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A M ETA peças são importantes?

No documento A META Eliyahu Goldratt (páginas 93-106)

- Acho que precisamos de algum tipo de sistema, afirmou Bob.

- Certo. Vamos criar um imediatamente para que não tenhamos de continuar a nos conformarmos com essa situação. E, antes de fazermos qualquer outra coisa, vamos nos certificar de que o pessoal dos dois gargalos sabe o que fazer para continuar a trabalhar segundo a ordem de prioridade da lista.

Bob deu uma última palavra com Otto para se certificar de que ele sabia o que fazer com as peças. Depois nos dirigimos para os gargalos.

Finalmente, estávamos voltando ao escritório. Pela expressão de Bob, podia dizer que ele ainda estava aborrecido com o que acontecera.

- O que há? Você não parece muito convencido disto tudo, eu disse. - Alex, o que vai acontecer se mandarmos repetidamente o pessoal interrom per os processos para processar peças para os gargalos? ele perguntou.

- Seremos capazes de evitar o tempo ocioso nos gargalos, respondi. - Mas o que vai acontecer com os nossos custos nos outros 98 por cento dos centros de trabalhos que temos aqui? ele perguntou.

- Não se preocupe com isso agora. Vamos apenas manter os gargalos ocupados. Olhe, estou convencido de que você fez a coisa certa ali. Você não está?

- Talvez eu tivesse feito a coisa certa, mas eu tive de infringir todas as regras. - Então as regras tinham de ser infringidas. E, para começar, talvez elas não fossem boas regras. Você sabe que sempre tivemos de interromper processos, por conveniência, para expedir os pedidos. A diferença entre antes e agora é que agora sabemos fazer isso antecipadamente, antes que surja uma pressão externa. Preci samos ter fé no que sabemos.

Bob concordou com a cabeça. Mas eu sabia que ele só acreditaria vendo. Sinceramente, acho que eu também. Alguns dias se passaram enquanto desen- volvíamos um sistema para resolver o problema. Às oito da manhã de sexta-feira, no início do primeiro turno, eu estava na lanchonete, observando os empregados entrarem. Bob Donovan estava comigo.

Depois daquele mal-entendido, decidi que quanto mais pessoas soubessem sobre os gargalos e a importância deles, melhor estaríamos. Planejamos fazer palestras de cinquenta minutos para todos os que trabalhavam na fábrica, tanto os chefes das seções quanto os horistas. Naquela tarde, faríamos o mesmo com o pessoal do segundo turno e eu voltaria à noite para conversar com o terceiro turno também. Quando todos estavam reunidos, levantei-me, fiquei na frente deles e disse:

- Todos vocês sabem que esta fábrica está enfrentando uma situação difícil já

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faz algum tempo. O que vocês não sabem é que estamos a ponto de começar a mudar isso. Vocês estão aqui nesta reunião porque hoje estamos introduzindo um sistema novo... um sistema que, na nossa opinião, tornará a fábrica mais produtiva do que no passado. Nos próximos minutos, explicarei rapidamente alguns antecedentes que nos fizeram desenvolver este sistema novo. Depois, Bob Donovan vai lhes dizer como ele funciona.

O limite de cinquenta minutos para as palestras não nos deu tempo para contar-lhes muita coisa. Mas, usando a analogia de uma ampulheta, expliquei rapidamente sobre os gargalos e porque tínhamos que dar prioridade às peças que passavam pelo tratamento térmico e pela NCX-10. Para as coisas que não tivéramos tempo de lhes contar, haveria uma circular que substituiria o antigo jornal dos empregados, informando sobre o desenvolvimento e progressos na fábrica.

Depois, passei o microfone para Donovan e ele falou sobre o sistema de prioridade de todos os materiais da fábrica, para que todos soubessem o que processar.

- Até o final do dia, todo o estoque em processo no piso receberá uma etiqueta com um número nela, disse ele e exibiu algumas amostras. As etiquetas serão de duas cores: vermelha e verde.

- A etiqueta vermelha significa que o trabalho no qual ela está afixada tem maior prioridade. As etiquetas vermelhas estarão em todos os materiais que precisam ser processados por um gargalo. Quando um lote de peças com etiquetas dessa cor chegar em sua estação de trabalho, vocês têm que processá-lo imedia tamente.

