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competência emocional dos jovens que frequentam o ensino superior

Sílvia Ferreira, Ms., Instituto Politécnico de Leiria, Instituto Miguel Torga

silviaferreira@gmail.com

Carolina Miguel Graça Henriques, Ph.D,

Instituto Politécnico de Leiria, Unidade de Investigação em Saúde (UIS), carolina.henriques@ipleiria.pt

resumo

Introdução: A psicologia positiva é uma nova abordagem científica detentora de vastos recursos

que permitem desenvolver competência emocional no individuo facilitando a sua adaptação aos mais diversos contextos.

Objetivos: Conhecer as características sociodemográficas, avaliar o nível de competência emo-

cional (“perceção emocional”, “expressão emocional” e “capacidade para lidar com a emoção”) e relacionar a competência emocional, bem como as suas dimensões com algumas variáveis socio- demográficas num grupo de 103 jovens estudantes (M = 17, F = 86), com idades compreendidas entre os 18 e os 22 anos de idade que frequentavam o 1º ano do ensino superior da Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Leiria, nos cursos de Enfermagem, Terapia Ocupacional e Fisioterapia.

Métodos: Este estudo é transversal, de cariz quantitativo e do tipo descritivo e correlacional.

O instrumento utilizado na recolha de dados foi um questionário constituído por duas partes: a primeira parte por um Questionário Sociodemográfico e a segunda parte pelo Questionário de Competência Emocional.

Resultados/Discussão: As jovens revelam uma aptidão maior para lidar com a emoção com-

parativamente aos jovens. Observa-se ainda que, uma vida social ativa é um bom preditor para uma maior competência emocional. Concluímos que, de uma forma geral, a maioria dos jovens estudantes que integraram esta amostra revelam possuir bons níveis de competência emocional.

Palavras-chave: Emotional Competence; Young People; Positive Psychology

AbstrAct

Introduction: Positive psychology is a new scientific approach that has many features that allow

you to develop emotional competence in the individual helping them to adapt to many different contexts.

Goals: To know the sociodemographic characteristics, assess the level of emotional competence

(“emotional perception”, “emotional expression” and “ability to deal with the emotion”) and relate to emotional competence, as well as their dimensions to sociodemographic variables in a group of 103 young students (M = 17, F = 86), aged between 18 and 22 years old, attending the 1st year of university, in School of Health, Polytechnic Institute of Leiria, in Nursing, Occupational Therapy and Physiotherapy.

Methods: This study is cross-sectional, quantitative, descriptive and correlational. The instru-

ment used for collect data was a questionnaire consisting of two parts: the first part by a sociode- mographic questionnaire and the second part of emotional competence questionnaire.

Results/Discussion: With respect to gender, young show a higher capacity to cope with the emo-

tion compared to young people. It is also observed that an active social life is a good predictor for greater emotional competence.

We conclude that, in general, the majority of young students who have integrated this sample show good levels of emotional competence.

Keywords: Emotional Competence; Young People; Positive Psychology ——————

54 Investigação, Práticas e Contextos em Educação 2015 introdução

O ingresso no ensino superior é uma transição académica que corresponde a uma fase desenvolvi- mental do jovem onde ocorrem muitos processos psicossociais normativos deste período, nomea- damente: tornar-se competente; gerir as emoções; desenvolver a autonomia e a interdependência; desenvolver relações interpessoais maduras; estabelecer a identidade; definir objetivos de vida; e desenvolver a integridade (Chickering & Reisser, 1993). Esta transição assume-se como um período crítico que pode ser de crise e/ou de desenvolvimento (Araújo, Almeida & Paúl, 2003). Diversos es- tudos indicam que são muitos os estudantes universitários do 1º ano que revelam dificuldades nesta transição ou até chegam a desenvolver psicopatologia (Araújo, Almeida & Paúl, 2003).

