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respectivos pólos e para o aumento da competitividade das empresas catarinenses de tecnologia O setor de TIC tem um grande crescimento em Santa Catarina a partir do

apoio do Programa SOFTEX, o único estado do Brasil a ter três núcleos de exportação

(chamados núcleos SOFTEX): Blumenau (1992), Joinville (1993) e Florianópolis (1994),

demonstrando a força do setor de TIC catarinense. Além dos três centros Gênesis: Gene-

c) Joinville - A região com a maior economia da estado é conhecida pelo provimento de serviços técnicos especializados em metais e polímeros. O setor metal-mecânico é competitivo em nível internacional e desenvolve tecnologia localmente. O setor de polímeros e a contribuição de outros setores como o têxtil e automotivo são amparados por uma estrutura educacional que cresce muito rápido. No setor de serviços, a TIC tem participação significativa e a área de biotecnologia está em franco desenvolvimento.

Segundo Coral, Pereira e Bizzotto (2009), todas as associações dessas cidades

passam a contribuir significativamente para o crescimento dos polos e para o aumento da competitividade das empresas catarinenses de TIC. O setor passa a ter um grande crescimento em Santa Catarina baseado no apoio do Programa SOFTEX, cujo objetivo era ampliar as exportações brasileiras de software. A Associação para a Promoção da Excelência do Software Brasileiro (SOFTEX) surgiu no início dos anos 1990, como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP)5, com iniciativas de apoio, desenvolvimento, promoção e fomento para impulsionar a Indústria Brasileira de Software e Serviços de TI. A SOFTEX criou três núcleos de exportação em Santa Catarina (chamados núcleos SOFTEX): Blumenau (1992), Joinville (1993) e Florianópolis (1994). Com isso, passou a ser o único estado do Brasil a ter três núcleos SOFTEX, demonstrando a força do setor de TIC catarinense.

Em 1996, a Sociedade SOFTEX, com apoio do CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, lançou o “Programa Gênesis”com o objetivo de implantar núcleos de formento àcriação de empresas de base tecnológica nos cursos da área de informática. Em Santa Catarina foram criados três centros Gênesis: Gene-Blumenau, Gene-Joinville e Geness em Florianópolis. Ao mesmo tempo em que se formavam os núcleos SOFTEX e os Centros Gênesis, foram implantadas as incubadoras de base tecnológica em diferentes cidades do estado: o Teknopark em Rio do Sul, o MIDI-Tecnológico em Florianópolis, o MIDIville em Joinville, o MIDI-SUL em Criciúma e o MIDI-Oeste em Chapecó (Coral, Pereira &

Bizzotto,2009).

5 OSCIP é uma pessoa jurídica criadas por iniciativa privada, que obtém um certificado emitido pelo

poder público federal (Ministério da Justiça) ao comprovar o cumprimento de requisitos da Lei 9.790/99, especialmente aqueles derivados de normas de transparência administrativas. Tem como finalidade, facilitar parcerias e convênios com todos os níveis de governo e órgãos públicos (federal, estadual e municipal), permitindo que doações realizadas por empresas possam ser descontadas no imposto de renda (Ferrarezi & Rezende, 2002).

Segundo os autores citados anteriormente, formou-se no estado uma robusta base de empresas tecnológicas, com concentração em Blumenau, Florianópolis e Joinville. Esses três polos consolidaram-se depois da ação conjunta das associações das empresas, das universidades, das incubadoras e de instituições como CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, FINEP – Financiadora de Estudos e Projetos, SEBRAE, entre outras. Apesar do desenvolvimento e fortalecimento dos polos de TIC de Santa Catarina, faltava uma ação sistemática conjunta entre essas instituições. As iniciativas realizadas em conjunto eram pontuais e focadas nas áreas comercial e tributária. Para uma ação conjunta e sistemática, era essencial a realização de um diagnóstico que identificasse os principais gargalos a competitividade das empresas catarinenses do setor.

Para o MDIC(2013), dentro dos conceitos de uma plataforma tecnológica6 surgiu o Projeto PLATIC – Plataforma de Tecnologia de Informação e Comunicação de Santa Catarina, que foi aprovado em julho de 2004 e iniciado em Setembro do mesmo ano e instituiu e consolidou o cluster TIC de Santa Catarina e sua governança. Para que o projeto PLATIC pudesse ser elaborado foram realizados três estudos principais:

a) Projeto Gargalos em 2000, que avaliou os principais problemas que comprometiam a competitividade das empresas catarinenses de TIC — projeto do Instituto Euvaldo

Lodi de Santa Catarina (IEL/SC), em parceria com a Fundação Centros de Referência

em Tecnologias Inovadoras CERTI e com apoio da Financiadora de Estudos e Projetos – FINEP do Ministério da Ciência e Tecnologia.

b) Necessidades do Setor TIC em 2001, em que foram pesquisadas 84 empresas catarinenses numa amostra total de 124 empresas.

c) Formação, Pesquisa e Desenvolvimento – P&D e Serviços, no qual as empresas foram questionadas sobre suas necessidades quanto à capacitação / formação, P&D e serviços entre 2000 e 2002.

De acordo com Coral, Pereira e Bizzotto (2009), além de identificar as principais barreiras à competitividade das empresas, o projeto Gargalos promoveu

6As plataformas tecnológicas são agrupamentos de entidades interessadas em um setor específico e

lideradas por essa indústria, com o objetivo de definir uma Agenda Estratégica de Pesquisa (siglas en inglês: SRA) sobre temas estrategicamente importantes e com relevância social, para atingir objetivos europeus de crescimento, competitividade e sustentabilidade dependentes de avanços tecnológicos e de pesquisa em médio e longo prazo (Fundación para el Conocimiento Madrid, 2014, p.3).

uma grande interação e ampliou significantemente a articulação entre as empresas, ogoverno e as universidades. As instituições envolvidas, entre elas a Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC, a Universidade do Vale do Itajaí-UNIVALI, Universidade do Sul de Santa Catarina − UNISUL, a Universidade Regional de Blumenau-FURB, o Instituto Euvaldo Lodi de Santa Catarina − IEL/SC, a −Universidade da Região de Joinville UNIVILLE, a Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia − ACATE, o Núcleo de Desenvolvimento de Software de Florianópolis - SOFTPOLIS, o Blumenau Polo Tecnológico de Informática- BLUSOFT, Fundação Softville – SOFTVILLE, Fundo Estadual de Ciência e Tecnologia - FUNCITEC e Financiadora de Estudos e Projetos do MCT FINEP validaram e complementaram os diagnósticos realizados e planejaram ações no sentido de aumentar a competitividade do setor. Com base nos resultados, o IEL/SC organizou a elaboração de um projeto que foi apresentado para a FINEP (Fundo Verde Amarelo – Arranjos Produtivos Locais) e para a FUNCITEC, tendo sido aprovado por ambas as instituições. Assim surgiu o Projeto PLATIC – Plataforma de Tecnologia de Informação e Comunicação de Santa Catarina, que foi aprovado em julho de 2004 e iniciado em setembro do mesmo ano.

O projeto PLATIC surgiu com o objetivo de desenvolver ferramentas de gestão do negócio, padronizar os processos e produtos de software, e disponibilizar estas ferramentas para as empresas do setor por meio do desenvolvimento de metodologias e da criação de núcleos de competências nas áreas identificadas pelas empresas. O PLATIC foi organizado em subprojetos, de forma que cada sub-projeto solucionasse as necessidades identificadas. Uma vez definidos esses subprojetos, foram feitas diversas reuniões com os representantes das universidades para identificar os grupos que já possuíam know-how para tratar dos problemas do setor. Isso levou a uma ampliação da interação entre as empresas e as universidades (Coral, Pereira &

Bizzotto, 2009).

A governança do cluster de TIC/SC é constituída por várias instituições de ensino, pesquisa, fomento, representação e infraestrutura. Assim, participam do Comitê Gestor do PLATIC Plataforma de Tecnologia de Informação e Comunicação de Santa Catarina e do desenvolvimento do PDP do APL-TIC/SC: Universidade Regional de Blumenau - FURB, Instituto Euvaldo Lodi de Santa Catarina – IEL/SC, Universidade do Vale do Itajaí ─ UNIVALI, Universidade da Região de Joinville

UNIVILLE, Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL, Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC, Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de Florianópolis / Centro de Tecnologia em Automação e Informática - SENAI/CTAI- SC, Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul - BRDE, Sociedade de Usuários de Informática e Telecomunicações de Santa Catarina - SUCESU/SC, Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação - CETIC, Financiadora de Estudos e Projetos do MCT FINEP, Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia ACATE, Fundação de Apoio à Pesquisa Científica e Tecnológica do Estado de Santa Catarina FAPESC, Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Santa Catarina SEBRAE/SC, Blumenau Polo Tecnológico de Informática Blusoft, Incubadora Tecnológica Softville – SOFTVILLE (MDIC, 2013).