Bob explicou o que entendíamos por "imediatamente". Se o empregado estivesse fazendo um serviço diferente, poderia terminá-lo, desde que isso não levasse mais de meia hora. Antes que se passasse uma hora, as peças com etiqueta vermelha já deveriam estar recebendo atenção.

- Se vocês estiverem na metade de uma preparação, interrompam-na imedia tamente e preparem-se para as peças vermelhas. Quando você terminarem as peças do gargalo, podem voltar ao que estavam fazendo antes.

- A segunda cor é a verde. Quando houver uma opção entre processar peças com etiqueta vermelha e peças com uma etiqueta verde, processem primeiro as peças com a etiqueta vermelha. A maioria do estoque terá etiquetas verdes. Mesmo assim, trabalhem nos pedidos verdes apenas se não tiverem nenhum vermelho na fila.

- Isso explica a prioridade das cores. Mas o que acontece quando vocês tiverem dois lotes da mesma cor? Cada etiqueta terá um número marcado nela.

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Vocês devem sempre processar os materiais com o número mais baixo.

Donovan explicou alguns dos detalhes e respondeu a algumas perguntas. Depois disso, eu encerrei a reunião, dizendo:

- Esta palestra foi ideia minha. Decidi tirar vocês do que estavam fazendo principalmente porque queria que todos ouvissem a mesma mensagem ao mesmo tempo, para que, eu espero, vocês entendam melhor o que está acontecendo. Mas outra razão é que sei que já faz muito tempo que a maioria de vocês não ouve notícias boas a respeito da fábrica. O que vocês acabaram de ouvir é um inicio. Mesmo assim, o futuro desta fábrica e a segurança dos seus empregos só estarão garantidos quando começarmos a ganhar dinheiro novamente. A coisa mais importante que vocês podem fazer é trabalhar conosco... e, juntos, todos estaremos trabalhando para manter esta fábrica funcionando.

No final daquela tarde, meu telefone tocou.

- Oi, é 0'Donnell. Vá em frente com a nova política do almoço e das pausas para café. Não vamos contestá-la.

Contei a novidade para Donovan. E, com estas pequenas vitórias, a semana terminou.

No sábado à noite, às 7h29min, estacionei meu Buick lavado, encerado, polido e limpo com aspirador na entrada da casa dos Barnett. Peguei o buque de flores que estava no outro banco e saí do carro, usando minha roupa nova para namorar. Às 7h30min, toquei a campainha.

Julie abriu a porta.

- Ora, você está muito bonito, disse ela. - Você também.

E ela estava mesmo.

Fiquei alguns minutos conversando com os pais dela. O Sr. Barnett pergun- tou como estava tudo na fábrica. Disse a ele que parecia que estávamos a caminho de uma recuperação e mencionei o novo sistema de prioridades e o que estávamos fazendo para a NCX-10 e o tratamento térmico. Os pais dela olhavam para mim, confusos.

- Vamos? sugeriu Julie.

Brincando, disse à mãe de Julie: - Vou trazê-la de volta às dez horas. - Bom, disse a Sra. Barnett. Estaremos esperando.

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- Aí está, disse Ralph. - Nada mau, disse Stacey.

- Nada mau? Está muito melhor do que nada mau, disse Bob. - Devemos estar fazendo alguma coisa direito, disse Stacey. - Sim, mas não é o suficiente, murmurei.

Havia passado uma semana. Estávamos reunidos em volta do terminal do computador na sala de reuniões. Ralph havia tirado do computador uma lista dos pedidos atrasados que expedíramos na semana anterior.

- Não e suficiente? Pelo menos é um progresso, disse Stacey. Expedimos doze pedidos na semana anterior. Para a fábrica, isso não era nada mau. E eram os nossos doze pedidos mais atrasados.

- A propósito, agora o nosso pedido mais atrasado tem apenas quarenta e quatro dias, disse Ralph. Como vocês se lembram, o maior atraso era de cinquenta e oito dias.

- Certo! disse Donovan. Andei até a mesa e me sentei.

