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Escola Básica e Secundária Rodrigues de Freitas

3. Enquadramento Institucional

3.2. Escola Básica e Secundária Rodrigues de Freitas

Batista et al. (2014) remetem-nos para a ideia de que é no contacto com os espaços reais que o futuro professor conhece os contornos da profissão, tornando-se, pouco a pouco, um membro dessa comunidade educativa. Neste contexto, nada é mais real que a EC, local onde o EE tem a oportunidade de completar a formação e começar a construir a sua identidade enquanto docente.

A Escola Básica e Secundária de Rodrigues de Freitas (EBSRF) é uma escola com oferta educativa nos 2º e 3º Ciclos do Ensino Básico e no Ensino Secundário, pertencente ao Agrupamento de Escolas Rodrigues de Freitas. Está situada na Praça de Pedro Nunes, na freguesia de Cedofeita, pertencente à cidade do Porto. Tem as suas origens no decreto de 17 de Novembro de 1836 de Passos Manuel, que criou o Liceu Nacional do Porto, estabelecimento de ensino que entrou em funcionamento quatro anos depois. Após o 25 de Abril de 1974, assumiu a designação atual: Escola Básica e Secundária Rodrigues de Freitas.

A escola é constituída por um edifício único, provido de diversas infraestruturas, nomeadamente um observatório meteorológico, um museu da ciência, laboratórios de biologia, física e química, dois ginásios, um pavilhão, uma biblioteca, duas salas de desenho, cantina e bar, para além de diversas salas de aula e outros equipamentos.

O Agrupamento de Escolas Rodrigues de Freitas, é um agrupamento TEIP (Territórios Educativos de Intervenção Prioritária) com contrato de autonomia e é constituído por 6 escolas: Escola Básica e Secundária Rodrigues de Freitas (escola sede); Escola Básica da Torrinha; Escola Básica de Carlos Alberto; Escola Básica de S. Nicolau; Escola Básica da Bandeirinha e Escola Básica de Miragaia. Estas são escolas consideradas de referência para o ensino/educação de alunos cegos e com baixa visão e possui ainda duas unidades de apoio especializado para a educação de alunos com multideficiência. Deste modo, abarca alunos desde o ensino básico ao ensino secundário. Atualmente, o agrupamento é composto por 1904 alunos em

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regime diurno, sendo que 1160 frequentam a EBSRF. Dada a heterogeneidade dos alunos da escola, há grupos com diversas características distintas, no entanto, e como refere Cortesão (2007, p. 4), “cada um destes grupos de crianças é detentor de saberes, de tradições específicas que os outros grupos não têm. Todos se posicionam face aos problemas do quotidiano de uma maneira própria”. Também por esta razão, considero que o meu estágio na EBSRF foi uma mais-valia e contribuiu imenso para a construção da minha identidade enquanto professor. O modo como integrei a escola e como esta me acolheu foi deveras recompensador por tudo aquilo que aprendi. Sem dúvida que esta inclusão foi um ponto fulcral no meu EP.

Se há exigência que se deve impor a um professor, é que conheça as condições onde irá lecionar. Neste sentido, no início do ano realizei, juntamente com os meus colegas de NE, a análise do contexto escolar no Modelo de Estrutura do Conhecimento (MEC) do Planeamento Anual. Através desta análise, conseguimos ficar com uma melhor noção dos recursos espaciais e materiais que teríamos à disposição ao longo do ano letivo.

No que diz respeito à prática desportiva, as instalações da EBSRF são perfeitamente adequadas para as aulas de EF. A escola possui um pavilhão desportivo de boa qualidade, adequado para o ensino de qualquer modalidade desportiva coletiva. Dispõe ainda de dois ginásios, denominados de ginásio pequeno e ginásio central. O ginásio pequeno é direcionado, principalmente, para o ensino de salto em altura, ginástica, judo e ténis de mesa, enquanto que o ginásio central se destina, essencialmente, ao ensino de voleibol e badminton. No exterior, a escola conta com dois campos de futsal/andebol, um de basquetebol e três pistas para corrida de velocidade até 50 metros. É ainda o espaço destinado ao ensino dos lançamentos e da corrida de resistência no atletismo. Como se verifica, no que diz respeito a espaços desportivos a escola está muito bem dotada.

Apesar das boas condições de que sempre dispusemos, o que é certo é que estivemos muitas vezes condicionados, quer pelo roulement de instalações, quer pelas condições climatéricas. Assim, em certas ocasiões tivemos de ajustar todo o nosso planeamento devido à especificidade de cada

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espaço. O roulement de instalações não consegue dar resposta à necessidade de todos os professores pois não é possível fazer com os espaços vão sempre de acordo àquilo que cada um pretende. No entanto, este está organizado da forma mais equitativa possível, numa tentativa de que todos os professores de EF tenham hipótese de passar por todos espaços para a lecionação das várias modalidades. Exemplificando, o facto de as condições climatéricas por vezes não permitirem que o espaço exterior seja utilizado, condiciona diretamente os professores que estão a lecionar no pavilhão desportivo pois este passará a ser utilizado por três turmas em vez de apenas duas e para além de dividirem o espaço, os professores têm ainda de dividir os materiais, caso estejam a lecionar a mesma modalidade. No andebol, por exemplo, torna-se difícil organizar uma turma em apenas 1/3 de campo, visto que são necessárias marcações fundamentais para a prática da modalidade. No caso do atletismo, o facto de a escola não possuir uma caixa de saltos impede que sejam introduzidos o salto em comprimento e o triplo salto, para além de que apenas existem 3 pistas para corrida de velocidade de 50 metros, o que se tornou um constrangimento para a dinâmica das aulas.

Quanto ao material disponível na escola, existe o necessário para cada modalidade apesar de a quantidade, por vezes, não ser suficiente para turmas com um maior número de alunos. As raquetes de badminton são um bom exemplo disto pois para além de algumas estarem bastante degradadas, no início do ano não havia suficientes para uma turma com tantos alunos quanto a minha. No caso da ginástica de aparelhos, é flagrante a influência direta que os materiais têm na escolha das disciplinas a lecionar. Por não existirem aparelhos específicos para o sexo masculino na escola, lecionei apenas trave olímpica e minitrampolim, o que levou a que os alunos do sexo masculino da minha turma tivessem de trabalhar num aparelho exclusivo do sexo feminino.

Apesar de todos os constrangimentos, ao longo do ano apercebi-me de que a EBSRF está bem apetrechada a nível material e espacial, quando comparada com outras escolas de colegas estagiários. Por tudo o já enunciado, a nossa capacidade de adaptação foi muitas vezes colocada à

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prova, de modo a potenciarmos o processo de E/A, fator que também contribuiu positivamente para o nosso desenvolvimento enquanto EE.