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A Politica Agrícola Comum e a Organização Comum dos Mercados 20

Capitulo II - A Politica Agrícola Comum e as imposições aduaneiras

2.1 A Politica Agrícola Comum e a Organização Comum dos Mercados 20

Com os objetivos definidos no tratado de Roma de 1958, houve necessidade de criar

mecanis-mos capazes de atingir os mesmecanis-mos. Desse modo, aConferência de Stresaem 1958, desenvolveu os

prin-cípios e mecanismos que deveriam levar à realização e implementação dos 3 pilares na estratégia

agrí-cola europeia.

• «Princípio da preferência comunitária» - Tinha como objetivo favorecer os produtores

comunitários. Foi adotado um sistema de tributação especifico e uma pauta aduaneira

que garantisse que os produtos importados não eram introduzidos no consumo a preço

inferior ao preço no mercado interno. Foram também concedidos subsídios à

exporta-ção para que os produtos comunitários concorressem em mercados internacionais.

• «Unicidade de Mercado» - Assegurar a livre-circulação dos produtos agrícolas entre os

estados-membros e que a formação de preços fosse efetuada à escala comunitária

através do estabelecimento de preços institucionais, regras de concorrência e

elimina-ção de entraves no comércio comunitário.

• «Princípio da Solidariedade Financeira» - Os gastos resultantes da PAC eram pelo

orça-mento da comunidade. Para esse efeito foi criado o Fundo Europeu de Orientação e

Ga-rantia Agrícola – FEOGA

18

.

Num processo de consolidação do desenvolvimento económico europeu, a Politica Agrícola

Co-mum (PAC)

19

constitui um dos seus princípios. Assente nos 3 pilares já mencionados, a sua criação dá-se

em 1962.Os primeiros anos da PAC foram com certeza os anos de maior sucesso.

18

O FEOGA foi criado em 1962 e separado em 2 secções em 1964. FEOGA ORIENTAÇÂO e FEOGA GARANTIA passaram a constituir as 2 secções do FEOGA. FEOGA ORIENTAÇÂO: Financiamento de programas e projetos desti-nados a melhorar as estruturas agrícolas. FEOGA GARANTIA: Financiamento das despesas de regulação dos preços dos mercados.

19 A PAC foi a primeira e, durante muitos anos, única política totalmente integrada da União Europeia. Abriria caminho ao mercado único europeu 30 anos mais tarde, em 1992. O seu sistema de preços únicos exigiu que a PAC criasse a

Os anos 60 caracterizaram-se pela fase em que os efeitos da estratégia seguida no modelo da

PAC mais se fizeram sentir. Contudo, já no final da década de 60, as primeiras falhas começaram a ser

identificadas e os resultados das políticas aplicadas verificavam-se nada saudáveis para a PAC. Sicco

Mansholt

20

, em relatório

21

apresentado em 1968, identificava já os primeiros sinais de preocupação

com as políticas agrícolas adotadas. Excedentes potenciais nos cereais e no setor lácteo, assim como o

disparo dos custos orçamentais constituíam algumas das preocupações deste relatório. Uma política

baseada no apoio aos preços não bastava para resolver os problemas da agricultura. O «Pai» da PAC

propõe então aquele que ficou conhecido pelo Plano Mansholt.

• A retirada da produção de 5 milhões de hectares de terras aráveis, que passariam a ser

utiliza-das para fins florestais ou parques naturais.

• Adoção de uma política sócio estrutural que encorajasse a cessação de atividade dos

agriculto-res sem condições de viabilidade no mercado e que ao mesmo tempo cria-se apoios para a

modernização das explorações que pudessem crescer e assegurar níveis de rendimento

sufici-entes ao agregado familiar.

• Uma redução significativa dos preços por forma a não estimular o recurso sistemático à

inter-venção pública.

Das propostas apresentadas por Mansholt, as acima descritas destacavam-se na resolução dos

problemas identificados no seu relatório. Contudo, algumas das propostas apresentadas não foram

recebidas da melhor forma pelas organizações agrícolas, tendo inclusive provocado manifestações de

desagrado.

Os anos 70 e 80 da PAC ficaram marcados pelo surgimento dos primeiros mecanismos de

con-trolo de despesa, da produção e uma crescente preocupação com apoios estruturais. Os incentivos à

cessação de atividade agrícola e a qualificação dos agricultores passaram a ser uma realidade, tendo

como finalidade estabelecer um equilíbrio entre a necessária melhoria da competitividade no mercado

sua moeda própria, a «unidade de conta europeia» (ECU), um precursor distante do euro. Aquando da sua introdução em 1962, um ECU valia um dólar norte-americano.

