procedimentos corretos não estão sendo seguidos. Acho que é preciso adotar medidas imediatas.

Nathan Frost pigarreou e, quando todos olhamos para ele, disse:

- E quanto ao fato de que, nos últimos dois meses, a fábrica em questão gerou lucros em vez de perdas, e muito caixa para divisão?

- Esse fenómeno é apenas temporário, afirmou Hilton. - Pode-se esperar grandes perdas num futuro muito próximo.

- Johnny, você tem alguma coisa a acrescentar? perguntou Bill.

- Claro. A fábrica do Alex é a única capaz de realizar milagres, entregar o que o cliente precisa num prazo surpreendentemente curto. Vocês todos sabem da visita de Burnside. Com uma fábrica como essa apoiando vendas, pode-se realmente investir

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e arrebentar no mercado.

- Tudo bem, mas e o preço? reagiu Hilton. - Reduzir os lotes muito abaixo do tamanho ótimo. Fazer a fábrica inteira dedicar-se a um único pedido. Têm ideia das ramificações a longo prazo?

- Mas eu não faço a fábrica dedicar-se a um único pedido! - não consegui conter minha raiva. - Na verdade, não tenho nenhum pedido vencido. Todos os meus clientes estão satisfeitos.

- Milagres só acontecem nos contos de fadas, disse Hilton cinicamente. Ninguém falou nada. Por fim, não consegui me segurar:

- Então, qual é o veredito. Minha fábrica vai ser fechada?

- Não, disse Bill. - De jeito nenhum. Você acha que somos gerentes tão ruins a ponto de fechar uma mina de ouro?

Suspirei, aliviado. Só então percebi que estava prendendo a respiração. - Como gerente de produtividade da divisão, disse Hilton, rubro - acho que é meu dever protestar.

Bill ignorou-o e, voltando-se para Nathan e Johnny, perguntou: - Vamos contar para eles agora ou devemos esperar até segunda-feira? Os dois riram.

- Hilton, hoje de manhã, pedi que você ficasse no meu lugar porque estávamos com Granby. Daqui a dois meses, nós três vamos ser promovidos, para dirigir o grupo. Granby nos encarregou de decidir quem seria o próximo gerente da divisão. Acho que nós três já decidimos. Parabéns, Alex, você será meu substituto.

Quando voltei para a fábrica, Fran entregou-me uma mensagem: - É de Bill Peach. O que está acontecendo?

- Chame todo mundo. Tenho boas notícias, disse, sorrindo.

A mensagem de Bill era: "Sugiro que você use esses dois meses se preparando. Ainda tem muito que aprender, garotão."

Finalmente consegui contactar Jonah em Nova Iorque e informar-lhe dos últimos acontecimentos. Embora tenha ficado satisfeito por mim, ele não me pareceu

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