De alguma forma, o entusiasmo deles se justificava. O sistema novo de colocar etiquetas em todos os lotes de acordo com a prioridade e o roteiro estava funcionando razoavelmente bem. Os gargalos estavam recebendo as peças pron- tamente. Na verdade, as pilhas de inventário na frente deles tinham crescido. Seguindo o processamento do gargalo, as peças com etiquetas vermelhas estavam chegando na montagem final mais rápido. Era como se tivéssemos criado uma "pista expressa" através da fábrica para as peças do gargalo.

Depois de colocar o C.Q. na frente dos gargalos, descobrimos que cerca de dnco por cento das que entravam na NCX-10 e cerca de 7% que entravam no tratamento térmico não estavam de acordo com as exigências de qualidade. Se essas Pocentagens se mantivessem depois, teríamos efetivamente obtido esse tempo para o ganho adicional.

A nova política de mandar o pessoal dos gargalos se revezar para o almoço

tambem havia sido colocada em ação. Não estávamos certos de quanto havíamos

conseguido com isso, porque não sabíamos quanto estávamos perdendo antes. Pelo

menos, estávamos fazendo a coisa certa. Mas eu tinha recebido relatórios dizendo

que de vez em quando, a NCX-10 ficava parada, e isso acontecia quando ninguém

estava no intervalo. Donovan estava verificando as causas.

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A combinação de tudo isso permitira que expedíssemos nossos pedidos mais críticos e também alguns outros além do normal. Mas eu sabia que não estávamos indo rápido o suficiente. Algumas semanas antes, estávamos nos movimentando com dificuldade; agora, estávamos começando a andar, mas deveríamos estar correndo.

Ao olhar novamente para o terminal de dados, percebi que os olhos estavam sobre mim.

- Ouçam... sei que demos um passo na direção certa, expliquei. Mas temos que acelerar o progresso. Foi bom termos doze remessas na semana passada. Mas ainda estamos fazendo com que alguns pedidos fiquem atrasados. Não são tantos asseguro a vocês, mas ainda temos que fazer melhor. Na verdade, não deveríamos ter nenhum pedido atrasado.

Todos se afastaram do terminal e se juntaram a mim em torno da mesa. Bob Donovan começou a me dizer sobre como eles tinham estado planejando alguns aperfeiçoanentos do que já havíamos feito.

Eu disse: - Bob, eles são bons, mas são secundários. Como estamos indo em relação às outras sugestões que Jonah fez?

Bob olhou para o outro lado.

- Bem... nós estamos examinando-as, disse ele.

- Quero as recomendações para tirar a carga dos gargalos prontas para a nossa reunião de quarta-feira.

Bob concordou com a cabeça, mas não disse nada. - Você as terá para nós? perguntei.

- Haja o que houver, disse ele.

Naquela tarde, tive uma reunião na minha sala com Elroy Langston, nosso gerente de C.Q. e Barbara Penn, que cuidava das comunicações com os emprega- dos. Barbara escrevia as circulares, que estavam explicando os antecedentes e as razões para as mudanças ocorrerem na fábrica. Na semana anterior, havíamos distribuído a primeira. Eu a reuni com Langston para fazê-la trabalhar em um novo projeto.

Depois que as peças saíam dos gargalos, muitas vezes elas pareciam quase idênticas às que entravam nos gargalos. Apenas um exame cuidadoso por uma pessoa especializada perceberia a diferença em alguns casos. O problema era como facilitar para o empregado distinguir as duas... e possibilitar que soubesse quais peças saíam do gargalo, para que mais delas chegassem até a montagem e fossem expedidas como produtos de qualidade. Langston e Penn estavam no meu escritório

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para conversar sobre sua proposta.

- Já temos as etiquetas vermelhas, disse Penn. Isto nos diz qual peça está no roteiro de um gargalo. O que precisamos é de uma maneira simples de mostrar às pessoas as peças que precisam tratar com atenção especial, aquelas que elas precisam tratar como ouro.

- Essa é uma boa comparação, eu disse a ela.

Ela falou: - Que tal se simplesmente marcássemos as etiquetas com pedaços de fita amarela depois que saíssem dos gargalos. A fita mostraria às pessoas que aquelas eram as peças que deveriam tratar como ouro. Junto com isto, farei uma promoção aqui dentro para divulgar o significado da fita. Poderíamos fazer um póster, um anúncio que os chefes das seções mostrariam para os horistas, talvez uma faixa que ficasse pendurada na fábrica - ou coisa assim...

