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Campos Maduros e Áreas Acumulações Marginais de Petróleo e Gas

Esta seção tem como base a dissertação de mestrado de Novaes (2010), denominada por: CAMPOS MADUROS E ÁREAS DE ACUMULAÇÕES MARGINAIS DE PETRÓLE E GAS NATURAL: UMA ANÁLISE DA ATIVIDADE ECONOMICA NO RECONCAVO BAIANO.

A denominação “ ampos Maduros” remete para o entendimento da tipologia voltada para campo de Petróleo e gás natural, que ultrapassou plenamente o pico de produção, no que se concebe a condição de volume de hidrocarboneto extraído, sendo reduzida a energia interna do reservatório acarretando, por conseguinte, a queda de produção (NOVAES, 2010).

Ao mesmo tempo, as áreas com acumulações marginais referem-se às regiões que apresentam produção limitada de petróleo e gás natural, compreendendo economicamente o nível mínimo de produção (NOVAES apud CAMARA, 2004).

Os conceitos de campos maduros e áreas com acumulações marginais envolvem características especificas, na indústria de exploração e produção de hidrocarbonetos (componentes do petróleo).

Tal característica sinaliza, para a necessidade dos investimentos em menor escala, ao mesmo tempo corresponde a menor risco de exploração envolvido, assim como expectativas menores quanto a resultados econômicos em comparação com

áreas que são denominadas como novas fronteiras exploratórias, e caracterizam- se por não possuírem poços perfurados ou mesmo de pouco conhecimento das suas reservas (NOVAES, apud ZAMITH e SANTOS, 2007).

A Bacia do Recôncavo Baiano destaca-se como a primeira bacia sedimentar explorada comercialmente, sendo iniciada na condição de produção on shore (em terra).

Conforme a dissertação na qual se baseia esta seção, as áreas que envolvem campos maduros e acumulações marginais despertam o interesse de empresas de pequeno e médio porte, possibilitando desta forma a entrada de novos exploradores na atividade do petróleo e gás natural, sendo fato que o menor risco, corrobora a condição de conhecimento relativamente maior da área explorada, concebendo-se mesmo que de forma limitada, conhecimento mais significativo do que no contexto das áreas que representam novas fronteiras.

O autor da dissertação que esta seção toma por base, também aborda que ao menor risco, corresponde também uma menor rentabilidade na exploração de campos maduros, compreendendo o afastamento de grandes empresas dos campos do recôncavo baiano.

Nesse contexto, os campos maduros necessitam de técnicas secundárias10 não presentes no principio da exploração do reservatório de petróleo, correspondendo ao prolongamento de sua vida econômica (denominada por vida útil), em função de terem entrado em declínio da sua produção (NOVAES apud CAMARA, 2004).

Aborda-se também que a sofisticação da técnica utilizada, compreende os fatores econômicos utilizados, em função da capacidade de produção envolvida, que corresponde ao fator de recuperação do petróleo, requerendo que seja compensado com incremento (aumento) da produção.

O comparativo em relação ao fator de recuperação do petróleo toma como base, os campos maduros de grande produção, a exemplo de alguns campos petrolíferos que fazem parte da bacia de Campos no Rio de Janeiro, nos quais em

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A depender do caso, corresponde a injeção de materiais como: polímeros, solventes ou vapor de água, podendo também utilizar-se da água envolvida na produção que é bombeada visando manter a pressão interna em sub-superficie (NOVAES apud MEZZOMO, 2001 e FEIJÓ, 2005).

virtude da produção de milhares de barris por dia, são utilizadas sofisticadas técnicas expressivamente (NOVAES apud SOARES, 1997).

Quanto à redução de riscos em áreas que correspondem a novas fronteiras, são utilizados investimentos em tecnologia de ponta, os quais são usados por empresas de grande porte em processamento de campanhas denominadas sísmicas (NOVAES apud STILGOE, 2007).

Para Novaes (2010), a definição de campos maduros e áreas de acumulações marginais, são importantes também sob o ponto de vista regulatório, em virtude do envolvimento das questões tributarias e de royalties.

Nesse sentido, há existência de alíquota diferenciada para campos produtores de petróleo e gás, nas áreas que correspondem a novas fronteiras exploratórias, em contraposição a campos maduros e áreas de acumulações marginais, de forma que as questões de ordem tributária necessitam de critérios precisos para efeito de cálculos, em virtude de que os critérios adequados podem reduzir a imprecisão.

3.5.1 Principais Resultados

Do estudo realizado constaram como principais resultados os seguintes itens: 1 – A bacia do recôncavo baiano caracteriza-se como uma bacia que apresenta produção em maioria dos poços abaixo de 500 barris/dia representando, portanto, uma bacia marginal conforme critérios da Agencia Nacional do Petróleo – ANP.

2 – Com a descoberta da bacia de campos no Estado do Rio de Janeiro em fins dos anos 70, a bacia sedimentar do recôncavo baiano passou a ter caráter secundário. As descobertas offshore (em mar) exigiram maior nível tecnológico.

3 – As recentes descobertas geológicas, com grandes reservas de petróleo abaixo dos domos de sal denominadas pré-sal, na bacia sedimentar de santos, impactaram a produção no que se refere à exploração em campos maduros no recôncavo baiano.

4 – O foco de atenção da ANP para o pré-sal segundo a pesquisa do autor, levou ao adiamento da licitação referente a campos maduros e áreas com acumulações marginais, não havendo rodada de licitações ate meado de 2010.

5 – Em face da não continuidade das operações, não será possível patamar mínimo de escala para manutenção de um parque industrial mínimo que aglomere fornecedores de bens e serviços, os quais proporcionem lastro financeiro à atividade econômica, inviabilizando dessa forma seu funcionamento.

6 – No entanto, a atividade proporcionou capacitação de mão de obra para o trabalho necessário à operação dos campos maduros, proporcionando a terceirização de serviços de hospedagem, alimentação, manutenção, utilização de equipamentos dentre outras.

4 O ESTUDO DE CASO NA REDE PETROGAS SERGIPE