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Aconselhamento e dispensa de outros produtos de saúde 1 Produtos de dermofarmácia, cosmética e higiene

Capítulo II Relatório de Estágio na Farmácia Pedroso – Vertente de Farmácia

9. Aconselhamento e dispensa de outros produtos de saúde 1 Produtos de dermofarmácia, cosmética e higiene

Produto cosmético e de higiene corporal é qualquer substância ou preparação destinada a ser posta em contato com as diversas superfícies do corpo humano, designadamente epiderme, sistemas piloso e capilar, unhas, lábios e órgãos genitais externos, ou com os dentes e mucosas bucais, com a finalidade de, exclusiva ou principalmente, os limpar, perfumar modificar o seu aspeto e ou proteger ou os manter em bom estado e ou corrigir odores corporais. (19)

Como referido na definição, estes produtos podem ter diversas utilizações, sendo que as gamas presentes no mercado são cada vez mais abundantes e diversificadas. Assim, é da máxima importância o farmacêutico estar preparado para aconselhar e orientar o utente na escolha do produto mais adequado para o problema apresentado ou encaminhá-lo ao médico quando necessário. É essencial que o farmacêutico esteja bem informado sobre a composição dos produtos, uma vez que assim poderão evitar-se problemas como alergias, irritação e surgimento de novos problemas ou agravamento de problemas anteriores.

Os produtos de dermocosmética são muitas vezes solicitados através de uma prescrição médica, no entanto, nestes casos a receita é um elemento meramente informativo, uma vez que estes produtos não estão sujeitos a qualquer comparticipação. O farmacêutico deverá esclarecer qualquer dúvida do utente e orientá-lo na posologia, duração do tratamento, forma de utilização e possíveis efeitos adversos.

Na FP os produtos mais procurados são cremes hidratantes corporais e de rosto, batons hidratantes, produtos capilares, entre outros.

9.2. Produtos dietéticos para alimentação especial

Os produtos dietéticos para alimentação especial são uma categoria de géneros alimentícios destinados a uma alimentação especial, sujeitos a processamento ou formulação especial, com vista a satisfazer as necessidades nutricionais e para consumo sob supervisão médica, destinando-se à alimentação exclusiva ou parcial de utentes com capacidade limitada, diminuída ou alterada para ingerir, digerir, absorver, metabolizar ou excretar géneros alimentícios correntes ou alguns dos nutrientes neles contidos ou seus metabolitos, ou cujo estado de saúde determina necessidades nutricionais particulares. (20)

Estes produtos são regulados pelo Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território e ainda que alguns deles também estejam disponíveis noutros locais que não na farmácia, nesta última é possível ter um farmacêutico à disposição para um aconselhamento acerca do produto mais adequado à situação.

Alguns alimentos especiais destinados a pessoas com erros congénitos do metabolismo estão sujeitos a uma comparticipação de 100%, que apenas é válida no caso de a prescrição ser realizada através do Instituto de Genética Médica Dr. Jacinto Magalhães (IGM) ou nos centros de tratamentos de hospitais definidos. (21)

Na FP, relativamente a este tipo de produtos, os mais procurados são reforços vitamínicos que visam a melhoria do desempenho físico e mental.

9.3. Produtos dietéticos infantis

O leite materno é, normalmente, o melhor alimento para o bebé e corresponde exatamente às suas necessidades. Este alimento está disponível rapidamente, encontra-se à temperatura correta, é perfeitamente higiénico e protege o bebé contra infeções e doenças. A WHO e a UNICEF (United Nations Children’s Fund) recomendam a amamentação exclusiva durante os primeiros seis meses, seguindo-se uma amamentação parcial, no mínimo, até ao segundo ano de vida. (22) A partir dos 6 meses de idade as crianças deverão iniciar alimentos complementares ao aleitamento, nomeadamente sopa e papas.

No entanto, existe um número limitado de condições de saúde da criança e da mãe que legitimam que não haja amamentação. Para estes casos estão disponíveis os leites para lactentes. Para além dos leites para lactentes, a FP dispõe também de leites de transição, que são indicados dos 4-6 meses até aos 12 meses, e ainda os leites de continuação, para serem usados entre 1 e 3 anos de idade.

Na presença de um lactente com risco atópico e/ou distúrbios intestinais ligeiros o farmacêutico dispõe de formulações especialmente criadas para o efeito, que poderá recomendar. Exemplos destes produtos são fórmulas sem lactose, anti regurgitação, hipoalergénicas e acidificadas biologicamente. O farmacêutico, para além do aconselhamento do produto dietético infantil mais adequado a cada situação, deve também informar sobre a correta preparação destas formulações.

