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Nesta seção é apresentada uma visão geral de Santa Catarina sob o ponto de vista de seu desempenho econômico nos últimos anos. Deste modo, foram estudados aspectos como produto interno bruto, balança comercial, valor adicionado fiscal, volume de empresas e empregos, renda da população, finanças públicas e movimentações realizadas pelo setor primário. Neste capítulo também são apresentados levantamentos de setores tradicionais e emergentes, além da participação na movimentação econômica estadual.

6.1 PRODUTO INTERNO BRUTO

Segundo dados do IBGE e da Secretaria de Estado do Planejamento de Santa Catarina, em 2009, o PIB catarinense atingiu o montante de R$ 129,8 bilhões, 4,0% do PIB brasileiro, assegurando ao Estado a manutenção da 8ª posição relativa no ranking nacional, conforme apresenta a tabela a seguir.

Tabela 16 – Produto interno bruto a preços correntes, segundo unidades de federação - 2009

Produto Interno Bruto 2009 Unidades da Federação Bilhões (R$) Posição Particip. Nacional Unidades da Federação Bilhões (R$) Posição Particip. Nacional

São Paulo 1.084,35 1º 33,5% Amazonas 49,61 15º 1,5% Rio de Janeiro 353,88 2º 10,9% Maranhão 39,85 16º 1,2% Minas Gerais 287,05 3º 8,9% Mato G. do Sul 36,37 17º 1,1% Rio Grande do Sul 215,86 4º 6,7% Paraíba 28,72 18º 0,9% Paraná 189,99 5º 5,9% Rio G. do Norte 27,90 19º 0,9%

Bahia 137,07 6º 4,2% Alagoas 21,23 20º 0,7%

Distrito Federal 131,49 7º 4,1% Sergipe 19,77 22º 0,6% Santa Catarina 129,81 8º 4,0% Rondônia 20,24 21º 0,6%

Goiás 85,62 9º 2,6% Piauí 19,03 23º 0,6%

Pernambuco 78,43 10º 2,4% Tocantins 14,57 24º 0,4% Espírito Santo 66,76 11º 2,1% Amapá 7,40 25º 0,2%

Ceará 65,70 12º 2,0% Acre 7,39 26º 0,2%

Pará 58,40 13º 1,8% Roraima 5,59 27º 0,2%

Mato Grosso 57,29 14º 1,8% Brasil 3.239,40 - 100%

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Contas Nacionais - Governo do Estado de Santa Catarina, Secretaria de Estado do Planejamento, Produto Interno Bruto dos Municípios, 2009.

Nota: Valores do PIB a preços correntes ordenados de forma decrescente.

A tabela a seguir apresenta os dados referentes à evolução do PIB estadual e nacional, no período de 2002 a 2009.

Figura 11.Principais concentrações industriais nas regiões de Santa Catarina

Fonte : FIESC, 2013.

Na Figura 12 destaca-se o setor de tecnologia com 5% de participação no PIB do Estado, já representando a 4º força industrial de Santa Catarina, com as aglomerações produtivas nos municípios de Joinville, Florianópolis e Blumenau, que são as três maiores cidades do estado e estão localizados nas mesorregiões Norte, Grande Florianópolis e Vale do Itajaí , respectivamente. Estas três regiões serviram de lócus deste trabalho no Brasil.

Figura 12. Território catarinense segundo a divisão territorial e as principais concentrações produtivas com representatividade do Valor Adicionado Bruto2 de Santa Catarina.

Fonte: SEBRAE/SC (2013)

Segundo dados do BNDES e da Fepese de 2012, foram identificados 68

clusters no Estado de Santa Catarina (SEBRAE/SC, 2013). Assim, justifica-se um

estudo sobre aglomeração produtiva, devido à sua crescente importância para a economia do referido estado e para o Brasil. Desta forma, no tópico seguinte, há uma descrição do cluster de Tecnologia da Informação e Comunicação - TIC de Santa Catarina, que doravante será tratado como cluster de Tecnologia da Informação e Comunicação - TIC de Santa Catarina, ou simplesmente de cluster de TIC de Santa Catarina.

A evolução destas aglomerações tem apontado para a consolidação de clusters,

2O Valor Adicionado Bruto é a expressão monetária da soma de todos os bens e serviços produzidos

em um território econômico, em um dado período de tempo, descontando os insumos utilizados nos processos produtivos (SEBRAE/SC, 2013).

nos quais as relações entre as empresas e outras instituições, dentro de um espaço geograficamente definido, resultam num ganho progressivo para todos da região (Coral, Pereira & Bizzotto, 2009).

Segundo a FIESC (2013), o setor de tecnologia catarinense é um dos mais importantes do Brasil, pois cresce a taxas médias de 20% ao ano. Ele se encontra concentrado nas principais cidades do estado, como Blumenau, Florianópolis e Joinville, estando plenamente integrado com as atividades industriais existentes em cada uma dessas regiões. Somente em Florianópolis, cidade com pouca tradição industrial, o número de empresas de tecnologia da informação e comunicação (TIC) já é de mais de 600, com um faturamento superior a R$ 1 bilhão (263.296.471,82 Euros3)/ano e gerando cerca de 6 mil empregos diretos. Nos polos catarinenses de TIC existem mais de 1.800 empresas, que juntas faturam acima de R$ 2,5 bilhões (658.241.179,41 Euros) por ano e geram mais de 20.000 empregos diretos.

