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Um dos produtos que goza da seletividade, a qual é aplicada em forma de isenções visando o estímulo de uso por meio da extrafiscalidade, é o agrotóxico. Estes produtos estão sendo privilegiados com este instrumento tributário. Possuem vantagens tanto em IPI quanto em ICMS, o que gera impactos em seu preço causando também os estímulos para o consumo em larga escala.

No âmbito do IPI tais produtos são contemplados com uma alíquota de 0%. Ou seja, o Imposto sobre Produtos Industrializados não incide sobre os agroquímicos. Essa isenção está presente na TIPI, a Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados, que é regulamentada atualmente pela lei 8.950 de 29 de dezembro de 2016.

Na TIPI constam produtos industrializados e o percentual de incidência de IPI sobre estes. Produtos do reino vegetal, reino animal, produtos minerais, material têxtil, entre muitos outros produtos, constam nessa tabela. Na Seção VI, que trata dos produtos das indústrias químicas ou das indústrias conexas, no capítulo 38, na posição 38.08, em conformidade com a NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul), encontram-se os, conforme o título apresentado na tabela, “Inseticidas, rodenticidas, fungicidas, herbicidas, inibidores de germinação e reguladores de crescimento para plantas, desinfetantes e produtos semelhantes, apresentados em formas ou

embalagens para venda a retalho ou como preparações ou ainda sob a forma de artigos, tais como fitas, mechas e velas sulfuradas e papel mata-moscas.” (BRASIL, 2016). Com exceção dos desinfetantes que possuem alíquotas do IPI definidas entre 5% e 30%, nenhum outro produto da posição 38.08 possui alíquotas de IPI superior a 0. Ou seja, todos estão isentos de IPI.

No âmbito do ICMS os agrotóxicos possuem também vantagens dadas pela seletividade deste tributo. Esse benefício se encontra no Convênio 100/97 do Confaz. Tal convênio do Conselho Nacional de Política Fazendária traz reduções a base de cálculo do ICMS.

Os convênios, segundo Hely Lopes Meirelles (1991), são acordos feitos por ou entre entidades públicas, indiferente de sua espécie, para que haja a realização de objetivos e interesses comuns entre os participantes do acordo. Isso é o que difere o convênio de um contrato, pois no contrato as partes têm interesses opostos, mas no convênio os interesses são comuns. Meirelles (p. 351, 1991) ainda afirma:

Diante dessa igualdade jurídica de todos os signatários do convênio e da ausência de vinculação contratual entre eles, qualquer partícipe pode denunciá-lo e retirar sua cooperação quando desejar, só ficando responsável pelas obrigações e auferindo as vantagens do tempo em que participou voluntariamente do acordo. A liberdade de ingresso e retirada dos partícipes do convênio é traço característico dessa cooperação associativa e, por isso mesmo, não admite cláusula obrigatória de permanência ou sancionadora dos denunciantes.

No convênio 100/97 do Confaz a cláusula primeira, inciso I, e a cláusula terceira definem os percentuais de ICMS a serem aplicados aos agrotóxicos. O texto do documento informa (CONFAZ, 1997):

Cláusula primeira Fica reduzida em 60% (sessenta por cento) a base de

cálculo do ICMS nas saídas interestaduais dos seguintes produtos:

I - inseticidas, fungicidas, formicidas, herbicidas, parasiticidas, germicidas, acaricidas, nematicidas, raticidas, desfolhantes, dessecantes, espalhantes, adesivos, estimuladores e inibidores de crescimento (reguladores), vacinas, soros e medicamentos, produzidos para uso na agricultura e na pecuária, inclusive inoculantes, vedada a sua aplicação quando dada ao produto destinação diversa;

[...]

Cláusula terceira Ficam os Estados e o Distrito Federal autorizados a

cláusulas anteriores, redução da base de cálculo ou isenção do ICMS, observadas as respectivas condições para fruição do benefício.

Tal convênio teve início no ano de 1997, tendo seu fim previsto conforme a cláusula sétima, a priori, em 30 de abril de 1999. Porém do ano de 1997 até o ano atual, 2020, o convênio foi 18 vezes renovado, tendo sua data vigência estipulada até o dia 31 de dezembro de 2020, conforme o Convênio ICMS 22/20 do Confaz. Todas as unidades federativas nacionais são partícipes deste convênio auxiliando na renovação deste meio de estímulo ao consumo de agrotóxico. Essa quantidade tão alta de renovações que se estende por mais de duas décadas dá ao convênio uma característica de ad eternum, demonstrando assim uma certa leniência dos estados para com o estimulo do uso destas substâncias químicas a valores baixos.

