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A Inquisição na Atualidade:

No documento TRONO DA FÉ (páginas 161-171)

No ano de 1908, o Tribunal da Santa Inquisição, foi transformado pela Santa Sé em Congregação para a Doutrina da Fé, e não mais ameaçaria a liberdade de crença no mundo, hoje garantida por quase todas as Constituições dos Estados modernos e livres. Em 1981, Josef Ratzinger (o atual Papa Bento XVI), nomeado para chefiar a Congregação para a Doutrina da Fé, ratificou esse compromisso prometendo lutar pela união de todos os credos através do Ecumenismo (união na convergência e respeito na divergência), um princípio sagrado inaugurado pelo saudoso Pontífice João XXIII, o Papa que trouxe luzes sobre as trevas medievais.

No ano de 2000, o falecido Papa João Paulo 2º, falando como soberano Pontífice da Igreja Católica Apostólica Romana, num evento penitencial solene e sincero, pediu formalmente desculpas ao mundo pelos “dramas relacionados com a Inquisição e pelas feridas deixadas na memória da humanidade”. O Pontífice também pediu oficialmente perdão a Deus, “em nome da Santa Igreja”, diante dos pecados cometidos pela Instituição desde a sua fundação há dois mil anos.

O gesto, sem precedentes na História da Igreja Católica, ocorreu na Basílica de São Pedro, em Roma, durante a Missa do primeiro domingo da Quaresma. Segundo a imprensa da época, sete confissões de culpas foram formuladas por sete dignitários da Cúria Romana, seguidas de sete pedidos de perdão pelo próprio Papa. Também se registrou uma confissão geral pelas culpas do passado e um pedido formal de perdão pelos “erros cometidos a serviço da verdade por meio do uso de métodos que não têm relação com a palavra do Senhor"; pela sep aração dos cristãos; pelas perseguições impiedosas aos judeus; pelo desrespeito às culturas e religiões de todos os povos; e, finalmente, um “mea culpa” pelas longas e reconhecidas violações dos direitos humanos.

Estima-se que 75 milhões de pessoas foram chacinadas pelo “Santo Ofício”, enquanto que milhões de outras foram intimidadas, torturad as, e mulheres forçadas a manter relações sexuais com os sacerdotes executores da Inquisição. Os defensores do “Tribunal do Santo Ofício” alegam que a Igreja, qual uma “mãe zelosa”, teria o direito de castigar seus filhos para protegê -los das “más companhias”. Contestam os números apresentados dizendo que não foram tantas vítimas assim. No entanto, se somente um ser humano tivesse sido assassinado nas fogueiras da inquisição, ainda assim, seus atos não seriam justificados.

Salientamos que este artigo não tem por intuito despertar revanchismos, ao contrário, conclamamos todos a refletir nas seguintes palavras do Mestre Jesus:"Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas". (Mateus 6:14-15)

Toré

O Toré é uma dança que inclui também práticas religiosas secretas, às quais só os índios têm acesso. O objetivo ritual do toré é a comunicação com os encantos ou encantados, que vivem no reino da jurema ou juremá, referência à bebida feita com a casca da raiz da juremeira. Quanto à dança propriamente dita, ela assume características diferentes em cada comunidade. Eles dançam em círculos, em sentido anti-horário, fazendo e desfazendo sucessivas espirais. O grupo dança formando quatro filas, que fazem variadas coreografias, criando movimentos de rara beleza. O ritual, que começa por volta das 21h e vai até as 3h da manhã, é uma dança coletiva acompanhada por cânticos e pelo som de chocalhos feitos de cabaças. O que mais impressiona no Toré é a força com que todos pisam o chão, de forma ritmada, juntos, como se fossem uma só pessoa.

Pajelança

Durante o ritual terapêutico, o pajé reza e fuma ao mesmo tempo, baforando a fumaça do tabaco sobre o corpo do doente. Enquanto isto sustenta em uma das mãos o maracá, cujo ruído assinala a aproximação do espírito. O pajé pode alcançar o transe fumando e

hiperventilando continuamente, o que lhe provoca visões que lhe direcionam para compreender os atos es tranhos que se sucedem na aldeia, ou para predizer sucessos e insucessos.

A pajelança é um ato-ritual de cura, levada á cabo por vários pajés. Nestas ocasiões eles se reúnem para fins curativos ou cuidar da realização de um feitiço que beneficie todas as comunidades participantes do evento.

A crença da pajelança é assentada na figura do encantamento, ou seja, é um culto á encantaria. Encantados são os seres invisí veis que habitam as florestas, o mundo subterrâneo e aquático, regiões conhecidas como "encantes". Os pajés servem de instrumentos para a ação dos encantados. Para tornar-se pajé, o indivíduo precisar ter um dom de nascença ou "de agrado" (adquirido).

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A Jurema é uma árvore que floresce no agreste e na caatinga nordestina; da casca de seu tronco e de suas raízes se faz uma bebida mágico- sagrada que alimenta e dá força aos encantados do “outro -mundo”. É também essa bebida que permite aos homens entrar em contato com o mundo espiritual e os seres que lá residem.

O Catimbó, envolve como padrão a ingestão da bebida feita com partes da Jurema, o uso ritual do tabaco, o transe de possessão por seres encantados, além da crença em um mundo espiritual onde as entidades residem.

Para seus adeptos, o mundo espiritual tem o nome de Juremá e é composto por reinados, cidades e aldeias. Nestes Reinos e Cidades residem os encantados: os Mestres e os Caboclos. “Cada aldeia tem três ‘mestres’. Doze aldeias fazem um Reino com 36 ‘mestres’. No reino há cidades, serras, florestas, rios. Quanto são os Re inos? Sete, segundo uns. Vajucá, Tigre, Candindé, Urubá, Juremal, Fundo do Mar, e Josafá. Ou cinco, ensinam outros. Vajucá, Juremal, Tanema, Urubá e Josafá”.

Troncos da planta são assentados em recipientes de barro e simbolizam as cidades dos principais mestres das casas. Estes troncos,

 juntamente com as princesas e príncipes, com imagens de santos católicos e de espíritos afro-ameríndios, maracas e cachimbos, constituirão as Mesas de Jurema. Chama-se Mesa o altar junto ao qual são consultados os espíritos e onde são oferecidas as obrigações que a eles se deva.

As princesas são vasilhas redondas de vidro ou de louça dentro das quais são preparadas a bebida sagrada e, em ocasiões espec iais, onde são oferecidos alimentos ou bebidas aos encantados. Os príncipes são taças ou copos, que normalmente estão cheio

ODUDUÁ ODUDUÁ

Oduduá , na tradição é complicada , polêmica. Alguns sugerem ser a referida divindade um orixá feminino a esposa de Oxalá , rainha da Terra .Outros classifam como sendo uma qualidade do próprio Oxalá . Eu parto pela vertente que considera ODUDUÁ , divindade feminina da criação de toda matéria , origem da vida . Senhora do universo ,ÚTERO DA TERRA .

Oduduá não enxerga pelos olhos , mas por outros sentidos dotada de temperamento terrível , de difícil

convivência . É senhora de grande inteligência , de autoritarismo e poder de dominação pela força , sobre tudo e sobre todos.Temperamen- -tal , lasciva , consciente do imenso poder que tem em suas mãos Não suporta a beleza das coisas , da saúde , da prosperidade alheia ,que pode provocar a sua ira e uma vingança implacavel . Diz o mito que OXALÁ arrancou os seus olhos acometido por um estranho ataque de fúria , em virtude da sua tagarelice de mulher , que tinha voz muito estridente e desagradável. Ela não parava de falar , queixando-se da vida aos berros.

Oduduá é dotada de temperamento terrível, de difícil convivência .Nunca se sabe como agrada-la.

Nos primórdios diz a lenda ,Olórum concedeu a Oduduá total poder sobre o universo e os demais orixás ,

entregando-lhe simbólicamente uma cabaça e um pássaro de metal. Mas Oduduá passou a reinar de forma cruel e por qualquer motivo mandava arrancar os olhos e o coração das criaturas.Oludamaré , preocupado tirou parte do poder de Odudua e entregou a Oxalá , restabelecendo a justiça e a misericórdia.

