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A trajetória da Biblioteconomia na sua constituição enquanto campo científico e

2 ARQUIVOLOGIA, BIBLIOTECONOMIA, MUSEOLOGIA E CIÊNCIA DA

2.2 A trajetória da Biblioteconomia na sua constituição enquanto campo científico e

No caso das Bibliotecas, tanto instituição quanto bibliotecários ganharam maior visibilidade pública e social com o surgimento do conceito de biblioteca pública moderna no século XVII, nos países mais desenvolvidos da Europa e depois nos Estados Unidos, constituída de acervos gerais de livros e aberta gratuitamente ao público em horários regulares. ORTEGA (2004, p.4) destaca no entanto, que:

A biblioteca pública, espaço para acesso a acervo organizado, e não a Biblioteconomia, conjunto integrado de processos que possibilita aquela, é que fez parte da nova concepção de mundo que passou a ser chamada de modernidade, em oposição às noções de antigo e de medieval que a antecederam (ORTEGA, 2004, p.4).

Ortega (2004, p.5) descreve um percurso que relaciona a Biblioteconomia com a Bibliografia e a Documentação. Neste percurso ela define Biblioteconomia, no seu sentido restrito, como a área que realiza a organização, gestão e disponibilização de acervos de bibliotecas, e a Bibliografia como a atividade de geração de produtos que indicam os conteúdos dos documentos, independente dos espaços institucionais em que estes se encontrem.

Neste sentido, em fins do século XIX, a Bibliografia foi aprimorada e tornada autônoma como decorrência da sedimentação da Documentação (de cunho essencialmente europeu), ao mesmo tempo em que a Biblioteconomia desenvolvia e disseminava o projeto da biblioteca pública moderna, de acesso universal, amplo e

38 gratuito (particularmente nos Estados Unidos). Em fins do século XIX, a Biblioteconomia e a Documentação apresentavam um desenvolvimento em grande parte inseparável, surgiram em consequência das mesmas necessidades, empregavam processos e instrumentos comuns tinham objetivos quase idênticos e em muitos casos deviam seu progresso aos mesmos homens. No entanto, ORTEGA (2004, p.6) destaca que a criação da biblioteca pública levou a absorção do bibliotecário tradicional pela função "educativa" ou pelo culto da educação universal e a negação do significado do serviço de informação, com isso, os documentalistas adotaram as técnicas da Biblioteconomia e as aperfeiçoaram.

A Escola de Biblioteconomia de Chicago teve grande influência desta cisão entre Biblioteconomia e Documentação. Na obra "Introduction to Library Science", de 1933, Pierce Butler afirma que "as bibliografias eram importantes desde que houvesse clareza sobre seus fins e que, deveria haver um deslocamento do foco nos processos para a função, com ênfase para o status social dos bibliotecários e a função social das bibliotecas" (BUTLER, 1971).

Na década de 1950, Margaret Egan e Jesse Shera, membros da Escola de Biblioteconomia de Chicago, avaliam que a atenção dos bibliotecários durante os anos anteriores esteve voltada para a revolução da comunicação de massa e seu provável efeito sobre os serviços de biblioteca para o leitor em geral, enquanto poucos se preocuparam com a revolução da organização e serviços de biblioteca, a qual foi tratada por outro campo, nomeado "comunicação da informação especializada" e desenvolvido por documentalistas e especialistas de informação.

Para Ortega (2004) a tensão entre a abordagem dominante da Biblioteconomia dos Estados Unidos, orientada para o não tecnológico e para as Ciências Sociais representada pela Escola de Chicago, foi desafiada e transformada pelo retorno do interesse em modelos e em tecnologia. "A presença de indivíduos voltados à tecnologia e de fora da Biblioteconomia, que estavam procurando conduzir a nova tecnologia eletrônica para resolver velhos problemas levou ao surgimento da Ciência da Informação".

