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A tolerância como prática ativa e afirmativa

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Desde o surgimento das rotas comerciais, a partir do século XVI, e seu desenvolvimento no século posterior, caracterizando o contexto imperialista e colonialista de oitocentos, até o surgimento da atual sociedade pós-industrial informatizada, um largo processo de globalização conclui em contato, nem sempre de maneira desejável ou pacífica, as mais diferentes culturas. Este contato, cada vez mais estreito, foi sendo impulsionado pela velocidade com que as informações – principalmente por conta do vertiginoso avanço das telecomunicações, à escala mundial – alcançam longas distâncias e lugares remotos, alimentando tanto as possibilidades de conhecimento e compreensão mútuos, como, em outro extremo, conflitos violentos, nos quais problemas étnicos, políticos, econômicos, históricos e culturais assumem, muitas vezes, a forma de contrastes religiosos.63

Para isso, o documento mostra que é preciso desenvolver formas mais elaboradas para compreender as religiões, começando pelo estabelecimento de critérios analíticos sobre seu significado e como devem ser estudadas. È importante considerar que as situações dos estudos científicas das religiões ao que se referem aos seus métodos, objetos e teorias não os diferem daqueles relativos a outras disciplinas das Ciências Humanas. Os trabalhos mais recentes, nas mais diferentes áreas de pesquisa acadêmica, defendem a posição de que religião é um fenômeno histórico, que surge em circunstâncias intelectuais e culturais particulares.

63 Secretaria de Estado da Educação. Ensino Religioso – O ensino religioso na escola pública do Estado de

Historicamente, embora tenham sido profundamente influenciadas pelo Iluminismo e o Racionalismo do século XVIII, foi principalmente no século XIX que as análises históricas e comparadas de diferentes tradições religiosas proliferaram e tornaram-se mais sofisticadas, tendo o tema das origens e causas das religiões sido analisado por deferentes estudiosos e pensadores, dentre os quais destaca- se: Straus, Feuerbach, Marx, Nistzsche, Freud, Weber e Durkheim, entre outros.

Os movimentos culturais e sociais dos anos 1960 e a efervescência universitária, por sua vez, impulsionaram os estudos de religião. O surgimento em nova sensibilidade no trato das questões multiculturais, superando as fronteiras nacionais e religiosas, lutando pelo respeito às diferenças e pela defesa intransigente da investigação intelectual e da liberdade de opção em todos os aspectos da vida. Isto levou a uma valorização da liberdade de opção religiosa, a partir do reforço de valores éticos baseados na tolerância. Conseqüentemente, a diferença entre ensinar religião e ensinar sobre religiões mudou a maneira de se abordar esta polêmica questão, o que não evitou o surgimento, crítico de novas questões64.

Assim é preciso que haja tolerância ao diferente e á diversas formas de expressão religiosas. Desse modo, o ensino e o estudo das religiões devem ser multidisciplinares e multiculturais, não se limitando, por exemplo, a certos padrões que a cultura ocidental e burguesa coloca como universais e superiores, pois é preciso deixar claro que estes padrões ideais de civilidade repousam sobre determinadas diferenças sociais e culturais, que, encontra sua sustentação num

sistema de poder responsável por determinadas lógicas hierárquicas extremamente segregadoras.65

Mesmo com esta ideia de respeito às minorias religiosas, o documento dedica-se apenas duas páginas ao Candomblé, religião de origem não cristã. Se comparado ao Cristianismo, que teve um volume todo dedicado ao seu estudo, nota-se que ainda há muito a se realizado para que as diferentes religiões sejam tratadas com o mesmo valor.