Oduduá a senhora do poder feminino assemelha-se em alguns aspéctos a Odu -iamioxoróngo,-terrível , fria , e sem coração , guardiã do poder e da vida dos habitantes do aiê , seu habitat ,para a infelicidade dos mortais .-

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Linha De Oxalá

25/12 - Louvação a Oxalá

25/12 Oxalá – É o Obatalá (Orixá que se veste de branco), o Orixalá (o maior dos Orixás). Orixá da fé, da paz e da pureza (alvura). Linha de Oxalá: Esta linha é regida pôr Jesus Cristo e representa o princípio da criação, a luz divina que coordena todas as outras. Os guias principais desta linha são :

LINHA DE OXALÁ Caboclo Tupi - Representante de Oxalá na Linha das Almas

Caboclo Guarani - Representante de Oxalá na Linha de Oxóssi Caboclo Aymoré - Representante de Oxalá na Linha de Ogum Caboclo Guaracy - Representante de Oxalá na Linha de Xangô Caboclo Ubiratã - Representante de Oxalá na Linha de Ibeji Caboclo Ubirajara - Representante de Oxalá na Linha de Senhoras Caboclo Urubatão da Guia - Comando da Linha de Oxalá

LINHA DE OXALÁ

Caboclo Tupi Representante de Oxalá na Linha das Almas Caboclo Guarani Representante de Oxalá na Linha de Oxóssi Caboclo Aimoré Representante de Oxalá na Linha de Ogum Caboclo Guaracy Representante de Oxalá na Linha de Xangô Caboclo Ubiratã Representante de Oxalá na Linha de Ibêji Caboclo Ubirajara Repres. de Oxalá na Linha de Senhoras

Caboclo Urubatão da Guia Comando da Linha de Oxalá

OXALÁ (ou ORIXALÁ): (ORI Luz, Reflexo; XA Senhor, Fogo; LÁ Deus, Divino)

Portanto, A LUZ DO SENHOR DEUS

Os Setes Chefes de Legião da Vibração Espiritual de Oxalá:

Caboclo Urubatão Da Guia representante da vibração espiritual

Caboclo Guaracy

intermediário para Ogum Caboclo Guarani intermediário para Oxossi

Caboclo Aymoré

intermediário para Xangô Caboclo Tupy intermediário para Yorimá Caboclo Ubiratan intermediário para Yori Caboclo Ubirajara intermediário para Yemanjá

7 - Exu Rei Sete Encruzilhadas Comando negativo da linha

6 - Exu Sete Pemb as Representante negativo na linh a das Senhoras 5 - Exu Sete Ventanias Representante n egativo na linh a de ibêjis 4 - Exu Sete Poeiras Represen tante negativo na linha d e Xangô 3 - Exu Sete Chaves Representan te negativo na linha de Ogum 2 - Exu Sete Capas Representante negativo n a linha de Oxóssi

163 ORIXALÁ (OXALÁ)

Esta Vibração tem a supervisão de Jesus, o Cristo, e representa o princípio, o Incriado, o Reflexo de Deus, o Verbo Solar. É a Luz Refletida que coordena das demais Vibrações Originais, não em seus Pontos Iniciais, e sim em suas exteriorizações que se fixam no nosso Mun do, e que dão a Magia aos Orixás que integram e dirigem na prática a Lei na dita Linha.

 Na adaptação popular dos Terreiros, diz-se como "Linha de Oxalá".

O ASTRO que corresponde a essa Vibração é o SOL A COR é a BRANCA ou AMARELO-OURO O DIA é o DOMINGO

O Mediador é o ARCANJO GABRIEL

OXALÁ - Sua cor é o branco, sua erva é boldo, manjericão, seu símbolo é o opachorô, cetro de metal branco com os símbolos da criação, sua saudação é acheuepa babá, sua guia é de contas brancas de louça com firma branca, sua pedra é o cristal branco, sua essência é de alfazema e mirra, seu metal é o ouro amarelo e branco e o estanho, seu número é o 16 e o 10, sua comida é a canjica de milho branco cozida com mel e o acaçá no leite de coco, sua bebida e o aluá de oxalá ou vinho de palma, sua fruta é pêra, uva verde, maçã verde, seu dia é sexta-feira, é sincretizado com Jesus Cristo.

O astro que rege esta linha é o Sol e tem como guardião o anjo Gabriel.

LINHA DE OXALÁ

OXALÁ - Sua cor é o branco, sua erva é boldo, manjericão, seu símbolo é o opachorô, cetro de metal branco com os símbolos da criação, sua saudação é acheuepa babá, sua guia é de contas brancas de louça com firma branca, sua pedra é o cristal branco, sua essência é de alfazema e mirra, seu metal é o ouro amarelo e branco e o

estanho, seu número é o 16 e o 10, sua comida é a canjica de milho branco cozida com mel e o acaçá no leite de coco, sua bebida e o aluá de oxalá ou vinho de palma, sua fruta é pêra, uva verde, maçã verde, seu dia é sexta- feira, é sincretizado com Jesus Cristo.