Fonte: «Gabinete de Planeamento, Politicas e Administração Geral» http://www.gpp.pt 20

Agricultor e politico holandês considerado o pai da PAC. Foi também o comissário responsável pela agricultura entre 1958 e 1972.

21 Partes do relatório apresentado por Mansholt identificavam e solucionavam os problemas da PAC: “A diminuição rápida da população agrícola constitui um dos factos característicos do nosso tempo. Se se quiser numa dezena de anos recuperar o atraso da agricultura, é necessário que se acentue a diminuição da população ativa…”, “Os preços agrícolas deveriam encontrar o seu verdadeiro significado económico que é o de orientar a produção para um melhor equilíbrio de mercado. Reduzir os apoios às explorações mais competitivas permitirá à sociedade financiar paralelamente um esforço de modernização das explorações poten-cialmente competitivas, assim como um esforço orientado para a redução do número de explorações marginais…”

agrícola europeu, a capacidade de produção do mercado, a proteção do ambiente e o desenvolvimento

de regiões menos desenvolvidas.

Nos anos 90 a PAC passa de um apoio ao mercado para um apoio ao produtor, estimulando e

sensibilizando para um produto com mais qualidade e mais amigo do ambiente. Com a entrada nos anos

2000, a PAC, reformulando-se e evoluindo, tornou-se no maior importador de produtos oriundos de

países em vias de desenvolvimento ao abrigo do acordo «Tudo exceto armas

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». Com o alargamento da

União Europeia a produção agrícola duplicou, potenciando assim o seu mercado e produção. A PAC

continua a sua evolução, promovendo a inovação, combatendo as alterações climatéricas, combatendo

o emprego e potenciando o crescimento das zonas rurais.

Os objetivos da PAC, originalmente refletidos no texto do tratado de Roma, continuam ainda

ho-je, conforme o art.º 39 do TFUE, a manter o teor original.

Dispõe o art.º 39 do TFUE,

«1. A política agrícola comum tem como objetivos:

a). Incrementar a produtividade da agricultura, fomentando o progresso técnico, assegurando o

desenvolvimento racional da produção agrícola e a utilização ótima dos fatores de produção,

designa-damente da mão-de-obra;

b). Assegurar, deste modo, um nível de vida equitativo à população agrícola, designadamente

pe-lo aumento do rendimento individual dos que trabalham na agricultura;

c). Estabilizar os mercados;

d). Garantir a segurança dos abastecimentos;

e). Assegurar preços razoáveis nos fornecimentos aos consumidores.

2. Na elaboração da política agrícola comum e dos métodos especiais que ela possa implicar,

to-mar-se-á em consideração:

a) A natureza particular da atividade agrícola decorrente da estrutura social da agricultura e das

disparidades estruturais e naturais entre as diversas regiões agrícolas;

b) A necessidade de efetuar gradualmente as adaptações adequadas;

22

Acordo que garante um acesso à União Europeia isento de direitos aduaneiros e de contingentes a todos os produ-tos, exceto armas e munições, de países menos desenvolvidos.

c) O facto de a agricultura constituir, nos Estados-Membros, um setor intimamente ligado ao

con-junto da economia.»

. Com a implementação da PAC a harmonização do mercado agrícola começou a verificar-se. Essa

harmonização levou à criação de Organizações Comuns de Mercado, designadas por OCM, para cada

produto abrangido pela politica agrícola comum. Dentro das especificidades de cada OCM, estas vieram

estabelecer determinados mecanismos, nomeadamente,

- Um sistema de preços: pretendia assegurar um nível de preços de mercado no setor agrícola de

forma a estabilizar os rendimentos do agricultor. Em vez de funcionar a lei da procura e oferta, que

ditaria o preço de mercado, foram estabelecidos preços indicativos e de referência.

- Um sistema de intervenção: assegurava um valor mínimo de produto. Quando um produto

des-cia para valores inferiores ao preço base, a comunidade comprometia-se a comprar essa produção aos

agricultores, intervindo assim como elemento estabilizador dos mercados agrícolas. Assegurava também

possíveis perdas decorrentes de doenças e pragas que pudessem influenciar as produções.

