• Nenhum resultado encontrado

Distribuição de medicamentos sujeitos a controlo especial 1 Medicamentos hemoderivados

Capítulo III Relatório de Estágio no Centro Hospitalar Cova da Beira, E.P.E –

3. Distribuição de medicamentos

3.5. Distribuição de medicamentos sujeitos a controlo especial 1 Medicamentos hemoderivados

A denominação “medicamento hemoderivado” refere-se a um medicamento derivado do plasma humano, e que por esse motivo acarreta uma elevada probabilidade de risco de contaminação e/ou transmissão de doenças infeciosas. (11) Os medicamentos hemoderivados são dispensados pelos SFH, com exceção do plasma fresco inativado congelado cuja distribuição está a cargo do serviço de Imuno-Hemoterapia. (6)

A requisição, distribuição e administração dos medicamentos hemoderivados envolve um registo em impresso próprio (Modelo n.º 1804, exclusivo da Imprensa Nacional – Casa da Moeda, S.A.) com formato A4 composto por duas vias, a “Via Farmácia” e a “Via Serviço”, sendo a primeira autocopiativa e onde se encontram descritas as instruções de preenchimento, circuito e respetivo arquivo. Assim sendo, a requisição é enviada aos SF com os quadros A (identificação do doente e do médico prescritor) e B (requisição e justificação clínica) devidamente preenchidos pelo serviço requisitante. (12) O farmacêutico, quando recebe a requisição, valida a prescrição e em caso de dúvida ou presença de alguma não conformidade contacta o médico prescritor. De seguida, no momento da dispensa propriamente dita, o farmacêutico preenche o quadro C (registo de distribuição).

O número de registo de distribuição é composto pelo número de requisições anuais até ao momento e pelo ano que está a decorrer. Para além da designação do hemoderivado, da

do número do Certificado de Autorização de Utilização de Lote (CAUL), concedido pelo INFARMED. Um lote de medicamentos hemoderivados terá que ter sempre a ele associado um CAUL, caso contrário não pode ser dispensado nos SF.

Cada unidade de medicação facultada é etiquetada pelos SF com identificação do serviço requisitante e do doente a quem se destina. O funcionário do serviço que recebe o medicamento data e rubrica o impresso da requisição.

A “Via Farmácia” fica arquivada nos SF e a “Via Serviço” é enviada juntamente com o medicamento hemoderivado, para o serviço responsável pela requisição. Ao farmacêutico cabe ainda realizar a imputação informática do medicamento por lote aos consumos do doente envolvido e ao episódio associado, anotando na “Via Farmácia” o número de registo dessa imputação.

Aquando da administração do medicamento hemoderivado, o enfermeiro responsável por esta ação preenche o quadro D na “Via Serviço”, e esta é arquivada no processo clínico do doente. Na eventualidade de não se realizar a administração do medicamento hemoderivado é obrigatória a sua devolução aos SF, no prazo de 24 horas. A devolução será anotada na “Via Serviço” pelo enfermeiro, bem como na “Via Farmácia”, por parte do farmacêutico, depois de realizado o respetivo registo informático. (6)

Um indicador de qualidade afeto ao setor de ambulatório diz respeito ao encerramento de 10 circuitos de hemoderivados aleatórios nos serviços clínicos. O encerramento do circuito dos hemoderivados é processado pelo farmacêutico, que efetuando uma deslocação ao respetivo serviço irá conferir se o preenchimento do quadro D da “Via Serviço” está completo, ou se em caso de devolução esta foi corretamente elaborada.

No decorrer da minha passagem pelo setor de ambulatório foi-me concedida a oportunidade de colaborar na verificação e validação da prescrição, na dispensa de medicamentos hemoderivados (albumina humana, proteínas coagulantes, imunoglobulina humana e antitripsina alfa-1), inclusive no preenchimento do quadro C do impresso de requisição, na imputação do consumo e na conferência de todo o processo.

