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A relação entre pares no 1.º ciclo do ensino básico

Rita Rodrigues Gomes

Escola Superior de Educação e Ciências Sociais – Instituto Politécnico de Leiria

Alzira Maria Rascão Saraiva

Escola Superior de Educação e Ciências Sociais – Instituto Politécnico de Leiria

resumo

O presente artigo procura retratar o ensaio investigativo, realizado no âmbito da Prática Pedagógi- ca do Mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1.º Ciclo do Ensino Básico, com uma turma do 3.º ano, de carácter qualitativo, tendo por base um estudo de caso único, descritivo e exploratório. Durante a investigação procurou-se assim observar e registar os comportamentos da aluna M. e dos seus pares, dentro e fora da sala de aula, ao longo de cinco semanas, de forma a responder à questão-problema “Que relações a aluna M. e os seus pares estabelecem entre si no contexto escolar que frequentam?”.

Através dos dados recolhidos foi possível perceber a existência de alguns problemas na relação entre pares estabelecida, evidenciando-se comportamentos semelhantes aos ocorridos em casos de bullying, não sendo no entanto evidente a existência deste fenómeno.

Palavras-chave: 1.º Ciclo do Ensino Básico, Estudo de Caso, Relação entre pares, Bullying.

AbstrAct

This article seeks to portray the investigative essay, carried out under the Pedagogical Practice of Master in Preschool Education and Teaching of the Primary School Teaching, with a group of 3rd year, with the based on a single case study, descriptive and exploratory.

During the investigation it was sought to just observe and record the behavior of M. student and their peers, inside and outside the classroom, over five weeks in order to answer the question-problem “What relations the M. student and their peers establish themselves in the school context attending? “. Through the data collected it was possible to notice the existence of some problems in relation es- tablished between pairs, demonstrating similar behaviors occurred in the cases of bullying, it is not clear however the existence of this phenomenon.

Keywords: Primary School Teaching, Case study, Relation between pairs, Bullying.

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introdução

A necessidade de melhorar e progredir enquanto profissionais de educação é constante, daí que se tor- ne essencial que exista uma prática direcionada para a investigação, pois assim será possível compre- ender de forma aprofundada os acontecimentos, experiências e problemas que as crianças vivenciam.

enquAdrAmento teórico

Considerando os pressupostos do ensaio investigativo torna-se essencial apresentar a fundamenta- ção teórica considerada mais pertinente para o seu desenvolvimento.

A relação entre pares no período escolar

É na idade escolar que a criança tem a possibilidade de interagir frequentemente com os seus pares, descobrindo novas regras, rituais e até autoridades, mas também diferentes oportunidades, alguma liberdade e a própria amizade (Tavares et al., 2007). É ao longo do período escolar que “(…) as crian- ças constroem um quadro complexo de características físicas, intelectuais e sociais de si próprias e dos outros (…)” (Tavares et al., 2007:62) que as auxiliam a construir e encontrar respostas para compreender a vida em sociedade e perceber a importância dos outros na própria vida (Tavares et al., 2007). Até porque “(…) os pares afectam o desenvolvimento social da criança” (Coleman & Ladd, 2010:155) realizando “(…) funções de apoio e socialização” (Coleman & Ladd, 2010:156).

O grupo de pares permite assim que as crianças desenvolvam a sua segurança emocional (Papalia, Olds & Feldman, 2006) aprendendo muitas vezes lições importantes relativamente às relações esta-

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belecidas dentro do próprio grupo (Coleman & Ladd, 2010). Por outro lado, a relação estabelecida pelas crianças e o seu grupo de pares pode também possuir diferentes efeitos negativos, na medida em que, para que consiga pertencer ao grupo de pares, necessita de aceitar os seus valores e as suas normas de comportamento, mesmo as indesejáveis, levando a que, por vezes, possua diferentes in- certezas que a transportam para o desenvolvimento de comportamentos contra as suas próprias ideias e critérios (Papalia, Olds & Feldman, 2006).

Uma das principais vertentes negativas existente na relação estabelecida entre a criança e o grupo de pares com que interage diz respeito à possibilidade de desenvolvimento de um “(…) sentimento de inferioridade e de inadequação por não se sentir segura nas suas capacidades ou por não se sentir re- conhecida e confiante quanto ao seu papel social” (Tavares et al., 2007:62), podendo, assim, chegar a desenvolver comportamentos com os quais não se identifica. A tendência para o desenvolvimento de atitudes preconceituosas pode também advir do estabelecimento da relação da criança para com os seus pares. Ainda assim, este tipo de atitudes pode ser “(…) diminuído ou eliminado ampliando-se a experiência da criança” (Papalia, Olds & Feldman, 2006:419).