A psicologia positiva é uma nova abordagem científica que visa centrar-se nos aspetos positivos dos indivíduos ao invés de se centrar somente nos aspetos negativos e na reabilitação das perturbações mentais (Seligman & Csikszentmihalyi, 2000). A psicologia positiva não é uma ideia nova (Seligman & Csikszentmihalyi, 2000), no entanto, consideram importante retomá-la porque a humanidade en- frenta novos riscos e desafios. Assim sendo, não é de estranhar que o pessimismo se instale no dia- -a-dia das pessoas, a começar pelos jovens. Neste sentido, autores defendem a importância de um desenvolvimento jovem positivo e alerta para a necessidade de promover competências nos jovens através de programas adequados (Larson, 2000). Em 2002, Snyder e Lopez publicaram um manual “Handbook of Positive Psychology” centrado nos aspetos mais importantes para o funcionamento positivo do indivíduo. Desde então, os estudos nesta área têm vindo a aumentar significativamente. Estes estudos possibilitam uma reavaliação das potencialidades e virtudes humanas com o objetivo de contribuir para um desenvolvimento positivo do individuo.

A psicologia positiva é o estudo das condições e processos que contribuem para o florescimento ou funcionamento ótimo das pessoas, grupos e instituições (Gable & Haidt, 2005). Entre as principais contribuições da psicologia positiva destacam-se: a construção de instrumentos de avaliação, a clas- sificação das forças e virtudes, os modelos de intervenção e a sua aplicação ao longo do curso desen- volvimental (Seligman, 2002).

Em 1960, Mowrer refere que a emoção é uma inteligência de ordem superior porque as emoções minam a inteligência (Snyder, Lopez & Costa, 2009).

A inteligência emocional pode ser conceptualizada como a capacidade para perceber emoções, para reconhecer e gerar emoções de modo a apoiar o pensamento, para compreender emoções e o pensamento baseado nelas, e para regular as emoções de modo reflexivo para promover o desen- volvimento emocional e intelectual (Mayer & Salovey, 1997). É um dos constructos mais atuais e interessantes no domínio da psicologia porque combina emoção e inteligência aceitando a ideia da emoção tornar o pensamento mais inteligente e de se poder pensar inteligentemente acerca das emoções (Mayer & Salovey, 1997). Desde modo, a inteligência emocional está envolvida em vários contextos diferenciais do desenvolvimento humano contribuindo para a melhoria das competên- cias sociais e para a manifestação de comportamentos mais adaptativos e mais eficazes (Mayer, DiPaolo & Salovey, 1990).

A competência emocional é um conjunto de conhecimentos, capacidades e atitudes necessárias para compreender, expressar e regular de forma apropriada os fenómenos emocionais (Alzina, 2007). O desenvolvimento de competência emocional nos jovens através de programas adequados permi- te lidar mais eficazmente com as adversidades próprias deste período desenvolvimental e prepara- -os para os desafios da vida adulta, promovem uma melhor adaptação às constantes mudanças e contribuem para um desenvolvimento positivo e saudável (Larson, 2000). Com este estudo pre- tende-se contribuir com mais conhecimento sobre esta temática para (re) desenhar programas de promoção de competência emocional com o grande objetivo de dar a oportunidade a esta popu- lação de enfrentar mais eficazmente esta transição de um modo mais positivo e adaptativo. Desta forma, estaremos a promover a saúde mental e um desenvolvimento positivo nos jovens de hoje, adultos de amanhã.

55 Investigação, Práticas e Contextos em Educação 2015 mAteriAis e métodos

A presente investigação é de índole quantitativa, correlacional e transversal tendo sido realizada na Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Leiria. A amostra foi constituída por 103 indi- víduos estudantes de ambos os sexos que frequentam pela primeira vez o 1º ano do ensino superior nos cursos de Enfermagem, Terapia Ocupacional e Fisioterapia e que se encontram entre os 18 e os 22 anos de idade.

Esta investigação teve como objetivos: conhecer as características sociodemográficas, avaliar o nível de competência emocional (“perceção emocional”, “expressão emocional” e “capacidade para lidar com a emoção”) e relacionar a competência emocional, bem como as suas dimensões com algumas variáveis sociodemográficas (idade, género e vida social), nos jovens estudantes que integraram a nossa amostra.