3.5.2. Medicamentos estupefacientes e psicotrópicos

Os MEP, cuja aquisição e comercialização se encontra regulamentada na legislação nacional, estão sujeitos a um circuito especial de distribuição com o principal objetivo de barrar o tráfico ilícito para fins não terapêuticos. As substâncias abrangidas são as listadas nas tabelas do anexo do Decreto-Lei n.º 15/93 de 22 de janeiro, com exceção das benzodiazepinas. (13)

Apesar de a maior parte dos serviços clínicos do CHCB terem um stock de MEP, os SF são os grandes responsáveis pelo armazenamento e distribuição destes medicamentos no hospital. O

stock em cada serviço clínico é definido, entre os SF e o respetivo serviço, de acordo com as

metálico de dupla fechadura no armazém central (armazém 10) e um outro na sala do setor de ambulatório (armazém 20). Relativamente aos serviços, para armazenamento do stock pré- definido, podem possuir armários metálicos de dupla fechadura ou alternativamente o armazenamento pode ser feito em sistemas semiautomáticos, PyxisTM.

O registo de movimentos de MEP nos serviços clínicos é efetuado no livro de requisições, de venda exclusiva da Imprensa Nacional da Casa da Moeda e aprovado pelo INFARMED, cujas folhas de requisição (Anexo X, modelo n.º 1509) são de formato A5 e autocopiativas. A cedência de MEP é realizada, exclusivamente, mediante a apresentação do Anexo X corretamente preenchido pelos enfermeiros e assinado pelo Diretor do serviço requisitante, ou pelo seu legal substituto. Cada folha de requisição apenas pode conter uma única substância ativa, numa única dosagem e forma farmacêutica. O enfermeiro preenche a identificação dos doentes e respetivos números de processo clínicos, a quantidade pedida, a data de administração e a assinatura de quem administrou. No ato do fornecimento para reposição dos MEP, o farmacêutico, após validar os registos efetuados, assina e data a requisição, bem como quem recebe os MEP. (13)

O documento original é destacado do livro de requisições e permanece nos SF, o duplicado acompanha os medicamentos para os serviços clínicos. O farmacêutico efetua a imputação informática aos consumos de cada serviço e regista os respetivos lotes cedidos, permitindo a qualquer momento rastrear os lotes existentes nos vários serviços. No documento é sempre anotado o número correspondente a cada imputação. Este número, no dia seguinte, permite ao farmacêutico conferir as reposições realizadas no dia anterior, as quais são depois reencaminhadas ao secretariado responsável por recolher a assinatura da diretora dos SF, ou seu legal substituto e, trimestralmente enviará uma relação dos MEP utilizados em tratamentos médicos e os seus movimentos. (6)

Semanalmente são realizadas as contagens de stock dos MEP, tanto no armazém 10 como no armazém 20, e comparadas com as existências mencionadas informaticamente. Quando é detetada uma não conformidade é feita uma nova contagem do medicamento em causa, e no caso de a não conformidade persistir é feita um estudo detalhado de todos os fornecimentos, devoluções e transferências e dos respetivos registos. (6)

Mensalmente são contabilizados, por um farmacêutico afeto ao setor de ambulatório, os MEP em stock nos serviços clínicos e verificados os respetivos prazos de validade. Os medicamentos que tenham validade mais curta poderão ser transferidos para um outro serviço, cujo consumo seja mais pronunciado, sendo feita a substituição por outros com validade mais alargada e/ou um ajuste de stock. Entre os indicadores de qualidade referentes ao setor de ambulatório incluem-se a monitorização do número de não conformidades na contagem de estupefacientes e a monitorização do controlo mensal destes medicamentos nos serviços clínicos.

No decorrer do meu estágio, no setor de ambulatório, foi-me concedida a ocasião de cooperar na conferência das requisições, na cedência e na imputação informática dos MEP. Realizei também semanalmente as contagens de stock de MEP nos armazéns 10 e 20.