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4 CAPITULO 3 “A GENTE TEM QUE SE HUMILHAR”: ANÁLISE DA

4.4 A humilhação na reunião da Mundial de Juazeiro

Recorrente no discurso das lideranças durante o momento inicial da reunião, a expressão “se humilhar” expressa outra dimensão de um mesmo termo - “humilhação” -, que, antes de indicar uma situação de sofrimento, como foi explicitado acima, pode ser compreendida como uma ação ritual, que tem implicações sobre a conduta das pessoas e sobre sua sociabilidade com a divindade. Ao indagar um dos obreiros sobre o significado do ato de “se humilhar” quando preconizado pelas lideranças durante a reunião, ele afirmou que...

Bom, se humilhar na presença de Deus que a gente fala, porque [...] nós não somos merecedores de nada, né - e então a gente deve se humilhar a ele, é... digamos [...] o se humilhar é reconhecer que você não é nada, que você depende dele, da força dele, você depende da sabedoria dele. Então, a gente fala em se humilhar, a gente fala em relação a isso, tá? Ser bem claro aí (Obreiro, em 23/08/2016, grifo meu).

No relato, o obreiro afirma que a ação de “se humilhar é reconhecer que você não é nada”. Exercida durante a reunião, ação perpassa o reconhecimento pessoal da insignificância

da própria pessoa diante de Deus, ao passo que a afirmação de que as pessoas são necessitadas, “dependentes” de Deus, justifica a busca por Ele.

O ato de “se humilhar na presença de Deus” traz à tona, primeiramente, a concepção de que a relação entre Deus e o ser humano deve ser polarizada, sobrepondo-se esse último ao primeiro. Sobre a finalidade desse tipo de humilhação, outra obreira afirma que...

Ó, o que eu entendo, por mim, hoje, por eu ser uma serva de Deus e obreira, que você sempre tem que se humilhar, mas na presença do Senhor. Porque

Deus é o todo poderoso. É só a ele que devemos nos humilhar. [...] É se

humilhar mesmo, se prostrar diante de Deus, pedir a presença de Deus para si. Que só ele é que sabe de tudo e é o dono de tudo. Aí o que eu penso disso é isso. Porque Deus pra mim é tudo na minha vida (Obreira, em 23/08/2016, grifo meu).

Presente no relato a partir da ideia de “se humilhar”, a noção de humilhação pode ter seu sentido explicitado se a ela se aplicar o mesmo esquema utilizado anteriormente na análise do relato do apóstolo sobre sua chegada no Brasil. Ao defini-la, percebe-se que ela consiste em uma ação (se humilhar) que, com base em critérios específicos (noções de poder – “o todo poderoso” -, sabedoria – “sabe de tudo” - e propriedade – “o dono de tudo” - demarcam a relação), situa entes em posições contrárias (a pessoa, que protagoniza a humilhação, e Deus, a quem a ação é dirigida) e os sobrepõe (a pessoa reconhece que não é nada diante de Deus), intensificando a assimetria entre eles.

Diferenciando-se do sentido negativo que apresentou no relato anterior sobre a chegada do apóstolo no Brasil, aqui a humilhação apresenta sentido positivo na medida em que remete a algo que deve ser buscado. Acometidas por essa humilhação, as pessoas que “se humilham”, ou seja, que se encontram no polo negativo da relação assimétrica com Deus concebem que deve ser esse mesmo o status da relação com a divindade. Na medida em que a “se humilhar” compreende uma ação necessária para se estabelecer uma relação com Deus, ela é perseguida e a pessoa se sujeita a essa humilhação na “presença de Deus”.

Essa humilhação autoinfligida expressa uma fonte de percepções amparada, sobretudo, na narrativa bíblica, que indicam uma prescrição ritual para a relação com Deus, performada durante as reuniões, e uma orientação sobre o modo de agir das pessoas. Não obstante, a sobreposição entre os entes em interação (Deus e as pessoas) parece ser anterior à própria ação de “se humilhar”. No imaginário religioso da pessoa que a pratica, ela mesma se diferencia ontologicamente de Deus, não havendo, portanto, equivalência entre eles.

Esse tipo de experiência religiosa vai de encontro o postulado da Teologia da

Prosperidade (TP) que compreende que o ser humano partilha da mesma natureza de Deus

por ser filho d’Ele, a partir do qual é plausível acreditar que “[...] Os cristãos, em vez de implorar, devem decretar, determinar, exigir, reivindicar, em nome de Jesus, como Deus prescrevera, para ‘tomar posse das bênçãos’ a que têm ‘direito’” (MARIANO, 2010, p. 154). Essa postura reivindicatória caracteriza, sobretudo, os cultos da IURD, nos quais se vê reverberar um discurso no qual as lideranças difundem o direito das pessoas de exigirem de Deus a solução de seus problemas60.