Outro ponto trabalhado é a questão dos ateus. A este tema o caderno dedica-se apenas um parágrafo que afirma o seguinte:

Em suma, para um ateu, as questões relativas à religião e á religiosidade são irrelevantes e não devem ser tratados em ambientes como a escola. Ou seja, os intolerantes da não-religião querem impor a não-fé como único caminho possível, ou seja, uma fé [...] para um religioso, por sua vez, qualquer relativismo, qualquer dúvida ou crítica a uma instituição ou à própria religiosidade é uma agressão enorme e deve ser afastada com energia. Assim, estamos tentando traçar uma ponte tanto entre estes pólos como entre inumeráveis formas de expressão que não e enquadram no estereótipo duplo: religioso/ateu, um diálogo que só pode ser construído a partir do conceito de tolerância. 66

Para os autores do texto a tolerância religiosa não deve ser confundida com secularização ou diminuição de valores religiosos. Tolerância é diferente de ecumenismo religioso. O ecumenismo procura chegar a um consenso em assuntos religiosos ou perceber nas religiões apenas caminhos diferentes em busca de um mesmo objetivo. Pode – se ter religião como algo extremante sério,

65 Ibidem, V.4p. 12. 66 Ibidem v. 4 p.17.

acreditar piamente que se está certo e os outros enganados, no que se refere às crenças, teologia e doutrinas e ainda assim, tolerar a diferença.

A questão é: Como então fica possível estudar religiões, com crianças sem diferenciar, classificar e denominar as religiões estudadas? E quanto às crianças pertencentes às famílias ateias? Não tem o direito de serem diferentes da maioria religiosa?

Todos os argumentos sobre a tolerância religiosa podem ser distribuídos ao longo de um grande espectro que vai do pragmatismo aos princípios morais e éticos. Podem variar da necessidade de proteção de interesses muito específicos de cada pequeno grupo até a análise mais elaborada das verdades religiosas, das questões de obrigação moral. Mas é a questão da diversidade, da pluralidade, que fará a grande diferença. O documento trata de temáticas como direito à cidadania, pluralidade cultural, o problema das minorias religiosas, mas não diz como isso poderá acontecer em um cenário de sala de aula do Ensino Religioso. O documento falha também quando trabalha a religião como única forma de levar a criança a ser um cidadão melhor.

Evidentemente que esta posição traz seus problemas. As diferenças que encontramos em nossa sociedade pluralista são tão profundas e grandes e estão relacionadas a assuntos básicos e essenciais sobre o que é uma vida com sentido e qualidade que não é possível imaginar consenso sobre vários temas, incluindo as questões de ética e moral, por exemplo.

Alguns pontos de intolerância são trabalhados pode-se tratar de uma sociedade pluralista e democrática, os conflitos demandam tolerância e respeito

mútuos. Alguns assuntos são tratados como delicados, como, por exemplo, a eutanásia ou o aborto, enquanto outros são ditos como mais toleráveis.

A intolerância ocorre quando inocentes terceiros podem ser atingidos por decisões erradas ou dolorosas, emocional, psicológica e fisicamente. Não se pode permitir que um grupo mate crianças por dizer que seu deus exige tais sacrifícios humanos. Os limites são dados por valores que, curiosamente, têm muita relação com a história das religiões no Ocidente. Há o limite da vida humana e há o limite do direito de escolha do outro. Esses limites são históricos e podem mudar.

Quando se fala em tolerância, o problema não se resume apenas em como católicos vão conviver com evangélicos, mas como todo ser humano vai conviver com os outros, inclusive ateus, num mundo globalizado. Tolerância e Intolerância não são vistas como conceitos religiosos, mas humanos, e são a chave do sucesso ou fracasso da possibilidade da vida social.

Algumas atitudes com relação à diversidade religiosa são apresentadas. A primeira delas refere-se ao exclusivismo: a fé religiosa de algumas pessoas é vista como única e verdadeira. Isto ocorre quando se compreende a religião do outro, mas a minha é a que contém a verdade absoluta.

Já as atitudes inclusivistas partem do turno, do pressuposto de que existe uma única religião verdadeira; porém, seus defensores não vêem as outras religiões como erradas, mas sim, como aspectos ou abordagens diferentes do caminho da verdade final. E a atitude pluralista considera tosa as religiões e tradições válidas, legítimas e verdadeiras quando observadas na perspectiva cultural, sendo, portando, merecedoras de respeito.

A tolerância religiosa constitui-se, assim, em parte essencial da política de direitos humanos, da cidadania e da ética democrática. Definindo a tolerância como ação afirmativa, é possível sugerir algumas atitudes que podem ser praticadas como promotoras de redes culturais, valorizando a diversidade como educação através do gesto, do corpo, dos símbolos, das imagens:

* Celebrar: descobrindo as formas através das quais a diversidade religiosa contribui para toda a sociedade.