- Um sistema de ajudas: assegurava um valor mínimo do produto ou um rendimento mínimo nas

relações de mercado. Exemplificando, nas relações comerciais com o mercado internacional, o sistema

de ajudas compensava as possíveis perdas neste mercado.

- Um regime aplicável nas trocas com países terceiros: assegurava, com a aplicação de direitos

aduaneiros, a receita relativa à importação, valorizando ao mesmo tempo o produto agrícola de

produ-ção interna. Adoprodu-ção dos direitos niveladores agrícolas para que os produtos importados tivessem o

mesmo valor de mercado que os produtos do mercado comunitário. Pagamento de restituições à

expor-tação com o objetivo de compensar os produtores exportadores pela diferença no valor de mercado dos

produtos agrícolas no mercado internacional, geralmente mais baixo.

Num processo gradual, as OCM foram chegando a todos os produtos, obrigando à definição de

estratégias para atingir os objetivos definidos e à harmonização de políticas nacionais já existentes nos

diferentes países.

«1. A fim de atingir os objetivos definidos no artigo 39 do TFUE, é criada uma organização comum

dos mercados agrícolas.

Segundo os produtos, esta organização assumirá uma das formas seguintes:

a) Regras comuns em matéria de concorrência;

b) Uma coordenação obrigatória das diversas organizações nacionais de mercado;

c) Uma organização europeia de mercado. 2. A organização comum, sob uma das formas

previs-tas no n. o 1, pode abranger todas as medidas necessárias para atingir os objetivos definidos no artigo

39, designadamente: regulamentações dos preços; subvenções tanto à produção como à

comercializa-ção dos diversos produtos; medidas de armazenamento e de reporte; e mecanismos comuns de

estabili-zação das importações ou das exportações. A organiestabili-zação comum deve limitar-se a prosseguir os

objeti-vos definidos no artigo 39. o e deve excluir toda e qualquer discriminação entre produtores ou

consumi-dores da União.

Uma eventual política comum de preços deve assentar em critérios comuns e em métodos de

cál-culo uniformes.

3. A fim de permitir que a organização comum referida no n. o 1 atinja os seus objetivos, podem

ser criados um ou mais fundos agrícolas de orientação e garantia.»

Em 2007, com o intuito de simplificar a sua aplicação, foi estabelecida uma única OCM

median-te a aprovação do regulamento (CE) nº1234/2007 do Conselho de 22 de Outubro, designada por «OCM

ÚNICA». Apesar da denominação, esta não abrangeu todas a OCM já existentes em virtude de algumas

reformas se verificarem em alguns setores, tais como, setor das frutas, produtos hortícolas e produtos

transformados à base destes.Em 2013 é publicado o regulamento (UE) nº1308/2013 do Parlamento

Europeu e do Conselho de 17 de Dezembro de 2013.Tendo como horizonte a reformulação da PAC, a

sua entrada em vigor a 1 de Janeiro de 2014 veio acelerar e reformular os principais instrumentos da

PAC, sendo de salientar a revogação do Regulamento (CE) nº1234/2007 do conselho, que até então

organizava e regulava o mercado comum dos produtos agrícolas.

O presente da Politica Agrícola Comum (PAC) continua a ser a perspetiva de evolução. Apesar

do sucesso histórico desta política agrícola, em que os consumidores têm beneficiado de alimentos mais

seguros a preços cada vez mais baratos, questões como a biodiversidade, ambiente, paisagens, zonas

rurais, tornam-se cada vez mais importantes. A PAC pós-2020 é hoje o maior desafio da política agrícola

da União Europeia. Tendo como objetivo promover a melhor reforma agrícola da história da União

Eu-ropeia, a PAC pós-2020 tem sido minuciosamente preparada e estudada de forma a fazer da agricultura

uma oportunidade para as gerações presentes e futuras. Associar a saúde, qualidade da alimentação e

do produto, à hipótese de negócio e emprego, fazem da PAC pós-2020 a maior oportunidade de

devol-ver e envoldevol-ver as pessoas novamente na agricultura.

A Politica Agrícola Comum constitui, aglutinando a importante Organização Comum dos

Merca-dos, um dos principais instrumentos de política comercial da União Europeia relativamente ao comércio

de produtos agrícolas. A orientação da Politica Agrícola Comum para o produto de origem europeia e

para as necessidades do mercado interno fazem da Politica Agrícola Comum e da sua OMC uma

ferra-menta essencial na agricultura da união.

2.2 A crescente importância da agricultura no mercado mundial

Até à Ronda do Uruguai o setor agrícola nunca teve uma importância que justificasse uma

abordagem mais profunda e preocupada. A Regulação dos mercados agrícolas era efetuada em grande

parte pelos países envolvidos. A proteção de mercado, a proteção do produto originário e os estímulos à

exportação constituíam, de uma forma geral, as ferramentas de apoio à agricultura.

Iniciada em 1986, na cidade Uruguaia de Punta del Este, a ronda do Uruguai terminou em 1994

na cidade de Marraquexe, tendo sido adotado o nome desta cidade marroquina para o nome da maior

ronda multilateral GATT. Envolvendo 123 países, esta ronda contemplou pela primeira vez uma questão

agrícola. As negociações do setor agrícola provocaram especial impacto nesta ronda negocial, opondo

os defensores de uma maior liberalização do comércio agrícola e os defensores de algum protecionismo

ao nível do mercado agrícola. Países como os Estados Unidos da América, Austrália e Canadá defendiam

uma maior liberalização e opunham-se ao protecionismo da CEE e da PAC, nomeadamente na aplicação

de restituições à exportação

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e imposições aduaneiras na importação. Na rodada do Uruguai as

diferen-tes visões de mercado acentuaram-se, sendo claro que cada país ou conjunto de países pretende

sem-pre, de acordo com as suas fraquezas e potencialidades, protecionismo em determinadas mercadorias e

áreas de comércio e uma maior liberalização relativamente às mercadorias e bens em que as suas

ne-cessidades revelam.

“Qualquer nação do mundo quer protecionismo para os seus produtos e

li-vre comércio para as suas necessidades”

23

Assentam num mecanismo de compensação financeira, cujo montante, é destinado a compensar os produtores comunitários pela diferença de preços praticados no mercado interno comunitário e os preços existentes no mercado internacional, que geralmente são inferiores, é, em princípio, único para o mesmo produto, mas que pode variar conso-ante o seu destino ou devido às condições económicas.

Nelson Júnior Horvath (Rodada Uruguai: do GATT à OMC) P.7, 2010

Além das diversas questões debatidas ao longo desta ronda do Uruguai destaca-se a criação da

Organização Mundial do Comércio, designada por OMC

24

, organização que a partir de 1 de janeiro de

1995 substituiu o GATT no debate relativo às questões do comércio internacional.

“Em contraste com o GATT, no entanto, a OMC constitui uma organização

e não apenas um tratado, possuindo uma sólida base institucional, e o seu âmbito

material não se esgota nas mercadorias, estendendo-se ainda aos serviços e à

pro-priedade intelectual”

Sérgio Vasques, P99, Manual de Direito Fiscal, Almedina,2015

De entre as diversas alterações e acordos resultantes da Ronda do Uruguai, destacam-se os

acordos sobre a agricultura para os períodos de 1995-2000, no que respeita aos países desenvolvidos e

de 1995-2004, no que respeita aos países em desenvolvimento. O programa em questão assentou em 3

domínios essenciais.

1. Acesso ao Mercado

- Conversão de todas as medidas de proteção relativas à importação de produtos agrícolas em

di-reitos aduaneiros, reduzindo a aplicação destes em 36% para os países desenvolvidos e em 24% para os

países em desenvolvimento.

- Aplicação de contingentes pautais na importação de determinados produtos agrícolas.

2. Apoio Interno

- Redução dos apoios internos à agricultura em função da capacidade que estes detinham em

dis-torcer a concorrência no mercado. Os diferentes apoios internos eram classificados como «caixas

25

»

diferenciando-se pela área de apoio e a cor pela sua importância.

24

Abriga mais de 20 acordos existentes à data, destacando-se o GATT, acolhido na sua forma revista em 1994, o acordo TRIPS (Trade-Related Aspects of Intellectual Property Rights), respeitante à propriedade intelectual e o acordo GATS (General Agreement on Trade in Services), relativo aos serviços.

3. Subsídios à Exportação

- Redução dos apoios à exportação ficando os produtores comunitários mais expostos aos efeitos

da concorrência.

A preocupação com a agricultura e a aposta na evolução para um mercado onde a

competitivida-de era ditada pelo preço não conseguiu impor-se da forma competitivida-desejada, quer pela conjuntura dos

merca-dos quer pela capacidade e vontade merca-dos diferentes agentes envolvimerca-dos «dispensarem» as ferramentas

adotadas. Relativamente à Comunidade Europeia, se por um lado a redução dos direitos aduaneiros e a

aplicação de contingentes abriu o mercado comunitário a outros produtos e origens, a redução dos

apoios internos e dos apoios à exportação provocou um impacto negativo e um descontentamento

generalizado em virtude da importância destas ajudas na capacidade dos produtores se tornarem e

manterem competitivos nos mercados agrícolas.

Apesar destes compromissos assumidos pela OMC e desta forma arrojada de contornar e

contro-lar os diferentes mercados agrícolas, a PAC, com a sua reforma

26

em 1992, conseguiu contornar e

har-monizar a aplicação destas e outras medidas de enorme impacto para a comunidade europeia em

virtu-de dos compromissos assumidos com a OMC. Quer a reforma da PAC virtu-de 1992, quer as reformas

subse-quentes conseguiram sempre atenuar os impactos das medidas impostas pela OMC na regulação dos

mercados agrícolas.

Desde o acordo de Marraquexe, onde as questões agrícolas passaram a ser debatidas com maior

profundidade, a liberalização do setor a longo prazo, as limitações aos apoios internos e a eliminação

progressiva dos subsídios à exportação foram sendo defendidos nas diferentes conferências da OMC.

Apesar das diferentes posições dos membros pertencentes à OMC, a liberalização dos mercados e o fim

do protecionismo, incluindo o praticado pela União Europeia, tem sido constantemente prometido. A

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«Caixa Laranja» Ajudas associadas aos preços e ao custo da produção. «Caixa Azul» Ajudas ligadas ao controlo da oferta

«Caixa Verde» Incluía dois tipos de apoios, um ligado à investigação e formação e outro ligado à garantia de rendimen-tos e segurança, nomeadamente, catástrofes naturais e garantia dos valores das colheitas

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Objetivos da reforma da PAC de 1992:

- Reduzir a produção e controlar os custos orçamentais - Redução dos Preços

- Redução das assimetrias entre os Estados-Membros - Defesa das explorações agrícolas familiares

- Concessão de subsídios aos agricultores que desenvolvam uma agricultura menos intensiva e procedam à floresta-ção.

rodada de Doha com inicio em 2001, chamada de «Agenda para o Desenvolvimento», representou um

marco histórico para a Organização Mundial do Comércio. O conjunto de temas abordados e as

preocu-pações em diversas áreas do comércio mundial, debitaram desta rodada enorme expectativa para uma

harmonização global. A liberalização do comércio, um mercado competitivo e justo e a abertura a países

menos desenvolvidos continuou, no seguimento da rodada do Uruguai, a estar em cima da mesa de

negociações. Comparativamente à ronda do Uruguai, a Ronda de Doha provocou uma abordagem à

redução das barreiras comerciais mais agressiva, reduzindo ainda mais a aplicação de direitos

aduanei-ros e aprofundando questões como os produtos tropicais, a eliminação de taxas desnecessárias, entre

outras. Relativamente ao setor agrícola, a rodada de Doha definiu o fim dos subsídios à exportação para

2013, dando assim um forte sinal ao mercado agrícola e criando a expectativa para as negociações

se-guintes.

Apesar do acordo obtido na conferência de Bali, onde foi adotado o “Pacote Bali”

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, fazendo dele

parte 10 acordos com o objetivo de simplificar o comércio em geral, o setor agrícola definiu os seus

objetivos em questões como, recuperação das áreas degradadas, conservação do solo e gestão de

re-cursos, promoção do emprego em zonas rurais, entre outros, sendo que acerca do protecionismo

exis-tente ficou acordado o cumprimento dos acordos obtidos no intuito de uma liberalização e justiça no

mercado agrícola.

Ao longo dos últimos anos, nas diferentes conferências que vão existindo, a preocupação das

or-ganizações como a OMC vai no sentido da liberalização do comércio em geral. Apesar da abertura

de-monstrada por parte de instituições como a União Europeia em seguir a orientação da OMC, o

protecio-nismo ao mercado comunitário continua a existir principalmente devido à recente crise que se instalou

na europa. No setor agrícola, a defesa da saúde pública, do solo e da natureza em geral têm sido as

maiores preocupações dos últimos anos. A defesa do produto e do produtor comunitário tem levado a

União Europeia a uma posição de garantia de receita e estímulo do mercado intracomunitário. A

exis-tência de apoios internos e a aplicação de uma determinada regulação dos produtos e das origens que

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