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5 TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO: UMA ARTICULAÇÃO INEVITÁVEL

5.2 A RELAÇÃO TECNOLOGIA-EDUCAÇÃO: HIATO DE UM PROCESSO

Ao considerarmos a relação que, historicamente tem se estabelecido entre esses dois termos, logo identificamos que a educação, enquanto atividade humana sempre fez uso da tecnologia.

Vale pontuar, que apesar da relação tecnologia-educação sempre está presente ao longo do processo socio-histórico da humanidade, no Brasil, é somente a partir da década de 60 que a discussão e reflexão que envolve esse binômio ficou mais sistematizada (SAMPAIO; LEITE, 2008).

É bem verdade que na atualidade essa relação tem se estreitado. Especialmente se observarmos as iniciativas que têm sido promovidas, também a nível mundial, para que, no contexto da sociedade globalizada a educação se reconfigure e se atualize em função das demandas atuais.

Entendendo que a tecnologia se articula com o próprio desenvolvimento humano, logo identificamos que essa relação sempre existiu com o processo educacional, ainda que, por vezes, não reconhecida e/ou enfatizada socialmente, mas, se bem observado, explicitando sua indissociabilidade com os processos educacionais.

Assim, seja se considerada as primeiras técnicas ou ferramentas de ensino do educacional formal, seja se observada as estratégias e técnicas que as novas tecnologias promovem, a relação entre a tecnologia e a educação sempre estive presente ao longo do processo socio-histórico, não sendo apenas marca da

atualidade, ainda que reconheçamos que a intensificação da ênfase nessa relação ter ocorrido mais recentemente.

Nessa direção, e como fruto dos incentivos e investimentos em tecnologias para o contexto educacional, tem se observado o surgimento de políticas e práticas diversas, as quais denotam que não há como ignorar que falar de educação na atualidade, significa relacioná-la ao uso pedagógico das tecnologias como garantia de um direito de aprendizagem da formação cidadã contemporânea.

É fato que, se observarmos, a tendência é vermos as tecnologias aliadas à educação, especialmente se consideradas as possibilidades de uso que elas carregam e que fomentam a ampliação e o domínio de novas estratégias de aprendizagem, bem como carregam consigo os fundamentos necessários à um paradigma da inovação pedagógica.

Sobre esse aspecto, é importante considerar que a educação “não pode ser compreendida fora de um contexto histórico-social concreto e, portanto, a prática social é o ponto de partida e o ponto de chegada da ação pedagógica” (ARANHA, 2006, p. 32).

Essa compreensão se coaduna com as palavras de Brandão (2007) quando afirma

Educação é uma prática social (como a saúde, a comunicação social, o serviço militar) cujo fim é o desenvolvimento do que na pessoa humana pode ser aprendido entre os tipos de saber existentes em uma cultura, para a formação de tipos de sujeitos de acordo com as necessidades e exigências de sua sociedade, em um momento da história de seu próprio desenvolvimento (BRANDAO, 2007, p. 73).

Em sintonia com essas reflexões, no contexto escolar aluno e professor tem seus papéis ressignificados para uma postura ativa e protagonista frente ao processo de ensino e aprendizagem, inclusive permeado por tecnologia. Essa compreensão envolve não apenas a abordagem aos objetos de conhecimento com o uso de ferramentas tecnológicas, mas sobretudo, o modo ativo, crítico e reflexivo de construir novas aprendizagens.

Além disso, é preciso que a mediação pedagógica ocorra, inclusive fazendo uso de tecnologia, abrindo espaço para a criação, interação, produção e desenvolvimento de novas situações significativas de ensino e aprendizagem.

Nessa direção, alunos e professores aparecem como co-responsáveis pelas aprendizagens construídas no processo pedagógico que, com o uso de tecnologia, efetiva práticas pedagógicas coerentes com as demandas do contexto social e, em especial, com o exercício da cidadania.

Concordando com Pretto (2011), é preciso considerar que as tecnologias, especialmente as digitais, oferecem novas oportunidades pedagógicas e viabiliza a democratização do acesso ao conhecimento, bem como promove uma “nova cultura escolar”, a qual se fundamenta na prática transdisciplinar e na construção crítica, reflexiva e compartilhada de conhecimentos.

Nessa perspectiva, emerge a necessidade de uma nova abordagem de ensino e aprendizagem, na qual tecnologia e educação são elementos indissociáveis de um mesmo processo e se constituem enquanto um binômio indissociável do processo social.

Tal assertiva evidencia, ainda, a necessidade de uma reestruturação das práticas pedagógicas, envolvendo, especialmente, uma nova postura epistemológica do docente frente ao seu processo formativo, viabilizando “espaços para as discussões das relações entre ser e rede”, contribuindo com uma ampliação da compreensão do binômio tecnologia-educação como elementos distintos, mas indissociáveis (OLIVEIRA, 2001, p. 105).

Essas considerações se colocam, na tentativa de reforçar o entendimento de que, tecnologia e educação são indissociáveis, uma vez que a educação constitui-se enquanto uma atividade humana, cabendo à educação se ressignificar e acompanhar seus avanços, inclusive considerando o processo de formação continuada de professores, como um desses espaços para a construção de novas propostas educativas com o uso pedagógico das tecnologias.

Entendemos, assim, que a tecnologia tem grandes contribuições na mediação entre a construção de conhecimentos e o ser aprendiz, promovendo grande apoio à educação transdisciplinar em todo esse processo, que envolve a interação entre o meio físico e social nos diversos campos de conhecimento. Assim, a tecnologia oferece-nos inúmeras possibilidades para o processo educativo, dentre as quais podemos citar o armazenamento, a organização, a pesquisa e a transmissão de informação, que agregam, grandemente, às “múltiplas possibilidades trazidas pela complexidade (PRETTO, 2011, p.109).

Pesquisa é um [...] procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos. A pesquisa desenvolve-se por um processo constituído de várias fases, desde a formulação do problema até a apresentação e discussão dos resultados (GIL, 2007, p. 17).