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6. DIAGNÓSTICO

6.6. Resíduos da Construção Civil (RCC)

6.6.2. Acondicionamento, armazenamento e coleta

O acondicionamento, armazenamento e coleta de RCC de grandes geradores, os quais geram mais 2,5 m3/dia, conforme previsto no Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, Lei nº 3381/2009, é realizado em caçambas de 3 m³ (Imagem 23). Hoje o setor é explorado por duas empresas particulares: a Kolentulho – Coleta de Entulhos; e a São Bento Locações (Imagens 24 e 25).

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Imagem 23: Caçamba da Empresa Kolentulho, disposta defronte uma obra para coleta de resíduos da Construção Civil

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Imagem 25: Caminhão pertencente à empresa São Bento Locações.

Cabe ressaltar que a PNRS, Art. 20, inciso III define as empresas de construção civil como sujeitas à elaboração de plano de gerenciamento de resíduos sólidos, assim como já previa a Resolução CONAMA 307/2002, em seu Art. 8º, que os grandes geradores devem elaborar e implementar plano de gerenciamento de resíduos da construção civil para o manejo e destinação ambientalmente adequados dos resíduos. No entanto, São José do Rio Pardo ainda não exige o plano dos grandes geradores, nem o prevê em legislações municipais.

Para os pequenos geradores, os quais geram até 2,5 m3/dia de resíduos da construção civil, os procedimentos a serem seguidos são os previstos na Lei Municipal nº 3.381/2009, que Institui o Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil – PROMGER, nos Art. 4º, 6º e 7º:

Art. 4º: O pequeno gerador de resíduos de construção civil deverá dispor os resíduos “Classe C”, no passeio em frente ao seu imóvel. A coleta e o destino destes materiais, limitados à quantidade total de 500 (quinhentos) litros equivalentes a 0,5 m3

(meio litro cúbico) será executada pela Secretaria Municipal de Planejamento, Obras e Serviços – SPOS.

Art. 6º O pequeno gerador de resíduos da construção civil poderá encaminhar os resíduos “Classe A” e “Classe C” segregados entre si, limitada à quantidade total de 2.500 (dois mil e quinhentos) litros equivalente a 2,5 m3 (dois metros cúbicos e meio) nos locais

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de recebimento ou transbordo que vierem a ser designados pelo Município.

Art. 7º Os pequenos geradores deverão encaminhar os resíduos “Classe D” à coleta especial de resíduos tóxicos do Município. Art. 10 Aborda as funções do município, como definir áreas de transbordo e destinação final, determinar os resíduos que poderão ser dispostos no local, definir critérios para o cadastramento de transportadores de RCC, orientar, fiscalizar e controlar os agentes envolvidos no processo, estabelecer diretrizes técnicas e procedimentos para o exercício das responsabilidades do pequeno gerador, promover campanhas educativas, incentivar a formação de cooperativas relacionadas ao reutilização, reciclagem ou beneficiamento de RCC.

Parágrafo único: O município executará a coleta de resíduos “Classe B” na quantidade de 600 (seiscentos) litros equivalentes a 0,6m3 (zero vírgula seis metros cúbicos) por semana, sendo que a

quantidade máxima a ser disposta à coleta deverá ser este valor dividido pelo número de frequência de coleta oferecido pela Prefeitura Municipal de São José do Rio Pardo.

Para a coleta de resíduos da construção civil dos pequenos geradores, a prefeitura cobra o valor de R$ 22, 53 reais/m3. Não há exigência de Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos dos grandes geradores e o município também não realiza acompanhamento do Controle de transporte de resíduos (CTR), documento emitido pelo transportador de resíduos que fornece informações sobre: gerador, origem, quantidade e descrição dos resíduos e seu destino, conforme a NBR 15.113:2004.

6.6.3. Destinação final

A destinação final de RCC segue as normas técnicas disposta no Quadro 13 a seguir, as quais abordam a triagem dos resíduos conforme suas classes, bem como sua destinação ambientalmente adequada.

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Quadro 13: Normas Técnicas referentes a triagem e destinação final ambientalmente adequada de RCC.

Aspectos centrais das Normas Técnicas

Normas para manejo de resíduos Definem

NBR 15.112 – Resíduos da construção civil e resíduos volumosos. Áreas de Transbordo e Triagem. Diretrizes para projeto, implantação e operação.

Procedimentos para o manejo na triagem dos resíduos das diversas classes, inclusive quanto a proteção ambiental e controles diversos. NBR 13.113 – Resíduos sólidos da

construção civil e resíduos inertes. Aterros. Diretrizes para projeto, implantação e operação.

Procedimentos para o preparo da área e disposição dos resíduos Classe A, proteção das águas e proteção ambiental, planos de controle e monitoramento.

NBR 15.114 – Resíduos sólidos da construção civil. Áreas de Reciclagem. Diretrizes para projeto, implantação e operação.

Procedimentos para o isolamento da área e para o recebimento, triagem e processamento dos resíduos Classe A.

Normas para uso de resíduos Definem

NBR 15.115 – Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil. Execução de camadas de pavimentação. Procedimentos.

Características dos agregados e as condições para uso e controle na execução de reforço de subleito, sub- base, base e revestimento primário (cascalhamento).

NBR 15.116 – Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil. Utilização em pavimentação e preparo de concreto sem função estrutural. Requisitos.

Condições de produção, requisitos para agregados para uso em pavimentação e em concreto, e o controle da qualidade do agregado reciclado.

Fonte: Ministério Público e a implementação da Resolução CONAMA 307/2002

A NBR 15.112:2004 trata da questão das diretrizes para projeto, implantação e operação de área de transbordo e triagem de resíduos da construção civil e resíduos volumosos. O Art. 2º da Resolução CONAMA 307/2002, inciso X, define a área de transbordo e triagem de resíduos da construção civil e resíduos volumosos como

área destinada ao recebimento de resíduos da construção civil e resíduos volumosos, para triagem, armazenamento temporário dos materiais segregados, eventual transformação e posterior remoção para destinação adequada, observando normas

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operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e a segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos (nova redação dada pela Resolução 448/12).

Já a NBR 15.113:2004 fixa os requisitos mínimos exigíveis para projeto, implantação e operação de aterros de resíduos sólidos da construção civil Classe A e de resíduos inertes. A norma técnica define aterro de resíduos da construção civil e de resíduos inertes como:

Área onde são empregadas técnicas de disposição de resíduos da construção civil classe A, conforme classificação da Resolução CONAMA n° 307, e resíduos inertes no solo, visando a reservação de materiais segregados, de forma a possibilitar o uso futuro dos materiais e/ou futura utilização da área, conforme princípios de engenharia para confiná-los ao menor volume possível, sem causar danos à saúde pública e ao meio ambiente.

Em São José do Rio Pardo os RCC são dispostos na mesma área de entreposto de galhos, localizada no Sítio Santa Maria, s/nº, Zona Rural, conforme contrato administrativo nº 09/2015, cujo objeto é a locação de área destinada para depósito de entulho e galhos, no valor de R$ 1.900,00 (um mil e novecentos reais) por mês (ANEXO 5). A área serve de transbordo e triagem, sendo os resíduos Classe A utilizados em calçamento de vias. No entanto, não foi informado se o local recebe apenas os RCC coletados pela prefeitura ou pelas empresas terceirizadas também, nem qual a destinação final dos resíduos das demais classes.

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