Em Santa Catarina, às vantagens tributárias dispostas no Convênio 100/97 do Confaz se fazem consolidadas na RICMS/SC-01, em seu anexo 2, artigos 29, inciso I, e 30. O texto legal informa (SANTA CATARINA):

Art. 29. Enquanto vigorar o Convênio ICMS 100/97, ficam isentas as saídas internas dos seguintes produtos:

I - inseticidas, fungicidas, formicidas, herbicidas, parasiticidas, germicidas, acaricidas, nematicidas, raticidas, desfolhantes, dessecantes, espalhantes, adesivos, estimuladores e inibidores de crescimento (reguladores), inoculantes, vacinas, soros e medicamentos, produzidos para uso na agricultura e na pecuária, vedada a sua aplicação quando dada ao produto destinação diversa (Convênio ICMS 99/04);

[...]

Art. 30. Enquanto vigorar o Convênio ICMS 100/97, a base de cálculo do imposto fica reduzida em 60% (sessenta por cento) nas operações interestaduais com os produtos alcançados pela isenção prevista no art. 29 deste Anexo, nas condições estabelecidas.

Como exposto de maneira clara anteriormente, para se gozar da seletividade tributária de maneira benéfica como carácter de estímulo deve-se demonstrar a essencialidade do produto. É nesse ponto que a seletividade tributária dos agrotóxicos é posta em questionamento. Como produtos que causam danos à saúde, tanto de modo agudo quanto crônico, e causam danos ao meio ambiente podem obter tal vantagem extrafiscal?

Em 2016, o PSOL (Partido Socialismo e Liberdade) ingressou com a ADI 5553 contestando a seletividade tributária dada aos agrotóxicos. A ação, que se encontra sem um julgamento final até o momento, levanta questões referentes aos

problemas e malefícios causados pelos agroquímicos. Tendo esses pontos expostos faz um comparativo entre tais fatores e a essencialidade atribuída aos agrotóxicos para fator de seletividade. A acao questiona a inconstitucionalidade das isenções fiscais promovidas pelo Convênio 100/97 do Confaz nas cláusulas primeira, incisos I e II, e terceira e também pela TIPI, no Decreto 8.950 de 2016.

De modo mais simplista pode-se fazer um comparativo entre seletividade atribuída ao agrotóxico e a seletividade atribuída ao cigarro. O consumo de tabaco feito por meio de cigarros e cigarrilhas é altamente tributado, constando na TIPI com um percentual de 300% de IPI. Esta alta tributação se dá devido aos malefícios que consumo deste produto incide sobre o ser humano. Melissa Guimarães Castello (p. 325, 2014) dispõe que:

O exemplo mais claro de tributação com finalidade extrafiscal é a majoração das alíquotas dos tributos incidentes sobre bebidas alcoólicas e cigarros, que têm por escopo desestimular o consumo desses produtos, dada a sua nocividade à saúde, e também devido aos custos públicos de tratamento das doenças causadas pelo consumo. O benefício econômico da não arrecadação decorreria da diminuição nesses custos, que são extremamente elevados.

A tributação extrafiscal é uma forma de promover a evolução progressiva da sociedade, rumo a um Estado de bem estar social modificado, em que não só o Estado dá à população as provisões de que esta necessita para atingir o bem estar, mas onde esta se abstém de hábitos que são prejudiciais à coletividade, por ter sido induzida a tanto através de políticas administrativo- tributárias.

Às atribuições dadas aos agroquímicos para corroborar a tese de sua real essencialidade são variadas. Pontos como o valor dos preços dos alimentos, o impacto no setor agropecuário e até o combate a fome são ressaltados quando se defende a imprescindibilidade das isenções. Seria importante a necessidade de confecção de estudos e avaliações dos impactos que a tributação causaria na produção de alimentos e, consequentemente, no valor destes compondo a cesta básica; sobre como se daria a repercussão desse aumento de valores no setor agrícola nacional. Porém a necessidade destes estudos existe, mas estes estudos são altamente escassos, fazendo com que apenas argumentações de caráter comum sejam feitas. (CUNHA, 2019).

Wagner Lopes Soares, Lucas Neves Cunha e Marcel Firpo de Souza Porto (p. 8-9, 2020) afirmam:

Todavia, o princípio da seletividade no qual se baseia a concessão de benefícios fiscais deve ser precedida de estudos independentes que avaliam os possíveis retornos sociais, bem como os custos de oportunidade dos recursos públicos. Além disso, deve-se estabelecer metas de resultados e que as mesmas possam ser avaliadas de tempo em tempo, a fim de legitimar a permanência ou não de tal benefício. Segundo Seligman é Melo (2018), são necessários estudos independentes que embasem tais benefícios sociais e avaliações periódicas de impactos dessas políticas fiscais a fim de garantir sua sobrevida ao longo do tempo.

