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1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 1 E VOLUÇÃO HUMANA

1.2 A EXPANSÃO HUMANA

Com o j á foi expost o, o ber ço da hum anidade é a Áfr ica. E logo após o surgim ent o do gêner o Hom o ele com eçou a se espalhar pelos cont inent es.

Est es hom ens viv iam em grupos e er am nôm ades, sendo a nat ureza seu único recurso para sobreviv ência. Est abeleciam - se, principalm ent e em regiões per t o de rios e, quando esgot ados os produt os da t erra e anim ais dest a região, m igravam para out ra. Ao longo desse per íodo, o hom em evolui fisicam ent e e se espalha pelos difer ent es cont inent es sendo assim obrigado a se adapt ar aos m ais diver sos am bient es e clim as.

Neves e Piló ( 2008) , explicam que a saída do Hom em da África e sua expansão pelos cont inent es se deu em 3 episódios: por volt a de 120 m il anos, de 70 m il anos e 45 m il anos. Por volt a de 120 m il anos nossos ancest rais chegaram at é o Orient e Médio. Já na segunda expansão alcançaram a sul e sudest e da Ásia e a Aust rália. A t erceira expansão foi a m aior e m ais im por t ant e, pois nossos ancest rais se espalharam por t odo o m undo, sendo que há 40 m il anos j á ocupavam a Sibér ia, 14 m il a Am ér ica e há 3 m il anos a Polinésia.

1.2.1

O

RIGEM DO

H

OMEM NA

A

MÉRICA

A hipót ese m ais aceit a, de que a hum anidade penet rou o cont inent e am er icano no Pleist oceno, per íodo geológico ant er ior ao nosso, é um a t eor ia apresent ada por Prous ( 2006) e Cook ( 2005) .

Carvalho ( 2003) explica que at é o final do século XI X e o início do XX, foi am plam ent e discut ida a hipót ese de aut oct onism o para explicar a or igem do Hom em na Am ér ica. Ainda no início do século XX, est udiosos aceit ar am a hom ogeneidade biológica dos am er índios gener alizando- se a cr ença de que as populações da Am ér ica for am const it uídas exclusivam ent e por ancest rais asiát icos e de que eles chegaram ao cont inent e pelo est reit o de Ber ing ( Figura 9) , ent re a Sibér ia e o Alasca. Funari e Noelli ( 2006) apresent am com o t eor ia pr edom inant e a t ransposição pelo Est reit o de Ber ing.

Ent re 35 e 12 m il anos at rás, a glaciação t eria feit o o m ar descer a uns 50 m et ros abaixo do nív el at ual o que possibilit ou a m igração. O aut or ainda explica que o Est reit o de Ber ing t em m enos de 100 km de com prim ent o e ainda hoj e é facilm ent e at ravessado pelos esquim ós, ut ilizando barcos de peles. Assent ando- se prim eiro nos planalt os nort e- am er icanos por volt a de 11.500 anos, depois pela Am ér ica Cent ral

chegando aos Andes por volt a de 10.500 anos e chegando ao ext rem o da Am ér ica do Sul em t orno de 10.000 anos.

Acr edit a- se que os prim eiros hum anos que povoaram a Am ér ica sej am der ivados da segunda expansão ( por volt a de 70 m il anos) ( NEVES; PI LÓ, 2006) .

Para Funar i e Noelli ( 2006) ex ist em duas hipót eses para a or igem do Hom em na Am ér ica, um a delas é que a ent rada do hom em no cont inent e am er icano t enha- se dado pelo est reit o de Ber ing em algum dos t rês últ im os per íodos de glaciação ( 40 m il, 25 m il e 14- 9 m il AP1) .

Carvalho ( 2003) acr escent a que a sequência de ilhas e arquipélagos no Pacífico ent re a Tasm ânia e a Ter ra do Fogo pode t er sido ut ilizada com o cam inho nat ural par a o ingresso do hom em pré- hist ór ico na Am ér ica do Sul.

