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empresas não mães em clusters empresariais produz níveis mais altos de inovação.

Em resumo, neste trabalho abordaram-se as relações interorganizacionais, as redes aglomeradas ou clusters e as redes de relacionamentos, destacando as redes sociais, os vínculos, a confiança, os valores, as regras e tradições. Depois, sobre inovação e spin-offs, suas definições e tipologias. Essas abordagens envolvem elementos que devem ser observados na análise do objeto/problema deste estudo. O detalhamento de todo o processo de pesquisa será demonstrado nos próximos capítulos que serão abordados a seguir.

Capítulo 4 CARACTERIZAÇÃO DO CLUSTER DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO − TIC

4.1 O Setor de Tecnologia da Informação e Comunicação – TIC

Este trabalho tem como objeto de coleta de dados as empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação – TIC, que estão inseridas em clusters ou aglomerados empresariais. As atividades de tecnologia da informação e comunicação − TIC podem ser entendidas como um conjunto de recursos tecnológicos integrados entre si, que proporcionam, por meio das áreas empresariais de produção de hardware,

software, telecomunicações, automação, desenvolvimento de sistemas, consultorias e

comunicação dos processos de negócios, da pesquisa científica, de ensino e da aprendizagem (Castells, 2004, 2011).

Segundo Castells (2011), foram as várias crises econômicas por que passaram alguns países desenvolvidos ao longo do tempo e que levaram à necessidade de escalas globais, que alavancaram o desenvolvimento de inovações na área tecnológica e de comunicação em todo mundo. A era da sociedade industrial foi dando espaço à sociedade da informação, onde se formaram redes na sociedade em que existe um livre fluxo de informação e conhecimento (Castells, 2004).

As tecnologias de informação e comunicação são componentes vitais nas transformações socioeconômicas no mundo moderno. As empresas de TICs são responsáveis por mudanças significativas em toda a sociedade. A sociedade do conhecimento é aquela capaz de produzir, processar e disseminar informações de forma a utilizar esse conhecimento para o desenvolvimento humano – esse processo se intensifica com a disseminação das TIC’s. Assim, a sociedade do conhecimento está baseada nas liberdades fundamentais dos indivíduos, e deve ser ampla, participativa, inclusiva e solidária, transformando as pessoas em cidadãos ativos e emancipados no uso das novas tecnologias digitais (Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação − Cetic.br, 2013).

No contexto empresarial, as modificações decorrentes das TICs têm propiciado ambiente competitivo nas mais variadas organizações, sejam elas de setores tradicionais ou não. No cenário da economia mundial, a indústria de TIC é a que mais

tem crescido e numa velocidade muito grande, particularmente no segmento de software. O crescimento do mercado mundial de software e serviços relacionados passou de US$ 90 bilhões, em 1997, para US$ 900 bilhões, em 2008. Em 2001, esse mercado atingiu a marca de US$ 300 bilhões no mundo, sendo que o Brasil foi responsável por 2,3% desse total (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC, 2013).

Devido à importância econômica e social do setor TIC, este trabalho centrou sua pesquisa nas empresas aglomeradas geograficamente ou Clusters, ou ainda, Arranjo Produtivo Local – APL, como é tratado no Brasil, do setor de Tecnologia da Informação e Comunicação − TIC. Como se trata de um estudo comparativo entre Brasil e Espanha, esta pesquisa apresenta dois lócus de investigação: o cluster-TIC do Estado de Santa Catarina − Brasil e o cluster - TIC localizado na região metropolitana de Barcelona − Espanha.

A escolha pelo cluster - TIC de Santa Catarina se deu pela sua importância no contexto brasileiro e por estar num estágio bem desenvolvido e estruturado. Da mesma forma, a escolha pelo cluster TIC de Barcelona se deu por se tratar de um importante polo de tecnologia da informação na Comunidade Europeia e também por causa do Programa Geral de Cooperação – CAPES, Projeto 035/13: Capital Social no contexto das Relações Interorganizacionais, entre a Grupo de Pesquisa GERIR (grupo de pesquisa em estratégia e relações interorganizacionais) – PPGA/Universidade de Brasília - Brasil e o Grupo de Pesquisa AERT (Alianzas Estratégicas, Redes y Territorio) – Universidad Juame I – Espanha.

Na próxima seção serão descritas as duas aglomerações de empresas TIC´s localizadas na província de Barcelona – Espanha e no Estado de Santa Catarina – Brasil, o qual são os locus de onde foram levantados os dados deste trabalho.

4.2 Cluster TIC no Brasil

O estudo a ser realizado no Brasil será na aglomeração territorial de empresas do setor de tecnologia da informação e comunicação do Estado de Santa Catarina – Brasil (APL - TIC de Santa Catarina).

O Estado de Santa Catarina é uma das 27 unidades federativas do Brasil e está localizado na Região Sul do Brasil. Ele tem como limites geográficos o Estado do Paraná ao norte, o Estado do Rio Grande do Sul ao sul, o Oceano Atlântico a leste e a

Argentina a oeste, conforme se pode visualizar na Figura 9.

Figura 9. Mapas do Brasil por regiões/Estados e Mapa da América do Sul

Fonte: FIESC (2013)

Segundo o Censo de 2010, do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística − Santa Catarina tem uma população de 6.248.436 habitantes, tem 295 municípios e sua capital é Florianópolis. Territorialmente, Santa Catarina é um estado longitudinal e a capital, Florianópolis, está localizada em uma ilha no oceano Atlântico. As cidades mais populosas do Estado de Santa Catarina são: Joinville, Florianópolis, Blumenau, São José, Criciúma, Chapecó, Itajaí, Lages, Jaraguá do Sul e Palhoça (IBGE, 2014).

mais altos índice de expectativa de vida do país, uma das menores taxas de mortalidade infantil, desigualdade econômica, desemprego e analfabetismo do Brasil. Santa Catarina é considerado um Estado rico, com uma economia diversificada e industrializada. Importante polo exportador e consumidor, o Estado é um dos responsáveis pela expansão econômica nacional.O PIB per capita do estado foi estimado em R$ 21.214,53 (5.600,00 Euros), sendo o maior da Região Sul e o quarto maior do Brasil, respondendo por 4% do produto interno bruto do país (IBGE, 2011).Sua agropecuária é baseada em minifúndios rurais com cultura de ciclo curto e animais de médio e pequeno porte, divide espaço com um parque industrial robusto, o quarto maior do país. Indústrias de grande porte e milhares de pequenas empresas espalham-se, fazendo do Estado a oitava maior economia brasileira pelo tamanho de seu Produto Interno Bruto de 2009, conforme figura 10 (SEBRAE / SC, 2013).

Figura 10. Produto interno bruto a preços correntes / unidades de federação - 2009

Fonte: SEBRAE / SC (2013)

Nas figuras 11 e 12 pode-se perceber como estão distribuídas as concentrações industriais pelo Estado de Santa Catarina por suas regiões. Nota-se uma concentração industrial forte nas regiões Norte (incluído Nordeste), Vale do Itajaí e Grande Florianópolis (Sudeste).

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