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A META Claro.

No documento A META Eliyahu Goldratt (páginas 120-123)

- Isto é impressionante.

- Como você pode ver pela comparação entre alguns pedidos expedidos recentemente com outros de um mês atrás, nossos "lead times" de produção se condensaram imensamente. Um "lead time" de quatro meses não é mais um número sagrado para nós. Desde o dia em que você assina o contrato com o cliente até o dia em que expedimos, a média atual é de mais ou menos dois meses. Agora, diga-me, você acha que isso poderá nos ajudar no mercado?

- Claro que sim.

- Então, que tal quatro semanas?

- O quê? Alex; não seja ridículo. Quatro semanas! - Podemos fazê-lo.

- Vamos lá! No inverno passado, quando a demanda de cada coisa que fazíamos aparecia, estávamos prometendo a entrega em quatro meses e ela estava levando seis! Agora você vem me dizer que pode ir desde o contrato até o produto acabado em quatro semanas?

- Eu não estaria aqui falando com você se não pudéssemos, disse a ele, esperando desesperadamente que nossos cálculos estivessem certos.

Jons bufou, ainda não convencido.

- Johnny, a verdade é que preciso de mais negócios. Com o fim dos nossos atrasos e nossas encomendas atuais caindo, tenho que colocar mais trabalho na minha fábrica. Agora, ambos sabemos que os negócios existem; mas o caso é que a concorrência está conseguindo mais clientes do que nós.

Jons olhou para mim com os olhos apertados. - Você pode realmente atender a um pedido de 200 modelos 12 ou 300 DBD-50 em quatro semanas?

- Faça uma tentativa. Consiga-me cinco pedidos - diabo, consiga-me dez pedidos - e provarei a você.

- E o que acontece com a nossa credibilidade se você não se sair bem? Perturbado, olhei para baixo através da mesa de vidro.

- Johnny, vou fazer uma aposta com você. Se eu não entregar em quatro semanas, comprarei para você um par novinho de Gucci.

Ele riu, balançou a cabeça e finalmente disse: - Ok, você ganhou. Direi ao pessoal de vendas que, em todos os seus produtos, estamos oferecendo termos de expedição da fábrica em seis semanas.

Comecei a protestar. Jons levantou a mão,

- Sei que você está confiante, disse ele. E, se você expedir qualquer pedido novo em menos de cinco semanas, eu comprarei para você um par novo de sapatos.

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A lua cheia estava brilhando através da janela do quarto e direto nos meus olhos. A noite estava clara. Olhei para o relógio ao meu lado, que mostrava 4h20min da manhã. Do meu lado, Julie estava dormindo.

Apoiado no cotovelo, olhei para ela. Com seus cabelos negros espalhados sobre o travesseiro, ela estava linda, dormindo à luz do luar. Fiquei observando-a durante algum tempo e imaginando o que ela estaria sonhando.

' Quando acordei, eu estava tendo pesadelo. Era sobre a fábrica. Eu estava correndo de um lado para outro pelos corredores e Bill Peach estava atrás de mim com sua Mercedes vermelha. Todas as vezes que ele estava a ponto de me atropelar, eu me escondia rapidamente entre duas máquinas ou entrava em uma empilhadeira que passava. De dentro do carro, ele gritava para mim algo sobre meu resultado não f ter sido bom o suficiente. Finalmente, ele me encurralou no departamento de expedição. Eu estava encostado em pilhas de caixas de papelão e a Mercedes estava vindo na minha direção a cento e cinquenta quilómetros por hora. Tentei proteger os olhos dos faróis ofuscantes. No exato momento em que Peach ia me pegar, eu acordei e vi que os faróis eram o luar no meu rosto.

Eu estava bem acordado e bastante ciente do problema que tentara esquecer com a ajuda de Julie, na noite anterior, mas não consegui voltar a dormir. Sem querer acordar Julie com minha inquietação, levantei da cama.

Naquela noite, a casa era toda nossa. Tínhamos começado a noite sem nenhum programa específico, quando nos lembramos que tínhamos a casa inteira em Bearington sem ninguém para nos aborrecer. Então, compramos uma garrafa de vinho, queijo e pão, e fomos para lá desfrutar.

Eu fiquei na sala, no escuro, olhando pela janela e parecia que o mundo inteiro estava dormindo, menos eu. Fiquei com raiva de mim mesmo por não conseguir dormir. Mas eu não conseguia esquecer minhas preocupações.