Para este estudo foi definida a seguinte hipótese complexa: Existem diferenças estatisticamente sig- nificativas entre a competência emocional (“perceção emocional”, “expressão emocional” e “capaci- dade para lidar com a emoção”) e algumas características sociodemográficas (idade, género e vida social) dos jovens estudantes que frequentam o 1º ano do ensino superior na Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Leiria.

A amostra contempla 103 estudantes, com idades compreendidas entre os 18 e os 22 anos, a fre- quentar o 1º ano do ensino superior, na Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Leiria, integrando os cursos de Enfermagem, Terapia Ocupacional e Fisioterapia. Os estudantes que consti- tuíram a amostra aceitaram participar de forma voluntária na investigação. Neste estudo aplicamos um instrumento para a recolha de dados que era composto por duas partes: uma primeira parte constituído por um Questionário Sociodemográfico que visava recolher informações sociodemográ- ficas permitindo traçar o perfil do estudante do ensino superior participante e uma segunda parte composto por o Questionário de Competência Emocional com diversas questões que permitem ava- liar a Competência Emocional dos Estudantes do Ensino Superior.

O Questionário de Competência Emocional é uma versão portuguesa, adaptada e validada por San- tos e Faria (2005) do “Emotional Skills Competence Questionnaire” - ESCQ (Santos & Faria, 2005). A competência emocional é a capacidade para perceber emoções, para reconhecer e gerar emoções de modo a apoiar o pensamento, para compreender emoções e o pensamento baseado nelas, e para regular as emoções de modo reflexivo para promover o desenvolvimento emocional e intelectual (Santos & Faria, 2005). O Questionário de Competência Emocional avalia por três dimensões: per- ceção emocional, expressão emocional e capacidade para lidar com a emoção. A perceção emocional corresponde à capacidade de reconhecer emoções em si e nos outros (Mayer, Salovey & Caruso, 2004). A expressão emocional refere-se à capacidade de exteriorizar os conteúdos afetivos no “aqui e agora” em interação com o outro (Denham, 2007), de forma adequada (Alzina, 2007). A capacidade para lidar com a emoção é a capacidade de saber gerir e regular as emoções de forma adaptativa, remetendo-nos assim para o conceito de regulação emocional que está ligado a um processo es- tratégico consciente e/ou inconsciente pelo qual o individuo influencia, o tipo de emoção que tem, quando a tem e como as experiencia e expressa (Magalhães, 2012). Este questionário é constituído por 45 itens, numa escala Likert de seis pontos, variando entre nunca e sempre, composto por três subescalas: “perceção emocional”, com 15 itens, correspondentes às questões: 3, 6, 9, 12, 15, 18, 21, 24, 27, 30, 33, 36, 39, 42 e 44; “expressão emocional”, com 14 itens, correspondentes às questões: 2, 5, 8, 11, 14, 17, 20, 23, 26, 29, 32, 35, 38 e 41; e “capacidade para lidar com a emoção”, com 16 itens, correspondentes às questões: 1, 4, 7, 10, 13, 16, 19, 22, 25, 28, 31, 34, 37, 40, 43 e 45. Nesta escala não existem itens invertidos (Santos & Faria, 2005).

O estudo que permitiu a validação deste questionário (Santos & Faria, 2005) para a população portu- guesa, numa amostra de 381 alunos do ensino secundário, revelou resultados que evidenciaram: uma boa consistência interna, pois os resultados revelaram valores de alfa de cronbach das subescalas de “perceção emocional” e “expressão emocional” de 0,84 em ambos, o valor mais baixo de alfa revelou-se na escala “capacidade para lidar” com a emoção sendo 0,67, o valor de alfa na escala total foi de 0,98; nas análises fatoriais, os três fatores explicaram cerca de 30% da variância total dos resultados, apre- sentando-se misturados os itens das três dimensões, no entanto, é possível identificar as dimensões mais ou menos importantes para os alunos dependendo do nível de ensino em que se encontram; uma correlação entre os itens e as três dimensões da competência emocional apresentou índices de validade interna superiores a 0,40; a existência de correlação positiva entre as três dimensões da escala; uma boa sensibilidade e um poder discriminativo satisfatório. O instrumento apresenta boas qualidades psicométricas, o que permite a sua utilização em pesquisas no contexto português.