Contrapondo-se a essa ideia e corroborando com aquilo que foi observado nas reuniões do templo sede de Juazeiro, no livro Os pensamentos de Deus, o apóstolo Valdemiro afirma que...

Buscar ao Senhor não é apenas ir atrás de bênçãos materiais. O problema é que muita gente aprendeu errado, achando que pode colocar Deus contra a parede, cobrando-O e exigindo d’Ele como se o Senhor fosse obrigado a abençoar alguém. Nós podemos pedir, clamar, mas jamais exigir qualquer coisa do Senhor. Ele não nos deve absolutamente nada! Aliás, nossa maior riqueza é o temor que devemos sentir diante dEle (OLIVEIRA, 2010, p. 107).

Valdemiro Santiago parece revogar o postulado sustentado pela TP segundo o qual as pessoas teriam “direito” de exigir de Deus suas bênçãos, indicando uma negação da ideia de que os cristãos ocupariam um patamar semelhante ao ocupado por Deus, expresso na afamada afirmação de que seriam eles deuses com “d” minúsculo. Essa perspectiva, alicerçada na ideia de que os cristãos vivenciam uma “batalha espiritual”, passa a imprimir nas pessoas que dela partilham uma postura aguerrida e reivindicatória na sociabilidade com a divindade.

Apresentada no enunciado de Valdemiro, supracitado, a noção de temor sugere que os cristãos, nos moldes prescritos pelo apóstolo, não devem perder de vista que, apesar de “filhos”, são subordinados a Deus e, assim como fora ilustrado em relato anterior, “dependentes” d’Ele.

O Senhor não aceita fazer barganha, troca, permuta... [...] O senhor responderá suas orações, seu clamor, sem nenhum interesse, sem nenhum ‘toma lá da cá’. Por quê? Porque você é filho dele. Mesmo que tenha errado,

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Percepções resultantes de pesquisa de campo realizada no templo central da IURD em Juazeiro do Norte durante os anos de 2012 e 2014.

mesmo que tenha pecado, Ele o perdoará e sempre o receberá de braços abertos (Ibid., p. 108-109).61

Considerando-se que a relação entre as pessoas e Deus se assenta no modelo hierárquico filho-Pai, no qual se espera a subordinação do primeiro ao segundo, a ação ritual expressa pela noção de “humilhação”, ao invés de instaurar, intensifica a concepção de uma relação assimétrica pré-existente e impõe à pessoa que a pratica a subordinação à divindade. Na relação com Deus, a pessoa não é humilhada por Ele, mas busca ela mesma “se humilhar”, ou seja, afirmar sua posição inferior na relação e, assim fazendo, realçar a superioridade da própria divindade.

Em todo caso, ainda que indique uma situação na qual se configura uma relação de assimetria que envolve disparidade de poder, o termo “humilhação” diz respeito a duas dimensões principais e distintas: 1) aquela concernente à sociabilidade da pessoa com a divindade, e 2) aquela referente à esfera de relações na qual a pessoa é acometida por sofrimento, proveniente de outrem que outrem que não a divindade.

Enquanto na primeira dimensão a humilhação é perseguida e compreendida positivamente, na segunda, a humilhação é rejeitada e compreendida negativamente. No primeiro caso, a exclusividade que a divindade ocupa enquanto alvo da ação de “se humilhar” foi visualizado nos relatos e entrevistas quando as pessoas afirmavam, por exemplo, que “A gente só tem que se humilhar é a Deus. Como ele diz ‘Se humilhe a mim’. Não é ao homem. Deus fala isso aí. Então, eu tenho que me humilhar é a Deus mesmo. Né?” (Obreira, em 20/12/2016).

A concepção de que as pessoas, na condição de filhas de Deus, ocupam o mesmo patamar, ou seja, que “somos todos iguais [ou idealmente deveríamos ser] diante do pai” fundamenta a orientação de que umas não devam “se humilhar” às outras. Os relatos evidenciam a ideia de que, sendo todos filhos de um mesmo “Pai”, somente a Ele devem se

curvar, mas jamais a “nenhum pastor, nem obreiro, nenhum tipo de homem, a gente deve se

humilhar” (Obreiro, em 23/08/2016).

Das afirmações sobre a rejeição à ação de “se humilhar” diante de outrem, que não Deus, deriva a indagação sobre o que justificaria tal postura. Porque a ação de “se humilhar”, presente na narrativa dos fieis e instigada pelas lideranças em seus discursos durante as

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Uma análise mais profunda do enunciado possibilitaria compreender de forma mais nítida o discurso apresentado na citação, o qual, sob uma percepção imediata, entra em aparente contradição com as práticas relativas aos propósitos e promessas efetivados na Igreja e até mesmo com o sentido que a humilhação apresenta dentro do prisma da Teologia da Prosperidade, como será apresentado a seguir.

reuniões, deve ser praticado somente na relação com a divindade? Ao ser indagada sobre o significado dessa ação, uma das obreiras afirma que...

