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4 LIMITES CONJUNTURAIS À GESTÃO DOS RSU GERADOS:

4.3 O olhar universitário frente à problemática ambiental

4.3.3 A identificação dos limites conjunturais pós subsídios à problemática

Em primeira análise, apresentam-se indagações evidentes que, de certa forma, procuram identificar as possíveis motivações para a problemática observada. Os limites conjunturais verificados perpassam por temas atribuídos aos aspectos emocionais, pelas práticas e atribuições consideradas com o comprometimento ou a falta desse para com a adequada conduta ambiental ligada ao tema e, finalmente, imputações de proposições aos respectivos responsáveis por todo o processo de gestão.

Em relação aos aspectos relacionados à emoção, insegurança, sofrimento e temor são relatos que aparecem com frequência nas preocupações narradas. Seguem nessa perspectiva, análises assinaladas como parâmetros de interpretação que apontam ausência de conscientização e padrões de consumo em desacordo com a boa prática socioambiental dos munícipes em geral.

Em uma perspectiva mais gerencial, atribuição direcionada ao executivo municipal (Quadro 04), esboçam-se interpretações relacionadas à prática que podemos chamar de equivocada, ou seja, uma ação executada, em especial pelo poder público

municipal, não condizente com o que se espera do principal agente para o setor. Nesse contexto, os relatos induzem a considerar que a gestão municipal deveria ser o principal agente encarregado de executar os preceitos legais e socioambientais que permeiam as questões relativas aos resíduos gerados, na verdade se comporta como o epicentro das agruras socioambientais da problemática vivenciada.

Por conseguinte, as interpretações dos relatos remetem a referências e atribuições relativas a pertenças responsabilidades. Compreende-se a presença ou, como poderíamos dizer, à crença que, na complexa análise da problemática, evidenciam-se dois agentes atuando isolados ou concomitantes. Aos munícipes, de uma forma geral, e ao poder público municipal são atribuídas responsabilidades e culpabilidades pelo aviltamento das condições gerais praticadas, bem como pelas atribuições ausentes no trato com o material do pós-consumo.

Quadro 4 - Conexões, imputações e atribuições de responsabilidades

MARCOS ASSINALADOS COMO CONEXOS À

PROBLEMÁTICA EVIDENCIADA. IMPUTAÇÕES E ATRIBUIÇÕES DE RESPONSABILIDADES.

1) Insegurança (Incerteza) Munícipes

2) Sofrimento (Aflição) Munícipes

3) Temor (Receio) Munícipes

4) Valoração Munícipes

5) Conscientização/Sensibilização Munícipes

6) Comportamental (Conduta) Munícipes

7) Consumismo (Conduta) Munícipes

8) Descaso (grau de importância para com a problemática)

Executivo municipal e Munícipes

9) Incentivo (ausência de fomento a uma prática eficaz no trato com os resíduos)

Executivo municipal e Munícipes

10) Dimensão da problemática no trato com os resíduos

Executivo municipal e Munícipes

11) Desrespeito (com o tema ‘resíduos’ e com a problemática)

Executivo municipal

12) Atitude (ausência de pretensão em resolver à problemática)

Executivo municipal

13) Relevância (reduzida importância para com a problemática)

Executivo municipal

14) Diagnóstico (ausência de detalhamento das consequências ambientais e sociais)

Executivo municipal

15) Cidadania (catadores sem exercício pleno da cidadania)

16) Responsabilização (atribuição de responsabilidades) Executivo municipal

17) Fiscalização (inspeção) Executivo municipal

18) Averiguação (verificação) Executivo municipal

19) Controle (ausência) Executivo municipal

20) Obrigação Legal Executivo municipal

21) Geográfica (Localização em área urbana) Executivo municipal 22) Manejo/seleção (no tratamento atribuído aos resíduos

gerados)

Executivo municipal

23) Incoerência (propaganda enganosa) Executivo municipal 24) Divulgação (propaganda enganosa) Executivo municipal

25) Prevenção (Inexistência) Executivo municipal

Fonte: Elaborado pelo autor.

Portanto, os aspectos conexos atribuídos aos munícipes como preponderantes têm contribuído para danos ao meio ambiente de forma geral, e também na cidade de Boa Vista. No entendimento das proposituras, medidas de sensibilização para futura conscientização se fazem necessárias, considerando um juízo preocupante para a temática, necessitando a implantação de medidas mitigadoras que minimizem os impactos causados pelos materiais do pós-consumo.

No que diz respeito aos aspectos correlatos atribuídos e que contribuem para o descaso com a destinação dos resíduos gerados na cidade de Boa Vista, considera-se o entendimento de que se atribui à gestão pública municipal a responsabilização da problemática evidenciada. As ações oriundas da gestão municipal no sentido de mitigar a problemática são entendidas como insuficientes.

O entendimento para esse tipo de comportamento se dá em função de que a problemática tem pouca prioridade no que diz respeito ao encaminhamento das possíveis medidas que minimizem os impactos socioambientais, ligados aos RSU gerados.

Apesar de considerar que o executivo municipal consegue desenvolver uma política de coleta regular satisfatória, não se aplica o êxito na destinação e disposição final desses resíduos coletados na cidade. Nesse aspecto, o descaso com a destinação do lixo que é gerado na cidade de Boa Vista se faz preocupante. A constatação se apresenta pela problemática evidenciada no Aterro Sanitário de Boa Vista ou, como é conhecido, o lixão da cidade de Boa Vista.

Averiguar os danos causados ao meio ambiente pela atual prática em dispor os RSU gerados no atual Aterro Sanitário (lixão) também se faz necessário. Entende-se que a constatação efetiva de danos são verdades que precisam estar concretizadas de forma contínua, no sentido de encaminhar responsabilidades a quem se fazem imprescindíveis. As consequências resultantes da prática, a forma ineficaz e desprovida de planejamento potencializam práticas confusas e que tendem a não equalização da problemática evidenciada. Nesse contexto, evidencia-se a responsabilização à gestão municipal, tanto no aspecto legal como político, das ações de mitigação não implementadas. Nos relatos, o desdobramento dessa prática considera a gestão como responsável pela atual conjuntura e problemática dos RSU gerados na capital, atribuindo-lhe responsabilidades pela prática verificada.