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Dados das entrevistas (E1_A) feitas a alunos do GE

4. TRATAMENTO DE DADOS

4.3. Dados das entrevistas (E1_A) feitas a alunos do GE

De seguida, apresentamos o tratamento de dados referente às entrevistas feitas a oito alunos do GE, previamente à aplicação da SDI, apesar de termos entrevistado doze alunos, no total. Os quatro alunos entrevistados primeiramente permitiram-nos testar o guião de entrevista, como já referimos.

Como mencionado anteriormente, esta nossa entrevista também tinha como objetivo principal identificar as práticas de escrita habituais, na aula de História do GE. Abaixo, apresentamos, precisamente, a análise categorial desses mesmos dados, numa tabela construída para o efeito. Em anexo, encontram-se cinco outras tabelas (Anexo XXXIV), já com o tratamento de dados mais pormenorizado, categoria a categoria, e também com as devidas subcategorias. Nas tabelas, usamos a seguinte sinalética:

-) O aluno não refere a categoria como sendo solicitada pelo seu professor de História.

+) O aluno refere a categoria como sendo solicitada pelo seu professor de História.

Antes, importa referir que, relativamente à 1.ª categoria, Atividades de escrita habituais solicitadas pelo professor, e com base na análise das entrevistas dadas pelos alunos, definimos nove subcategorias, sendo também de destacar, que, além destas, três alunos referiram a opção “tomadas de notas”. Em relação a esta última, note-se que não a consideramos na tabela, por não se tratar de uma atividade solicitada pelo docente, tratando-se de uma atividade que parte da iniciativa de cada aluno. Ainda relativamente a esta categoria, há alunos que não referem se as fichas foram realizadas em contexto de sala de aula ou fora, pelo que optámos por criar, paralelamente às categorias Resolver fichas na aula (1.5.) e Resolver fichas em casa (1.7.), a categoria Resolver fichas (1.6.). As fichas de leitura (do caderno de atividades e do manual adotado), segundo os alunos e o próprio docente, e ainda conforme podemos constatar pelos anexos (Anexo XXXIV), apresentam pequenos textos e perguntas diretas, de tipo essencialmente fechado, sobre os mesmos, e alguns exercícios de preenchimento lacunar de texto, palavras cruzadas, caça ao intruso,

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legendamento de espaços/mapas, com uma ou duas questões de desenvolvimento no final das mesmas, que podem implicar relacionamento de conteúdos.

A propósito da categoria 2.2., Atividade de escrita habitual mais difícil de realizar e porquê?, é de referir, ainda, que criámos quatro subcategorias (Produzir textos, Escrever resumos, Responder a uma questão de desenvolvimento, Resolver fichas), embora, na verdade, todas, mormente as três primeiras, consistam na produção de texto. Porém, por serem mais fiéis aos dados facultados pelos entrevistados, vamos mantê-las, tanto mais que teceremos, mais à frente, alguns comentários mais específicos sobre as mesmas.

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Tabela 5.: Dados das entrevistas (E1_A) feitas a alunos do GE

Categorias/subcategorias por aluno Total

1. Atividades de escrita habituais solicitadas pelo professor

1.1. 1.2. 1.3. 1.4. 1.5. 1.6. 1.7. 1.8. 1.9. 9 Abrir a lição Escrever o sumário Resolver fichas de avaliação

Produzir textos Resolver fichas na aula Resolver fichas Resolver fichas em casa Copiar registos do quadro Escrever registos ditados 3 3 2 7 4 3 4 3 1 30/72

2.1. Atividade de escrita habitual mais fácil de realizar

2.1.1. 2.1.2. 2.1.3. 2.1.4.

4

Produzir texto Resolver fichas Palavras cruzadas Escrever o

sumário

2 3 2 1 8/8

E porquê?

●por dominar o assunto sobre o qual tem de escrever

●quando são resumos, por ter facilidade em fazê-los

●por ter mais tempo para a sua resolução, por ser em casa

● por ser uma atividade fácil, constituída por questões diretas

● por apresentar questões diretas, com indicações claras

●por ser uma atividade bem orientada ● por a atividade ser bem orientada e, sendo em casa, ter a ajuda da família

● por a professora ditar, bastando escrever 8 2 3 2 1 8/8

2.1. Atividade de escrita habitual mais difícil de realizar

2.2.1. 2.2.2. 2.2.3. 2.2.4.