- Desde que a fita possa ser acrescentada sem diminuir o ritmo dos gargalos, por mim está bem, eu comentei.

- Tenho certeza de que encontraremos uma maneira de fazer isso de modo que não interfira, disse Langston.

- Bom, eu falei. Uma outra preocupação minha é que não quero que isso seja apenas uma promoção qualquer.

- Entendemos perfeitamente, disse Langston com um sorriso. Neste exato momento, estamos identificando sistematicamente as causas dos problemas de qualidade nos gargalos e nos processos subsequentes. Uma vez que saibamos para onde nos dirigimos, desenvolveremos procedimentos específicos para as peças e processos que passam pelo gargalo. E, quando eles estiverem prontos, faremos sessões de treinamento para que o pessoal possa aprendê-los. Mas é óbvio que isso vai levar algum tempo. A curto prazo, estaremos especificando que os procedimen tos existentes devem ser verificados duas vezes para haver precisão nos roteiros dos gargalos.

Conversamos sobre isso por alguns minutos, mas basicamente tudo parecia sensato para mim. Disse a eles para prosseguirem à velocidade total e continuarem a me manter informado do que estava acontecendo.

- Bom trabalho, eu falei a ambos quando se levantaram para sair. A Propósito, Roy, pensei que Bob Donovan viesse para esta reunião.

- Está difícil de encontrá-lo nestes dias, disse Langston. Mas vou resumir para a ele o que conversamos.

Naquele momento, o telefone tocou. Peguei o fone com uma das mãos e com a outra acenei para Langston e Penn enquanto saíam.

- Oi, é Donovan.

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- Tarde demais para aparecer. Sabe que acabou de perder uma reunião? Isso não o perturbou.

- Alex, tenho uma coisa para lhe mostrar! Tem um tempo para um passeio? - Acho que sim. Do que se trata?

- Bem... eu digo quando você chegar aqui. Encontre-me na doca de recebi mento.

Fui até a doca, onde vi Bob; ele estava lá acenando para mim como se eu não pudesse vê-lo. O que seria impossível. Havia um caminhão estacionado na doca e no meio da carroceria havia um objeto grande em cima de um palete. O objeto estava coberto com uma lona cinza e amarrado com cordas. Alguns rapazes estavam trabalhando com um guindaste para tirar a coisa do caminhão. Eles a estavam levantando quando cheguei até Bob. Ele colocou as mãos em concha em volta da boca.

- Cuidado aí! gritou Bob, enquanto observava o movimento do objeto. Lentamente, o guindaste tirou a carga do caminhão e baixou-a até o piso de concreto. Os empregados soltaram a corrente do guindaste. Bob foi até lá e mandou- os soltar as cordas que prendiam a lona.

- Soltamos isso num minuto, assegurou-me Bob.

Fiquei parado ali pacientemente, mas Bob não conseguiu ficar sem ajudar. Quando todas as cordas tinham sido soltas, Donovan segurou a lona e, com entusiasmo, puxou-a para mostrar o que ele estava escondendo.

- Tá-dá! falou quando deu um passo para trás e gesticulou para o que deveria ser uma das peças mais antigas de equipamento que eu já vira.

- Que diabo é isso? perguntei. - É uma Zmegma, respondeu.

Ele pegou um pano e limpou um pouco da sujeira. - Eles não fazem mais máquinas como esta, disse ele. - Fico contente em ouvir isso, eu respondi.

- Alex, a Zmegma é justamente a máquina de que precisamos!

- Essa coisa parece o que havia de mais moderno em 1942. Como isso vai nos ajudar?

- Bem... admito que ela não se compara à NCX-10. Mas se você pegar esta belezinha aqui - disse ele acariciando a Zmegma, - e uma daquelas Screwmeiters ali - apontando para o outro lado - e a outra máquina ali no canto, juntas elas podem fazer todas as coisas que a NCX-10 pode fazer.

Olhei ao redor para as máquinas diferentes. Todas elas eram antigas e estavam inativas. Cheguei perto da Zmegma e a inspecionei.