4.3Cluster TIC na Espanha

O estudo a ser realizado na Espanha ocorreu na aglomeração de empresas do setor de Tecnologia da Informação e Comunicação - TIC localizado na província de Barcelona – Região da Catalunha. O setor de Tecnologias de Informação e Comunicação é um dos setores-chave para Barcelona e Catalunha.

Barcelona é a capital econômica, cultural e administrativa da Catalunha e uma grande metrópole da Espanha e da União Europeia. Ela é o centro de uma região metropolitana de mais de 217 municípios em que residem 4.788.422 (10,2% da população Espanhola e 63,4% da catalã). Localizada na costa do Mediterrâneo, no nordeste da Espanha, Barcelona tem uma das maiores densidades populacionais da Europa, com 1.611.822 habitantes (2013) em apenas 91,4 quilômetros quadrados. Lidera uma área emergente da atividade econômica no sul da Europa, no litoral mediterrâneo, que inclui as regiões das Ilhas Baleares, Comunidade Valenciana, Aragão e o sul da França, em que residem cerca de 17 milhões de pessoas. A provínica de Barcelona possuía, em 2013, um total de 438.385 empresas (Ayuntamento de Barcelona, 2014b).

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Tabela 1.Dados da população e superfície na Espanha

População Jan/2013 População sobre total da Espanha (%) Superfície (km2) Densidade (hab./km2) Barcelona 1.611.822 3,4% 102 15.771 Região Metropolitana* 4.788.422 10,2% 2.464 1.943 Catalunha 7.553.650 16,0% 32.108 235 Espanha 47.129.783 100,0% 505.986 93

Nota. Fonte: Ayuntamento de Barcelona (2014b).

* Comarcas de Barcelona, Baix Llobregat, Maresme, Vallès Oriental e Vallès Ocidental.

Do total de sua população, 17,4% são estrangeiros, sendo que predominam imigrantes da América, com mais de 37% e desses, a maioria é da América Latina, ex-colônias espanholas. Logo em seguida vêm os europeus (33%) e asiáticos (22%), conforme a figura 14 (Ayuntamento de Barcelona, 2014b).

Figura 14. Estrangeiros em Barcelona por continente de origem (2013)

Fonte: Ayuntamento de Barcelona (2014b)

Barcelona tem uma economia dinâmica com estrutura diversificada e reconhecimento internacional, cujo nome é uma marca forte como um ativo capaz de atrair empresas, talentos e investimentos estrangeiros. Conforme se pode ver na figura 15, o produto interno bruto – PIB da cidade de Barcelona, em 2010, foi de 235.153, 93 milhoes de Reais (61.915,20 milhões de euros), tendo um PIB per capita de R$146.223,00 (38.500,00 euros) e sua região metropolitana era de 523.194,25 milhões de Reais (137.755,20 milhões de euros), sendo seu PIB per capita de R$110.901,60 (29.200,00 euros). A cidade de Barcelona tem um PIB per capita superior ao da região metropolitana (Ayuntamento de Barcelona, 2014b).

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POBLACIÓN EN 20 AGLOMERACIONES METROPOLITANAS DEL MUNDO, 2013*

ÁREA METROPOLITANA POBLACIÓN

Tokio 37.239.000 Shanghái 21.766.000 Nueva York 20.673.000 Ciudad de México 20.032.000 Los Ángeles 15.067.000 Buenos Aires 13.776.000 París 10.869.000 Londres 9.576.000 Hong Kong 7.162.000 Toronto 6.184.000 Madrid 6.087.000 San Francisco 6.020.000 Milán 5.248.000 Barcelona 4.788.422 Boston 4.514.000 Berlín 3.956.000 Sidney 3.956.000 Montreal 3.450.000 Seattle 3.180.000 Estocolmo 1.435.000

* Estimación 2013, y –para Barcelona– dato oficial de enero de 2013

FUENTE: Demographia World Urban Areas: 9th Annual Edition Released (marzo de 2013) e INE

Una metrópolis de:

4

,

8

millones de habitantes

2.500

km2