I FI GURA 9 – Rot as do Ser Hum ano ( 1 – Ent r ada pelo Est r eit o de Ber ing e 2 – Ent r ada pelas I lhas do Pacífico) FONTE: ht t p: / / st at ic.infoescola.com / wp- cont ent / uploads/ 2010/ 05/ chegada- hom em - am er ica.j pg

1.2.2

O

RIGEM DO

H

OMEM NO

B

RASIL

Várias pesquisas for am realizadas at é o m om ent o sobre a chegada do hom em ao Brasil.

1

AP – significa “Antes do Presente” que, por convenção, é 1950. Tr at a- se de um a m enção à

escober t a da t écnica de dat ação at r avés do car bono 14, que se d eu em 1952. ( GASPAR, 2004) . Ou sej a, as dat as m encionadas ocor r er am 40 m il, 25 m il e 14 - 9 m il anos ant es de 1950.

Sabem os que os prim eiros habit ant es br asileiros er a Hom o sapiens sapiens e est es são denom inados paleoíndios2. Gaspar ( 1999) afirm a que o Brasil foi

int ensam ent e ocupado no per íodo pré- hist ór ico e que cer t am ent e há m ais de 15.000 anos j á havia grupos ocupando nosso t errit ór io. Para Carv alho ( 2003) a pré- hist ór ia do Brasil se div ide em dois per íodos: cult uras do pleist oceno ( ant es de 12.000 anos) e cult uras do Holoceno ( post er ior es a 12.000) .

Out ra t eor ia at ualm ent e aceit a é que o hom em ent rou na Am érica do Sul pelo ist m o do Panam á há pelo m enos 12 m il anos ( FUNARI ; NOELLI , 2006) .

Para Neves e Piló ( 2006) ocorrer am duas levas m igrat ór ias, sendo a prim eira há aproxim adam ent e 14 m il anos e a segunda há 11 m il anos.

Funari e Noelli ( 2006) apresent am as dat as de ocupação em várias regiões do país, que podem ser obser vadas na Figura 10.

FI GURA 10 – Mapa do Br asil com as Dat as das Ocupações por Região.

2

O conceit o de Paleoíndio é ut ilizado par a as cult ur as m ais ant igas, encont r adas em Goiás, Minas Ger ais, Piauí, Per nam buco e Rio Gr ande do Nor t e.

Já para Guidon ( 1992) em sínt ese pode- se adm it ir que ainda é desconhecida a via pela qual grupos hum anos penet raram no Brasil, m as est es chegaram at é o sudest e do Piauí há cer ca de 60 m il de anos. Já o sul de Minas Ger ais est aria povoado por volt a de 30 m il de anos at rás e o Sul do Brasil há pelo m enos 15 m il anos.

Sant os ( 2010) apresent a os prim eiros m or ador es do Brasil com o sociedades caçador as- colet or as, em ger al nôm ades e com post a de grupos com m édia de 25 pessoas.

Por volt a de 12 e 5 m il anos exist iam grupos hum anos em quase t odo o t errit ór io brasileiro.

Sabem os que os m ais im por t ant es esquelet os hum anos encont rados no Brasil são os de Lagoa Sant a, Minas Ger ais. Por m eio de dat ação com Carbono 14, afir m a- se que est es t êm m ais de 10 m il anos. O cr ânio m ais ant igo da Am ér ica t am bém per t ence à Lagoa Sant a, est e t em 11.680 anos e foi apelidado de Luzia.

No Est ado de São Paulo o esquelet o do m ais ant igo m or ador , descober t o at é agor a, é de um hom em , adult o, com aproxim adam ent e 1,60 m de alt ura, cham ado de Luzio3 e dat ado de 10.180 9. 710 anos AP ( EGGERS

et. al, 2011) .

