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A M ETA dobrável.

No documento AMeta-EliyahuGoldratt (páginas 60-63)

- Herbie, por que você trouxe tudo isto? perguntei.

Ele parecia envergonhado. - Nós devemos estar preparados para tudo, sabe.

-OK, vamos dividir estas coisas, disse. -Posso levar tudo! insistiu Herbie.

-Herbie, olhe, você já fez muito, carregando todas essas coisas até agora. Mas

tenho que fazer você conseguir andar mais rápido. Se tirarmos um pouco de sua

carga, poderá ter um desempenho melhor na frente da fila.

Finalmente Herbie pareceu entender. Andy pegou a frigideira de ferro, e alguns dos outros garotos pegaram algumas das coisas que eu tinha tirado da mochila. Peguei a maior parte delas e coloquei na minha mochila porque era o maior. Herbie voltou para a frente da fila.

Começamos a andar de novo. Mas, desta vez, Herbie estava andando realmente. Aliviado da maior parte do peso que estava na mochila, parecia que estava andando no ar. Estávamos voando, andando duas vezes mais rápido do que antes. E ainda estávamos juntos. O inventário estava baixo. E o ganho, alto.

"A Garganta do Diabo" é linda sob o sol do fim da tarde. Ali embaixo, no que parecia ser a garganta, o Rio Rampage estava passando pelas pedras. Os raios dourados do sol apareciam através das árvores. Os pássaros estavam cantando. E, bem longe, havia a melodia inconfundível dos automóveis.

- Veja! gritou Andy quando subiu em uma rocha. Existe um "shopping center" ali!

- Será que ele tem um McDonald's? perguntou Herbie. Dave exclamou: - Ei, isto aqui não é a selva.

- Eles não fazem mais selvas como antigamente, disse a ele. Olhe, temos que nos arranjar com o que temos. Vamos montar o acampamento.

Eram cinco horas. Isto significava que, depois que aliviamos Herbie de sua mochila, tínhamos andado cerca de sete quilómetros em duas horas. Herbie era a chave para controlar a tropa inteira.

As barracas foram montadas. O espaguete foi preparado, por Dave e Evan. Por me sentir um pouco culpado porque inventara as regras que os fizeram trabalhar, dei-lhes uma ajuda depois com os pratos.

Dave e eu ficamos na mesma barraca. Estávamos deitados dentro dela, os dois cansados. Dave ficou quieto por alguns momentos. Depois ele falou:

-Sabe, pai, fiquei mesmo orgulhoso de você hoje. -Ficou? Por quê?

-Pela maneira como você viu o que estava acontecendo e reuniu todos,

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colocando Herbie na frente. Talvez tivéssemos ficado naquela trilha para sempre se não fosse por você. Os pais dos outros "caras" não quiseram se responsabilizar por nada. Mas você sim.

-Obrigado. Na verdade, aprendi umà porção de coisas hoje. -Aprendeu?

-Sim, coisas que acho que vão me ajudar a endireitar a fábrica. -Mesmo? Como o que?

-Você tem certeza que quer ouvir a estória? -Claro que sim.

Ficamos acordados durante algum tempo, conversando sobre tudo. Ele prestou atenção e até fez algumas perguntas. Na hora que terminamos, tudo o que podíamos ouvir eram os garotos dormindo nas outras barracas, alguns grilos... e o barulho dos pneus de algum idiota que estava correndo na estrada.

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Dave e eu chegamos em casa por volta das 16h30min do domingo. Ambos estávamos cansados, mas nos sentíamos ótimos, apesar dos quilómetros. Depois que entrei com o carro, Dave foi abrir a porta da garagem. Estacionei o carro, dei a volta e abri o porta-malas para tirarmos nossas mochilas.

-Onde será que a mamãe foi, disse Dave. Olhei em volta e vi que o carro dela não estava lá. -Talvez tenha ido comprar alguma coisa, disse a Dave.

Já dentro de casa, Dave ficou guardando o equipamento de camping enquanto fui até o quarto para trocar de roupa. Um banho quente seria sensacional. Depois dele, pensei, talvez leve todos para jantar fora, como uma comemoração pelo retorno triunfal de pai e filho.

A porta do armário estava aberta. Quando fui fechá-la, vi que a maioria das roupas de Julie não estava lá. Fiquei parado ali por alguns momentos, olhando o armário vazio. Dave estava atrás de mim.

- Pai? Eu me virei.

-Isto estava na mesa da cozinha. Acho que mamãe deixou lá. Ele me entregou um envelope fechado.

-Obrigado, Dave.

Esperei que ele saísse para abri-lo. Dentro só havia um bilhete. Ele dizia: "Alex:

Não posso suportar sempre será última da fila para você. Preciso mais de você e ficou claro agora que não vai mudar. Vou me afastar por algum tempo. Preciso pensar sobre tudo. Sinto fazer isto com você. Sei que está ocupado. Sinceramente Julie

P.S. - Deixei Sharon com a sua mãe".

