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promove o intercâmbio de informações de qualidade e conhecimento tácito por meio de laços fortes.

Tem sido de especial interesse para muitos estudiosos de estratégia e organização a questão sobre a forma de ingresso dos novos entrantes numa indústria (Agarwal et al., 2004; Carroll, Bigelow, Seidel & Tsai, 1996; Dahlander, 2007; Klepper, 2002; Rawley 2010). Segundo Carroll, Bigelow, Seidel e Tsai (1996), de

novo entrantes refere-se aos novos operadores ou produtores oriundos da mesma

indústria. O termo vem do latim e significa literalmente "de novo”. Por simetria, define-se e refere-se a de alio, também do latim, um termo que significa literalmente "de outro", ou seja, de outra indústria.

De acordo comAgarwal et al.(2004), spin-offs, bem como os não spin-offs de

novo entrantes são entrantes empresariais. No entanto, eles têm a vantagem de status

de internos, o que significa que seus recursos iniciais tendem a ser superiores aos outros de novo empresas. Além de ter conhecimento tecnológico e de marketing, os fundadores de spin-offs são susceptíveis de se beneficiar de contatos com seu empregador anterior e dos laços de rede (Yli-Renko, Autio & Sapienza, 2001).

Segundo Elfring e Hulsink (2007), os laços de rede aumentam a capacidade dos empresários em seus principais processos empresariais, tais como em detectar oportunidades, na aquisição de recursos (Batjargal 2003) e em ter legitimidade (Scott, 1995). A literatura de rede aponta uma forte tendência para se formar laços entre pessoas semelhantes e esta tendência também se aplica aos empresários, oque favorece a formação de uma densa rede de laços fortes (Elfring & Hulsink, 2007).

Segundo alguns autores, há evidências de que a experiência nos mercados existentes e os relacionamentos interorganiacionais moldam os recursos de conhecimento de uma empresa e, portanto, influencia o desempenho em mercados em que a empresa atua (Agarwal et al., 2004; Nelson & Winter, 2005). Segundo Agarwal et al., (2004), nas indústrias de alta tecnologia, os spin-offs, uma classe de entrantes empreendedores que herdam conhecimento de titulares da indústria (incumbentes ou operadores da indústria), por meio de seus fundadores, são grandes inovadores.

Para Storper (1996), a vantagem da proximidade regional pode ser vista como a soma dos efeitos de organizações locais/regionais que agem para estimular a inovação, graças à circulação do conhecimento e da inovação colaborativa. De acordo com o autor citado, isso pode levar à inovação como uma ação coletiva. Da mesma forma, os membros de um cluster, centrando-se sobre a sua existência e o seu futuro como um grupo geograficamente específico e industrialmente circunscrito, forjam uma entidade local/regional que se propõe a desenvolver efetivamente mais práticas de trabalho coletivo (Cooke, 2005; Halbert, 2012).

Para Halbert (2012), um cluster é o meio pelo qual atores locais/regionais heterogêneos fazem o uso de sua proximidade geográfica por meio de ações coletivas. O referido autor acredita que a geografia econômica conceitua cada vez mais a inovação como uma ação coletiva. Por isso, Halbert (2012) considera ações coletivas como o processo (e os resultados) das organizações aglomeradas que agem como um grupo. Para Halbert (2012), as ações coletivas são definidas como aquelas realizadas por um grande número de organizações dentro de um cluster (empresas, organismos públicos, instituições públicas de pesquisas e de ensino superior, associações etc.) com o objetivo de reforçar o funcionamento interno e/ou externo desse cluster.

3.2.3 Capital Social e Spin-Off

Para Granovetter (1973), as relações sociais influenciam a ação econômica e esta pode resultar do processo de tomada de decisões de um indivíduo, levando em

consideração fatores tanto pessoais, quanto sociais. Com base nessas relações são criadas as redes de relacionamentos sociais.

As redes sociais podem ter várias definições na esfera organizacional e, em sentido mais amplo, as redes sociais são um conjunto de atores (indivíduos ou organizações) conectados por um certo tipo de relação construída por meio da identificação dos vínculos (formais ou informais) entre eles, onde existem trocas de recursos tangíveis e intangíveis (Aldrich & Zimmer,1986; Anand, Glick & Manz, 2002; Cross, Nohria &Parker, 2002; Yamagishi, Gillmore & Cook,1988). Alguns autores defendem que as redes sociais constituem um valioso recurso para gestão, uma vez que proporciona, para os seus membros, o conhecimento de cada ator envolvido (Anand, Glick & Manz, 2002; Nahapiet & Ghoshal, 1998). As redes sociais podem se tornar o meio nos quais os gestores das organizações adquirem conhecimento de fora da empresa, os chamados conhecimentos externos (Anand, Glick & Manz, 2002).

Entre as variáveis estudadas em redes sociais, a confiança é considerada muito importante por autores como Granovetter (1973, 1983,1985), Dahl e Pedersen, (2002), Cook (2005) e Molina-Morales e Martínez-Fernández (2010). Ela tem um papel significativo no processo de troca de recursos, pois é necessária para facilitar a relação entre os atores envolvidos (Dahl & Pedersen, 2002).

Com base no conceito de redes sociais e suas relações, pode-se melhor entender a definição de capital social, que, segundo Molina-Morales e Martínez- Fernández (2010), são normas, valores e relações sociais embutidas nas estruturas sociais da sociedade que permitem às pessoas coordenarem ações para atingir os objetivos desejados. As pessoas em empresas fazem parte dos diferentes grupos sociais que determinam as atitudes, crenças, identidades e valores, bem como o acesso a recursos, oportunidades, e também ao poder. Além disso, o capital social pode ser considerado como o conjunto de recursos disponíveis, incorporados no meio e derivados de uma rede de relações que um indivíduo ou um organismo tem (Molina- Morales, Capó-Vicedo, Martínez-Fernández & Expósito-Langa, 2013). A proposta central dessas definições é que as redes de relacionamentos são um recurso valioso (como o capital financeiro), tanto para o indivíduo como para a organização(Padilla- Melendez, Del Aguila-Obra & Lockett, 2012). Diante do exposto, considerando a importância do capital social, há relativamente poucos estudos focados em spin-offs, empresas aglomeradas e processos transferência e troca de conhecimentos (Padilla-

Melendez, Del Aguila-Obra e Lockett, 2012).

Uma empresa-mãe que desenvolve spin-offs mantendo seus vínculos com eles, aproveita mais os novos conhecimentos criados e a exploração de novas ideias, devido à possibilidade de complementariedade nas suas atividades (Agarwal et al., 2004; Iturriaga & Cruz, 2008). Os processos de aprendizagem requerem redes sociais para a conversão do conhecimento tácito em conhecimento explícito (Nonaka, 1994). Estas estruturas de rede, geridas pela empresa-mãe, podem reduzir a elevada volatilidade das rendas provenientes da exploração de novas ideias. Desta forma, os

spin-offs permitem que a empresa-mãe preserve os seus direitos de propriedade e ao

mesmo tempo mantenha as redes sociais (Iturriaga & Cruz, 2008). Por isso, esta tese também propõe-se testar: