• Nenhum resultado encontrado

Capitulo III – O valor Aduaneiro e valor Tributável

3.1 O valor tributável na importação

Na liquidação dos impostos devidos numa importação de mercadorias é necessário apurar o

valor tributável. De acordo com o artº17 do Código do IVA, o valor tributável deve incluir todos os

ele-mentos necessários na importação das mercadorias no território da União.

“1 - O valor tributável dos bens importados é constituído pelo valor aduaneiro, determinado de

harmo-nia com as disposições comunitárias em vigor.

2 - O valor tributável dos bens importados inclui, na medida em que nele não estejam compreendidos:

a)Os impostos, direitos aduaneiros, taxas e demais encargos devidos antes ou em virtude da própria

importação, com exclusão do imposto sobre o valor acrescentado; “

Numa importação de mercadorias, o valor de referência para apurar o valor tributável é o valor

aduaneiro apurado de acordo com o artº70 a 74 do CAU. Ao valor aduaneiro serão acrescidos outros

impostos, os direitos aduaneiros, taxas e outros encargos necessários antes e devidos pela importação

se ainda não estiverem incluídos no mesmo.

Artº17 nº2 alínea b),

“As despesas acessórias, tais como despesas de comissões, embalagem, transporte e seguros, verificadas

até ao primeiro lugar de destino

71

dos bens em território nacional, ou outro lugar de destino no território

71 Considera-se “lugar de destino” aquele que se encontre documentalmente comprovado perante a Alfândega, isto é, as despe-sas acessórias a incluir no valor tributável do IVA são as verificadas até ao lugar indicado no documento de transporte a coberto do qual os bens são importados.

da Comunidade se este for conhecido no momento em que ocorre o facto gerador na importação, com

exclusão das despesas de transporte a que se refere a alínea t) do n.º 1 do artigo 14.º; “

Tendo em conta as regras de apuramento do valor aduaneiro, em princípio as despesas

acessó-rias são parte constituinte do valor aduaneiro. Contudo, a definição de valor tributável e o seu

enqua-dramento ressalvam a necessidade de incorporar as despesas necessárias até ao momento de entrada

das mercadorias em território aduaneiro da União.

Ideia-chave: Valores Tributável = Valor Aduaneiro + Direitos Aduaneiros + demais impostos e

despesas inerentes à importação

Conclusão

Na análise e investigação efetuada neste trabalho, determinadas orientações e posições foram

identificadas caraterizando instituições como a Organização Mundial do Comércio e a União Europeia

orientadoras e definidoras das politicas comerciais nas trocas internacionais. Ao longo das décadas, as

diferentes organizações intervenientes no comércio internacional têm apelado a uma maior abertura e

liberalização do comércio a nível mundial. Se por um lado a Organização Mundial do Comércio tem

pro-curado influenciar as diferentes instituições e países para a eliminação das diferentes barreiras ao

co-mércio global, apesar das diversas instituições mostrarem abertura a tal caminho, a eliminação total de

barreiras ao comércio mundial continua sem se verificar.

A União Europeia, sendo uma instituição em harmonia com as orientações e objetivos da

Organi-zação Mundial do Comércio, continua, de acordo com os seus princípios, a proteger o seu mercado

interno, o seu produto e o seu consumidor. Desse modo, e de acordo com a sua politica agrícola, a

Uni-ão Europeia impõe determinadas barreiras, nomeadamente impostos no que a este trabalho importa,

de modo a que determinados mercados, tais como o asiático, se imponha no panorama do comércio

internacional de produtos agrícolas, beneficiando das características dos seus terrenos agrícolas, clima e

mão-de-obra mais acessível à produção.

Se por um lado a União Europeia tem como objetivo a defesa do seu mercado interno,

nomea-damente os produtores dos diferentes produtos agrícolas que a oferta internacional “ameaça” com a

sua competitividade, também a qualidade do produto de origem europeia e a saúde do consumidor da

união europeia constitui uma prioridade. A evolução da política agrícola comum para uma maior

abertu-ra a países menos avançados e menos desenvolvidos, tem permitido a estes uma maior abertuabertu-ra e

po-tencialização do seu mercado e dos seus produtos. Contudo, tendo em conta as importações de

diferen-tes espécies agrícolas, com benefícios e isenções, obriga a um maior controlo a nível de saúde pública.

Nos exemplos dados, identificamos diferentes produtos agrícolas em diferentes mercados com

bastante potencial na produção e criação do produto em causa. No caso do milho doce, tendo em conta

as características do país de produção, a Tailândia, enquadra o preço do milho doce no mercado

inter-nacional a um nível difícil de igualar para a produção europeia. Se por um lado o consumidor até

conse-guiria obter o produto a um preço mais baixo que o produto interno, os produtores da união ficariam

em desvantagem competitiva em relação à Tailândia devido ao preço do produto para o consumidor.

Desse modo, mesmo tendo em conta a relação preço/qualidade/satisfação do consumidor, a união

europeia ao impor medidas anti-dumping, não só consegue proteger o mercado interno como a defesa

do consumidor fica garantida. Na importação de miudezas de aves originárias do Brasil, com a sua

capa-cidade produtiva e quota de mercado mundial relativamente a este produto, a aplicação de direitos

adicionais tem como objetivo repor uma certa justiça de mercado tendo em conta a possibilidade de o

produto ser importado por preços diferentes dos preços que representam o setor, quer no mercado

interno quer no panorama internacional.