9.4. Fitoterapia e suplementos nutricionais (nutracêuticos)

A fitoterapia estuda a utilização das plantas medicinais e seus derivados, com o objetivo tanto de prevenir, minimizar ou tratar determinadas doenças. (23)

O consumo de produtos de fitoterapia tem vindo aumentar, muito por causa do culto da saúde e da prática de estilos de vida saudáveis tão falados hoje em dia. No entanto, os utentes ainda se encontram pouco esclarecidos relativamente à circunstância de estes produtos não serem destituídos de efeitos adversos.

Atualmente é possível encontrar um grande número de afeções passíveis de serem resolvidas recorrendo a estes produtos, nomeadamente estados ansiosos ou depressivos, cansaço físico ou

psicológico, afeções ao nível do trato gastrointestinal e também infeções ou situações de comprometimento do sistema imunitário.

Os suplementos nutricionais poderão ser vitaminas, minerais, antioxidantes, estimulantes e ácidos gordos, com o intuito de complementar as necessidades diárias quando o aporte através da alimentação não está a ser suficiente. As formulações em que estes produtos se apresentam são diversas e vão desde comprimidos a chás. O farmacêutico deverá ter uma ação interventiva no que toca a estes produtos, no sentido de promover a sua utilização segura, questionando sobre o efeito pretendido e a medicação concomitante, uma vez que em alguns casos a sua utilização poderá resultar na redução do efeito terapêutico da restante medicação.

9.5. Medicamentos de uso veterinário

Medicamento de uso veterinário é toda a substância, ou associação de substâncias, apresentada como possuindo propriedades curativas ou preventivas de doenças animais e seus sintomas, ou que possa ser utilizada ou administrada no animal, com vista a estabelecer um diagnóstico médico-veterinário ou, exercendo uma ação farmacológica, imunológica ou metabólica, a restaurar, corrigir ou modificar funções fisiológicas. (24)

Embora a dispensa destes medicamentos possa, por vezes, requerer uma prescrição médico- veterinária, como no caso de antibióticos, na maioria das vezes é através de uma solicitação do utente.

A FP dispõe de alguns medicamentos de uso veterinário, entre os quais os antiparasitários quer externos quer internos, sendo que se tratam dos produtos mais procurados, bem como os anticoncecionais para gatas e cadelas. Na utilização destes produtos o farmacêutico deverá prestar todas as informações necessárias para um aconselhamento completo, tendo sempre presente a adequabilidade à espécie animal em questão, à sua idade e ao peso.

No meu estágio tive oportunidade pesquisar e de ficar a conhecer alguma informação relativa à desparasitação interna de suínos, devido a uma solicitação particular por parte de um utente.

9.6. Dispositivos médicos

Um dispositivo médico é qualquer instrumento, aparelho, equipamento, software, material ou artigo utilizado isoladamente ou combinado, cujo principal efeito pretendido no corpo humano não seja alcançado por meios farmacológicos, imunológicos ou metabólicos, embora a sua função possa ser apoiada por esses meios. (25)

Estes dispositivos podem ser usados para fins de:

 Diagnóstico, prevenção, controlo, tratamento ou atenuação de uma doença;

 Diagnóstico, controlo, tratamento, atenuação ou compensação de uma lesão ou deficiência

 Estudo, substituição ou alteração de anatomia ou de um processo fisiológico;  Controlo da conceção. (26)

A classificação destes pode ser feita mediante critérios como os riscos inerentes à utilização do dispositivo ou o quão invasivo é para o organismo, dividindo-se em: dispositivos médicos de classe I (dispositivos de baixo risco) como por exemplo meias de compressão, seringas sem agulha ou fraldas para incontinência; dispositivos médicos de classe IIa (dispositivos de baixo- médio risco) nos quais estão inseridas por exemplo as lancetas e agulhas de seringa; IIb (dispositivos de alto-médio risco) entre os quais os preservativos masculinos e canetas de insulina e por último os dispositivos médicos de classe III (dispositivos de alto risco) como por exemplo preservativos com espermicida ou pensos com medicamentos.

A classe de risco é determinada tendo em consideração os vários fatores como a duração do contacto com o corpo humano (temporário, curto prazo ou longo prazo), se é ou não invasivo, local anatómico afetado pela utilização e riscos potenciais decorrentes da conceção e do fabrico. (26)