39 Mostafa em trabalho intitulado A epistemologia da Biblioteconomia (1985, p.5) denominou como "polêmica ciência-arte" as divergências (estéreis, segundo a autora) entre teóricos da Biblioteconomia e Ciência da Informação caracterizando- os: Na corrente humanista (Biblioteconomia), filosofar sobre a Biblioteconomia é repor a questão dos fins, das finalidades. [...] na corrente cientificista (Ciência da Informação), filosofar sobre a Biblioteconomia é reduzir a filosofia aos métodos, à questão metodológica, já que à ciência não interessam os fins.

Mostafa (1985, p.6) considera que ambas as correntes partilham de uma mesma origem kantiana, ou neokantiana. Parece claro estar a Ciência da Informação estreitamente vinculada a teoria tradicional, por sua crença na neutralidade e no distanciamento do profissional, na objetividade dos estudos, na redução dos fenômenos a fórmulas matemáticas. Acima de tudo têm-se pautado pela busca de explicações teóricas gerais, leis universais, dentro dos padrões vigentes do cientificismo asséptico.

No caso da Biblioteconomia, Mostafa (1985, P.60) identificou a teoria tradicional em todas as etapas da prática bibliotecária: seleção e aquisição, representação bibliográfica e disseminação. A autora considera que as limitações intrínsecas à teoria tradicional se refletem nas limitações das práticas e teorias da Biblioteconomia impedindo que as bibliotecas cumpram sua função transformadora.

Silveira explora em artigo de (2008) a mudança ocorrida na profissão bibliotecária de um profissional de formação humanista com as atividades voltadas para a cultura, para a educação, para o saber, para o conhecimento, responsável pela organização e salvaguarda do patrimônio intelectual para o Moderno Profissional da Informação que deve conjugar de maneira fluida o exercício das rotinas tradicionais de uma biblioteca com o uso crescente das novas tecnologias informacionais, além de incorporar em seu fazer os inúmeros procedimentos administrativos que configuram as etapas de produção, captação, preservação e disseminação da informação.

40 O bibliotecário humanista, em sua maioria filósofos, cientistas, poetas ou religiosos, era sustentado por uma sólida formação erudita a partir da qual, e por intermédio de sua atividade profissional e intelectual, interferia diretamente na paisagem sócio- cultural onde se encontrava alocado. O moderno profissional da informação tem um novo perfil de atuação e insere-se no rol das atividades que impulsionam o moderno mercado da informação o que exigiu repensar os atributos que por longa data definiram o saber biblioteconômico.

Para tanto, tornou-se necessário converter uma área que se preocupava apenas em satisfazer às necessidades espirituais do homem através do exercício de preservação, organização e disseminação do escrito em uma profissão que participa ativamente de todas as facetas do circuito de produção informacional.

Almeida Junior (2000, p.42) destaca da tendência na biblioteconomia de realçar a dicotomia entre o antigo (o bibliotecário humanista) e o moderno profissional da informação. Para o autor, a Biblioteconomia sempre foi alocada nos espaços sociais que atuam com o espírito do homem ou no âmbito do espírito do homem. "As atividades dos bibliotecários estavam voltadas, dentro dessa visão, para a cultura, para a educação, para o saber, para o conhecimento e têm características que permitiriam incluí-los como segmentos direcionados para atender às necessidades no âmbito do espírito do homem" (ALMEIDA JUNIOR, 2000, p.45).

Para Almeida Junior (2000, p. 46) essa dicotomia ganhou força porque as coisas do espírito foram, erradamente, entendidas como opostas, como contrárias às atividades vinculadas à produção. Em um sistema capitalista, obviamente são consideradas de mais valor as atividades relacionadas à produção, relegando-se a um segundo plano aquelas norteadas para o espírito. "As coisas dos espírito, quando é a produção que se reveste de importância, são consideradas e entendidas como secundárias e as profissões a elas ligadas são vistas pela sociedade como de baixo status, de baixo conceito" (ALMEIDA JUNIOR, 2000, p.45).