LINHA OU VIBRAÇÃO DE ORIXALÁ - Estas Entidades usam roupagem de Caboclos. São as mais perfeitas nas manifestações. Não fumam, mesmo no grau de Protetores, e não gostam de ser solicitadas sem um motivo imperioso além das 21 horas. Suas vibrações fluídicas começam se fixando pela cabeça, por cima, na altura da glândula pineal e vai até aos ombros, com uma sensação de friagem pelo rosto, tórax, e certo nervosismo que se comunica de leve ao Plexo Solar. A respiração faz-se quase somente pela narina direita, entrecortada de suspiros longos. O movimento que indica o controle na matéria vem com um sacolejo quase que geral no corpo.

Falam calmo, compassado e se expressam sempre com elevação, conservando a cabeça do aparelho(médium), ora baixa ora semi levantada...

Seus pontos cantados são verdadeiras invocações de grande misticismo, dificilmente escutados hoje em dia, pois é raro assumirem uma "chefia de cabeça" e quase nunca uma função auxiliar efetiva (um dos Orixás Chefes, senão o mais antigo, é o Caboclo Urubatão; o autor, em seu eterno "peregrinar" em incontáveis "terreiros", teve momentos de verdadeira "agonia mental" quando era obrigado a cumprimentar "aparelhos" com "encosto" de Exu, dizendo-se, por vaidade ou puro animismo, ser aquela entidade. Esta "agonia" era por ver as tremendas falhas da "representação", vistas e sentidas por seus próprios companheiros, que olhavam a "cena" divertidos e irônicos).

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Baixam raras vezes e só o fazem a miúdo, quando encontram a mediunidade de um ou outro em excelente estado mental, e moral.

Seus sinais riscados são quase sempre curvos e formam desenhos de grande beleza: dão a Flecha, Chave e Raiz. As entidades apresentam-se invariavelmente calmas, quase não falam, consultam pouco e não assumem "chefia de cabeça", porém são sempre auxiliares.

Essa linha representa o princípio, o incriado, o reflexo de Deus, o verbo solar. É a luz refletida que coordena as demais vibrações. As entidades dessa linha falam calmo, compassado e se expressam sempre com elevação. Seus pontos cantados são verdadeiras invocações de grande misticismo, dificilmente escutados hoje em dia, pois é raro assumirem uma "Chefia de

Cabeça".

CABOCLOSDEOXALÁ

Quase não trabalham dando consultas, geralmente dão passe de energização. São "compactados" para incorporar e se mantém localizado em um ponto do terreiro sem deslocar-se muito. Sua principal função é dirigir e instruir os demais Caboclos.

ORIXALÁ

Esta Vibração tem a supervisão de Jesus, o Cristo, e representa o princípio, o Incriado, o Reflexo de Deus, o Verbo Solar. É a Luz Refletida que coordena das demais Vibrações Originais, não em seus Pontos Iniciais, e sim em suas exteriorizações que se fixam no nosso Mundo, e que dão a Magia aos Orixás que integram e dirigem na prática a Lei na dita Linha.

Na adaptação popular dos Terreiros, diz-se como "Linha de Oxalá". O ASTRO que corresponde a essa Vibração é o SOL

A COR é a BRANCA ou AMARELO-OURO O DIA é o DOMINGO

O Mediador é o ARCANJO GABRIEL

Orixalá ou Oxalá ?

A Vibração Original (a Linha) se chama Orixalá, com o tempo contraiu-se para Oxalá que por sua vez é o nome do Senhor Jesus Cristo. Então é bom frisar que Orixalá é a Vibração Original (a Linha) e Oxalá é o Senhor Jesus Cristo. Assim sendo, para não dar muita confusão, fazemos assim: Considerando-se que Jesus Cristo (Oxalá) está ligado diretamente a Vibração Original Orixalá, saravamos o nome Oxalá com o pensamento de estarmos saravando a Vibração Original (a Linha) e a Jesus Cristo ao mesmo tempo.

Por serem um conjunto de vibrações que atuam sobre todos os seres encarnados, as Linhas de Umbanda têm Comandos definidos e

Representantes junto às outras linhas, para evitar entre choques e harmonizar melhor as freqüências, sendo o seu principal escopo o bem estar do ser encarnado.

Ditos Representantes, comparam-se à Diplomatas com suas imunidades, e ascendência direta sobre os seus afins. A seguir damos a relação dos Comandos e Representantes entre as 7 Linhas da Umbanda.

