• Nenhum resultado encontrado

A organização de um evento desportivo: corta-mato escolar

4. Enquadramento Operacional

4.2. Área 2 – Participação na Escola e Relações com a Comunidade

4.2.1. A organização de um evento desportivo: corta-mato escolar

No cumprimento das normas de estágio profissional da FADEUP, onde os EE devem organizar uma atividade dirigida aos alunos, foi proposto ao nosso NE a organização do corta-mato escolar ou do torneio Compal Air (Basquetebol 3x3), atividades estas, que por norma são realizadas no primeiro período. Após conversarmos com a PC, optamos por escolher a organização do corta-mato. A atividade realizou-se no dia 25 de Novembro de 2015, na EBSRF, durante todo o período da manhã.

Prontamente nos disponibilizamos, juntamente com a PC, para tratar de toda a logística e organização do evento. Neste sentido, o ponto de partida foi escolher um tema para o mesmo. A escolha teve em conta a intemporalidade e o impacto que o tema pudesse ter nos alunos, por isso, a escolha recaiu sobre a personagem de videojogos Super Mario. Após a escolha, elaboramos o cartaz (ver anexo I) e o horário das provas e, posteriormente, procedemos à divulgação do evento, afixando cartazes em pontos estratégicos da escola e pedindo aos professores do GEF que avisassem e promovessem o corta-mato junto dos seus alunos.

A construção das fichas de inscrição foi feita antecipadamente, sendo que utilizamos o programa informático Microsoft Office Excel, de forma a que este fosse um ferramenta, quer para as inscrições, quer para a entrega de dorsais, no dia do corta-mato. Contudo, houve algumas falhas na inscrição dos alunos pois uns foram inscritos nos escalões errados e outros inscritos tardiamente, por parte dos professores de cada turma. Tal como as fichas de inscrição, também os dorsais foram criados previamente.

Ao longo de algumas semanas, fomos pensando na melhor forma de fazer as medalhas. A ideia inicial acabou por não se colocar em prática pois

82

não conseguimos atingir o efeito pretendido. Desta forma, tivemos de optar por outro tipo de material que, posteriormente, revelou ser mais consistente e alcançou um resultado bastante agradável. Simultaneamente, idealizamos uma decoração para a zona da meta. Uma vez que a estrutura do pavilhão desportivo permitia, criamos a imagem de um castelo gigante, tal como o que o

Super Mario encontra quando chega ao fim do jogo.

De modo a agilizar as tarefas no dia do evento, optamos por delimitar grande parte do percurso no dia anterior. Concluímos, também, algumas tarefas como a arrumação das águas, a organização dos dorsais, colocação do pódio e verificação de inscrições.

No dia destinado à atividade, a primeira tarefa foi dividir a zona de partida e zona de chegada, por forma a conseguirmos ter um maior controlo dos alunos ao longo das provas dos vários escalões. Enquanto que na zona de partida a preocupação foi colocar uma mesa de levantamento de dorsais, na zona de chegada colocamos a zona de entrega dos dorsais, entrega de águas, as medalhas e o pódio.

Assim que chegou a hora da primeira prova, os alunos do respetivo escalão foram chamados à zona de partida para a distribuição dos dorsais. Logo que este processo foi finalizado, iniciou-se a volta de reconhecimento do percurso. Este procedimento ocorreu com todos os escalões. Por sua vez, na zona de chegada eram entregues os dorsais e colocada a classificação diretamente no computador. Posteriormente, ocorria a entrega das medalhas aos 3 primeiros classificados de cada escalão.

Uma estratégia utilizada por nós e que se revelou bastante útil, foi a distribuição de pulseiras (de cores diferentes consoante o escalão) por cada volta que os alunos concluíam. Desta forma, conseguimos ter um maior controlo sobre todos os participantes. Outra estratégia proveitosa, foi a entrega das medalhas logo após o término da corrida de cada escalão, o que facilitou a dinâmica e fez com que não houvesse demasiada confusão. Desta maneira, não nos excedemos no horário final, controlamos o número de pessoas dentro do pavilhão e garantimos que todos os medalhados recebessem os respetivos prémios.

83

Ao longo da atividade foram várias as ilações que retiramos acerca dos aspetos a melhorar. Sendo o corta-mato uma atividade da escola, pensamos que o envolvimento da comunidade escolar deve ser incentivado, quer nos alunos, quer nos professores. Esta falta de “cultura desportiva” manifestou-se num dia “perfeitamente normal” para a comunidade alheia à atividade e, por isso, o impacto do evento não foi o idealizado por nós (NE). No nosso entender, um evento desta dimensão pode e deve envolver um maior número de intervenientes pois existe uma grande quantidade de tarefas que podem ser desenvolvidas em simbiose com os diferentes grupos disciplinares (por exemplo, a parte informática do evento, a parte das artes plásticas na decoração, a parte musical na animação do mesmo, entre outros).