41 Isso levou a uma tentativa de mudar a imagem da profissão de uma área que atendia apenas os aspectos espirituais do homem para uma profissão que transitava no espaço da produção. A informação, objeto de estudo e trabalho da área deve passar de algo subjetivo para transformar-se em mercadoria. E é exatamente isso que acontece. Os aspectos concretos da informação são facilmente vislumbrados quando o armazenamento, o tratamentos, a recuperação e a disseminação se realizam dentro de um aparato tecnológico.

Segundo Almeida Junior (2000, p.46) essa transposição parece ter dividido a Biblioteconomia em duas grandes fatias: a antiga e a moderna. A antiga é entendida como a fatia em que atua o bibliotecário, profissional obsoleto e que tem como função satisfazer necessidades espirituais do homem. A segunda fatia, a moderna, é o ambiente do profissional da informação, totalmente desvinculado do bibliotecário. A esse novo e moderno profissional cabe a responsabilidade pelo trabalho relacionado à informação, mas aquela que se refere apenas à ciência e à tecnologia, pois são estas objetivas e concretas.

Numa linha diferente, mas ainda destacando o percurso da Biblioteconomia, alguns autores centram-se em torno dos paradigmas que definem a área em determinados momentos de sua constituição histórica. Coelho Neto (1996) afirma que a Biblioteconomia está passando do paradigma do acervo para o paradigma da informação na biblioteconomia. Ele elenca “cinco motivos pelos quais não é mais possível falar em paradigma do acervo”:

O primeiro motivo pelo qual não se pode mais trabalhar com o paradigma do acervo é o seguinte: a biblioteca - ou a videoteca, ou a discoteca, ou o centro de documentação - não é mais um retiro. Segundo motivo: não cabem mais na organização do acervo a ideia da raridade e a ideia da impossibilidade de substituir. Terceiro: o acervo não pode mais trabalhar com a ideia da exclusão - não há mais acervo, não é? Quarto: não cabe mais a figura do intercessor, do intermediário. Quinto: não cabe mais a preocupação com a razão política na abordagem do acervo (COELHO NETTO, 1996).

O autor diz que, para levantar essa lista de motivos, utilizou o “método do desbastamento pela via negativa”. O ponto de partida foi a obra de Gabriel Naudé, intitulada “Conselhos para a formação de uma biblioteca”, publicada ainda no século

42 XVII. Segundo o autor, Naudé invalidava três paradigmas que eram vigentes naquela época.

O primeiro foi o paradigma da biblioteca como lugar de retiro. Formulado por Montaigne, propunha que a biblioteca fosse um lugar de retiro, à margem da vida cotidiana, um lugar de reflexão, silencioso. O autor diz que a queda da ideia da biblioteca como um local de retiro é motivo para abandonar o paradigma do acervo porque

Hoje, a informação e a reflexão a partir da informação ocorrem o tempo todo no lugar de trabalho, dentro de casa, dentro da escola, não há mais um lugar específico para este acervo [...] a informação não tem mais um lugar específico para se apresentar. A informação não se manifesta mais num lugar de retiro (COELHO NETTO, 1996). O segundo paradigma invalidado por Naudé foi o “do gabinete de curiosidades, composto basicamente por obras luxuosas e raras”. Segundo o autor, atualmente não há mais livros raros, nem informação rara: “é sob esse aspecto que eu proponho que pensemos sobre a possibilidade de dividir o universo da informação, hoje, em dois tipos básicos: a informação que é substituível por outra e a informação que não é substituível”.

O terceiro paradigma é o do tratamento da informação, utilizado pelos jesuítas e baseado na seleção e no expurgo.

Esse modo de tratamento da informação era baseado fundamentalmente em duas operações, a seleção e o expurgo: só pode entrar no acervo os livros, as idéias, as informações que forem condizentes, convergentes, congruentes com uma forma de pensamento, neste caso, com um poder religioso; e desse acervo saem as obras, os livros, as informações e os autores cujas idéias e princípios não forem convergentes com o sistema ideológico válido (COELHO NETO, 1996).

