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6. DIAGNÓSTICO

6.7. Resíduos Agrossilvopastoris

Os resíduos agrossilvopastoris são os provenientes das atividades agropecuárias e silviculturais, incluídos os relacionados a insumos utilizados nessas atividades. Em relação aos agrotóxicos, a Portaria N°03, de 16 de janeiro de 1992, da Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária, os definem como

substância ou mistura de substâncias remanescente ou existente em alimentos ou no meio ambiente decorrente do uso ou da presença de agrotóxicos e afins, inclusive quaisquer derivados específicos, tais como produtos de conversão e de degradação, metabolitos, produtos de reação e impurezas, consideradas tóxicas e ambientalmente importantes.

Não apenas os resíduos de agrotóxicos, mas também as embalagens destes produtos devem passar pelo processo de logística reversa, ou seja, as embalagens são devolvidas pelos consumidores aos comerciantes ou postos de coleta autorizados, sistemática bem definida, conforme os seguintes instrumentos legais:

 Lei nº 7.802, de 11 de julho de 1989 - Dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins, e dá outras providências.

 Lei nº 9974, de 06 de junho de 2000 - Altera a Lei no 7.802, de 11 de julho de 1989, que dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a

119 embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins, e dá outras providências.

 Decreto nº 4074, de 04 de janeiro de 2002 - Regulamenta a Lei no 7.802, de 11 de julho de 1989, que dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins, e dá outras providências.

Para efetivar a logística reversa no setor, em 2001 criou-se o Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias - INPEV, uma entidade composta por 96 empresas fabricantes e 9 entidades, sem fins lucrativos que, desde quando iniciaram, já destinaram de forma ambientalmente adequada mais de 280 mil toneladas de embalagens retiradas do meio ambiente (INPEV).

A responsabilidade pela logística reversa da embalagem de agrotóxicos é dos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, conforme previsto pela PNRS, mas o papel do consumidor é fundamental para a efetividade do sistema. Após a comercialização do produto, durante o uso deste, a embalagem deve passar por tríplice-lavagem e, posteriormente ser devolvida vazia nos locais indicados na nota fiscal. As embalagens vazias são então coletadas pela inPEV e levadas para moagem e extrusão, sendo transformadas em resina pós consumo – RPC. A RPC, juntamente com o PEAD – polietileno de alta densidade, servem de matéria-prima para a produção de embalagens ecoplásticas Triex, produto pronto para a comercialização. A resina reciclada ainda pode servir de matéria-prima na fabricação de recipallet (suporte para sinalização rodoviária), cruzeta de poste, caixa de descarga, caçamba plástica para carriola, caixa para massa de cimetno, caixa de bateria automotiva, roda plástica para carriola, embalagens para óleo lubrificante, barrica plástica par incineração, conduíte corrugado, caixa de

120 passagem para fios e cabos elétricos, tubo para esgoto, tampa agro Recicap e barrica de papelão (INPEV).

Em São José do Rio Pardo, há uma unidade posto de destinação de embalagem, conforme verificado no site da INPEV, localizada na Fazenda Santa Lúcia, Rodovia SP 350, Km 257, Cx. Postal 76, Bairro Zona Rural, CEP 13720- 000. O gerenciador do ponto é a ARASJPR – Associação das Revendas Agrotóxicos de São José do Rio Pardo.

Neste contexto, a Prefeitura de São José do Rio Pardo não é responsável pela gestão de embalagens de agrotóxicos. No entanto, segundo o Art. 33 da PNRS:

§ 7º Se o titular do serviço público de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, por acordo setorial ou termo de compromisso firmado com o setor empresarial, encarregar-se de atividades de responsabilidade dos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes nos sistemas de logística reversa dos produtos e embalagens a que se refere este artigo, as ações do poder público serão devidamente remuneradas, na forma previamente acordada entre as partes.

Os sistemas a que ser refere este artigo são os sistemas de logística reversa dos resíduos obrigatórios: agrotóxicos, seus resíduos e embalagens; pilhas e baterias; pneus; óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens; lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista; produtos eletroeletrônicos e seus componentes.

Os limites do poder público e as obrigações do setor privado serão discutidos no item 6.10, sobre resíduos de logística reversa.

6.7.1. Resíduos da Zona Rural

Os resíduos gerados na zona rural englobam diferentes tipos de resíduos, como resíduos domiciliares, tanto sobras de alimentos, quanto materiais recicláveis e rejeitos, resíduos vegetais, dejeto de animais, produtos veterinários, produtos da produção agrícola, como adubos químicos, agrotóxicos e suas respectivas embalagens, bem como lâmpadas, pneus, pilhas, baterias e outros.

121 Segundo dados do IBGE, a população rural de São José do Rio Pardo era de 5.941 habitantes em 2010. Já em relação as propriedades rurais no município, conforme dados consolidados do Levantamento censitário das Unidades de Produção Agropecuária do Estado de São Paulo – LUPA, nos anos de 2007/2008, São José do Rio Pardo possuía 1.0033 (mil e trinta e três) propriedades rurais, sendo 916 (novecentos e dezesseis) propriedades com até 4 módulos fiscais, totalizando 17.241 (dezessete mil, duzentos e quarenta e um) hectares, considerando o módulo fiscal 22 (vinte e dois) hectares. Quanto as propriedades com mais de 4 (quatro) módulos fiscais, eram 87 (oitenta e sete) propriedades, totalizando 21.598,5 (vinte e um mil, quinhentos e noventa e oito vírgula cinco) hectares.

Para tal população e propriedades rurais, o município de São José do Rio Pardo não realiza a coleta de resíduos domiciliares porta-a-porta, mas existem pontos de coleta previamente especificados, os quais atendem aproximadamente 30% da população rural municipal. A coleta atende diferentes fazendas, situadas ao longo do trajeto, porém não há um roteiro fixo a ser percorrido pelo caminhão coletor, podendo passar por diferentes regiões da zona rural (Quadro 14).

Quadro 14: Bairros da Zona Rural atendidos pela coleta convencional de resíduos domiciliares.

Bairros da Zona Rural Pinheirinho

Água Fria

Caminho de Santa Lurdes Chapadão Barreirinho Caminho de Itaobi Santa Lucia Dalbom Taquara Branca

Após coletados os Resíduos Sólidos Domiciliares são encaminhados para o Aterro Municipal em Valas.

São práticas comuns na zona rural a destinação dos resíduos orgânicos para a alimentação de animais e adubação do solo, sendo até mesmo enterrados,

122 o que permite rápido processo de reciclagem destes resíduos, não representando um impacto ambiental negativo significativo.

Em relação aos resíduos recicláveis e de higiene pessoal, a prática muitas vezes é enterrar os resíduos nas propriedades, queimá-los ou até depositá-los a céu aberto nas estradas vicinais, apesar dos pontos de coleta de resíduos domiciliares disponibilizados pela prefeitura. Tais práticas irregulares geram diferentes impactos ambientais, com liberação de gases poluentes e contaminando o solo.

No que se refere aos resíduos de lâmpadas, pilhas e baterias, assim como óleo de cozinha, estes serão abordados na seção de resíduos de logística reversa, item 6.10. Já em relação aos remédios, agrotóxicos, fertilizantes e suas embalagens, classificados como resíduos das atividades agrossilvopastoris, obedecem a descrição realizada no item 6.7.

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