O Bullying no contexto escolar

O estudo das relações entre pares no contexto escolar tem assumido uma grande importância nos últimos tempos, uma vez que se tem verificado uma matéria preocupante apesar de não ser um fe- nómeno novo, até porque “apesar de nos dias de hoje todos sabermos do que estamos a tratar, ainda existe muito desconhecimento quanto às especificidades deste conceito” (Paias, 2014:32).

Sendo a escola um local de aprendizagem e de bem-estar, torna-se um meio privilegiado para o estabe- lecimento de relações sociais, devendo por isso apresentar-se como um dos locais essenciais para com- bater o bullying, de modo a que todas as crianças consigam desenvolver as suas competências e realizar aprendizagens de forma eficiente, sem a existência de quaisquer tipos de medo (Carvalhosa, 2010). O conceito de Bullying

O bullying caracteriza-se por ser um conceito bastante complexo, havendo, por isso, alguma dificul- dade em chegar a um consenso relativamente à sua definição (Fernandes & Seixas, 2012).

Tendo em conta o contexto escolar, considera-se que o bullying se desenvolve quando um aluno é provocado ou vitimado e se apresenta exposto de forma repetida, ao longo do tempo, a diferentes ações negativas por parte de uma ou mais pessoas (Carvalhosa, 2010).

O bullying pode ser então definido como todo o tipo de comportamento de carácter agressivo, inten- cional e repetitivo, que é orientado por um aluno ou um grupo, contra outro aluno que não tem capa- cidade para se defender. Implicando, assim, diferentes consequências graves, a médio e longo prazo, para os envolvidos, tanto agressores, como alvos e até mesmo observadores (Pereira, 2002; Rodrí- guez, 2007; Urra, 2007; Haber, 2009; Carvalhosa, 2010; Fernandes & Seixas, 2012; Paias, 2014). Os diferentes comportamentos de Bullying

Parece existir um grande consenso relativamente ao tipo e à natureza dos diferentes comportamen- tos de bullying, sendo que existe uma diferenciação geral que os caracteriza como comportamentos de bullying direto e indireto (Carvalhosa, 2010; Fernandes & Seixas, 2012).

Pode assim dizer-se que os comportamentos de bullying direto implicam um confronto presencial e se caracterizam predominantemente por agressões físicas, verbais ou até de intimidação. Para além disso oferecem ataques abertos à vítima, sendo possível conhecer aqueles que estão diretamente envolvidos nos incidentes, tornando-se mais fácil identificar os seus comportamentos (Fernandes & Seixas, 2012). Por outro lado, os comportamentos de bullying indireto referem-se a situações em que as agressões, os sinais e os danos que resultam do ato de violência são menos visíveis, fazendo com que a vítima se isole socialmente ou seja excluída intencionalmente do grupo (Carvalhosa, 2010; Fernandes & Seixas, 2012). Relativamente ao tipo de comportamentos desenvolvidos, torna-se importante referir que diversos autores os subdividem em comportamentos físicos, verbais (Rodríguez, 2007; Haber, 2009; Carva- lhosa, 2010; Fernandes & Seixas, 2012), relacionais/sociais (Rodríguez, 2007; Haber, 2009; Fer- nandes & Seixas, 2012) e psicológicos/emocionais (Rodríguez, 2007; Carvalhosa, 2010; Fernandes & Seixas, 2012).

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O bullying físico acontece quando a vítima é controlada e magoada fisicamente pelo agressor, poden- do afetar a sua integridade física. Deste modo, neste caso os comportamentos são visíveis e, portanto, mais fáceis de identificar (Rodríguez, 2007; Haber, 2009; Carvalhosa, 2010; Fernandes & Seixas, 2012). Relativamente ao bullying verbal acontece quando envolve verbalização maldosa de comentá- rios ou ameaças desagradáveis ou caluniosas, sendo uma maneira mais rápida do agressor destabili- zar e dominar a vítima (Rodríguez, 2007; Haber, 2009; Carvalhosa, 2010; Fernandes & Seixas, 2012). Os comportamentos de bullying relacional ou social têm como principal objetivo controlar a relação da vítima para com os seus pares, manipulando de forma maldosa os seus colegas e amigos, com o intuito de conseguir o seu isolamento e rejeição social. Este tipo de comportamentos acontece através de ações como espalhar rumores, realizar comentários insultuosos, ignorar ou evitar, bem como recusar socializar com a vítima, acabando por perseguir a mesma (Rodríguez, 2007; Fernan- des & Seixas, 2012). O bullying psicológico ou emocional remete para comportamentos que levam à intimidação da vítima e que provocam medo ou terror à mesma, sobretudo através de ameaças e manipulação emocional (Rodríguez, 2007; Carvalhosa, 2010; Fernandes & Seixas, 2012).

Tipologia das vítimas

Em qualquer comportamento de bullying existe “(…) um sujeito que o manifesta e alguém que é alvo desse comportamento” (Fernandes & Seixas, 2012:24).

Através das diferentes investigações, tem sido possível perceber que as vítimas são as crianças que sofrem de forma direta as consequências da agressividade e dos comportamentos desadequados dos seus pares (Paias, 2014). As vítimas são alguém com quem implicam frequentemente através de situações de arrelia (Carvalhosa, 2010). Caracterizam-se por sofrerem de momentos de angústia, ansiedade e medo, resultando normalmente numa baixa autoestima. Na maioria das vezes possuem uma imagem negativa de si próprios, manifestando dificuldades no estabelecimento de relações com outras pessoas (Urra, 2007). Demonstram dificuldade em falar e em se expressar aquando dos mo- mentos em grande grupo, sentindo vergonha e alguma culpa das situações que vivenciam (Urra, 2007). Na maioria das vezes encontram-se excluídas ou isoladas, sendo alvo de brincadeiras desa- justadas (Fernandes & Seixas, 2012).

O bullying como fenómeno de grupo

Sendo a escola um contexto social abrangente, verifica-se que todos os alunos se encontram de algum modo envolvidos nas ações de bullying “(…) mesmo que não agridam ou sejam diretamente vitimi- zados, mas porque se encontram presentes no mesmo espaço (…)” (Fernandes & Seixas, 2012:30). Os elementos do grupo assumem diferentes papéis, pelo que uns se associam ao agressor, enquanto outros optam por ignorar o que acontece, mantendo-se afastados das situações ocorrentes, assistin- do de forma passiva à violência praticada (Fernandes & Seixas, 2012). Torna-se assim fundamental perspetivar o bullying também como um fenómeno de grupo, que sofre influências do comporta- mento e da relação estabelecida entre os pares e não apenas como um fenómeno que ocorre entre agressores e vítimas (Fernandes & Seixas, 2012).

descrição do ensAio investigAtivo

O presente ensaio investigativo decorreu durante a Prática Pedagógica do Mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1.º Ciclo do Ensino Básico, com uma turma do 3.º ano de escolaridade. O despoletar da investigação surge após a realização de diferentes observações no contexto de sala de aula, onde foi possível perceber que alguns alunos da turma manifestavam comportamentos desa- justados e de marginalização para com a aluna M., existindo, nomeadamente, momentos em que se recusavam a trabalhar ou a relacionar-se com a mesma. Também nos momentos de brincadeira livre não procuravam interagir com a aluna M., mantendo-a na maioria das vezes afastada das suas brincadeiras. Frequentemente proferiam comentários desajustados e depreciativos. Assim, com o desenvolver da experiência, a investigadora sentiu maior interesse em compreender de forma mais aprofundada o problema existente na relação entre pares estabelecida na turma, dando origem à pre- sente investigação que teve como questão de investigação: “Que relações a aluna M. e os seus pares estabelecem entre si no contexto escolar que frequentam?”.

De modo a responder à questão de investigação foram delineados os seguintes objetivos: 1) observar o comportamento da aluna M. e por sua vez, dos seus pares para consigo, dentro do contexto escolar; 2) compreender a relação entre pares estabelecida entre a aluna M. e os restantes colegas de turma;

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3) identificar o tipo de comportamentos de que a aluna M. é alvo por parte dos seus pares; 4) perce- ber de que forma interage a aluna M. com os colegas de turma/pares e vice-versa, dentro e fora dos momentos em contexto de sala de aula; 5) perceber se os comportamentos praticados pelos pares para com a aluna M. apresentam características de desenvolvimento/iniciação de uma situação de bullying escolar.

Torna-se assim essencial referir que o presente ensaio investigativo foi desenvolvido numa turma do 3.º ano de escolaridade pertencente a uma escola pública do distrito de Leiria. No entanto, tendo em conta a problemática, sentiu-se necessidade de realizar um estudo de caso único, observando de forma mais pormenorizada a aluna M., do sexo feminino.

De forma a não comprometer a identidade da aluna em causa, bem como por uma questão de confi- dencialidade dos dados, ao nome da aluna foi atribuída a consoante M., sendo sempre referenciada ao longo do estudo como aluna M.

Considera-se essencial referir que a aluna M. frequentava a escola pelo terceiro ano consecutivo, pelo que já conhecia todos os colegas de grupo bem como a professora responsável pelo mesmo. Possuiu sempre aproveitamento escolar, demonstrando ser uma aluna atenta, interessada e empenhada. Tendo em conta as informações presentes na ficha de caracterização do aluno e as observações efe- tuadas pela investigadora torna-se possível salientar que a aluna em questão se caracterizava por ser bastante assídua e pontual, muito atenta, com uma personalidade muito calma, bastante meiga e carinhosa. Contudo, demonstrava ser introvertida e tímida, mas também muito observadora. Relativamente ao seu desenvolvimento escolar, a aluna M. nunca demonstrou possuir qualquer tipo de dificuldades de aprendizagem significativas, manifestando ainda assim alguma dificuldade em participar de forma espontânea nas aulas. Quando era solicitada demonstrava alguma insegurança e algum constrangimento em partilhar as suas ideias e opiniões perante o grande grupo, falando na maioria das vezes num tom de voz bastante baixo.

A aluna M. possuía um bom comportamento nas aulas, não perturbando as mesmas, contribuindo assim para a vivência de um bom ambiente em sala de aula. Manifestava um grande apreço por propostas educativas relacionadas com a área das Expressões, nomeadamente Expressão Plástica, mas também com a área do Estudo do Meio, na medida em que demonstrava gosto pela pesquisa e descoberta.

Demonstrava ainda gostar do seu momento de atenção, procurando muitas vezes o adulto e a sua atenção nos tempos livres. Relativamente ao desenvolvimento psicossocial, a interação com os pares não se verificava fácil, ainda que manifestasse vontade em interagir e estabelecer relações para com a maioria dos mesmos, evidenciando gostar particularmente de momentos de trabalho em grupo, onde conseguisse, de alguma forma, participar e interagir com alguns dos seus pares.

Assim sendo, considerou-se que este ensaio investigativo se insere no paradigma qualitativo, tra- tando-se de um estudo de caso único que assume um carácter descritivo e exploratório, uma vez que tem como principal objetivo reconhecer uma dada realidade, descrevendo de forma rigorosa e clara o objeto de estudo, sem pretensões de chegar à generalização (Pardal & Lopes, 2011; Sousa & Baptista, 2011).

O ensaio investigativo teve a duração de cinco semanas, sendo que em cada semana foram obser- vados dois dias (tempo de prática da investigadora). Tendo em conta o problema em estudo, foram delimitados momentos de observação em sala de aula, definindo-se que seriam observados todos os momentos de trabalho e interação em grupo, bem como os momentos de intervalo da manhã, de forma a realizar uma analogia entre os momentos vivenciados dentro e fora da sala de aula.

De forma a realizar o presente estudo recorreu-se à observação e às notas de campo como técnicas de recolha de dados (Coutinho, 2011; Pardal & Lopes, 2011; Sousa & Baptista, 2011) e à análise do conteúdo das mesmas como técnica de tratamento de dados (Coutinho, 2011).

ApresentAção e discussão dos resuLtAdos

De forma a organizar e perceber os dados recolhidos, apresenta-se de seguida o Quadro 1 que, na im- possibilidade de apresentar todos os dados, contém os dados mais relevantes para a investigação, apre- sentando dados de semanas não consecutivas, seguida de uma análise descritiva e reflexiva destes.

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SEMANA 1 SEMANA 3 SEMANA 5

MOMENTO DE OBSERVAÇÃO:

DIÁLOGO ACERCA DO FIM DE SEMANA – SALA DE AULA

MOMENTO DE OBSERVAÇÃO:

DIÁLOGO ACERCA DO FIM DE SEMANA – SALA DE AULA

MOMENTO DE OBSERVAÇÃO: DIÁLOGO ACERCA DO FIM DE SEMA- NA – SALA DE AULA

A M. foi a última a ser escolhida pelos colegas para partilhar as suas vivências (…).

Aquando da sua vez, a M. demonstra es- tar insegura, falando muito baixo (…). (…) demonstrando possuir alguma ver- gonha e timidez em partilhar com os co- legas as suas experiências.

(…) diferentes alunos (…) tecem comen- tários pejorativos relativamente à M. e à sua personalidade, fazendo troça (…).

A M. foi, novamente, a última a ser esco- lhida para partilhar as experiências (…). (…) a M. demonstra estar insegura e tími- da, falando baixo.