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- Então, esta deve ser uma das máquinas que você disse a Jonah que vendêramos para arranjar espaço para o inventário, eu disse.

- Isso mesmo, respondeu.

- É praticamente uma antiguidade. Todas elas são, comentei, referindo-me às outras máquinas. Você tem certeza de que elas podem nos dar qualidade aceitável?

- O equipamento não é automatizado. Portanto, com erros humanos, é provável que tenhamos alguns erros a mais, disse Bob. Mas se você quiser capacidade, esta é uma maneira rápida de obtê-la.

Sorri. - Está ficando cada vez melhor. Onde você encontrou esta coisa? - Telefonei hoje de manhã para um amigo meu de nossa fábrica em South End. Ele me disse que ainda tinha algumas dessas máquinas lá e que não haveria problema algum em se desfazer de algumas delas. Então chamei um "cara" da manutenção e fomos até lá dar uma olhada.

- Quanto isto nos custou?

- O frete do caminhão para trazê-la até aqui. O "cara" em South End nos disse para irmos em frente e levá-la. Ele registraria como sucata. Com toda a papelada que ele teria que preencher, daria muito mais trabalho a ele vendê-la para nós.

- Ela ainda funciona?

- Funcionava antes de sairmos. Vamos ver agora.

O empregado da manutenção ligou o cabo em uma tomada que estava numa coluna de aço próxima. Bob ligou o interruptor. Por um segundo, nada aconteceu. Depois ouvimos o barulho lento de algum lugar no centro da máquina. Nuvens de poeira sairam do ventilador antigo. Bob se virou para mim com um sorriso bobo em seu rosto grande.

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A chuva estava batendo nas janelas da minha sala. Do lado de fora, o mundo estava cinzento e escuro. Era metade de uma manhã do meio da semana. Na minha frente, estavam alguns supostos "Boletim de Produtividade", editados por Hilton Smyth, que eu encontrara na minha caixa de entrada. Não tinha conseguido passar do primeiro parágrafo. Em vez disso, fiquei olhando para a chuva e pensando sobre a situação com minha esposa.

Julie e eu tínhamos saído em nosso "encontro" naquele sábado a noite e nos divertimos de fato. Não fora nada exótico. Fomos ao cinema, tomamos um lanche depois e, só por ser agradável, voltamos para a casa dos pais dela pelo caminho que passava pelo parque. Bastante inofensivo. Mas foi justamente o que precisávamos. Foi bom apenas relaxar com ela. Admito que no inicio senti como se estivéssemos na escola ou coisa parecida. Mas, depois de um tempo, percebi que não fora uma sensação tão ruim assim. Levei-a de volta para a casa dos pais às duas da manhã, e ficamos nos despedindo na entrada até o pai dela acender a luz da varanda.

Desde aquela noite, continuamos a nos encontrar. Na semana anterior, fui encontrar com ela algumas vezes. Vinha trabalhar me arrastando de manhã, mas sem reclamações. Nós vínhamos nos divertindo muito.

Através de um acordo sem palavras, nenhum de nós falava em divórcio, nem casamento. O assunto tinha surgido apenas uma vez, quando conversamos sobre as crianças e concordamos que elas ficariam com Julie e seus pais assim que acabassem as aulas. Tentei então obter algumas respostas, mas a antiga síndrome da discussão começou a se formar rapidamente e eu recuei para manter a paz.

Era uma situação estranha, essa em que estávamos. Quase parecia como antes de nos casarmos e nos "estabelecermos". Só então estávamos conhecendo um ao outro. A tempestade tinha ido para o sul por alguns momentos, mas, com certeza, voltaria um dia.

Uma batida leve na porta interrompeu esta meditação. Vi o rosto de Fran surgir no vão da porta. Ela disse:

- Ted Spencer está aqui. Ele disse que precisa falar com você. - Sobre o que?

Fran entrou na sala e fechou a porta atrás dela. Ela veio rapidamente até a minha mesa e sussurrou:

- Não sei, mas ouvi dizer que ele discutiu feio com Ralph Nakamura há mais ou menos uma hora.

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- Oh, resmunguei. Ok, obrigado pelo aviso. Mande-o entrar.

Um momento depois, Ted Spencer entrou e parecia furioso. Perguntei a ele

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