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A sequência didática: do enquadramento teórico à (nossa) prática

3. METODOLOGIA

3.2. A sequência didática: do enquadramento teórico à (nossa) prática

A SDI, O que herdámos dos romanos, realizada na aula de História (Anexos I a VII), segue uma estrutura característica de uma sequência didática a utilizar em aulas de Português. Daí que tenham sido mobilizados, portanto, os atuais Programas de Português do Ensino Básico (PPEB) (Reis et al., 2009) e os respetivos descritores de desempenho e conteúdos, no que se refere à escrita. Porém, o enfoque é também colocado em elementos centrais específicos da própria disciplina de História: aptidões/capacidades, tema e respetivos subtemas, selecionados do respetivo programa. Com este dispositivo didático, pretende-se que os alunos tenham a oportunidade de reconhecer a forma e o conteúdo característicos do texto expositivo-informativo, identificando-o também como próprio da disciplina de História – em que a língua é, mormente, lugar de conhecimento – e, igualmente, promover um espaço de escrita processual. Para tal, será dada ao aluno a possibilidade de resolver atividades relativas, em particular, à estrutura deste texto, em dois blocos (e um terceiro, destinado à realização de uma ficha de avaliação formativa) de 90 minutos cada.

Assim, no primeiro bloco, o professor fará a introdução à unidade B2: O mundo romano no apogeu do império (páginas 13, 21, 22, 23 e 24 do Programa de História do 3.º CEB, aprovado pelo Despacho n.º 124/ME/91, de 31 de julho, publicado no Diário da República, 2.ª série, n.º 188, de 17 de agosto), remetendo os alunos para a página 80 do manual adotado. Nessa página, encontram-se um mapa com a extensão máxima do império romano, no século II d.C., um friso cronológico respeitante ao período de vigência do império romano e, ainda, uma gravura de uma cidade romana. De seguida, o professor fará uma exposição oral, com base num powerpoint (Anexo II), em que está apresentado o conteúdo dos textos expositivos-informativos das páginas 82 a 87 do manual adotado sobre

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os subtemas do programa: «O mediterrâneo romano nos séculos I e II: Império: áreas dominadas e factores de integração; uma economia urbana, comercial e monetária», páginas 21 e 22 do Programa de História do 3.º CEB, aprovado pelo Despacho n.º 124/ME/91, de 31 de julho, publicado no Diário da República, 2.ª série, n.º 188, de 17 de agosto –, subintitulados: “Roma: de aldeia a cidade-estado”, “De cidade-estado a capital de um grande império”, “A integração dos povos dominados”, “Economia comercial, urbana e monetária”, e todos subordinados ao título: “O Mediterrâneo romano nos séculos I e II”. Seguidamente, o professor entregará aos alunos a ficha de leitura n.º 1 (Anexo III), que se subdividirá em três partes, que se poderão caracterizar, essencialmente – mas não exclusivamente, já que o processo de escrita deve ser recursivo –, por: I – desmontagem/planificação (de textos) partilhadas; II – textualização/revisão partilhadas; III – revisão/reescrita de texto partilhadas. Com a resolução das atividades subordinadas ao grupo I, pretende levar-se os alunos a, num primeiro momento, desmontarem os textos, com vista quer a recolherem informações sobre o tema em estudo quer a tomarem consciência de que os textos que leem na aula de História apresentam uma sequencialidade hierarquizada de exposições/informações, estando, portanto, sujeitas a uma determinada estrutura. Desta forma, os alunos poderão percecionar a estrutura dos textos expositivos- informativos. Estes textos apresentam, então, um conjunto de informações hierarquizadas (facto, explicação, exemplos), distribuídas por parágrafos, bem delimitados, e de forma organizada, lógica e clara (introdução, desenvolvimento, conclusão, ainda que específica). Num segundo momento, os alunos deverão verificar que, ao desconstruírem e ao desmontarem um texto, estarão, precisamente, a montar o seu próprio texto, um texto expositivo-informativo, planificando-o, já que nas questões da mesma ficha de leitura (n.º 1), subordinadas ao grupo II, serão convidados a redigir frases, seguindo indicações prévias.