No que à festividade do evento diz respeito, consideramos que teria sido muito interessante se houvesse música em toda a área da atividade e não só na zona de chegada/pódio. A par desta sugestão, consideramos pertinente o uso de um megafone para a chamada dos atletas por escalão. Estes dois pontos são da nossa responsabilidade e afirmamos, com certeza, que estes pontos serão tidos em conta em futuras organizações.

“A parte da gestão do espaço de prova que necessita de uma revisão já no próximo ano é, na nossa opinião, a questão da segurança. Cremos ser fulcral a presença de uma ambulância num evento desportivo destes, onde qualquer aluno se pode sentir mal e/ou necessitar de cuidados médicos. É certo que isso acarreta custos para a escola mas, no que diz respeito à saúde, não devem haver entraves. O segundo ponto de segurança a ser revisto deve ser a entrada e saída de carros no parque de estacionamento de forma a haver um maior controlo do espaço circundante da prova e, também, a prevenção de pequenos acidentes envolvendo automóveis.”

(Reflexão do corta-mato, 14 de dezembro de 2015)

Em suma, a organização do corta-mato permitiu que adquiríssemos um conjunto de habilidades em várias áreas, como a gestão logística, capacidades informáticas e visuais, entre outras. Percebemos ainda, a importância de

84

realizar as tarefas com a devida antecedência, de forma a evitar constrangimentos de última hora. Esta é, atualmente, uma atividade da responsabilidade do GEF e, neste sentido, todos os professores do grupo também assumem uma certa responsabilidade. Esta responsabilidade conjunta de organizar um evento desportivo na escola parece-me ser bastante enriquecedora na nossa formação enquanto professores pois permite perceber a dinâmica que está inerente. Neste sentido, Alarcão (2013, p. 177), refere que “numa perspectiva de promoção do estatuto da profissão docente, os professores têm de ser agentes activos do seu próprio desenvolvimento e do funcionamento das escolas como organização ao serviço do grande projeto social que é a formação dos educandos”. Assim, ao organizarmos o corta- mato, estivemos também a contribuir para o nosso desenvolvimento, para o dos alunos e da escola. Foi ainda muito gratificante perceber que o nosso trabalho enquanto organizadores maioritários do evento foi valorizado pelos alunos e pelos restantes professores.

Mesmo não sendo uma atividade obrigatória no âmbito do EP, visto que tive oportunidade, fiz questão de acompanhar, juntamente com alguns professores do GEF e de Educação Especial, os alunos que participaram no Corta-Mato Regional do Porto. Até àquele momento, a minha experiência neste tipo de eventos tinha sido apenas enquanto aluno participante.

A responsabilidade era grande pois tínhamos a nosso encargo bastantes alunos, contudo, éramos professores suficientes para garantir o controlo necessário. Esta foi uma excelente oportunidade para promover a relação com os alunos e com os restantes professores do grupo. Saímos da escola ainda muito cedo, tendo como destino a Póvoa de Varzim. Neste tipo de saídas com alunos é importante que, regularmente, verifiquemos se todos estão presentes e perto de nós. Visto que há alunos de todas as idades, os mais velhos auxiliam os professores com os mais novos. Em eventos deste género, a quantidade de alunos por escola é enorme, o que faz com que haja cuidados redobrados.

A minha participação enquanto professor permitiu que percebesse, um pouco melhor, a dinâmica e envolvência deste tipo de eventos desportivos pois

85

não tinha noção dos meios que eram necessários para toda aquela organização. Sem dúvida que valeu a pena acordar de madrugada e estar tão cedo na escola pois foi uma experiência extremamente enriquecedora na minha formação. Este foi um dia de festividade e de alegria, onde todos deram o seu melhor. Para além de não ter havido percalços, ainda conseguimos conquistar uma medalha de prata para a nossa escola. Esta foi ganha por um aluno cego a quem a PC dava apoio nas aulas de EF e frequentava o grupo- equipa de Goalball. Por todo o seu esforço nas aulas e em tudo o que é exercício físico, mereceu este reconhecimento!

“(...) Fiquei muito orgulhoso pois já conhecia o aluno e este, sem dúvida que merece este reconhecimento. É um aluno cego a quem a professora cooperante dá apoio nas aulas, frequenta o grupo-equipa de Goalball e apresenta uma postura e maturidade irrepreensíveis. Esta medalha foi a materialização de todo o empenho demonstrado nas aulas de EF e no DE”

(Diário de bordo 19, semana de 18 a 22 de janeiro)