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ESTRUTURA / ADMINISTRAÇÃO Escassa diversificação de

3.5 Administração/Gerenciamento

A condução de um sistema de educação a distância, exige uma metodologia organizacional que permita o desenvolvimento de uma aprendizagem participativa, envolvendo os mais diversos elementos no processo educacional.

Segundo Moore e Kearsley (1996), os administradores são responsáveis pela melhoria do processo de acesso daqueles que encontram dificuldades. Devem manter cadastro atualizado do desempenho discente, processos de avaliação e pleno controle do sistema. Como a educação a distância utiliza sistematicamente tecnologias caras, as verbas para implantação dos cursos não são desprezíveis. O equilíbrio e eficácia administrativa são fundamentais para aplicação correta de recursos humanos e financeiros no desenvolvimento do mesmo. Corpo docente qualificado e equipe administrativa competente são fundamentais num programa de educação a distância. O gerenciamento deve também participar do processo político, promovendo os arranjos necessários e

47 realizando uma conscientização da necessidade e atualidade do educação a distância, para a obtenção das verbas requeridas e atuando como agente nas mudanças culturais para aceitação dessa modalidade de educação.

3.5.1 Interdependência dos elementos dentro de um sistema de educação a distância

Segundo Moore (1996), os elementos, conteúdo ou conhecimento, elaboração dos materiais, tecnologias, interação, ambiente de aprendizagem, gerência e administração, são fundamentais num processo de educação a distância, existindo uma grande interdependência entre todos esses elementos, como por exemplo: a natureza da elaboração, a tecnologia de comunicação, e a interação dependem da fonte de conhecimento, das necessidades do estudante e do ambiente de aprendizagem de um curso. A seleção de uma tecnologia de distribuição em particular ou a combinação de tecnologias deve ser determinada pelo conteúdo a ser ministrado, e o local de estudo, onde ocorrerá a recepção. A elaboração da mídia instrucional depende do conteúdo, da tecnologia de distribuição, do tipo de interação desejada e do ambiente de aprendizagem. Todos esses aspectos serão influenciados pela política e pela gerência. Ainda mais, as mudanças no comportamento de um sistema de educação a distância tem efeitos imediatos nos demais componentes do processo.

Segundo os autores, na maioria das instituições atuais, a elaboração e gerencia cuidadosas, que deveriam caracterizar um abordagem sistêmica total, é precária. Na maioria delas, uma parte do sistema é favorecido, e normalmente só uma parcela do todo. É muito comum que apenas um dos tipos de tecnologia de comunicação receba o suporte financeiro e a devida atenção em detrimento de outras setores e de outras tecnologias disponíveis. Mesmo os maiores especialistas irão falhar se outros elementos do sistema forem negligenciados, portanto deve-se ressaltar como ponto fundamental que um sistema de educação a distância deve ter planejamento, produção e distribuição integrados como um sistema total, atribuindo-se uma atenção similar a todos os componentes do sistema.

3.6 Planejamento

A clientela é o elemento básico de todo o processo de planejamento. Um diagnóstico adequado para determinar o nível de escolaridade, quando não estiver devidamente claro, as necessidades, cultura, características, interesses, disponibilidade de tempo, motivações, nível de conhecimento em relação a tecnologia a ser utilizada, são essenciais para se executar as etapas posteriores de modelagem do sistema.

Uma clientela característica é o público adulto que já possui suas próprias competências, experiências, hábitos, atitudes e expectativas. Esses fatores devem ser considerados no processo de planejamento.

É preciso fazer um estudo minucioso sobre as necessidades, não só da clientela, mas também da instituição de educação a distância quanto às estrutura necessárias para a produção, distribuição e gerenciamento de programas a distância.

Os objetivos, devem estar sintonizados com as necessidades e expectativas da própria clientela alvo, e devem estar inseridos no materiais instrucionais e no suporte pedagógico e administrativo disponibilizado aos alunos. Na definição dos objetivos, deve-se responder:

• por que e para que utilizar a educação a distância? • quais os objetivos a serem alcançados?

• quais os conhecimentos, habilidades e capacidades se desejam dos alunos para que o processo ensino-aprendizagem ocorra satisfatoriamente? (texto adaptado do SENAI/1998 - CD-ROM)

Com relação à abrangência do programa ou curso, em princípio a educação a distância não tem limitações geográficas. Podem participar pessoas de qualquer região dispersa geograficamente, oferecendo-se uma possibilidade educacional real para todos os níveis de educação e para as mais variadas clientelas, abrindo possibilidades educacionais e de treinamento profissional a cidadãos que pelos mais diversos motivos não puderam desenvolver ou continuar seus estudos.

Segundo Saraiva (1995), o planejamento pressupõe o conhecimento dos objetivos do programa de educação a distância, da proposta pedagógica, dos meios que serão utilizados, do público alvo. No planejamento devem ficar definidas todas as demais etapas da função utilização.

Segundo Visser (1998), o planejamento é fruto da interação entre os interlocutores — cliente/usuário, estudantes e toda a equipe de produção do projeto. O diferencial será cada vez maior no aprendizado “ auto-direcionado e auto-motivado” , feito pela e para a própria pessoa. O planejamento tem papel preponderante num sistema de educação a distância.

O planejamento, importante para a concepção de todo o processo, em princípio é direcionado para a análise das necessidades:

• gerais - identificar o problema, o contexto no qual o sujeito da educação está inserido, a sua relação com o conhecimento científico, por meio de metodologia adequada;

• individuais de aprendizado - identificação de áreas de dificuldades e das técnicas de ensino que melhor correspondam a cada grupo;

• organização - definição de estruturas, tarefas, ambiente, tecnologia e pessoas.

Com relação à variável tecnológica, Bates (1997) recomenda que cada instituição analise os respectivos custos das opções potenciais adequadas ao público que alcança, para determinação do custo por aprendiz. Outro fator a ser considerado diz respeito à adequação da opção tecnológica, compatível à

49 renda, e ao poder de compra do público alvo. Destaca ainda que a tecnologia escolhida necessita garantir flexibilidade e acessibilidade ao usuário, reforçando a dimensão diferencial da EAD frente ao ensino tradicional.