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Não existe a melhor solução para uma completa acessibilidade do Subsistema Deficiente Visual ao Subsistema Ensino Superior. O ideal seria uma total inclusão daquele a este, porém, sabe-se que, embora muito esforço venha sendo feito neste sentido, a inclusão total ainda é um desafio nos tempos atuais, mesmo no primeiro mundo. As características individuais do deficiente visual, também, são tão diversas (conforme verificadas no capítulo anterior), que dificultam uma solução plenamente satisfatória.

A opção por uma solução de acessibilidade do Subsistema Deficiente Visual ao Subsistema Ensino Superior deve, sempre, ser feita pelos dois subsistemas envolvidos, em conjunto. Apesar disto, soluções de linhas mais gerais podem ser adotadas por apenas um dos dois subsistemas, deixando as especificidades para serem vistas pelos dois subsistemas, em conjunto.

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Subsistema Deficiente Visual. 33

Uma das soluções de acessibilidade apresentadas para reduzir a barreira do espaço é a Educação a Distância. Levando em consideração a crescente opção pelo oferecimento deste sistema de Educação no meio acadêmico internacional e nacional e a sua proposta de levar a educação aos excluídos da mesma, e considerando que o deficiente visual é também um potencial excluído da educação, torna-se legítimo destacar tal solução entre as demais. A Educação a Distância não é uma utopia, mas, sim, uma realidade que está disponível, cada vez mais, aos deficientes visuais, que podem tirar vantagens deste sistema para si próprios.

Uma das grandes vantagens da Educação a Distância é a eliminação da barreira do espaço, que é uma das grandes dificuldades encontradas pelo deficiente visual conforme já visto. Outra grande vantagem é a adoção de tecnologias, não usuais aos sistemas de educação presenciais clássicos, que permitem uma maior flexibilidade na apresentação de conteúdo, podendo assumir formas que permitem ser interpretadas pelo deficiente visual, através de dispositivos de interação especiais. Estas características envolvem três das soluções de acessibilidade apontadas neste capítulo, que são: formato específico de material didático, tecnologia de acesso à informação voltada para o deficiente visual e a própria Educação a Distância.

Apresenta-se, neste caso, uma grande independência do deficiente visual no acesso ao Ensino Superior, uma vez que a barreira do espaço e a barreira da comunicação ficam minimizadas. Restam duas, a da aprendizagem e a da aceitação.

A barreira da aprendizagem não é um ponto importante neste caso, uma vez que, como já foi dito anteriormente, se o indivíduo deficiente visual chegou ao ensino superior, as suas dificuldades de aprendizagem já foram superadas. Isto acontece desde que o formato do material didático esteja adequado ao acesso do deficiente visual, através dos dispositivos de interação disponíveis. Caso se ofereça a Educação a Distância de forma assíncrona, aumenta ainda mais as facilidades ao Subsistema Deficiente Visual que pode acompanhar o curso no seu próprio ritmo.

A barreira da aceitação é ultrapassada, uma vez que o aluno deficiente visual a distância passa a ser visto como outro aluno qualquer pelo sistema, conforme dito anteriormente. Em muitos casos o Subsistema Ensino Superior nem terá conhecimento de que o aluno possui uma deficiência visual.

Coombs (2000) aponta para a importância da Educação a Distância para os deficientes, desde que bem aplicada:

"Por contar com moderna tecnologia, o aprendizado a distância é um importante aspecto para os estudantes com deficiência. Se as tecnologias do aprendizado a distância forem usadas de modo a promover a acessibilidade por esta população, poderão criar um campo mais amplo. Se, ao contrário, a tecnologia for usada sem a preocupação com estes alunos, o aprendizado a distância pode gerar novas barreiras para a sua educação.".

Finalmente, devem ser consideradas restrições institucionais dos mais variados tipos, que são observadas nas instituições de ensino, resultantes de fatores que vão do desconhecimento de seu corpo docente em oferecer o ensino, presencial ou a distância, aos seus alunos deficientes, à falta de investimentos financeiros em dispositivos apropriados, entre outros. Tais restrições, também, oferecem uma barreira ao acesso do aluno com deficiência ao Ensino Superior, conforme aponta Ramanujam (1999).

Levando em consideração o acima apontado, este trabalho sugere o ponto de vista de que a solução da Educação a Distância somada à da tecnologia de acesso à informação voltada para o deficiente visual, desde que o material didático esteja disponível em formato específico, é uma alternativa viável para eliminar as barreiras do acesso do deficiente visual ao Ensino Superior. Para que isto seja possível, há a necessidade de se verificar a adequação da tecnologia de acesso à informação voltada para o deficiente visual à tecnologia envolvida no oferecimento da Educação a Distância. Este estudo será apresentado no capítulo 5 deste trabalho.

3.3. – Conclusões

A análise sistêmica do acesso do deficiente visual ao Ensino Superior possibilita uma visão da acessibilidade, e de suas implicações, de maneira não

usual, conforme a apresentada na literatura sobre o assunto, permitindo conclusões e sugestões de solução para o problema. Esta é uma importante contribuição deste capítulo neste trabalho.

Como resultado da análise sistêmica, são apresentados, no capítulo, os conceitos de barreiras a serem superadas para que a interação entre os subsistemas deficiente visual e Ensino Superior aconteça. Dentro deste conceito, as barreiras são classificadas em quatro tipos principais, devidamente caracterizados.

A análise permite, também, a apresentação de sugestões de soluções para a eliminação das barreiras e conseqüente aumento de acessibilidade entre os subsistemas Deficiente Visual e Ensino Superior. As soluções são caracterizadas como sendo de duas formas: as de forma 1, que são inclusivas, e as de forma 2, mais fáceis de serem adotadas.

Finalmente, deve-se destacar a sugestão da Educação a Distância somada à da tecnologia de acesso à informação voltada para o deficiente visual, desde que o material didático esteja disponível em formato específico, como uma alternativa viável para diminuir as barreiras do acesso do deficiente visual ao Ensino Superior, permitindo-lhe uma maior independência. Com isto, pretende-se responder, de forma positiva, à primeira pergunta lançada na introdução geral deste trabalho: a Educação a Distância no Ensino Superior é adequada como uma forma de acesso para o deficiente visual? Esta é a grande contribuição deste capítulo para este estudo.

O próximo passo a ser seguido neste trabalho, deveria ser um estudo sobre a adequação da tecnologia de acesso à informação voltada para o deficiente visual `a tecnologia envolvida no oferecimento da Educação a Distância, porém, antes que isto seja feito, é necessário um conhecimento maior a respeito da tecnologia de acesso à informação voltada para o deficiente visual, conteúdo do capítulo a seguir.

Capítulo 4

A tecnologia de acesso à informação voltada