O setor de TIC de Santa Catarina também se destaca por possuir muitas empresas de software, eletrônica, automação e telecomunicações. Atualmente, já são 51 as empresas autorizadas pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) a utilizar os benefícios fiscais da Lei de Informática. Esse número representa 8,54% do total de empresas brasileiras autorizadas neste processo bastante rigoroso de concessão de incentivos fiscais. Destas 51, 17 também possuem o Reconhecimento de Bens Desenvolvidos no País pelo MCTI, representando 16,35% das empresas nacionais com o benefício do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI de 0% (FIESC, 2013).

O setor é composto principalmente por empresas de desenvolvimento de

software, que representam 52% do total, seguidas por 38% de empresas que prestam

serviços por meio de projetos, consultoria e assessoria, e somente 10% que produzem

hardware. O setor de TIC/SC é constituído em sua maioria por micro e pequenas

empresas (MPEs), com até 49 empregados, que atendem principalmente o mercado estadual4 (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC, 2013).

Os polos de Blumenau, Florianópolis e Joinville, que formam o Cluster–

3Os valores em Euro neste trabalho foram cotados (preço de venda) no site do Banco Central do Brasil

a 3,798 reais. Recuperado em 04/08/2015 de

http://www4.bcb.gov.br/pec/taxas/port/ptaxnpesq.asp?id=txcotacao

4 77% são micro empresas, 11% médias e 12% grandes (MDIC, 2013).

TIC/SC, apresentam alguns traços comuns em suas origens, trajetórias e estrutura atual e ao mesmo tempo diferenças importantes que concedem um caráter singular a cada um deles. O traço comum mais marcante é que os três polos constituem-se em experiências locais de difusão da indústria de informática. O setor de TIC catarinense teve seu início no final da década de 1960, com a criação da empresa CETIL em 1969, na cidade de Blumenau (MDIC, 2013).

O CETIL foi criado para ser o Centro de Processamento de Dados das indústrias têxteis da região e se transformou num dos maiores fornecedoresde serviços de informática do país, chegando a ter filiais em muitos estados brasileiros. Com o advento da microinformática, o CETIL passa a perder espaço para empresas de

software voltadas para os computadores pessoais. Muitas destas empresas foram

criadas por ex-funcionários do próprio CETIL, como a WK Informática, a PC Auxiliar e a Fácil Informática. Isso fez com que fosse gerado em Blumenau o primeiro polo de empresas de TIC, com ênfase em software (Coral, Pereira &

Bizzotto, 2009). A partir de então passou a se organizar, e as primeiras associações de

empresas de tecnologia começaram a surgir: em 1986, é criada a ACATE (Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia) em Florianópolis; a BLUSOFT (Polo Tecnológico de Informação e Comunicação da Região de Blumenau) é fundada, em 1992, em Blumenau, e, em 1995, é formalizada a SOFTVILLE (Fundação Softville) em Joinville (MDIC, 2013).

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Figura 13. Localização dos principais polos tecnológicos de Santa Catarina, do APL-TIC/SC

Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC, (2013)

Assim, o Governo de Santa Catarina, (2014) faz uma breve descrição desses importantes polos TIC do estado, conforme pode-se observar na figura 13:

a) Blumenau – Esse município possui uma indústria têxtil muito robusta e sua cadeia de fornecimento inclui a inovação nos materiais, design, modelos de negócio e canais como um exemplo da inovação em curso na região. Ela tem forte tradição no setor de serviços, principalmente de software, com produtos e plataformas inovadoras. No setor de turismo, Blumenau e região foram capazes de resgatar tradições europeias e transformá-las em uma indústria do turismo ampla. Com uma forte estrutura educacional e também apoiada por setores industriais diversos como por exemplo o metal-mecânico. Desta forma, o polo de inovação de Blumenau é multifacetado.

b) Florianópolis - Conhecida como o “Vale do Silício brasileiro”, Florianópolis possui um setor de TIC baseado na inovação tecnológica e na interação com universidades. A capacidade empreendedora da região é única e transformou a TIC no setor econômico mais importante, suplantando, inclusive, a tradicional indústria do turismo. A região desenvolve somente uma indústria limpa, aproveitando-se da grande capacidade de geração de conhecimento e

tecnologia das instituições da região.

3

Empreendimentos existentes e pessoal ocupado, especificando formais e informais; (ii) Tendência, rotatividade e origem geográfica dos trabalhadores do APL; (iii) Significado, em termos percentuais, do número de empreendimentos e de

pessoal ocupado em comparação com a economia local/regional. 4. Mercado de trabalho: Principais problemas que as

empresas enfrentam em seu relacionamento com o mercado de trabalho local (rotatividade da mão-de-obra; carência de

trabalhadores não especializados; carência de trabalhadores especializados; absenteísmo; outros.); 5. Produção:

Quantidade produzida/ano, por tipo de produto, e tendência da produção. 6. Adensamento da cadeia produtiva: Que

setores estão presentes ligados à atividade principal do arranjo. 7. Camada institucional: Cite as instituições públicas,

semi-públicas e privadas que oferecem apoio ao arranjo produtivo: de ensino; de fomento; de representação, outras. 8.

Infra-estrutura do aglomerado: Caracterize e cite os pontos positivos e os pontos negativos. 9. Programas

governamentais: (i) Cite os programas governamentais dirigidos especificamente ao APL; (ii) Cite os programas governamentais cuja abrangência envolve o APL. 10. Políticas públicas de corte horizontal: (i) Cite as políticas públicas que, nos últimos 5 anos, impactaram positivamente o desenvolvimento do aglomerado; (ii) Cite as políticas públicas que, nos últimos 5 anos, impactaram negativamente o desenvolvimento do aglomerado; (iii) Cite as políticas públicas necessárias para o desenvolvimento do aglomerado.

Os pólos de Blumenau, Florianópolis e Joinville, que formam atualmente o APL-TIC de