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Acessibilidade a circulação interna e a outras edificações do Campus

Foto 35 Abrigo localizado no pátio do Campus Anglo/UFPEL

4.3 ANÁLISE DA SATISFAÇÃO ESTRUTURAL DO ESTUDANTE COM

4.3.5 Acessibilidade a circulação interna e a outras edificações do Campus

Os corredores devem ser dimensionados de acordo com o fluxo de pessoas, assegurando uma faixa livre de barreiras ou obstáculos. As larguras mínimas, descritas na norma 9050/2015, para corredores em edificações e equipamentos urbanos são: 0,90 m para corredores de uso comum com extensão até 4,00 m; 1,20 m para corredores de uso comum com extensão até 10,00 m; e 1,50 m para

corredores com extensão superior a 10,00 m; 1,50 m para corredores de uso público (ABNT, 2015, p. 68). (Foto 22)

Foto 22 - corredor com largura dentro da norma NBR 9050/2015

Fonte: Foto do autor.

Os corredores e vãos livres situados no Campus Anglo, como o da Foto 23, se encontram em conformidade com a NBR 9050/2015, sendo amplos e não possuindo obstruções na largura mínima efetiva. Mesmo quando ocorre a existência de obstáculos, quanto à largura útil encontra-se em conformidade com a norma, ou seja, 1,50m livres para corredores de uso público (ABNT, 2015, p. 68). Não obstante, destaca-se a carência de sinalização tátil de piso (piso tátil direcional e de alerta) em todo o interior da edificação.

Foto 23 – Corredores internos no Campus Anglo/UFPEL, com obstáculos sem sinalização

Os demais aspectos enquadrados nestas conformações são tanto da própria universidade, como biblioteca, restaurante universitário, auditórios, quanto os serviços privados, tais como serviços bancários (caixas eletrônicos) e lanchonetes.

A biblioteca do campus Anglo está localizada logo à entrada do campus (foto 24), facilitando assim o acesso até ela. O destino até a biblioteca setorial do campus foi citado por todos os alunos da amostra, porém, com dificuldades para deslocamento só para os alunos com deficiência visual e física. Isso se deve ao trajeto com piso irregular (pedras) que dificulta a locomoção de PCR ou com mobilidade reduzida, e sem sinalização tátil de piso, o que obstaculiza o acesso de pessoas com deficiência visual (cegos e com baixa visão).

Foto 24 - localização da biblioteca Campus Anglo/UFPEL

Fonte: foto do autor.

Sua entrada não possui nenhum tipo de obstáculo como degrau ou mesmo escada, isso também contribui para que todos possam acessá-la sem dificuldades. A porta de entrada principal apresenta condições de acessibilidade, pois a mesma tem um vão livre maior do que 0,85m. As portas, no entanto, apesar da largura adequada, não têm condições de serem abertas com um único movimento, uma vez que ela tem duas partes, isso pode ser considerado um entrave para alunos com deficiência ou mobilidade reduzida, dependendo da situação (foto 25).

Foto 25 - porta de entrada da biblioteca do Campus Anglo/UFPEL

Fonte: foto do autor

Internamente, a Biblioteca do Campus Anglo não possui piso tátil de alerta e direcional, mas o acesso é apropriado para todos, sem a necessidade de acesso alternativo para PCR. O piso no interior da biblioteca apresenta superfície regular, firme, estável, sem trepidações que desencorajem o avanço normal no trajeto, considerando dispositivos com rodas, todavia não é antiderrapante, o que pode representar um fator de risco para quem faz uso de muletas, por exemplo. (Foto 26).

Foto 26 – detalhe do acesso interno da biblioteca do Campus Anglo/UFPEL

Destaque positivo de acessibilidade fica por conta do balcão de atendimento que pode ser visto já a partir da porta de entrada da biblioteca. Observa-se a existência de um balcão de atendimento que permite a chegada de uma pessoa em cadeira de rodas, ou seja, balcão mais baixo e com espaço de aproximação para as pernas (foto 27).

Foto 27 – balcão de atendimento da biblioteca do campus Anglo/UFPEL

Fonte: UFPEL, 2019.

Com relação à largura livre nos corredores entre estantes de livros, a NBR 9050/2015 estabelece que deve ser de no mínimo 0,90 m de largura. Conforme Foto 28, denota-se a preocupação em atender às especificações de acessibilidade na construção e adequação dos espaços na biblioteca do campus, considerando-se as necessidades de espaço para circulação e manobra para alunos em cadeiras de rodas.

Foto 28 – espaço entre estantes na biblioteca do camps Anglo/UFPEL

Ademais, foi possível constatar na biblioteca a existência de sanitário acessível para PCD (foto 29), o qual oferece condições adequadas para movimentação de pessoas em cadeiras de rodas: circulação com o giro de 360°, área necessária para garantir a transferência lateral, perpendicular e diagonal para a bacia sanitária e instalação de barras de apoio, em conformidade com as disposições da norma (NBR 9050/2015).

Foto 29 – sanitário acessível na biblioteca do Campus Anglo/UFPEL

Fonte: Foto do autor.

No que se refere ao Restaurante Universitário do campus, pela sua localização, o acesso não é limitado para o aluno com mobilidade reduzida ou deficiência visual e é acessível para quem utiliza cadeira de rodas.

A sinalização tátil de piso está presente, o que facilita a circulação dos alunos com deficiência visual, apesar da observação do discente GBK (Administração; DV com baixa visão): “o novo restaurante do campus está bem adequado, mas poderia ter mais piso tátil”. A importância de acesso ao restaurante universitário para GBK caracteriza apropriadamente o público mais carente de assistência estudantil: jovem (21 anos), oriundo de outro município (Canguçu), baixa renda familiar (até três salários mínimos), conforme constatações feitas nas pesquisas de Pereira (2007), Morejón (2009), Guerreiro (2011), Castro (2014), Freitas (2015) e Baú (2015).

. Entretanto, observou-se que as mesas do salão de refeições não permitem a aproximação adequada de cadeiras de rodas, o que dificulta seu usufruto por todos (foto 30).

Foto 30 – detalhe da mesa de refeições no RU do campus Anglo/UFPEL

Foto: UFPEL, 2019

O Campus Anglo dispõe de dois auditórios, um com capacidade para 100 pessoas e o outro para 85 pessoas. Ambos estão localizados no quarto pavimento e podem ser acessados, para quem chega ao prédio, por escadas e elevadores.

Na investigação, constatou-se que os dois ambientes não possuem, na área destinada ao público, espaços reservados para pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida (foto 31).

Foto 31 – Auditório Acadêmico do campus Anglo/UFPEL

Fonte: UFPEL, 2019

Conforme preceitua a legislação em vigor (NBR 9050/2015), cinemas, teatros, auditórios e similares devem atender às seguintes condições:

a) estar localizados em uma rota acessível vinculada a uma rota de fuga; b) estar distribuídos pelo recinto, recomendando-se que seja nos diferentes setores e com as mesmas condições de serviços, conforto, segurança, boa visibilidade e acústica;

c) ter garantido no mínimo um assento companheiro ao lado de cada espaço reservado para pessoa com deficiência e dos assentos destinados às PMR e PO;

d) estar instalados em local de piso plano horizontal;

e) ser identificados no mapa de assentos localizados junto à bilheteria e sites de divulgação, nas cadeiras para PDV, PMR e PO e no piso do espaço reservado para PCR;

f) devem ser disponibilizados dispositivos de tecnologia assistiva para atender às pessoas com deficiência visual e pessoas com deficiência auditiva;

g) devem ser garantidas disposições especiais para a presença física de intérprete de Libras e de guias-intérpretes, com projeção em tela da imagem do interprete sempre que a distância não permitir sua visualização direta (ABNT, 2015, p. 122).

Com relação à acessibilidade aos serviços bancários, os alunos relatam que as condições de acessibilidade aos caixas de autoatendimento variam de acordo com a deficiência de cada usuário em particular.

Assim, averiguou-se que o caixa eletrônico de autoatendimento (foto 32) instalado no andar térreo do Edifício Delfim Mendes Silveira (Bloco A), não apresenta as condições mínimas de acessibilidade, tanto para DV quanto para PCR.

Foto 32 – caixa de autoatendimento instalado no Bloco A do Campus Anglo/UFPEL

Em vista disso a NBR 15250/2005 determina que:

Para permitir aproximação frontal, o equipamento deve possuir altura livre inferior de no mínimo 0,73 m em relação ao piso de referência e deve ser garantido um módulo de referência para pessoa em cadeira de rodas, permitindo avançar sob o equipamento no mínimo 0,30 m (ABNT, 2005, p. 17).

Neste caso, tem-se a confirmação da ausência de qualquer sinalização tátil no piso para facilitar aproximação segura e uso por parte do aluno DV (cego ou com baixa visão), tampouco o equipamento instalado favorece o alcance do aluno em cadeira de rodas, em observância ao dispositivo legal (NBR 15250/2005).

4.3.6 Acessibilidade a serviços de transporte (transporte de apoio e ônibus