No dia anterior, tivéramos uma reunião da equipe. Tive algumas notícias boas, e algumas ruins. Na verdade, tive muitas notícias boas. Entre os primeiros assuntos, estavam os contratos novos que o marketing estivera ganhando para nós. Tínhamos pego cerca de seis pedidos novos desde que conversara com Johnny. A melhor notícia boa era o fato de que a eficiência tinha aumentado, e não caído, como resultado do que estivéramos fazendo na fábrica. Depois que começamos a reter a liberação de materiais e fixá-la segundo o processamento completo do tratamento térmico e da NCX-10, de certa forma a eficiência caiu. Mas isso ocorrera porque

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estávamos consumindo o excesso do inventário. Quando ele se esgotou, o que aconteceu rapidamente como resultado do aumento do ganho, a eficiência aumen- tou novamente.

E, duas semanas antes, implantáramos os novos lotes de tamanhos menores. Quando reduzimos o tamanho dos lotes pela metade nos não gargalos, a eficiência permaneceu estável e parecia que estávamos mantendo a força de trabalho ainda mais ocupada do que antes.

Isso porque uma coisa realmente fantástica acontecera. Antes de reduzirmos o tamanho dos lotes, não era incomum que um centro de trabalho fosse forçado a parar porque não tinha nada para processar, mesmo havendo excesso de inventário. Geralmente, isso ocorria porque o centro de trabalho parado tinha que esperar até que o anterior a ele terminasse um lote grande de um determinado item. A menos que os expedidores dessem uma ordem em contrário, os movimentadores de materiais esperavam até que o lote inteiro fosse completado para então movê-lo. Na verdade, esse ainda era o caso. Mas, como os lotes eram menores, as peças estavam prontas para serem levadas para a estação de trabalho mais cedo do que antes. O que tínhamos feito muitas vezes foi transformar um não gargalo em um gargalo temporário. Isto estava forçando outros centros de trabalho posteriores a ele a ficarem parados, o que refletia pessimamente na eficiência. Então, mesmo reconhecendo que os não gargalos tinham que ficar parados periodicamente, na verdade havia menos tempo ocioso do que antes. Desde que reduzíramos o tamanho dos lotes, o fluxo de trabalho pela fábrica estava mais uniforme do que nunca. E era estranho, mas o tempo ocioso que tínhamos era menos perceptível. Ele se espalhara em segmentos mais curtos. Em vez das pessoas ficarem por lá sem nada para fazer durante algumas horas, elas tinham esperas de uns dez a vinte minutos durante o dia pelo mesmo volume de trabalho. Do ponto de vista de todos, isso era muito melhor. Outra boa notícia era que os inventários estavam mais baixos do que nunca: agora era quase chocante andar pela fábrica. As pilhas de peças e submontagens tinham sido reduzidas para metade do tamanho anterior. Parecia que uma frota de

caminhões tinha vindo e levado tudo embora. De fato, fora mais ou menos isso o que acontecera. Tínhamos expedido aquele excesso de inventário como produto aca- bado. É claro que a parte notável da estória era que não tínhamos enchido a fábrica novamente, despejando estoque novo em processo no piso. O único estoque em processo ali era o da demanda atual.

Mas então vieram as más notícias. Era nisso que eu estava pensando quando ouvi passos atrás de mim no escuro. -Alex?

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-Sim.

- Por que você está aqui no escuro? - Não consigo dormir.

- O que aconteceu? - Nada.

- Então por que você não volta para cama? - Estou apenas pensando em algumas coisas.

Houve silêncio por um segundo. Por um momento, pensei que ela tivesse ido. Depois a senti ao meu lado.

- É a fábrica? peguntou ela. -É.

- Mas eu pensei que tudo estava melhorando. O que foi? - É a nossa medida de custo.

Ela sentou ao meu lado.

- Por que você não me fala sobre isso, disse ela. - Tem certeza de que quer ouvir?

- Sim, tenho.

Então contei a ela: parecia que o custo das peças tinha subido por causa das preparações adicionais necessárias pelo tamanho menor dos lotes.

- Ah, disse ela. Acho que isso é ruim, certo?

- Politicamente falando, sim. Financeiramente falando, não faz a mínima diferença.

- Por quê?

- Bem...você sabe por que parece que o custo subiu? - Não, não sei mesmo.

Levantei para acender a luz e peguei uma folha de papel e um lápis. Disse a ela:

- OK,vou lhe dar um exemplo. Suponha que tenhamos um lote de 100 peças. O tempo para preparar a máquina são 2 horas, ou 120 minutos. E o tempo de processo por peça é de 5 minutos. Por isso, investimos por peça 5 minutos mais 2 horas de preparação divididas por 100. Isso resulta em 1,2 minutos de preparação por peça. Segundo os contadores, o custo por peça se baseia na mão-de-obra direta de 6,2 minutos.

- Agora, se reduzirmos o tamanho do lote pela metade, ainda teremos o mesmo tempo de preparação. Mas ele será dividido por 50 peças, em vez de 100. Por isso, agora temos 5 minutos de tempo de processo, mais 2,4 minutos de preparação para um total geral de 7,4 minutos de mão-de-obra direta. E todos os cálculos se

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baseiam no custo da mão-de-obra direta.