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Investigação, Práticas e Contextos em Educação 2015

procedimentos formAis e éticos

Numa primeira fase, solicitámos as autorizações necessárias para a aplicação do Questionário Competência Emocional. Foi solicitado um pedido por correio eletrónico à autora do questioná- rio a pedir a autorização para a sua utilização e aplicação. De seguida, requeremos ao Diretor da Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Leiria uma autorização para a aplicação do questionário aos alunos a frequentar o 1º ano do ensino superior que frequentam a Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Leiria, nomeadamente, os cursos de Enfermagem, Terapia Ocupacional e Fisioterapia.

Numa segunda fase, procedemos à recolha de dados através da aplicação do questionário aos alunos. Antes da sua aplicação, explicámos o objetivo deste estudo. Esta explicação foi exposta de forma cole- tiva e em contexto de sala de aula. Depois de esclarecidas todas as dúvidas, aplicámos o questionário que era composto por duas partes: a primeira parte era constituída por um questionário sociodemo- gráfico e a segunda parte por o questionário Competência Emocional que se fazia acompanhar por um consentimento informado.

AnáLise estAtÍsticA

No que diz respeito ao tratamento estatístico utilizou-se a estatística descritiva e a estatística infe- rencial, sendo que nesta última, foram testadas as hipóteses formuladas. Para testarmos as hipóteses formuladas verificámos a normalidade das diversas dimensões da variável dependente, pelo que re- corremos ao teste da normalidade da variável dependente (Kolmogorov-Smirnov) e face aos dados obtidos aplicámos testes estatísticos paramétricos.

resuLtAdos

No nosso estudo verificámos que a média de idade dos jovens foi de 18,73 anos, em que na sua maioria eram do género feminino, solteiros e estudantes. Os jovens participantes no estudo fre- quentavam os cursos de Enfermagem, Terapia Ocupacional e Fisioterapia do 1º ano do ensino su- perior na Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Leiria. Maioritariamente os jovens referiram que os cursos que frequentavam tinham sido a sua primeira opção e que a sua adaptação ao ensino superior era satisfatória. Numa elevada percentagem, os jovens estudantes descrevem o seu desempenho escolar como satisfatório e revelam ter um elevado nível de competência emo- cional (tabela 1).

tabela 1 Caraterização face à competência emocional dos jovens

Md Mo σ XMin XMax N

CE 190 190 168 18,780 145 234 103

De acordo com um estudo intitulado por “A influência da competência emocional no desempenho académico de adolescentes do ensino secundário” no qual foi utilizado o Questionário de Compe- tência Emocional (QCE), o mesmo que o nosso estudo utilizou, numa amostra de 191 estudantes do ensino secundário com idades compreendidas entre os 14 e 19 anos, conclui-se que a competência emocional influencia o desempenho académico, nomeadamente que existe diferença estatistica- mente significativa entre a dimensão “expressão emocional” e a disciplina de Português (Maga- lhães, 2012).

Analisando os resultados obtidos no questionário observámos que os jovens estudantes que integra- ram a nossa amostra têm um elevado nível de competência emocional, sendo que a perceção emocio- nal (PE) e expressão emocional (EE) se encontram acima da média. No que concerne à capacidade de lidar com a emoção (CL) constatamos que as jovens estudantes revelaram uma maior capacidade em gerir a emoção (tabela 2).