É crucial reforçar que os produtos agrotóxicos são danosos à saúde, tanto do trabalhador rural quanto do consumidor, e ao meio ambiente. Esses fatores já são bem relevantes para se questionar a aplicação da seletividade. Os malefícios causam incertezas com relação a esses produtos. Segundo a manifestação da Procuradoria-Geral da República, No 273.198/2017- SFConst/PGR (p. 19, 2017), sobre a ADI 5553, feita pela procuradora Raquel Elias Ferreira Dodge, “vale atalhar que o próprio cenário de incerteza já desaconselha o Fisco a instituir benefícios que alavanquem o consumo dos agrotóxicos.”

As isenções também auxiliam a perpetuar uma agricultura convencional regada a esses insumos danosos. Fazem com que o agricultor seja dependente destes produtos, fazendo com que sempre que necessite mais deles. Esse vínculo sujeição a agrotóxicos que o agropecuarista acaba se submetendo faz com que a transição do modo de agricultura convencional para agricultura agroecológica, menos dependente de químicos, se torne uma realidade distante. (CUNHA, 2019). Isso vai até contra a PNAPO (Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica), instituída em 2012 por meio do Decreto 7.794 de 2012. Conforme a manifestação da Procuradoria-Geral da República, No 273.198/2017- SFConst/PGR (p. 24, 2017):

Soa, pois, no mínimo, contraditória a atuação estatal federal que, por um lado, estimula o uso de agrotóxicos e a manutenção de práticas e manejos de agroecossistemas convencionais por meio de incentivos fiscais e, por outro lado, adota como política nacional a transição agroecológica, a fim de otimizar a integração entre capacidade produtiva, uso e conservação da biodiversidade e dos demais recursos naturais, equilíbrio ecológico, eficiência econômica e justiça social.

O artigo 170 da Constituição Federal, que trata da ordem econômica, reforça em seu inciso VI a necessidade de defesa do meio ambiente de maneira adequada ao o que impactar a natureza. No sentido dado pela Carta Magna, é necessário que haja uma adequação de medidas para que estas sejam

proporcionais ao impacto que o produto ou serviço têm no meio ambiente. O texto legal diz:

Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:

[...]

VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação; (BRASIL, 1988)

Como meio de mudar a realidade do uso destes produtos, uma adequação de alíquotas seria altamente favorável. Tributos mais altos para tais produtos, principalmente os de alta toxicidade, trariam uma redução da utilização destes produtos, ou por produtos menos tóxicos ou até biocidas. Conforme Lucas Neves Cunha (p. 24, 2019):

O uso de instrumentos econômicos, como taxas, impostos sobre substâncias perigosas, como os agrotóxicos, acabam por racionalizar a demanda desse produtos, ao fazer com que os agentes geradores de poluição a internalizem no custo marginal da produção agropecuária, desincentivando, portanto, o seu uso. Além disso, há uma espécie de benefício duplo, tendo em vista a ampliação da receita fiscal em um cenário hoje extremamente delicado a curto e médio prazo.

Em Santa Catarina, no ano 2019, tentou-se propor por meio da MP 226/2019 uma tributação de ICMS progressiva aos agrotóxicos. A Medida Provisória idealizava a progressividade do tributo nos agrotóxicos nas operações internas, fazendo com que às alíquotas do imposto fossem proporcionais a toxicidade do produto. Os produtos altamente tóxicos teriam a alíquota de 17%, os moderadamente tóxicos 12%, os poucos tóxicos 7%, os improváveis de causar dano agudo 4,8% e 0% para os bioinsumos. Infelizmente a Medida foi barrada, não levando a frente à ideia de adequação tributária a tais produtos.

Em 2020, no âmbito federal, o PDL 57/2020, proposto pelo deputado Célio Studart, também visa rever a isenção tributária de ICMS dos agrotóxicos. Se igualando em parte com a ADI 5553, o Projeto de Decreto Legislativo objetiva sustar o Convênio 100/97 do Confaz. No caso do PDL 57/2020, este ainda se encontra em situação de avaliação.

Bem, em suma pode se observar que o Brasil tem uma política tributária para os agrotóxicos controversa. Vai em oposição a políticas nacionais de agroecologia; aplica estímulos fiscais em produtos comprovadamente danosos sanitariamente e ecologicamente, visando o aumento da demanda de uso destes produtos. Isso demonstra uma dissonância de ideias da nação brasileira com a de outros países, que visam uma redução da utilização de agroquímicos em seus campos. (SOARES; CUNHA; PORTO, 2019).

Uma tributação mais adequada a estes produtos poderia acarretar em uma redução da utilização dos produtos mais danosos ou uma substituição por alternativas menos gravosas. Assim, devem ser revistas às isenções propiciadas a estes produtos, de modo que se adequem corretamente às ideias constitucionais de seletividade tributária, para que se possa consolidar assim uma agricultura mais inclinada à manutenção da saúde humana e ao meio ambiente.

