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5 ROMPIMENTO DO PARADIGMA DA FORMALIDADE ESTRITA E A

6.1 A INFORMATIZAÇÃO COMO OTIMIZAÇÃO LEI Nº 11.419/06

Tendo entrado em vigor em março de 2007, a Lei nº 11.419, de 19 de dezembro de 2006, com previsão de ser aplicada, indistintamente, aos processos civil, penal e trabalhista, bem como aos juizados especiais, em qualquer grau de jurisdição253, ainda tem sua aplicação

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MADALENA, Pedro; OLIVEIRA, Álvaro Borges de. Organização & informática no poder judiciário: sentenças programadas em processo virtual. 2 ed. Curitiba: Juruá, 2008, p, 112 e 114.

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FIOREZE, Juliana. Videoconferência no processo penal brasileiro: interrogatório on-line. Curitiba: Juruá, 2008, p. 72-73.

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“Lei nº 11.419/2006 - Art. 1o O uso de meio eletrônico na tramitação de processos judiciais, comunicação de atos e transmissão de peças processuais será admitido nos termos desta Lei. § 1o Aplica-se o disposto nesta Lei, indistintamente, aos processos civil, penal e trabalhista, bem como aos juizados especiais, em qualquer grau de jurisdição. § 2o Para o disposto nesta Lei, considera-se: I - meio eletrônico qualquer forma de armazenamento ou tráfego de documentos e arquivos digitais; II - transmissão eletrônica toda forma de comunicação a distância com a utilização de redes de comunicação, preferencialmente a rede mundial de computadores; III - assinatura eletrônica as seguintes formas de identificação inequívoca do signatário: a) assinatura digital baseada em certificado digital emitido por Autoridade Certificadora credenciada, na forma de lei específica; b) mediante cadastro de usuário no Poder Judiciário, conforme disciplinado pelos órgãos respectivos”.

de modo restrito, seja por questões de ordem técnica para sua ampliação, seja pelo fato de a grande maioria dos Judiciários dos Estados sentir o reflexo da deficiência quanto à dotação orçamentária e de um planejamento seguro acerca do tema, acreditando-se que a Justiça estadual demore, em média, pelo menos 5 anos para que consiga efetivamente operar integralmente com os ditames da lei do processo eletrônico.254

Números recentes do Conselho Nacional de Justiça indicam no Brasil um volume superior a 70.000.000 de processos, em todas as esferas da Justiça, cujo grau de congestionamento se mostra elevado e as metas estabelecidas pelo referido Conselho visam principalmente atender os anseios da sociedade. Pelo menos dez vantagens podem ser vistas de imediato com a legislação do processo eletrônico: 1) fim do processo em papel com a automação eliminando etapas manuais; 2) redução do custo com o procedimento; 3) agilidade na tramitação; 4) tráfego e trânsito sem “gargalo”; 5) redução dos incidentes; 6) meio digital eficiente, sem volumes físicos inócuos; 7) garantias de acesso e transparência; 8) diminuição dos recursos efetivos; 9) sintonia entre primeira e segunda instância; e 10) deslocamento dos processos sem possibilidade de extravio pelo meio eletrônico.255

A lei do processo eletrônico, concisa e com sua clareza solar, atende ao clamor de desafogar a Justiça, criando acentuada expectativa pelo fato de toda a sua regulamentação advir do comando do próprio órgão encarregado desta disciplina, conclamando os Tribunais Superiores (STJ e STJ) e o CNJ à uniformização do tema para que não haja distorções entre os demais Tribunais do país.

Todos os dados do processo estarão armazenados e terão um código específico. Os elementos do processo pela via eletrônica transmitem, desde a inicial até a decisão final com

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ABRÃO, Carlos Henrique. Processo eletrônico: Lei 11.419 de 19 de dezembro de 2006. 2ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2009, p. 28.

trânsito em julgado, diversas etapas e procedimentos, livres de papel ou de volumes, saindo as publicações pela via eletrônica256, traços vitais para o reconhecimento da credibilidade de um Judiciário de amplo acesso democrático. O processo eletrônico compreende todos os mecanismos postos à disposição do juízo, tais como a intimação das partes, do perito e a convocação para audiência, permitindo que as partes ou terceiros interessados sejam comunicados da decisão judicial, mediante correio eletrônico, com o respectivo registro de sua implementação.257

A adoção do processo virtual evita o atendimento em balcão de cartórios e secretarias e a locomoção de advogados entre seus escritórios e fóruns para dar cumprimento ao mandato que lhe foi outorgado pela parte, uma vez que todas as informações estarão disponíveis na rede mundial informatizada. Petição inicial, defesa, recurso, sentença, acórdão, cópias de documentos, atos e termos que compõem o processo virtual estão 24h (vinte e quatro horas)258 acessíveis aos interessados, permanecendo os documentos originais fotocopiados pelo sistema eletrônico depositados em arquivo geral do fórum para eventual consulta, e aqueles mantidos em poder das partes, poderão, se for o caso, ser requisitados posteriormente pela autoridade judiciária.

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“Lei nº 11.419/2006 - Art. 4o Os tribunais poderão criar Diário da Justiça eletrônico, disponibilizado em sítio da rede mundial de computadores, para publicação de atos judiciais e administrativos próprios e dos órgãos a eles subordinados, bem como comunicações em geral. § 1o O sítio e o conteúdo das publicações de que trata este artigo deverão ser assinados digitalmente com base em certificado emitido por Autoridade Certificadora credenciada na forma da lei específica. § 2o A publicação eletrônica na forma deste artigo substitui qualquer outro meio e publicação oficial, para quaisquer efeitos legais, à exceção dos casos que, por lei, exigem intimação ou vista pessoal. (...)”.

257 Idem. Ibidem, p. 17-25. 258

“Lei nº 11.419/2006 - Art. 3o Consideram-se realizados os atos processuais por meio eletrônico no dia e hora do seu envio ao sistema do Poder Judiciário, do que deverá ser fornecido protocolo eletrônico. Parágrafo único. Quando a petição eletrônica for enviada para atender prazo processual, serão consideradas tempestivas as transmitidas até as 24 (vinte e quatro) horas do seu último dia”.

O processo é monitorado pelo sistema automatizado, o que dispensa a realização de múltiplas tarefas que ficavam sob a responsabilidade humana por falta de um programa inteligente informatizado. O gerenciamento das atividades no processo eletrônico garante produtividade em menor tempo possível e um salutar exemplo disso é o monitoramento das fases processuais onde o sistema está orientado para automaticamente alertar a anormalidade no caso de eventual falta de cumprimento de um ato processual no prazo estabelecido.259

6.2 MEIOS ELETRÔNICOS E A QUESTÃO DA SEGURANÇA DOS DADOS