Os exercícios seguintes da ficha de leitura, pertencentes ao grupo III, são uma atividade de (re)escrita colaborativa dos textos: trata-se de um momento de partilha dos textos redigidos; nomeadamente, do texto escrito pelo docente de História, como forma de aproximação pedagógica e didática do professor aos alunos/turma, a partir da ajuda dada pelo aluno leitor, ao questionar o aluno autor sobre eventuais imprecisões.

As várias atividades partilhadas das fases I, II e III fá-los-ão percecionar possibilidades diferentes de articulação dos seus parágrafos e das suas ideias na frase, num

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plano já de organização textual e não apenas frásica, dando-se também já aos alunos com mais dificuldades, em termos de competências escriturais, a possibilidade de rever e de reformular os seus textos, antes de os lerem à turma. Por outro lado, os discentes também terão a oportunidade de percecionar a existência de várias possibilidades de organização de uma mesma informação. Como trabalho de casa, é solicitada aos alunos a leitura das páginas 94 a 105 do manual adotado, com particular incidência nas páginas 98, 100 e 102, com vista a poderem resolver, na aula seguinte, a ficha de leitura n.º 2.

Num segundo bloco, proceder-se-á à distribuição da ficha de leitura n.º 2. Como os alunos já terão lido os textos das páginas 94 a 105 do manual adotado, com particular incidência nas páginas 98, 100 e 102, terão de começar a resolver a ficha distribuída, procedendo-se, de seguida, à respetiva correção. Na correção do trabalho realizado, além da natural participação dos alunos, também será (vídeo)projetado o texto lacunar, em que as palavras em falta surgirão destacadas. Terminado o preenchimento do texto lacunar, ainda será feita a leitura do mesmo, em voz alta, pelos alunos (e/ou pelo docente). Seguidamente, a turma assistirá a um vídeo (com a duração aproximada de 12 minutos) sobre, precisamente, a romanização da Península Ibérica. Na sequência do mesmo, ainda haverá lugar a um momento de interação aluno-turma-professor/professor-turma-aluno, com vista a sistematizar este mesmo conteúdo programático.

No tempo restante da aula, os alunos serão orientados, por grupos, para a leitura de três conjuntos de textos e para a análise de gravuras e de fotos – uns, apresentados nas páginas 90 e 91 do manual adotado; outros, facultados pelo próprio docente, a fim de resolverem a ficha de leitura n.º 3 (Anexo V), acerca da vida quotidiana dos romanos. Novamente, e à semelhança da primeira sessão, os alunos serão orientados para a desmontagem de um texto, embora, neste caso, também devam mobilizar informação contida nas próprias gravuras e fotos. Passa-se ao preenchimento de um quadro, de molde a fazer-se uma síntese das informações mais pertinentes sobre os hábitos quotidianos dos romanos (hora de levantar/deitar, higiene pessoal, vestuário, refeições, ocupações, lazer, família, habitação, religião, celebrações fúnebres), devendo, por isso, ser conhecidos pelos alunos, e a conseguir-se, igualmente, planificar o texto a ser escrito por estes. Isto com o objetivo de, através da escrita, organizando e grafando as informações, levar os alunos a apropriarem-se melhor da informação com que trabalharam e, enfim, do conhecimento

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construído. Para trabalho de casa e como preparação para o teste, os alunos deverão seguir o Roteiro de Estudo (Anexo VI), seguindo as instruções dadas no mesmo.

Posto isto, num 3.º bloco (90 minutos), será aplicada uma ficha de avaliação formativa (vulgo, teste) (Anexo VII), sobre os conteúdos/competências mobilizados nesta sequência e pertencentes à unidade B2 do Programa da disciplina de História de 7.º ano de escolaridade (Anexo VIII).

A nossa SDI traduziu-se, assim, num momento interativo de leitura/escrita. No caso concreto, a função da leitura foi tanto para disponibilizar conteúdos para a produção do texto como para fornecer recursos para aceder ao processo de produção do mesmo.