* Valorizar: apreciando as diferenças e as similaridades entre os diferentes grupos religiosos.

* Aprender: aprofundando o conhecimento histórico, antropológico, sociológico e teológico das diferentes crenças.

* Respeitar: Desenvolvendo o respeito entre as diferentes formas de viver e expressar a fé religiosa.

* Aceitar: reconhecendo a diversidade religiosa como parte do mosaico cultural e social de um lugar, país e do próprio mundo.

Na prática essa seria a maneira mais efetiva de se combater as práticas de rejeição, restrição, opressão e desumanização que freqüentemente, conduzem à violência e ao genocídio. Os temas como valores, éticas, respeito e justiça é trabalhado em quase todo o documento. Mas o conceito desses termos é diferente nas religiões. Um rápido olhar pelos textos sagrados por diversas religiões e pela infinidade de práticas religiosas que existem e existiram deixam isso bastante claro. O texto estudado mostra uma grande preocupação com ética e justiça, mas a divergência é profunda quando se quer detalhar esses preceitos. Mesmo

como o próprio documento mostrou, religiões como o cristianismo possuem milhares de denominações diferentes que não conseguem concordar entre si nos pontos mais básicos. Como ficaria então estudar esses conceitos em uma sala onde existe uma variedade de alunos com as mais variadas religiões?

O texto estudado mostra que a questão do ensino religioso é extremamente complexa e leva a muitos becos sem saída. Tudo indica que é impossível realizá- lo de maneira justa, equilibrada e não proselitista.

5 CONCLUSÃO

À luz das considerações feitas sobre a obrigatoriedade do Ensino Religioso nas escolas públicas do Estado de São Paulo, observamos algumas conclusões.

Como vimos no primeiro capítulo, o ensino religioso nas escolas públicas é assunto que exige atenção. Este tema está vinculado, em termos de direito, à liberdade de consciência e de crença, a presença plural das religiões no Brasil que se constitui fator de possibilidade de escolha. Ao indivíduo é dado o direito de ter religião, possibilidade de escolha. Ao indivíduo é dado o direito de ter religião, quando criança, por decisão de seus pais, ou, quando adulto, por escolha pessoal. È direito ainda poder mudar de religião, por determinação voluntária ao longo da vida, sem restrições de ordem civil. E de não ter religião, como opção consciente.

O que caracteriza, portanto, a inserção social do cidadão, desse ponto de vista, é o respeito à abertura e a liberdade.

Ainda é importante salientar o fato de que as crianças não podem ser alvos de disputa do mercado religioso. Mesmo sendo a proposta dos Parâmetros curricular, e ser assegurado em lei que o Ensino Religioso não pode fazer proselitismo, não há como garantir que em uma sala de aula o professor conduza a disciplina conforme seus ideais. E ainda sendo o Estado Laico, ele deve garantir às famílias das crianças em idade escolar que estas têm a sua religião inteiramente respeitada. Sendo o Brasil um país democrático é preciso que todas as formas de religião inclusive o direito em não tem religião seja garantido.

A configuração laica do Estado é propiciadora dessa pluralidade, no plano social, e se caracteriza por ser impeditiva de rótulos, no plano do cidadão. Ou seja, não há uma predeterminação que vincule compulsoriamente etnias e religiões, origem de nascimento e percursos de vida.

É nesse sentido que se define a postura laica da escola pública como imperativo no cumprimento do dever do Estado referente ao estabelecimento pleno de umas educações democráticas, voltadas para o aprimoramento e a consolidação de liberdades e direitos fundamentais da pessoa humana. Mas, na história da educação do Brasil a religião sempre teve íntima ligação com a ação pedagógica. O Ensino Religioso sofreu um lento processo de alteração em conseqüência do desenvolvimento do Estado, e de suas ações políticas.