4 Produzir textos Escrever resumos Responder a uma questão

de desenvolvimento

Resolver fichas

3 1 2 2 8/8

E porquê?

● por não dominar o assunto sobre o qual tem de escrever

● por ser difícil organizar a informação e transformá-la num texto

● por ser difícil organizar e hierarquizar a informação

● por ter pouco tempo para escrever algo que demora, pois tem de se procurar muita informação e interpretá-la

● por ser difícil organizar e hierarquizar a informação

● por ser na aula e ter, por isso, pouco tempo para a sua resolução

● por ter de procurar muita informação no manual, ficando confuso

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3 1 2 2 8/8

3. Como a professora de História corrige as atividades escritas

3.1. 3.2. 3.3. 3.4. 3.5.

5 Deixa anotações Corrige os erros de ortografia Reescreve a resposta Usa sinalética Classifica

7 5 1 3 4 20/40

4. Como costumo estudar para a disciplina de História

4.1. 4.2. 4.3. 4.4. 4.5.

5 Lendo e resumindo Lendo os resumos facultados Fazendo/ copiando

apontamentos/ registos (na aula)

Resolvendo fichas Fazendo cábulas

8 1 4 4 1 18/40

5. Em que medida a escrita pode ajudar a aprender mais e melhor

5.1. 5.2. 5.3. 5.4. 5.5. 5.6. 6 ajuda a memorizar/ desenvolve capacidades intelectuais melhora a ortografia melhora a caligrafia desenvolve capacidades motoras desenvolve a capacidade de concentração desenvolve a leitura 8 2 1 1 1 1 14/48

Quanto à categoria 1., verificamos não ser referida nenhuma atividade de escrita como sendo habitualmente solicitada pelo docente de História, que, por se inscrever num contexto explícito do ensino da produção escrita, mereça destaque.

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Relativamente às subcategorias das categorias 2.1. e 2.2. e respetivas justificações, há a referir o facto de uma mesma aluna apontar a mesma atividade, Produzir textos, quer como a atividade mais fácil de realizar quer como a atividade mais difícil, justificando a opção, respetivamente, com o facto de dominar ou não o conteúdo sobre o qual tem de escrever.

Chamamos também a atenção para as justificações apresentadas pelos alunos, quer para a escolha da Atividade escrita como a mais fácil de realizar quer para a escolha da Atividade escrita como a mais difícil de realizar, em que alegam, relativamente à primeira, serem dadas indicações claras e serem atividades bem orientadas, referindo, relativamente à segunda, ser difícil organizar e hierarquizar a informação para transformá-la num texto. É significativo o número de alunos a apresentar esta ideia como justificação para a dificuldade na resolução da atividade de escrita. E ainda é mais significativo o facto de três das quatro atividades escritas apresentadas como as mais difíceis de realizar serem as seguintes: Produzir textos, Escrever resumos e Responder a uma questão de desenvolvimento. Opções estas selecionadas, respetivamente, por três, um e dois alunos, que representam 75% dos discentes.

Quanto à 3.ª categoria, Como o professor de História corrige as atividades escritas, e respetivas subcategorias, constatamos não ser indicado nenhum comportamento que, por se inscrever num contexto explícito do ensino da produção escrita, mereça evidência.

Por sua vez, no que respeita à 4.ª categoria, Como costumo estudar para a disciplina de História, registamos o facto de todos os alunos, entre outras atividades, também elas de escrita, terem referido que estudavam, lendo e resumindo textos. Os discentes, portanto, estão cientes de que, ao escrever, aprendem mais e melhor.

Essa consciência é explicitada na última categoria em análise, Em que medida a escrita pode ajudar a aprender mais e melhor, já que os oito alunos, sem exceção, consideram que a escrita ajuda a memorizar e/ou a desenvolver as capacidades intelectuais. Em jeito de síntese, pensamos ver confirmado que estes docentes promovem estas atividades com a única preocupação de obter um produto final, para avaliar (ou não), ao nível da correção ortográfica e gramatical (e de forma muito redutora). Parece-nos que, para eles, desenvolver a competência escritural nos alunos é, sobretudo, ajudá-los a melhorar o seu desempenho linguístico, o que, nas palavras habituais dos alunos (mas não

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só), equivale a dar menos erros de ortografia, de pontuação, a escrever menos frases erradas, menos frases muito longas e textos só com frases muito curtas.

4.4. Dados da análise dos textos expositivos-informativos produzidos pelos alunos do