Ah, a gente se humilhar a Jesus é se ajoelhar e pedir as coisas que a gente quer. Que só quem dá é ele. É chorar nos pés dele. Pedir as coisa a ele, pr’ele guardar a gente, pr’ele vim livrar a gente, guardar a família, abrir porta de emprego. Isso aí é se humilhar a ele no lugar de se humilhar... aos pés de uma pessoa do mun-do homem, né?! Que tudo, tudo tem que se humilhar a Jesus. Tem que pedir tudo é a ele, porque o homem num tem o que dá a gente não, né? Só Deus (Obreira, em 20//12/2016).

A ação de “se humilhar” direcionada a Jesus, ao atribuir a ele o papel de provedor e protetor, tem seu sentido associado à expectativa que os pedidos voltados para resolução de problemas de diversos âmbitos da vida (família, emprego...) serão atendidos mediante a humilhação. Enquanto ação ritual direcionada à divindade e orientada pela expectativa de obtenção de êxito naquilo que se deseja, conquanto essa não seja sua única motivação, a

humilhação aproxima-se das práticas relativas à prosperidade.

Se humilhar é quando eu... Quando eu tô clamando a Deus, eu me humilho, eu me deixo lá embaixo. Eu digo: Senhor, eu sou pó e cinza, eu num sou nada. [...] eu fico me humilhando, né?! E... Deus, o Deus que a gente pede, que vive nas alturas, é ele, que é o poderoso, ele que pode todas as coisas, e a gente vai se humilhando, pedindo e se humilhando. E ele vai exaltando. Às

vezes, a gente exalta ele e ele exalta a gente também. Só que os humilhados.

Porque se a pessoa tiver, ó, [Leva o dedo indicador até a ponta do nariz e ergue a cabeça.] o narizinho empinado... [Gesticula em sinal de negação] acontece nada não (Obreira, em 08/12/2016, grifo meu).

A pessoa que se rebaixa, que assume a posição inferior, que “se humilha”, aciona uma condição que tem valor positivo no contexto das práticas da IMPD e que, segundo a narrativa empírica, tem seu conteúdo relacionado a um dos valores tipicamente cristão: a humildade. Grosso modo, o termo “humildade” caracterizaria a valorização da condição da pessoa que, ao se encontrar em uma situação que a coloca no polo inferior de uma relação assimétrica, resigna-se, como fez o Cristo com a cruz que lhe foi imposta62.

Ao passo que somente é conveniente se humilhar diante de Deus, jamais diante dos homens, a noção de humildade prescreve a postura que deve ser adotada por uma pessoa quando humilhada por outrem. Nesse caso, a situação de humilhação que implica em sofrimento é ainda apreendida em seu sentido negativo, porém, a pessoa é orientada a

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“E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até a morte, e morte de cruz” (Fl, 2:8).

resignar-se, ou seja, assumir uma postura “humilde”. Apesar da explicita negação do fundador da Mundial acerco do “toma lá da cá”, o cultivo da humildade exerce a função de moeda de

troca na sociabilidade com a divindade.

Nas narrativas de lideranças e fieis do templo sede, o tema que mais reflete as relações de inimizades ou de ausência de irmandade é a “perseguição”. O discurso persecutório está presente ao longo da narrativa bíblica63. Nos discursos das lideranças da Universal, por exemplo, o tema da perseguição esteve presente durante o evento que ficou conhecido como “chute na santa”. Na Mundial, o discurso persecutório gira em torno da ideia de que...

[...] como foram perseguidos e injustiçados os cristãos, como foi o próprio Cristo, aqueles que seguem o apóstolo sofrerão as consequências de admitir esse vínculo. Em contrapartida, serão prósperos se firmes no propósito de seguirem os ensinamentos recebidos na igreja (RODRIGUES, 2014, p. 156).

Recorrente no discurso do apóstolo Valdemiro, a perseguição sofrida proveniente de difamações ou acusações tem como função inserir a IMPD na narrativa bíblica que relata o transcurso entre episódios de perseguições sofridas pelos cristãos e a obtenção de recompensa para aqueles que, apesar de perseguidos, perseveraram. A expectativa de recompensa pela perseguição sofrida ou pela conduta humilde diante de Deus e de outrem, que granjeia bônus na relação com a divindade, parecem estar assentadas nas promessas de bem-aventuranças.

3 Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus, 4 Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados; 5 Bem- aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; 6 Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; 7 Bem-aventurados os misericordiosos, pois eles alcançarão misericórdia; 8 Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; 9 Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; 10 Bem- aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; 11 Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem, e mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa; 12 Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós (Mt, 5:3-12; Lc, 6:20- 29).