Coelho Neto (1996) diz que um vetor importante neste terceiro paradigma, que Naudé invalidava, é a figura do intercessor, aqui comparado por ele ao intermediário nos dias atuais. O intercessor de lá era um “membro da ordem do poder”, um jesuíta, e intercedia junto a um poder maior; o de cá é o bibliotecário, mas de que também veste-se “com as roupagens desse indivíduo, que não apenas faz a mediação entre uma fonte de informação e o leitor, mas que na verdade funciona como canal de salvação do usuário”.

43 Para finalizar o autor diz que atualmente as bibliotecas ainda funcionam de acordo com o paradigma do acervo, mas que os avanços tecnológicos mudam esse cenário. O usuário não precisa mais ir à biblioteca para conseguir a informação que necessita. Do mesmo modo, o papel do bibliotecário é modificado, pois o usuário dispensa intermediário e vai direito à fonte de informação.

Essa discussão em torno de mudança de paradigma trazida por Coelho Neto reforça a dicotomia criticada por Almeida Junior (2000) entre o perfil de bibliotecário humanista e o moderno profissional da informação. Traz a impressão de que o antigo profissional é o responsável pelo acervo, é dispensável, o usuário não precisa mais desse profissional, e o atual, o moderno, é o profissional da informação, mais dinâmico, esse sim, atende às necessidades dos usuários.

Souza (1996) questiona essa ideia de que o novo paradigma da biblioteconomia é a informação em contraponto ao velho, o documento, ou o acervo. Diz que, embora a discussão seja pertinente, o objeto precisa ser melhor analisado. Ele questiona a utilização da ideia de paradigma, e ressalta que o conceito de paradigma, tal como utilizado por Thomas Kuhn, diz respeito às ciências naturais, mas que este conceito, embora não pareça facilmente aplicável às ciências sociais, é utilizado por pesquisadores desses campos, inclusive da biblioteconomia.

O autor fala em paradigmas da biblioteconomia, separando-os em tradicionais e novos. Segundo ele:

A Biblioteconomia opera com informação e com suporte de informação [materialmente, documento] e tem na organização e controle do fluxo destes e nos sujeitos [geradores e consumidores] de informação os objetivos determinantes do seu campo científico. Historicamente, ela trabalha com aqueles objetos, e embora mudem formatos e suportes, segundo o nível de atualização tecnológica de cada época, os objetos informação e organização de seu fluxo são os mesmos. O que há são novos sujeitos [geradores e consumidores] de informação internada nos diferentes suportes. Contudo, nessas novas circunstâncias, o instrumental de organização e de controle seguirá os mesmos princípios voltados à identificação, coleta, reunião, difusão e disponibilização da informação em seus suportes (SOUZA, 1996,p.4).

De acordo com Souza (1996, p.5) os (“atuais e já velhos”) paradigmas tradicionais da biblioteconomia baseiam-se nos estudos de Melvil Dewey e convergem em: “organização da informação, especialmente a difundida nos formatos livros, folhetos

44 e periódicos sobre o suporte papel”; “classificação do conhecimento em Sistemas de Organização ideográfica, o que exige também o estabelecimento de procedimentos para a descrição de livros, folhetos e periódicos, como exigência para garantir sua localização física”; “organização de currículos escolares para a formação de organizadores da informação e classificadores do conhecimento”.

O autor resume os paradigmas tradicionais da biblioteconomia em: “Modelo Deweyano de Organização da informação”; e “Modelo Deweyano de Educação bibliotecária”. Segundo ele, isso remete a um paradigma geral que pode ser chamado de “Paradigma da Estabilidade da Organização da Informação”.

Segundo o autor os novos paradigmas da biblioteconomia ainda estão em construção, baseados principalmente no trabalho de S. R. Ranganathan. Para ele, os modelos Deweyianos entraram em crise “porque em crise está a concepção do universo determinado, fechado, concebido pela visão pragmática de Melvil Dewey, conformada pelas estruturas mentais do século XIX”. Ele chama o novo paradigma da biblioteconomia de “O modelo Ranganathiano de organização da informação”.