Como vimos anteriormente a escola configura-se como principal agente educacional da sociedade atual e lamentavelmente ao invés do que se espera, a escola não vem educando para formar cidadãos e sim para legitimar o poder

existente. Isto sempre ocorreu na história da educação brasileira através de duas dimensões: o conteúdo das disciplinas e o poder que instaura a relação pedagógica exercida por autoritarismo. Os alunos não só reconhecem seus professores como autoridade, como também legitimam a mensagem que lhes são transmitidas, recebendo e interiorizando as informações. Isto garante a reprodução cultural da sociedade.

Ao longo dos períodos do Colonialismo e do Império brasileiro, a educação foi implantada e ministrada sob o auspício dos jesuítas. O ensino da religião é questão de cumprimento do acordo que recebia o nome de “acordo padroado” e que se constituía numa forma de compromisso entre Igreja Romana e Reino de Portugal. As leis, decretos e instruções, em geral propunham, em primeiro plano, a evangelização dos incrédulos.

Não houve conflito entre o projeto religioso com o projeto político dos reis e da aristocracia. O Ensino religioso no país se desenvolveu como ensino da religião com o objetivo de evangelização dos gentios e catequese dos negros.

O ensino religioso é mais do que aparenta ser, isto é, um componente currículo em escolas. Por trás dele se oculta uma dialética entre secularização e laicidade no interior de contextos históricos e culturais precisos.

Nas sociedades ocidentais e mais especificamente a partir da modernidade, a religião deixou de ser o componente de origem do poder terreno, deslocado para a figura do indivíduo e lentamente, foi cedendo espaço para que o estado se distanciasse das religiões. O Estado se tornou laico, vale dizer tornou-se eqüidistante dos cultos religiosos sem assumir um deles como religião oficial. A modernidade vai se distanciando cada vez mais do sagrado.

Mas quando a educação laica é obrigada a ceder instalações e horários para o ensino confessional, há um ato que fere os direitos das diversas religiões dos alunos da escola pública. Promover também o ensino não confessional através de professores da rede pública também não é aceitável porque viola a laicidade do estado e ainda contraria o artigo da Lei e Diretrizes e bases da educação que estabelece que o ensino religioso deve ser oferecido sem ônus para os cofres púbicos. Quando se promove a religião e seus valores, sejam quais forem, o que se faz na verdade é privilegiar os indivíduos religiosos e suas concepções, discriminando todos os demais.

A laicidade, ao condizer com a liberdade de expressão, de consciência e de culto, não pode conviver com um Estado portador de uma confissão. Por outro lado, o Estado laico não aceita por completo a não religiosidade. Ao respeitar todos os cultos e não adotar nenhum, o Estado libera as igrejas de um controle no que toca à especificidade do religioso e se libera do controle religioso. Isso quer dizer, ao mesmo tempo, o deslocamento do religioso do estatal para o privado e a assunção da laicidade como um conceito referido ao poder do Estado.

Já a secularização é um processo social em que os indivíduos ou grupos sociais vão se distanciando de normas religiosas quanto ao ciclo do tempo, quanto a regras e costumes e mesmo com relação à definição última de valores. Um Estado pode ser laico e, ao mesmo tempo, presidir a uma sociedade mais ou menos secular, mais ou menos religiosa. Grupos sociais podem professar-se agnóstico, ateus, outros preferem o reencantamento do mundo, muitos

continuarão seguindo várias e variadas confissões religiosas e todos podem convergir na busca da paz.67

O ensino Religioso é problemático, visto que envolve o necessário distanciamento do Estado laico ante o particularismo próprio dos credos religiosos. Cada vez que este problema compareceu à cena dos projetos educacionais, sempre está carregado de uma discussão intenso em torno de sua presença em um país laico e plural. Como vimos anteriormente, vivemos um país que possui características de secularizado. Se o conceito de secularização indica a perda de capacidade da religião em regular a sociedade, e o encontro entre diferentes culturas colaborou para que o Brasil seja um país plural no que se refere á religião, a obrigatoriedade do Ensino religioso, fere a liberdade religiosa existente em um país secular e pluralista. O pluralismo religioso mostra necessidade do ser humano tem de atribuir sentido a vida, o que não justifica ensinar religião nas escolas públicas.