CONCLUSÃO

O trabalho objetivou fazer uma análise acerca dos fatores que podem demonstrar controvérsia na aplicação do princípio da seletividade tributária em forma de incentivos fiscais para os agrotóxicos e seus impactos no meio ambiente ecologicamente equilibrado e no direito fundamental à saúde.

Demonstrou-se que os agroquímicos têm uma relação antiga com o setor agrícola. O passar dos anos trouxeram modificações ao setor, modificações às quais também foram causadas pelos agrotóxicos, que também se modificaram com o tempo. O agronegócio nacional refletiu essas mudanças se modernizando, aplicando mais destes produtos químicos nas lavouras, fazendo com que o setor obtivesse fortalecimento, principalmente na produção de commodities.

Em contraposição às vantagens no campo, a saúde humana e o meio ambiente foram afetados pelo intensivo uso destes produtos. O consumidor tem sido afetado por consumir alimentos com resíduos de agrotóxicos e o trabalhador rural é impactado por ter contato ocupacional com o produto. O meio ambiente é diretamente afetado pela contaminação de recursos naturais, como água, e os danos à fauna e flora.

Apontou-se que os agrotóxicos gozam de incentivos fiscais aplicados com base no princípio constitucional da seletividade tributária. Esse princípio que reduz alíquotas fiscais de produtos essenciais como remédios, ou majora às mesmas alíquotas para produtos danosos como o cigarro, beneficia os agrotóxicos com redução de alíquota de ICMS e isenção total de IPI. Percebeu-se uma identidade dada como essencial a estes produtos.

Apresentada à situação e as circunstâncias envolvidas, constata-se a presença de discussão e questionamento acerca dessa dita essencialidade do agrotóxico sobre a constitucionalidade das isenções. Produtos tão danosos em tantas esferas devem ser observados e repensados quando o quesito é usufruir de isenções fiscais atreladas à importância que o item deve possuir. Itens que possuem relevâncias maiores muitas vezes não gozam de tais vantagens fiscais.

Os danos e impactos causados por agrotóxicos necessitam ser inspecionados para que haja uma adequação da alíquota tributária. Baseado na tributação que é feita no cigarro devido ao dano à saúde, pode-se avaliar como deve

se proceder com relação aos produtos agroquímicos, tendo em vista que são produtos danosos.

Porém é necessário também avaliações adequadas de impactos que uma possível majoração da alíquota do tributo faria. Existem pouquíssimos estudos que tratam destes possíveis desdobramentos futuros que ocorreriam com uma aplicação tributária diferenciada. Essa falta de estudos limita às avaliações sobre mudanças nas isenções dos agrotóxicos e na sua constitucionalidade, por isso a importância do presente trabalho na perspectiva de novos estudos sobre o tema aqui abordado.

É necessária uma avaliação de impactos no setor agrícola em nível nacional e também internacional, avaliando a competitividade dos produtos agrícolas nacionais em detrimento dos de outros países; impactos nos valores dos alimentos e como isso afetaria o valor da cesta básica, reverberando no bolso da população menos abastada; entre outros aspectos. Nesse passo é que se abre também novas possibilidades para novos estudos.

Seguindo a ideia exposta anteriormente, podem-se elaborar estudos que trabalhem possíveis impactos que uma tributação possa fazer no cenário agrícola nacional; modificações que a tributação pode causar no setor agrícola brasileiro diante de outros países; avaliações de possíveis alterações de custo de alimentos na cesta básica do brasileiro; alternativas para uma possível tributação de agrotóxicos; modelos de tributação que podem ser aplicados em caso concreto para uma melhor tributação destes produtos.

Em tudo que foi estudado e pesquisado para a execução desse trabalho é perceptível à relevância que o tema tem no plano jurídico e no plano de interesse geral, considerando-se, ainda, os impactos de eventual mudança causada por decisão judicial, como no caso da ADI 5553, que trata da inconstitucionalidade da aplicação da seletividade tributária na questão dos agrotóxicos. Atualmente ela se encontra em fase de julgamento, tendo seu relator, o ministro Edson Fachin, julgando como procedente a inconstitucionalidade. Um dos últimos andamentos é pedido de vistas dos autos do ministro Gilmar Mendes.

Porém diante de tudo que foi trabalhado devemos nos ater a questão principal: a (in)compatibilidade da seletividade tributária disposta aos produtos agroquímicos. Em comparativo com os danos que estes insumos causam tanto no plano ambiental quanto na saúde das pessoas, sua essencialidade fica em xeque. Gozar das vantagens tributárias as quais são propiciadas a estes produtos faz com

que estes danos se perpetuem sem que haja uma reação devida para uma redução ou compensação de impactos. Isso faz com que os danos continuem ocorrendo e afetando a população de maneira silenciosa sem que esta saiba e também mantendo o status de essencial a uma classe de produtos tão lesiva ao ser humano e ao ambiente que o cerca.

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