Compondo o conteúdo do conjunto de ensinamentos proferidos por Jesus no “sermão da montanha”, as bem-aventuranças atuam na IMPD como chave de leitura para interpretação dos infortúnios que possam acometer os fiéis e as lideranças da Igreja. Assemelhando-se ao

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Além de consistir em uma metanarrativa bíblica, considerações sobre o tema da perseguição são apresentadas em trechos específicos como Salmos 119:157, João 15:20, 2 Coríntios 4:8-9 e Romanos 12:14.

motivo que orienta a ação de “se humilhar” e a valorização da humildade, o tema da perseguição parece também configurar uma situação que é justificada pela expectativa de obtenção de certa recompensa.

Ao ser indagada sobre a ação de “se humilhar”, uma das obreiras afirma que...

[...] se o seu irmão está contra você, ou o seu amigo, digamos - o próximo é nosso irmão, né? Se tem uma pessoa contra você, que não quer falar contigo [...] não quer dar as horas pra você - um bom dia, um boa tarde -, então você chega pra ele, assim, você se tornando seu menor. Você chega: Oi, meu irmão, tudo bem? A paz do Senhor Jesus. Que prazer te encontrar. Pronto. Dê a mão pra ele, deseje a paz do Senhor Jesus. Se num quiser desejar a paz, porque o certo é você desejar a paz. E assim você pode desejar bom dia, boa tarde, né? Porque é muito bonito a pessoa ser humilde, manso de coração, se

tornar o seu menor, né? E isso tá se tornando você ser o menor. É, ou seja,

você vai ser o maior no reino de Deus, porque ali Deus está vendo o que você tá fazendo (Obreira, em 11/12/2016, grifo meu).

O trecho da entrevista retrata de forma exemplar uma relação de tensão entre duas pessoas para qual a obreira dá orientações sobre qual conduta adotar: “ser humilde”. A ideia de que a pessoa tem que “se tornar seu menor”, inferiorizando-se diante de outrem, indica uma prescrição para a humildade que é orientada pela expectativa de que, “no reino de Deus”, a condição da pessoa que age humildemente seja invertida. Como ocorre com relação ao discurso persecutório, a fala da obreira indica a expectativa de recompensa pela ação efetivada.

A prescrição sobre a humildade está amparada principalmente na narrativa bíblica, com base na qual a conduta da pessoa é orientada. O versículo 29 do capítulo 11 do livro de Mateus, por exemplo, apresenta: “Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas”64. Apresentada no relato anterior pela expressão “tornar-se seu menor”, a condição daquele que é humilde guarda ainda similitude com outros termos empregados nos relatos dos fieis, como, por exemplo, “criança”:

O reino de Deus é semelhante a uma criança. [...] Ela não tem orgulho, ele não tem rancor, ele num guarda ódio no coração, né verdade? Então, nós temos que ser semelhante àquela criança. Se nós não formos como uma criança fica difícil entrar no reino de Deus, porque o reino de Deus é semelhante àquela criança, né? (Obreira, em 08/12/2016)

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Tendo em vista o caráter basilar do texto bíblico na gênese da noção de humildade e de outras noções aqui apresentadas, de fato, seria necessário um estudo histórico da origem de suas origens a fim de compreender com mais profundidade os seus significados.

Também apresentada mediante palavras como “pequenino”, “meninos”, “criancinhas”, a depender o tipo de tradução do texto bíblico, a concepção de que tornar-se “menor” ou assemelhar-se a um criança são critério para o ingresso no “reino de Deus” pode ser acessada ainda no conteúdo do texto bíblico dos versículos 13 e 14 do capítulo 19 do livro de Mateus, com versões semelhantes nos livros de Lucas (18:15-17) e Marcos (10:13-16): “Trouxeram- lhe então alguns meninos, para que sobre eles pusesse as mãos, e orasse; mas os discípulos os repreendiam./ Jesus, porém, disse: Deixai os meninos, e não os estorveis de vir a mim, porque dos tais é o reino dos céus”.

Na forma como foi exposta aqui, a prescrição para a humildade em muito se aproxima da condição daquele que “se humilha na presença de Deus”. É por a conduta humilde ser valorizada positivamente na sociabilidade com a divindade que as pessoas são orientadas a se humilharem a ele e não d’Ele exigir. Diante do conjunto de elementos presentes, sobretudo, na reunião do templo sede da IMPD em Juazeiro do Norte, fica nítida que ação de ritual de “se humilhar”, enquanto uma das dimensões do termo “humilhação”, ao valorizar positivamente a humildade, prescreve uma postura dócil da pessoa na sociabilidade com a divindade.

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