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A Gestão do Conhecimento

O debate focado na gestão do conhecimento organizacional compreende decidir quais são os esforços, que devem ser apoiados e desenvolvidos estrategicamente.

Para as empresas em sua maioria, o teste final que mensura o valor do novo conhecimento é econômico e, por conseguinte, compreende nesse sentido: maior eficiência, custos baixos, maior retorno do investimento realizado, dentre outros fatores economicamente importantes. Entretanto, no que concerne à empresa criadora de conhecimento, outros fatores de cunho qualitativo apresentam-se igualmente importantes (TAKEUCHI e NONAKA, 2008 p. 51).

Esse aspecto permite discutir determinadas condições como:

“A ideia incorpora a visão da empresa? Ela é uma expressão das aspirações e das metas estratégicas da administração superior? Possui potencial para construir a rede de conhecimento organizacional da empresa?” (TAKEUCHI e NONAKA, 2008 p. 51).

Baseado nesse recorte, as formas de trabalho que compreendem a concepção focada em Gestão do conhecimento estão sendo amplamente difundidas e realizadas com sucesso por organizações no mercado em que atuam, compreendendo pioneirismo, bem como o espírito empreendedor das empresas

lideres de mercado e seguidoras (ROSA, DALMAU e JACOBSEN, 2009).

Sendo assim, a primeira ação que objetiva realizar qualquer forma de gerenciamento, consiste em identificar quais as fontes ativas de informação na empresa, devendo-se em seguida se estudar formas viáveis para gerenciar as informações entrantes (ROSA, DALMAU e JACOBSEN, 2009 p.17).

De acordo com o modelo de gestão do conhecimento, o principal ativo estratégico da organização é o conhecimento. Decorrente desse contexto, a função central da empresa, é administrar o conhecimento, de forma que se otimize, ou seja, que o desempenho do conhecimento organizacional alcance maiores resultados. Refletindo esse pensamento, Cavalcanti et al (2007, p. 238) enfatizam que: “(...) empresas são meios eficientes pelos quais o conhecimento criado e trans erido”.

Nesse sentido, a empresa é entendida como detentora de um estoque de conhecimento, que consiste basicamente das formas pelas quais a informação é codificada e disponibilizada para aplicação, bem como do conhecimento relacionado à coordenação das ações na organização.

Nesse contexto, torna-se necessário gerenciar o conhecimento gerado na organização, de modo que segundo Moresi (2001), é possível entender que:

“A gestão do conhecimento pode ser vista como o conjunto de atividades que busca desenvolver e controlar todo tipo de conhecimento em uma organização, visando à utilização na consecução de seus ob etivos” (MORESI, 2001 p. 37).

Portanto, o conjunto de atividades propostas deve apresentar a gestão do conhecimento como principal meta, no sentido de apoiar o processo decisório em todos os níveis da organização (MORESI, 2001).

Desta forma, percebe-se como ênfase, a necessidade do estabelecimento de políticas, bem como de procedimentos e tecnologias, capazes de coletar, como também distribuir e utilizar de forma efetiva o conhecimento, que por sua vez, represente mudança no comportamento organizacional (MORESI, 2001).

Contextualizando esse pensamento, a Gestão do conhecimento constitui-se num processo sistemático de criação, renovação e aplicação de conhecimentos, que norteiam estratégias planejadas na vida de uma organização, permitindo à empresa

“saber o ue ela sabe” (SAN OS et al, 2 ).

Então, a Gestão do conhecimento proporciona que as organizações acompanhem com mais segurança a estratégia adotada, visando satisfação dos seus clientes, organização da estratégia concorrencial, bem como estruturação adequada dos canais de distribuição de produtos e serviços, assim como suas fontes de informações estratégicas.

Ao mesmo tempo, o processo de gestão do conhecimento apresenta alguns desafios a serem vencidos, a saber: 1 – sua influencia no sentido de impactar o comportamento do funcionário, objetivando sua participação no processo; 2 – o apoio das lideranças empresariais; e, 3 – a classificação do conhecimento gerado; (SANTOS et al, 2011).

Em termos práticos, a gestão do conhecimento só poderá apresentar resultado nas empresas, se estiver alinhada às decisões e compromissos da alta administração, no que se referem às iniciativas necessárias, quanto aos aspectos estratégicos e organizacionais, aos investimentos na estrutura tecnológica, bem como uma cultura organizacional que venha a privilegiar o trabalho em conjunto e o compartilhamento (SANTOS et tal, 2011).

Em relação a esse aspecto, Santos et al (2009) aborda que a gestão do conhecimento pode ser conceituada como:

“uma metodologia empresarial ue engloba todo o processo organizacional para atingir a combinação sinérgica do processamento de dados e informações, da tecnologia da informática e a da criatividade do ser humano com o im de ma imizar o uso de seu acervo tecnológico” (SANTOS et al 2009, p. 15).

Visando o processo de gestão do conhecimento, a metodologia adotada deve proporcionar à empresa, constante adaptação a um ambiente que se encontra em evolução permanente, buscando formatar seu acervo, disponibilizar informações e experiências acumuladas, por conseguinte tornar-se acessível a novos patamares do saber, objetivando aprimorar seu processo decisório.