Depois expliquei a maneira como os custos são calculados. Primeiro, existe o custo da matéria-prima. Depois, o custo da mão-de-obra direta. E, finalmente, existem os "encargos" gerais, que basicamente são o custo da mão-de-obra direta multiplicado por um fator de mais ou menos três, no nosso caso. Por isso, no papel, se a mão-de-obra direta sobe, o encargo também sobe.

- Por isso, com mais preparações, o custo de fabricação de peças sobe, disse Julie.

- Parece ser dessa maneira, disse a ela, mas, de fato, nada disso aconteceu com as nossas despesas reais. Não acrescentamos mais pessoas na folha de pagamento. Não acrescentamos nenhum custo adicional por fazer mais preparações. Na verdade, o custo das peças baixou desde que começamos com os lotes de tamanhos menores.

- Baixou? Por quê?

- Porque reduzimos o inventário e aumentamos a quantia de dinheiro que está entrando através das vendas, expliquei. Então, o mesmo encargo, o mesmo custo de mão-de-obra direta é dividido agora por mais produtos. Ao fazer e vender mais produtos pelo mesmo custo, nossa despesa operacional baixou, não subiu.

- Por que a medição está errada? perguntou Julie.

- A medição pressupõe que todos os empregados da fábrica vão sempre estar ocupados todo o tempo e, portanto, para fazer mais preparações, você precisa contratar mais pessoas. Isso não é verdade.

- O que vai fazer?

Olhei pela janela. O sol estava sobre o telhado da casa vizinha. Peguei a mão dela.

- O que vou fazer? Vou levar você para tomar café. Quando cheguei ao escritório, Lou entrou.

- Mais notícias ruins para mim? brinquei.

Ele disse: - Olhe... acho que posso ajudar você nessa coisa de custo dos produtos.

- Mesmo? Como?

- Posso mudar a base que estamos usando para determinar o custo das peças. Em vez de usar o fator custo dos últimos doze meses, que é o que eu deveria fazer, podemos usar o dos últimos dois meses. Isso nos ajudará porque, nos últimos dois meses, tivemos grandes aumentos no ganho.

- É, eu disse, sentindo as possibilidades. Isso poderá funcionar. E, na verdade,

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os dois últimos meses representam muito mais o que realmente está acontecendo aqui do que o que aconteceu no ano passado.

Lou se inclinou de um lado para outro e disse: - Bemmmm, sim, isso é verdade. Mas, segundo a política da contabilidade, não é válido.

- OK,mas temos uma boa desculpa. A fábrica está diferente agora. Estamos mesmo muitíssimo melhor do que estávamos.

- Alex, o problema é que Ethan Frost nunca aceitará isso. - Então por que você sugeriu?

- Frost não aceitará se ele souber sobre isso. Concordei lentamente com a cabeça. - Entendo.

- Posso lhe dar algo que passará desapercebido à primeira vista. Mas, se Frost e seus assistentes lá na divisão fizerem algumas verificações, eles verão isso rapidamente.

- Você está dizendo que poderíamos terminar em água fervendo. - É, mas se você quiser arriscar...

- Isso poderá nos dar mais alguns meses para mostrar realmente o que podemos fazer - eu disse, terminando o pensamento por ele.

Eu levantei e fiquei andando por alguns minutos, ponderando sobre isso. Finalmente olhei para Lou e disse: - Não existe nenhuma maneira de mostrar a Peach um aumento de custo das peças e convencê-lo de que a fábrica está muito melhor neste mês do que no último. Se ele vir esses números e tiver a impressão de que nossos custos estão subindo, estaremos em água fervendo de qualquer maneira.

- Então você quer tentar? - Claro.

- Certo. Mas lembre, se formos pegos...

- Não se preocupe. Vou treinar meu jogo de cintura.

Quando Lou estava saindo, Fran tocou o interfone e disse que Johnny Jons estava na Unha. Peguei o fone.

- Oi, "cara", eu disse a ele. Àquela altura, éramos praticamente velhos amigos; eu telefonava para ele quase todos os dias, e, às vezes, três ou quatro vezes por dia, nas semanas anteriores. - O que posso fazer por você hoje?

- Lembra do nosso querido amigo Bucky Burnside?

- Como poderia esquecer do velho Bucky. Ele ainda está reclamando sobre nós?

- Não, não mais, disse Jons. Na verdade, no momento, não temos nem mesmo um único contato ativo com o pessoal de Burnside. É por isso que estou telefonando. Pela primeira vez, em meses, eles demonstraram interesse em comprar algo de nós

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