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RESÍDUOS SÓLIDOS, BEM COMO A FORMA DE COBRANÇA

DESSES SERVIÇOS

O município de São José do Rio Pardo possui duas legislações regulamentando a questão do cálculo e cobrança dos serviços públicos de limpeza urbana: a Lei nº 1.796/1993 e a Lei nº 2.190/1997. No entanto deve-se considerar também a Lei nº 4.521, de 26 de junho de 2015, que “Institui a Política Municipal de Saneamento Básico de São José do Rio Pardo, cria e aprova seus instrumentos”, pois o Plano Diretor de Saneamento Integrado (PDSI) do Município de São José Do Rio Pardo – SP, TOMO 4 – Plano Diretor do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos (Outubro de 2014) propõe metodologias de cálculo de custo e de cobrança pelos serviços públicos de limpeza urbana.

A Lei nº 1.796/1993 define a cobrança pelos serviços públicos de limpeza urbana a partir da testada do imóvel. Já a Lei Municipal nº 2190, de 5 de dezembro de 1997, em seu Art. 4º, altera a Tabela de cobrança da taxa de remoção de lixo, da Lei nº 1.796/93, que passa a ter a seguinte redação “Quaisquer Zonas – R$ 3,00 por metro linear de testada”. O Art. 5º ainda dispõe “Ficam extintas as taxas de Assistência Social, Limpeza Pública, Conservação de Vias e Logradouros Públicos, Vigilância Pública, ficando sem efeito as respectivas tabelas constantes da Lei nº 1.796/93”.

A partir da legislação, é possível diagnosticar que o sistema de cálculo dos custos da prestação dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos em vigor, sendo este calculado a partir de um valor fixo por metro linear de testada do imóvel. Conforme informação da prefeitura, verificou-se que a taxa cobrada atualmente é de R$ 7,85 (sete reais e oitenta e cinco centavos) por metro linear de testada do terreno e, para casas de esquina, o valor considerado é do da testada mais longa.

151 A taxa pelos serviços de limpeza pública e manejo está inclusa no Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). No entanto, não foram fornecidos, por parte da Prefeitura, dados de custos e receitas relativos à gestão de resíduos sólidos no município, não sendo possível analisar se a receita arrecadada é suficiente para cobrir os custos que a prefeitura tem com os serviços de limpeza pública e manejo prestados.

No tocante ao sistema de cálculo dos custos da prestação dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, e de proposições de metodologias de cálculo para melhoria da cobrança de taxa referente a estes serviços, retoma-se aqui as metodologias presentes no Plano Diretor de Saneamento Integrado (PDSI) do Município de São José Do Rio Pardo – SP, TOMO 4 – Plano Diretor do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos (2014) como sugestões a serem analisadas para a adoção de uma delas, pela prefeitura, para definição de taxa atualizada, conforme verificado no texto:

Isto posto, a metodologia de cálculo e a forma de cobrança propostas visam a instituição ou alteração da taxa de coleta e

remoção do lixo urbano do Município de São José do Rio Pardo,

segundo sua definição na própria Constituição Federal, no bojo do inciso II do art. 145: “é o tributo cobrado pelo exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição” (p. 228).

Neste contexto, as metodologias apresentadas a seguir referenciam as metodologias propostas no Plano Diretor de Saneamento Integrado (PDSI) do Município de São José Do Rio Pardo – SP, TOMO 4 – Plano Diretor do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos (2014), aprovado pela Lei Municipal nº 4.521, de 26 de junho de 2015. Os modelos apresentados seguem as diretrizes estabelecidas pela Lei Federal n.º 11.445, de 05/01/2007, que trata das diretrizes nacionais para o saneamento básico.

 Metodologia para o rateio dos custos pelo número de domicílios (Item 5.2.1, p. 228)

Esta metodologia consiste em levantar todos os custos com o gerenciamento dos resíduos de limpeza pública, no período de 1 (um) ano, e na

152 divisão do valor total entre os domicílios do município. Pode ser incorporada a taxa cobrada o fator social, conforme disposto no Manual de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos, elaborado pelo IBAM (2001), fundamentado no inciso VI do art. 30 da Lei n.º 11.445/07.

 Metodologia para cálculo baseado na testada do imóvel (Item 5.2.2, p. 230)

Esta metodologia complementa a “Metodologia para o rateio dos custos pelo número de domicílios”, pois, além do número de domicílios, considera também a sua localização e o tamanho do imóvel. Conforme explicita no TOMO 4 do Plano Diretor de Saneamento Integrado municipal, a presente metodologia é uma atualização da forma vigente de cálculo pelos serviços de gerenciamento de resíduos de limpeza pública.

Os dados necessários para o cálculo são: 1. O valor de custo por domicílio (Base de custo), obtido a partir do levantamento dos custos com o gerenciamento dos resíduos de limpeza pública, no período de 1 (um) ano, e divisão do valor total entre os domicílios do município (Metodologia 1); 2. Divisão do município em zonas, podendo-se utilizar a divisão da classificação do IPTU; 3) Tamanho (em metros) da testada do imóvel; 4. Fator de cálculo por metro de testada.

Esta metodologia possui a vantagem de diferenciar a taxa a ser cobrada de acordo com a valorização da zona de localização do imóvel, proporcionando as zonas de menor valorização taxas abaixo da base de custo, compensada pela taxas acima da base de custo consideradas aos imóveis de zonas mais valorizadas.

 Intervalo para cobrança da taxa (Item 5.2.3, p. 231)

Nesta metodologia são propostos um teto e de um piso para a cobrança da taxa, sendo cobrados, independentemente da localização e da testada do imóvel,

153 teto de R$250,00 anual ou R$20,83 mensal e piso de R$15,00 anual ou R$1,25 mensal por imóvel, exceto para as classes isentas de cobrança. Esta medida visa evitar discrepância significativa de valores entre os imóveis.

Nesta metodologia, são propostas duas categorias para a cobrança pelos serviços públicos prestados aos estabelecimentos comerciais, considerando-se 3 (três) elementos: 1. A quantidade de Lixo gerado: até 100 litros ou 50 quilos diários e acima deste limite; 2. Localização: Zonas 1 (Centro e áreas especiais) e Zona 2 (demais áreas); e, 3. Custo de tratamento: o qual pode ser obtido a partir do primeiro método apresentado. Os elementos 1 e 2 estão em consonância com os princípios constitucionais, uma vez que economias comerciais localizadas em áreas nobres e com maior geração e resíduos tendem a ter maior atividade comercial e, portanto, maior capacidade de geração de resíduos e de pagamento. No entanto, cabe ressaltar que a quantidade limite para o estabelecimento da taxa pode ser vinculada a definição, em lei municipal, de grande e pequeno gerador de resíduos domiciliares.

Ressalta-se ainda nesta metodologia que, apesar de não consideradas no cálculo, práticas sustentáveis podem ser consideradas como fator de redução do valor da taxa como premiação por uso de tecnologias modernas e eficientes no manejo dos resíduos sólidos, considerando o disposto no Art. 29, § 1º, VII da Lei n.º 11.445/07.

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