A pluralidade cultural religiosa existente no Brasil é fruto de um longo processo histórico de interação entre aspectos políticos e econômicos, no plano nacional e internacional. A diversidade marca a vida social brasileira. Temos diferentes características regionais, diferentes manifestações de cosmologia que ordenam de maneiras diferenciadas a apreensão do mundo, formas diversas de organização social nos diferentes grupos e regiões, multiplicidade de modos de relação com a natureza, de vivência do sagrado e de sua relação com o profano.

67 ZANONE, Vlério. Verbete sobre o laicismo. In BOBBIO, Norberto et al. Dictionaried de política. Brasília

Frente a esta realidade brasileira surge a obrigatoriedade do ensino religioso nas escolas públicas. Essa obrigatoriedade pode possuir implicações sociais importantes. O objetivo da educação é o desenvolvimento pleno do sujeito humano na sociedade. O qual o ensino religioso fundamenta sua natureza. O estado, laico, obriga que se tenha religião nas escolas públicas, não como uma experiência de fé, mas como uma maneira de levar o indivíduo á busca do transcendente. Como vimos, a educação é o meio pelo qual se transmitem valores para ajustar o indivíduo ao seu meio social.

O contexto social hoje mostra que o pluralismo é típico das sociedades secularizadas. A religião não deixou de existir, apenas mudou sua função na sociedade. Se antes a religião legitimava, agora cada tarefa social se justifica em si mesmo.

Analisando o Documento elaborado pela Secretaria de Educação e UNICAMP, sobre o Ensino Religioso no Estado de São Paulo, conclui-se que a proposta desta disciplina possui valor social, mas o próprio documento se mostra preconceituoso em relação às minorias religiosas.

O texto mostra que o ensino das religiões deve ser trabalhado respeitando todas as religiões, a liberdade de culto e o ateísmo. Se a idéia é trabalhar as várias religiões existentes no Brasil seria mais ético que fossem estudadas transversalmente nos conteúdos de História e Geografia.

Outro fator que merece atenção é o fato de o documento dedicar um volume inteiro ao estudo do Cristianismo. Isto demonstra que existe uma consideração maior com a religião da maioria brasileira. Mas, se fere a liberdade

da religiosidade da minoria, isto implica em preconceito e discriminação etno- religiosa.

Não existe respeito aos ateus, onde são vistos como se este quisesse impor a sua não religiosidade e não o contrário. Será que um cidadão digno de viver em sociedade só será pleno se for religioso. Nada impede que um agnóstico seja uma pessoa respeitável. È um engano que uma sociedade para ser melhor precise de religião ensinada nas escolas.

O fato de que se institua o ensino religioso mesmo da primeira à quarta série do ensino fundamental coloca em dúvida que a orientação desejada seja tão democrática quanto se quer fazer crer. È importante salientar que diante da diversidade existente em nosso país é central que esta questão seja novamente discutida no sentido de que não haja mais nas escolas públicas espaços para a pregação ou ensino de crenças religiosas patrocinadas pelo poder público ou setores privados. Não cabe ao Estado destinar energia e dinheiro para este fim, sendo esta uma responsabilidade das instituições religiosas e da família.

Felizmente vivemos a cada dia uma maior diversidade religiosa e esperamos que está em breve se materialize nos termos de um efetivo pluralismo. Com isso o papel regulador do Estado deve ser cada vez mais efetivo, resultando em maior laicidade do governo diante da existência de organizações religiosas mais diversas e fortes que passarão a exigir, cada vez mais, seus direitos, sendo o melhor para a consolidação democrática do Brasil.

REFERENCIAS

ALTHUSSER, Louis. Aparelhos ideológicos do Estado, Rio de Janeiro: Graal, 1985.

ALVES, Rubem. Dogmatismo e tolerância. São Paulo: Editora Paulinas. 1985 APPLE, Michael. Ideologia e currículo, São Paulo: Brasiliense, 1982.

AQUINO, Julio Groppa. Diferença e preconceito na escola, alternativa e teoria e práticas, São Paulo: Summus editorial, 1998.

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da Educação, São Paulo: Editora Moderna, 1996.

_______, Filosofia da Educação, São Paulo: Moderna, 1989.

A revolução de 30. Textos e Documentos, Brasília Editora Universidade de

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