De um modo geral, a imposição de medidas restritivas, mesmo que o comércio internacional

ca-minhe para uma eliminação de barreiras comercias, tem como objetivo a proteção de um mercado

in-terno que, tendo em conta a recente crise mundial, se perspetiva uma evolução sustentável e saudável

na defesa do mercado, do produto e do consumidor na união europeia.

Que o caminho e evolução do comércio mundial está na direção da eliminação das diferentes

barreiras às trocas comerciais é uma realidade. Contudo, as diferentes instituições, por muito

conscien-tes e recetivas que estejam a essa realidade continuarão, enquanto for possível, a proteger o seu

mer-cado interno. Os conflitos e as tensões existentes entre diferentes países têm implimer-cado consequências

também a nível comercial, sendo disso exemplo as imposições da União Europeia ás importações

pro-venientes da Crimeia, região anexada pela Rússia. Os países asiáticos continuarão a aproveitar o seu

potencial agrícola para se impor no mercado internacional beneficiando, alguns deles, dos acordos

exis-tentes para o seu desenvolvimento. O sector agrícola será, nos próximos anos, um importante desafio

quer para a União Europeia quer para a Organização Mundial do Comércio. A relação entre o estímulo á

economia, a qualidade do produto e questão climatérica estará na frente das preocupações.

Bibliografia

- AMARAL, Frederico João Garcia Velasco Abrunhosa - Mestrado em Direito – Ciências

Jurídi-co EJurídi-conómicas - «DIREITO ADUANEIRO EUROPEU: NATUREZA E OBJETO»,

Universi-dade do Porto, FaculUniversi-dade de Direito, 2012

- CARVALHO, Ana Sofia «Planeamento e Evasão Fiscal», Vida Económica,2010

- CUNHA, Arlindo «Manual da Disciplina Politica Agrícola Comum», Universidade Católica Por

tuguesa,2010

- CUNHA, Arlindo «Mestrado em Integração Económica Regional e Políticas Comunitárias»,

2010

- DEUS, Ricardo de «Temas de Direito Aduaneiro», Almedina 2014

- DIVÉRIO, Tamara Silvana Menuzzi «Rodadas do Uruguai e Doha e as negociações agrícolas

nos três pilares: acesso a mercados, apoio interno e subsídios às exportações»,

Universi-dade de Cruz Alta, Brasil 2015

- FLORENCE Boyala Imbert, «Fichas Técnicas sobre a União Europeia», Julho de 2017

- Globalagrimar «Política comercial europeia»

- MANUAL das Restituições à Exportação, Portal das Finanças,2017

- MANUAL do Valor Aduaneiro, Portal das Finanças, 2017

- MANUAL sobre os Direitos Anti-Dumping e Compensação, Portal das Finanças,2017

- Organização Comum dos Mercados dos produtos agrícolas – OCM - Regulamento (UE) N.

1308/2013 do Parlamento Europeu e do Conselho de 17 de Dezembro de 2013

- Regulamento de execução (UE) 875/2013 do Conselho de 2 de Setembro de 2013

- Revista Aduaneira nº 24, Alfândega

- Revista Aduaneira nº 25, Alfândega

- Revista Aduaneira nº 51, Alfândega

- Revista Aduaneira nº 59, Alfândega

- Revista Aduaneira nº 60, Alfândega

- Revista Aduaneira nº 62, Alfândega

- Revista Aduaneira nº 63, Alfândega

- Revista Aduaneira nº 64, Alfândega

- Tratados da União Europeia, Porto Editora, 2010

- Regulamento das Alfândegas, Rei dos Livros,1985

- Reforma Aduaneira, Rei dos Livros, 1986

- TEIXEIRA, Glória «Manual de Direito Fiscal», Almedina,4ªEdição,2016

- TEIXEIRA, Glória «Planeamento e Evasão Fiscal», Vida Económica,2010

- VARETA, Maria Leonor «A politica Agrícola Comum (PAC) e o Comércio Internacional,

(Dissertação de mestrado apresentada ao ISCAP,2014)

- VASQUES, Sérgio «Manual do Direito Fiscal», Almedina 2012

- VASQUES, Sérgio «Manual do Direito Fiscal», Almedina 2015

- VERÍSSIMO, Serrão História de Portugal (v. V)

Consultas na internet

- «Gabinete de Planeamento, Politicas e Administração Geral» http://www.gpp.pt

- http://europa.eu/about-eu

- http://exporthelp.europa.eu/

- http://hdl.handle.net/10183/28161

- http://madb.europa.eu/madb/

- http://pt.wikipedia.org/wiki/Tratado_de_Methuen

- http://trade.ec.europa.eu/doclib/docs/2011/october/tradoc_148333.pdf

- http://www.dgaiec.min-financas.pt/

- http://www.europarl.europa.eu/

- http://www.europarl.europa.eu/

- http://www.observatorioagricola.pt/

- https://publications.europa.eu/pt/

- https://www.confagri.pt/

- https://www.preceden.com/timelines/

Documentos relacionados