CAPÍTULO 3 – NORMALIZAÇÃO DOCUMENTAL E O CONTEXTO
3.6 Difusão das normas documentais no contexto universitário: a
3.6.3 A palavra dos editores sobre o uso de normas documentais:
3.6.3.1 Objectivos
Outro dos campos de estudo deste trabalho teve em conta a utiliza- ção de normas documentais por parte das editoras de carácter científico. Foi nosso intuito saber, com o questionário aplicado aos editores científicos59, em primeiro lugar, até que ponto se aplicam as normas documentais nas suas políticas editoriais. Depois, pretendemos saber quais os elementos bibliográficos que eram tomados em consideração na aplicação das normas e quais as normas adoptadas por cada uma das editoras escolhidas. Por último, resolvemos interrogar as editoras quanto à sua tomada de posição relativamente à influência da utilização de normas documentais (pelas edito- ras e investigadores) no processo de comunicação científica e divulgação da informação.
3.6.3.2 Delimitação do universo
O universo aqui delimitado diz respeito às editoras científicas no con- texto das universidades portuguesas. Optou-se por esta delimitação por se considerar que é na universidade que grande parte dos documentos científi- cos são ou deveriam ser produzidos. Algumas das editoras aqui escolhidas são responsáveis pela publicação de revistas científicas produzidas por um determinado departamento académico.
58 Veja-se, a título de exemplo, o caso da Universidade Autónoma de Lisboa, que recentemente adop-
tou a cadeira de Metodologia do Trabalho Científico ao nível de todos os cursos de Licenciatura dis- ponibilizados pela instituição.
Foram escolhidas 5 editoras científicas, associadas a universidades
de diversos pontos do país, segundo as seguintes distribuições:
Universidade de Lisboa
• Gabinete Editorial da Faculdade de Medicina
Universidade Técnica de Lisboa
• Publicações do Centro de Estudos de Gestão-ISEG2
Universidade Nova de Lisboa
• Sector de Publicações da Escola Nacional de Saúde Pública
Universidade do Porto
• Serviços de Documentação da Faculdade de Desporto
• Edições da Faculdade de Engenharia
3.6.3.3 Dimensões da observação
Tabela 33 - Questionário aplicado às editoras científicas universitárias (dimensões da observação)
DIMENSÃO 1: Utilização de normas documentais pelas editoras científicas
subcategorias perguntas
Inclusão de normas docu-
mentais na política editorial 1.A vossa política editorial prevê a aplicação de normas documentais para publicação? Elementos contemplados
pelas normas 2. Essas normas dizem respeito a que elementos? Normas utilizadas 3. Que normas documentais/manuais de estilo são
seguidos pela vossa editora?
DIMENSÃO 2: Influência da normalização documental no contexto da comu- nicação científiva
subcategorias perguntas
Opinião das editoras sobre a influência da normalização documental sobre a comuni- cação científica
4. Considera que a utilização de normas documen- tais (sobretudo as normas de referenciação biblio- gráfica, mas também todas as outras que dizem respeito à estrutura formal do documento) pelos investigadores e pelas editoras científicas pode influenciar de alguma maneira o processo de comunicação científica/divulgação da informação? De que forma?
3.6.3.4 Análise e interpretação dos dados
1. A vossa política editorial prevê a aplicação de normas documentais para publicação?
Objectivos
Os objectivos desta pergunta foram: averiguar a inclusão de normas documentais nas políticas editoriais das editoras científicas escolhidas para este estudo e identificar a importância atribuída pelas editoras às normas documentais.
Figura 14 - Utilização de normas documentais para publicação por parte das editoras científicas
Análise dos Resultados
A totalidade das respostas obtidas aponta para a inclusão de normas documentais na política editorial da respectiva editora.
2. Essas normas dizem respeito a que elementos?
Objectivos
Pretendemos, com esta questão, verificar os campos de aplicação das normas documentais utilizadas.
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Figura 15 - Elementos a que dizem respeito as normas utilizadas
Análise dos Resultados
Os resultados obtidos apontam para a necessidade de aplicação de normas documentais em quase todos os elementos bibliográficos apresen- tados.
3. Que normas documentais/manuais de estilo são seguidos pela vossa editora?
Objectivos
Esta pergunta tentou identificar as normas documentais adoptadas por cada uma das editoras científicas e eventuais influências normativas externas. #* / * 2 #0 /0 1 2 : / # # 2 # / 2# / 2# # ( 3 # # # ! * ! #/ ! * ; #! 2 3 # # # . #/ , + ; &# . #* 2 1 # : # #
Análise dos Resultados
A maioria das respostas obtidas aponta para a aplicação editorial da Norma Internacional ISO. O número de editoras que utiliza a Norma Portu- guesa, por seu turno, é idêntico ao número de editoras que utilizam normas internas/institucionais, criadas pelas próprias editoras.
4. Considera que a utilização de normas documentais (sobretudo as normas de referenciação bibliográfica, mas também todas as outras que dizem respeito à estrutura formal do documento) pelos investiga- dores e pelas editoras científicas pode influenciar de alguma maneira o processo de comunicação científica/divulgação da informação? De que forma?
Objectivos
Foi nosso intuito, com esta questão, ouvir a opinião das editoras cien- tíficas relativamente à importância da normalização documental no contexto da comunicação científica e identificar o grau de consciencialização das mesmas relativamente à importância da aplicação dessas mesmas normas.
Análise dos Resultados
Tabela 34 - Opinião das editoras científicas sobre a utilização de normas documentais (análise de conteúdo)
CEGE (ISEG)
Transcrição Análise do conteúdo
A comunicação científica deve assumir, naturalmente, critérios de elevado rigor no plano do conteúdo e da for- ma. A definição de normas documentais contribuíra para que, pelo menos, no plano da forma o documento esteja em conformidade com os padrões de rigor exigíveis. A opção por uma ou outra norma/estilos, em princípio, não influenciará o processo de comunicação mas o seu des- respeito certamente terá repercussões.
Normalização docu- mental como exigência para a comunicação científica
FACULDADE DE MEDICINA (UL)
Transcrição Análise do conteúdo
Sim. É necessário uma padronização da informação cien-
tífica. Necessidade de padro-nizar a informação
científica FACULDADE DE ENGENHARIA (UP)
Transcrição Análise do conteúdo
Para além de influenciarem o processo de comunicação
exigido pela editora, bem como normalizam e divulgam a forma como especialistas já se debruçaram e concluíram ser as melhores quanto ao objectivo que desempenham.
decididamente o pro- cesso de comunicação científica
UNIVERSIDADE DE DESPORTO (UP)
Transcrição Análise do Conteúdo
Se a apresentação da informação for efectuada de uma forma normalizada, previamente estabelecida, torna-se muito mais fácil e rápido o processo de comunicação, divulgação e acesso à informação porque os processos de normalização permitem uniformizar critérios e modelos tendo como objectivo uma mais fácil cooperação, difu- são/divulgação, troca de informação
A normalização permite comunicação mais rápida, facilitando a troca de informação
ESCOLA NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA (UN)
Transcrição Análise do Conteúdo
Não só influencia, como é fundamental a existência de normas documentais para uma melhor e eficaz comuni- cação científica. Na área da informação é caminho para uma rede globalizante de comunicação que assentará numa normalização de procedimentos para a referencia- ção bibliográfica
Normas são fundamen- tais no processo de comunicação científica