OXALÁ Considerado pai de todos os orixás é o senhor do branco, da pureza, e da paz equilíbrio positivo do universo orixá mais velho foi o primeiro a ser criado transmite a seus filhos sua característica mais soberbas: calma respeitabilidade, força de vontade nada faz mudar de opinião ou estratégia no entanto aceita as conseqüências de suas decisões, seu dia é o domingo,sua cor é o

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06-Oxalá

Orixá masculino, de origem Ioruba (nagô) bastante cultuado no Brasil, onde costuma ser considerado a divindade mais importante do panteão africano. Na África é cultuado com o nome de Obatalá. Quando porém os negros vieram para cá, como mão-de-obra escrava na agricultura, trouxeram consigo, além do nome do Orixá, uma outra forma de a ele se referirem, Orixalá, que significa, orixá dos orixás. Numa versão contraída, o nome que se acabou popularizando, é OXALÁ.

Esta relação de importância advém de a organização de divindades africanas ser uma maneira simbólica de se codificar as regras do comportamento. Nos preceitos, estão todas as matrizes básicas da organização familiar e tribal, das atitudes possíveis, dos diversos caminhos para uma mesma questão. Para um mesmo problema, orixás diferentes propõem respostas diferentes - e raramente há um acordo social no sentido de estabelecer uma das saídas como correta e a outra não. A  jurisprudência africana nesse sentido prefere conviver com os opostos, estabelecendo, no máximo, que, perante um impasse, Ogum faz isso, Iansã faz aquilo, por exemplo.

Assim, Oxalá não tem mais poderes que os outros nem é hierarquicamente superior, mas merece o respeito de todos por representar o patriarca, o chefe da família. Cada membro da família tem suas funções e o direito de se inter-relacionar de igual para igual com todos os outros membros, o que as lendas dos Orixás confirmam através da independência que cada um mantém em relação aos outros. Oxalá, porém, é o que traz consigo a memória de outros tempos, as soluções já encontradas no passado para casos semelhantes, merecendo, portanto, o respeito de todos numa sociedade que cultuava ativamente seus ancestrais. Ele representa o conhecimento empírico, neste caso colocado acima do conhecimento especializado que cada Orixá pode apresentar: Ossâim, a liturgia; Oxóssi, a caça; Ogum, a metalurgia; Oxum, a maternidade; Iemanjá, a educação; Omolu, a medicina - e assim por diante.

Se por este lado, Oxalá merece mais destaque, o considerá-lo superior aos outros ( o que não está implícito como poder, mas sim merecimento de respeito ao título de Orixalá) veio da colonização européia. Os jesuítas tentavam introduzir os negros nos cultos católicos, passo considerado decisivo para os mentores e ideólogos que tentavam adaptá-los à sociedade onde eram obrigados a viver, baseada em códigos a eles completamente estranhos. A repressão pura e simples era muito eficiente nestes casos, mas não bastava. Eram constantes as revoltas. Em alguns casos, perceberam que o sincretismo era a melhor saída, e tentaram convencer os negros que seus Orixás também tinham espaço na cultura branca, que as entidades eram praticamente as mesmas, apenas com outros nomes.

Alguns escravos neles acreditaram. Outros se aproveitaram da quase obrigatoriedade da prática dos cultos católicos, para, ao realizá- los, efetivarem verdadeiros cultos de Umbanda, apenas mascarados pela religião oficial do colonizador. Esclarecida esta questão, não negamos as funções únicas e importantíssimas de Oxalá perante a mitologia ioruba.

É o princípio gerador em potencial, o responsável pela existência de todos os seres do céu e da terra. É o que permite a concepção no sentido masculino do termo. Sua cor é o branco, porque ela é a soma de todas as cores.

Por causa de Oxalá a cor branca esta associada ao candomblé e aos cultos afro-brasileiros em geral, e não importa qual o santo cultuado num terreiro, nem o Orixá de cabeça de cada filho de santo, é comum que se vistam de branco, prestando homenagem ao Pai de todos os Orixás e dos seres humanos.

Se essa mesma, gostar e quiser usar roupas com as cores do seu ELEDÁ (primeiro Orixá de cabeça) e dos seus  AJUNTÓ (adjutores auxiliares do Orixá de cabeça) não terá problema algum, apenas dependendo da orientação da cúpula espiritual dirigente do ter reiro.

Segundo as lendas, Oxalá é o pai de todos os Orixás, excetuando-se Logunedé, que é filho de Oxóssi e Oxum, e Iemanjá que tem uma

No documento TRONO DA FÉ (páginas 161-171)