A enorme expansão econômica e técnica dos últimos 50 anos vem exigindo cada vez mais a adoção de modelos organizadores da informação, que apresentem melhor performance. Quem melhor respondeu a isso foi o paradigma que hoje vem se tornando predominante na medida em que possibilitou a criação de Tesauros, como mecanismos eficazes de controle terminológico facilmente manipuláveis em computador. Assim, é possível dizer-se que o paradigma novo na Biblioteconomia deste final de século é: O MODELO RANGANATHIANO DE ORGANIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO (SOUZA, 1996).

O autor ainda diz que junto com o Modelo Ranganathiano vem “a novidade que o acompanha, e que por enquanto soa mais como uma problemática, mas que chegará a um paradigma Educacional”: a questão da Comunicação Bibliotecária. Na concepção Deweyiana o projeto educacional era “linear, racional e positivista”. Nas novas concepções paradigmáticas da biblioteconomia, o projeto “tende a ser coerente com a ideia de Universo Heraclitiano, ou seja, tudo é fluxo, tudo é energia em movimento”. Um modelo centrado na comunicação, chamado pelo autor de “Paradigma do fluxo da informação”.

45 Tomado como a matriz do estudo da Biblioteconomia, o Paradigma do Fluxo da Informação está se tornando o cerne de sua pesquisa e será a diretriz de preparação dos recursos humanos, sendo a disciplina Comunicação Bibliotecária o foco central do Currículo do Curso que se deseje contemporâneo com este final de milênio (SOUZA, 1996).

Por fim Souza (1996) diz que o novo (ou os novos) paradigma, “chamado equivocadamente de o paradigma da informação”, é mais abrangente, “abrange os fluxos comunicativos que, por sua vez, absorve as formas que transportam informação”. O autor ainda critica o fato de pouco ter sido feito na área para romper o “Paradigma da Estabilidade da Organização da Informação”: “Ao menos no Ocidente, salvo discussões pontuais, o esforço que se realiza converge para a manutenção dos sistemas decimais de organização do conhecimento e da informação”.

Fonseca (2007) aborda o percurso histórico da Biblioteconomia de forma diferente de Ortega e Almeida Junior. O autor parte da sistematização do conhecimento e da divisão e especialização das ciências, enfocando a biblioteconomia e suas áreas fronteiriças. Aborda pontos do percurso histórico da área e estabelece suas relações com outros campos como a documentação, a bibliografia e a ciência da informação. Segundo o autor "a biblioteconomia está inserida no campo das ciências documentológicas, e estas se inscrevem no campo de uma ciência das ciências". Ele considera que o conhecimento possui três ramos: a ciência das ciências – que engloba a biblioteconomia, a arquivologia, a museologia e outras – as ciências da natureza e as ciências da cultura, ou ciências do espírito (FONSECA, 2007, p.9).

As áreas inscritas sob o termo ciência das ciências dividem-se em teóricas e documentológicas. Estas dividem-se ainda em aplicadas e de natureza histórico- descritiva. A biblioteconomia é classificada pelo autor como uma ciência documentológica aplicada: “classificamos a biblioteconomia entre as ciências documentais aplicadas: ao lado, portanto, da arquivologia, da museologia e dos serviços de documentação científica (a palavra documentação é aqui usada em sentido restrito)” (FONSECA, 2007, p.9).

46 Fonseca (2007) define como elementos principais da Biblioteconomia o livro, a biblioteca, o leitor e o bibliotecário. Não o livro como artefato de papel impresso, mas o livro como forma de vida humana como veículo de comunicação. O conceito de biblioteca tratado pelo autor é o de biblioteca não como coleção de livros e outros documentos, devidamente classificados e catalogados e sim como assembléia de usuários de informação.

2.3 Trajetória da Ciência da Informação na sua constituição enquanto campo