Quando consegui me mover, coloquei o bilhete no bolso e fui procurar Dave. Disse a ele que tinha de ir na casa da avó para buscar Sharon e que ele deveria ficar em casa. Se Julie telefonasse, ele deveria perguntar de onde ela estava ligando e anotar o número para onde eu pudesse telefonar-lhe. Ele quis saber se algo estava errado. Disse-lhe para não se preocupar e prometi explicar tudo quando voltasse.

Fui voando até a casa de minha mãe. Quando ela abriu a porta, começou a falar de Julie antes mesmo que eu dissesse "oi".

- Alex, sabe que sua esposa fez uma coisa muito estranha. Eu estava fazendo o almoço ontem quando a campainha tocou e, quando abri a porta, Sharon estava ali com sua malinha. E sua esposa estava dentro do carro, mas nem saiu. Quando fui falar com ela, foi embora.

A essa altura, eu já tinha entrado. Sharon estava na sala, assistindo televisão, e veio correndo até mim. Eu a peguei no colo e ela me deu um longo abraço. Minha mãe ainda estava falando.

-Que diabo poderia estar errado com ela? perguntou minha mãe. -Falaremos sobre isso mais tarde, disse a ela.

-Simplesmente não entendo o que... -Mais tarde, OK?

Depois olhei para Sharon. O rosto dela estava rígido, com os olhos bem abertos. Ela estava apavorada.

-Então... você se divertiu bastante com a vovó? perguntei a ela. Ela balançou a cabeça, mas não disse nada.

-Que tal ir para casa agora? Ela olhou para o chão.

-Você não quer ir para casa? perguntei. Ela balançou os ombros.

- Você gosta de ficar aqui com a vovó? perguntou minha mãe sorrindo. Sharon começou a chorar.

Coloquei Sharon e sua mala no carro. Fomos para casa. Depois de andar alguns quarteirões, olhei para ela. Parecia uma estátua, sentada ali, olhando fixo para a frente, com os olhos vermelhos, concentrados no alto do painel. O farol fechou e eu a puxei para mais perto de mim.

Ela ficou em silêncio por alguns momentos, mas depois, finalmente, olhou para mim e sussurrou: - A mamãe ainda está brava comigo?

-Brava com você? Ela não está brava com você. -Está sim. Ela não quis falar comigo.

-Não, não, Sharon. Sua mãe não está zangada com você. Você não fez nada de errado.

-Então por quê?

-Por que não esperamos até chegar em casa? Então explicarei tudo para você e seu irmão.

Acho que explicar a situação para as duas crianças ao mesmo tempo foi mais fácil para mim do que para elas. Sempre fui favorável a dar a impressão de que tinha controle no meio do caos. Disse-lhes que Julie tinha simplesmente ido passar algum

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tempo fora, talvez só um dia. Ela iria voltar. Ela apenas tinha que pensar em algumas coisas que a estavam deixando zangada e confusa. Disse-lhes tudo o que poderia confortá-los: sua mãe ainda ama vocês; eu ainda amo vocês; vocês não fizeram nada de errado; tudo vai acabar bem. Na maior parte do tempo, os dois ficaram sentados como pedras. Talvez estivessem refletindo sobre o que lhes dissera.

Saímos para comer uma pizza. Normalmente, isso seria divertido. Naquela noite, todos estavam em silêncio. Ninguém tinha nada a dizer. Mastigamos como robôs e fomos embora.

Quando voltamos, mandei-os fazer a lição de casa. Não sei se eles fizeram ou não. Fui até o telefone e depois de pensar durante bastante tempo, dei alguns telefonemas.

Julie não tinha amigos em Bearington. Não que eu soubesse. Então seria inútil telefonar para os vizinhos. Eles não saberiam de nada e a estória sobre nossos problemas se espalharia rapidamente.

Em vez disso, telefonei para Jane, a amiga de Julie da última cidade em que moramos, aquela com quem Julie afirmara ter passado a noite de quinta- feira. Ninguém atendeu o telefone.

Então liguei para os pais de Julie. O pai dela atendeu a telefone. Depois de alguma conversa sobre o tempo e as crianças, ficou claro que ele não iria dizer nada. Concluí que os pais dela não sabiam o que estava acontecendo. Mas, antes que pudesse pensar em uma maneira casual de terminar a conversa e evitar as explicações, o pai dela me perguntou: - Julie vai conversar conosco?

-Oh, bem, na verdade foi por isso que telefonei, disse. -É? Nada de errado, espero.

-Temo que sim. Ela saiu ontem enquanto eu estava acampando com Dave. Fiquei imaginando que talvez soubessem dela.

Imediatamente ele contou à mãe de Julie. Ela pegou o telefone. -Por que ela foi embora? perguntou ela.

-Não sei.

-Bem, conheço minha filha e ela não iria embora sem um bom motivo. -Ela apenas deixou um bilhete dizendo que ficaria longe por alguns tempos. -O que você fez a ela? - gritou.

- Nada! - afirmei, sentindo-me como um mentiroso respondendo a um ataque direto.

Depois o pai dela voltou ao telefone e perguntou se eu tinha chamado a polícia. Ele sugeriu que talvez ela tivesse sido raptada. Disse a ele que isto era bastante improvável, porque minha mãe a tinha visto ir embora e ninguém estava

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