Ao longo da sua partilha, a M. é importu- nada por alguns colegas, através de co- mentários desagradáveis (…).

A M. demonstra-se desconfortável para com os comentários de alguns colegas, terminando rapidamente a sua partilha.

O J. a determinado momento passa a sua vez à M., deixando-a novamente surpresa e apanhando-a despreveni- da.

(…) a M. sorri por ter sido escolhida, partilhando com os colegas as suas experiências. Ao longo da sua parti- lha a M. demonstra possuir alguma insegurança, falando baixo e dirigin- do o seu olhar para a professora. A partilha da M. acerca do fim de sema- na é bastante curta.

MOMENTO DE OBSERVAÇÃO: HORA DO CONTO – SALA DE AULA

MOMENTO DE OBSERVAÇÃO: HORA DO CONTO – SALA DE AULA

MOMENTO DE OBSERVAÇÃO: HORA DO CONTO – SALA DE AULA

(…) depois de ir buscar a sua almofada, senta-se junto ao quadro da sala, próxi- mo dos alunos M. e V.

Imediatamente os dois alunos começam por realizar alguns comentários depre- ciativos acerca da M.

(…) o M. continua a afastar-se da colega, deixando sempre uma distância bastante significativa.

Durante a exploração, o M. e o V. tecem di- versos comentários em relação às caracte- rísticas da M., mencionando comentários desagradáveis (…)

A M. é solicitada a participar na explora- ção da história, mas acaba por não parti- lhar as suas ideias, mantendo-se em silên- cio durante alguns minutos.

A professora solicita a participação da M., sendo que esta acaba por par- ticipar ainda que de forma bastante tímida, demonstrando algum receio em errar e em transmitir as suas ideias para o grande grupo.

MOMENTO DE OBSERVAÇÃO: INTERVA- LO – RECREIO

MOMENTO DE OBSERVAÇÃO: INTERVALO – RECREIO

MOMENTO DE OBSERVAÇÃO: INTER- VALO – RECREIO

Depois de lanchar mantém-se no hall, encontrando-se sozinha.

No recreio exterior, passeia pelo recreio, não interagindo com nenhum dos colegas

(…) A M. tenta interagir com os mesmos,

sendo imediatamente afastada das brin- cadeiras(…) afastam-na do grupo, rea- lizando comentários desagradáveis, não permitindo que a mesma se relacione com o grupo.

A M. começa por levar o seu lanche para o exterior da sala, fazendo-se acompanhar de três colegas de turma (…)

(…) em conjunto com as colegas de turma recriam diversas brincadeiras no exterior da escola.

A B., a A. e a S. integram a M. nas suas brincadeiras, partilhando alguns brinque- dos com a mesma.

A M. corre pelo espaço exterior, intera- gindo com diferentes colegas de outras turmas (…).

Antes da entrada na sala de aula, a M. procura o colo da investigadora, falando e interagindo com a mesma.

Depois de lanchar mantém-se no hall, encontrando-se sozinha. A M. dirige- -se à investigadora e interage com a mesma.

(…) No recreio exterior, passeia pelo recreio, não interagindo com nenhum dos colegas de turma.

Os colegas afastam-na do grupo, re- alizando comentários desagradáveis acerca da sua higiene, bem como tro- çando da mesma.

Aquando da chegada da investigado- ra, interage com a mesma, sentando- -se no colo da mesma.

MOMENTO DE OBSERVAÇÃO: ESCRITA COLETIVA DE TEXTO

MOMENTO DE OBSERVAÇÃO: JOGO DA GLÓRIA

MOMENTO DE OBSERVAÇÃO: TRABALHO DE PESQUISA

O R. (…) coloca a sua caixa de material di- vidindo a mesa ao meio, impedindo a M. de contactar com o seu material e espaço de trabalho.

A M. mostra-se tímida e muito recetiva em relação a partilhar a sua opinião (…) demonstrando algum receio em partici- par.

A M. demonstra a sua felicidade através de sorrisos (foi eleita pela professora como chefe de grupo). A M. interage e participa ativamente em todo o jogo (…).

(…) aquando da sua participação demons- tra alguma insegurança no lançamento do dado (…).

A M. não responde às questões do jogo, de- monstrando sentir algum receio perante toda a turma.

A M. partilha com o grupo, as pes- quisas que efetuou em casa (…). Os alunos integram a M. no trabalho do grupo, aceitando algumas das suas sugestões.

(…) a M. não interage muito com os colegas de grupo. No entanto (…), auxilia a colega A. na sua parte do trabalho.

(…) A M. partilha com a investigado-