Nesse aspecto, Santos et al (2009) em sua abordagem também enfatiza que, a gestão do conhecimento compreende: a identificação, análise, interpretação e

avaliação de conhecimentos específicos, objetivando utilizá-los na otimização ou seja no alcance máximo dos recursos da empresa, visando o processo de atendimento das necessidades do seu mercado, de forma que direcione sua atuação na adequação das circunstancias, que podem advir das futuras mudanças do ambiente em que está inserida.

Corroborando essa ênfase, o enfoque de Oliveira Jr (1999), aponta como administração do conhecimento, o processo que busca: identificar, desenvolver, compartilhar e atualizar o conhecimento estrategicamente relevante para a empresa, que pode ocorrer através de processos internos à organização, ou mesmo por processos que ultrapassem suas fronteiras. Dessa forma, seu pressuposto baseia- se que o conhecimento ocorre na empresa em diversos tipos, existindo em cada indústria (segmento) formas de conhecimento estrategicamente mais relevantes.

Sendo assim, o que vai determinar o sucesso da empresa é a sua eficiência no processo de transformação de conhecimento, que existe no plano das idéias, para o conhecimento que é aplicado no plano das ações, podendo então, se comparar sua eficiência com a de outras empresas (CAVALCANTI et al, 2007).

A esse respeito, merece desta ue as chamadas “comunidades de pr tica”, nas quais se enfatiza que os grupos componentes dessas comunidades formam-se em torno da prática, onde desenvolvem conhecimento coletivo, compartilhando mutuamente as experiências adquiridas, de maneira que a visão comunitária é exercida (LAVE e WENGER, 1995 apud FLEURY, 2011).

Conforme argumenta Wenger (1998), a prática compartilhada habilita seus participantes, envolvendo-os num panorama de perspectiva comum, bem como a entenderem seu trabalho adequadamente, de modo que seja ajustado ao ambiente do qual faz parte, proporcionando uma parceria caracterizada pelo aspecto informal. Para que se torne possível apoiar o processo de conhecimento nessas comunidades segundo Fleury (2011), se faz necessário reconhecer em primeiro plano sua existência. Sendo necessário entender que, esse contexto não trata de equipes ou mesmo unidades que podem ser identificadas em organograma empresarial.

frequentemente em maneira informal, sendo a prática compartilhada e ao mesmo tempo coordenada em sua atuação. Entretanto, o oco na “comunidade” com frequência é omitido, de forma que a prática compreende ser mais reveladora na sua dimensão (FLEURY, 2011).

As proposições sugeridas por Angeloni et al (2008), apontam para o “portal do conhecimento”, o qual consiste de um ambiente eletrônico desenvolvido na ferramenta Microsoft Sharepoint (programa informatizado especifico), que visa a criação de fluxos baseados na dinâmica e na característica instantânea da informação, com o objetivo de fomentar a emergência das redes de conhecimento.

Essa proposta compreende: a – as bibliotecas colaborativas de documentos – composta dos metadados (dados que contextualizam a mesma informação); b – as comunidades virtuais – que compreendem as funcionalidades clássicas baseadas em colaboração síncrona que se vinculam a programas denominados instant- messaging (que compreendem mensagens rápidas), e ao mesmo tempo assíncrona (funcionalidade presencial) através de fóruns de discussão, pesquisas e formas correlatas; c – as páginas amarelas – recurso que se baseia em disponibilizar o aprendizado em arquivo de fácil acesso, na condição de visibilidade ampla, para que toda a organização possa compartilhar o conhecimento gerado (ANGELONI et al 2008).

Tal proposta compreende focar as atividades baseadas em um formato, denominado Portal do Conhecimento, que pode ser contextualizado conforme o gráfico a seguir representado.

Figura 5 - O Portal do conhecimento

Fonte: Angeloni (2008), Gestão do conhecimento no Brasil - base no Portal Votorantim.

Assim, cabe à empresa, atuar como organizadora do conhecimento existente, tornando-o aplicável na geração de novo conhecimento, possibilitando então, que essa estratégia seja superior à concorrência, devendo o conhecimento gerado na empresa capacitá-la competitivamente.

3 EXPERIÊNCIAS EM REDES DE PETRÓLEO E GÁS

As experiências ocorridas nas Redes Petróleo e Gas, bem como pesquisas correlatas, revestem-se de fundamental importância, quanto à realização de trabalhos nesta área. Nesse sentido, se desenvolveu levantamento de trabalhos realizados com base na temática, tendo por interesse conhecer o desenvolvimento de estudos recentes, e ao mesmo tempo embasar a pesquisa de campo.

Deste modo, apresenta-se uma abordagem à luz das experiências encontradas nos trabalhos realizados, destacando conteúdo baseado nas pesquisas desenvolvidas pelos respectivos autores, bem como a descrição do contexto.

Assim sendo, são apresentadas experiências encontradas em 05 (cinco) trabalhos, conforme narrativa a seguir.