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tabela 2 Caraterização face às dimensões da competência emocional dos jovens

Md Mo σ XMin XMax N

PE 63,58 64 55 7,337 37 79 103

EE 56,86 57 56 8,499 28 75 103

CL 70,24 70 74 6,650 55 88 103

Estes dados vão ao encontro dos obtidos no estudo intitulado” Inteligência emocional, estratégias de coping em estudantes universitários” (Cardoso, 2011), onde se utilizou o mesmo questionário de competência emocional usado no nosso estudo, numa população de 114 (F = 74; M = 40) estudantes universitários com idades compreendidas entre os 18 e 37 anos, verificando a existência de valo- res elevados ao nível da competência emocional, bem como ao nível das suas dimensões. Ciarrochi, Chan, e Bajgar (2001) numa investigação desenvolvida sobre “Medição de inteligência emocional em adolescentes” que integrou 131 adolescentes australianos (Fem. = 58; Masc. = 58) com idades entre os 13 e 15 anos, e após a utilização do “Self report measure of emocional intelligence” (SEI) verifica- ram que as raparigas tinham um maior nível de inteligência emocional quando comparadas com os rapazes (Ciarrochi, Chan & Bajgar, 2001).

Relacionando a competência emocional com algumas variáveis sociodemográficas, verifica-se que não existe diferença significativa com a idade. Este resultado é coerente com os resultados obti- dos por outros estudos, quando observam não existir diferença estatisticamente significativa entre a competência emocional e a idade (Cardoso, 2011; Magalhães, 2012).

De volta ao nosso estudo, verifica-se a existência de diferença significativa com o género, sendo que as jovens revelaram uma aptidão maior para lidar com a emoção comparativamente aos jovens. Ob- servou-se assim que existe diferença estatisticamente significativa (p ≤0,022), sendo que as jovens estudantes apresentam uma maior capacidade para lidar com a emoção (XMed = 70,65) comparati- vamente aos jovens (XMed= 68,17). Contrariamente aos resultados obtidos outras investigações, que indicam a inexistência de diferença significativa entre a competência emocional e o género (Cardoso, 2011; Magalhães, 2012).

Observa-se ainda que, uma vida social ativa é um bom preditor para uma maior competência emo- cional. Verifica-se que existe diferença significativa (p› 0,05) sendo que, em termos de compe- tência emocional (p ≤ 0,032), os jovens socialmente ativos apresentam uma média superior ( = 192,74) em comparação aos jovens que referiram não terem uma vida social ativa ( = 169,22). Este resultado é congruente com os dados obtidos por outros autores, onde concluíram que jovens com maior nível de inteligência emocional cultivam mais e melhores relações sociais (Ciarrochi, Chan & Bajgar, 2001).

Face aos resultados obtidos, não nos foi possível encontrar estudos que nos permitam comparar todos os resultados.

concLusão

A realização deste estudo é um contributo importante para a comunidade científica, na medida em que os resultados fornecem informação e conhecimento sobre a competência emocional em jovens estudantes a frequentar, pela primeira vez, o ensino superior.

Na leitura desses resultados, deverão ter em conta algumas limitações, como a possível desejabilida- de social dos participantes nas respostas dadas ao questionário, uma amostra não homogénea entre homens/mulheres e a escassez de estudos nesta área para comparar os resultados por nós obtidos. A investigação nesta área deverá continuar, com o objetivo de produzir mais conhecimento, para que psicólogos e investigadores possam contribuir na elaboração de programas de intervenção, de for- ma a potenciar a competência emocional, facilitando a transição para a vida adulta (Larson, 2000). Deste modo, é possível prevenir o aparecimento de psicopatologias e promover a saúde mental, um elemento essencial para um desenvolvimento humano harmonioso e positivo.

Antes de terminar destacamos a pertinência da questão da Competência Emocional no ato de sentir, exprimir e gerir as emoções como meio facilitador na adaptação às mudanças que ocorrem, cada vez mais com maior frequência e intensidade, nos diversos contextos de vida.

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O estudo da competência emocional em jovens estudantes no ensino superior em Portugal é escasso. Ao longo deste trabalho foram encontrados poucos estudos que tivessem utilizado o questionário de com- petência emocional, de modo a ser possível comparar estes resultados. Consideramos importante que investigadores apostem em estudos nesta área, de forma a validar e confirmar os resultados obtidos.

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