1.2.3

R

EGIÃO

S

UDESTE DO

B

RASIL

A região sudest e do Brasil foi habit ada por caçador es colet or es ( est ilo de v ida de caça e colet a: a caça er a ocupação dos hom ens e a colet a de veget ais, sem ent es, raízes er a das m ulher es ( LEAKEY, 1981) ) . Sendo as ocupações m ais ant igas do est ado de São Paulo os sít ios: Alice Böer com cerca de 14.200AP ( FUNARI ; NOELLI , 2006) e Boa Esper ança do Sul I I com cer ca de 14.500 anos ( SANTOS, 2010) .

Para Prous ( 1992) não exist e dúv ida de que os abrigos paulist as for am largam ent e ut ilizados durant e o pré- cer âm ico e for am usados pr incipalm ent e com o oficina lít ica.

O est ado de São Paulo é explor ado por pesquisador es vinculados e não vinculados à academ ia desde 1935 ( GALHARDO, 2010) , por ém é na década de 60 que os est udos acadêm icos ganham dest aque ( SANTOS, 2010) .

Para Sant os ( 2010) a m aior ia dos sít ios arqueológicos regist r ados nessa área refere- se a sít ios lít icos a céu aber t o, per t encent es a pequenos grupos de caçador es- colet or es em const ant e m ovim ent o pela região ( SANTOS, 2010) .

3

Na década de 60 são iniciadas pesquisas no vale do Rio Pardo e Mogi- Guaçu, na bacia do Rio Paranapanem a ( que revelou m ais de um a dezena de sít ios na região de Piraj u) e na Bacia de Rio Claro ( onde supost am ent e est ão os sít ios arqueológicos m ais ant igos do Est ado) . Na década de 70 a região de Rio Claro recebe pesquisas m ais av ançadas. Já na década de 80, iniciam - se pesquisas no m édio e baixo curso do rio Tiet ê, na região do vale do rio Paranapanem a, no Vale do Ribeira de I guape e nas bacias dos r ios Jacaré- Pepira e Jacaré- Guaçu. A part ir da década de 90, com o surgim ent o da Ar queologia ligada aos est udos de im pact o am bient al, o núm er o de sít ios arqueológicos ident ificados e pesquisados no Est ado de São Paulo vem aum ent ando consider avelm ent e ( SANTOS, 2010) .

A idade dos sít ios at é hoj e pesquisados no est ado de São Paulo var iam ent re 14.000 e 2.000 anos. Vale dest acar que no cont ext o apresent ado acim a não for am m encionadas as pesquisas referent es aos sam baquis4.

Sant os ( 2010) dest aca que o núm er o de pesquisas realizadas em sít ios no Est ado de São Paulo não é suficient e para a obt ensão de infor m ações que possibilit em a cr iação de um panoram a da ocupação caçador a- colet or a em nosso est ado.

Est a pesquisa dá ênfase à ocupação do Est ado de São Paulo, por t ant o o dest aque é para as regiões das cidades de Jaú, Ar araquara e President e Prudent e.

As peças da cidade de Jaú per t encem a coleções de or igem da própria cidade, com o t am bém das cidades de I t apuí e Dois Córregos. Muit as dessas peças for am encont radas e doadas para o m useu por m or ador es das cidades, por t ant o pouco se sabe sobre os sít ios aos quais per t encem .

As peças que per t encem ao CEMAARQ proveem de sít ios localizados as m argens paulist as do Rio Paranapanem a.

Já as peças do MAPA são referent es aos sít ios Boa Esper ança do Sul I I I e Rincão I . O sít io Rincão é um sit io a céu aber t o localizado na cidade de Rincão, est ado de São Paulo, sit uado à m argem esquer da do rio Mogi Guaçu ( GALHARDO, 2010) . O sit io Boa Esper ança do Sul I I I localiza- se per t o das m argens do Rio Jacaré- Guaçu, é um sít io a céu aber t o, de pequena ext ensão e ót im o est ado de conser vação ( SANTOS, 2010) .

4

Importância das

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