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O adoecimento e o afastamento do trabalho têm sido foco de diversos estudos na atualidade, por se configurar como problema crucial tanto para as organizações privadas como para as públicas e, respectivamente, para os seus gestores, que percebem a repercussão entre os trabalhadores e o reflexo na qualidade do serviço prestado a sociedade. Suas causas podem advir de múltiplos fatores, que incluem aspectos biológicos, ambientais, sociais, familiares e funcionais (SOUZA, 2007).

O absenteísmo-doença é um fenômeno que tem várias causas e, no contexto da crise na produção capitalista no século XXI, o clima desafiador e estressante decorrente da flexibilização e precarização das relações de trabalho, a implementação das novas tecnologias, o enfraquecimento dos sindicatos, o desmonte dos direitos trabalhistas e o temor do desemprego vem deixando os trabalhadores mais vulneráveis e suscetíveis ao adoecimento psíquico (PIRES, 2008; MARQUES, 2016).

O capitalismo é um sistema parasitário. Como todos os Parasitas, pode prosperar durante certo período, desde que encontre um organismo ainda não explorado que lhe forneça alimento. Mas não pode fazer isso sem prejudicar o hospedeiro, destruindo assim, cedo ou tarde, as condições de sua prosperidade ou mesmo de sua sobrevivência (BAUMAN, 2010, p. 8-9).

Segundo Araújo (2012), o registro dos afastamento e ausências do trabalho por razões de saúde teve atenção especial na OIT, durante a Convenção nº. 161, de 07 de junho de 1985 em Genebra, a fim de poder identificar qualquer relação entre as causas de doença que podem apresentar-se no ambiente de trabalho. O Brasil passou a adotar a pratica a partir de 1991, com o maior desenvolvimento dos sistemas de informações no país. A seguir, uma breve discussão sobre esse fenômeno.

O afastamento do trabalho também é denominado absenteísmo, termo que tem origem na palavra francesa absenteísme, que significa uma pessoa que falta ao trabalho ou ainda se ausenta do serviço por inúmeros motivos, sejam eles propositais ou por circunstâncias alheias à vontade do trabalhador, podendo estar relacionado a todos os tipos de ausência do

funcionário na empresa, como férias e licenças legais, entre outros (GEHRING JUNIOR et al., 2007; ARAÚJO, 2012).

Para Quick e Lapertosa (1982) o termo absenteísmo é antigo e origina-se do campo, sendo primeiramente aplicado aos proprietários rurais que abandonavam suas terras para viverem na cidade. Posteriormente, no período industrial, já no Século XIX, o termo passou a definir os trabalhadores que faltavam ao serviço.

A saúde do trabalhador é comprometida por ser negligenciada. Importantes fatores do ambiente laboral, como a organização do trabalho (cujo impacto é observado no aparelho psíquico) e as más condições de trabalho (que colocam o corpo em risco de acidente, doenças profissionais, aumento do índice de morbidade, diminuição do período de vida, entre outros), em muito colaboram com tal comprometimento. Nas condições de trabalho o corpo é atingido, na organização do trabalho, o alvo é o funcionamento da mente (DEJOURS, 2003).

No serviço público federal o servidor13 tem o direito de se afastar do trabalho sem prejuízo da remuneração através da concessão de quatro tipos de licenças médicas preconizadas pela Lei 8.112, de 11 de dezembro de 1990, a licença por motivo de doença em família (art. 83), a Licença para tratamento da própria saúde (arts. 202, 203, 204), a Licença gestante (art. 207) e a Licença por acidente em serviço (arts. 211 e 212) (BRASIL, 1990b).

A Licença para tratamento da Própria Saúde é o direito de o servidor ausentar-se, sem prejuízo da remuneração a que fizer jus, dentro dos prazos previstos, conforme a legislação vigente, sendo concedida a pedido ou de ofício14. O servidor deve apresentar a LMPS ao serviço de Perícia Oficial para avaliação e concessão do seu direito de afastar-se do trabalho, através da emissão do laudo médico pericial15 (BRASIL, 2017).

Os transtornos mentais e comportamentais (TMC) assumem o primeiro lugar como causa de afastamento do trabalho em todo o mundo. Os TMC do tipo leve causam perdas anuais de quatro dias de trabalho e os graves cerca de 200 dias (com o agravante de que, entre os acometidos, há uma demora maior em serem reinseridos no mercado de trabalho do que

13Pessoa legalmente investida em cargo público, seja efetivo ou comissionado, nos termos da Lei nº 8.112, de 11

de dezembro de 1990b.

14A perícia de ofício é aquela onde o afastamento é concedido sem a anuência do servidor, mas não sem que ele seja visto e avaliado, e seu quadro médico/odontológico de incapacidade muito bem documentado. Se ele não reconhece a incapacidade e não concorda com o afastamento cabe a licença por ofício. À equipe multiprofissional cabe o acompanhamento do servidor e orientação à família (BRASIL, 2017).

15A perícia oficial em saúde do servidor público federal é concluída por meio da emissão do laudo pericial. Os modelos dos laudos variam conforme o tipo de perícia e estarão adequados à necessidade do pleito, tanto sob o aspecto técnico quanto legal. Os laudos podem ser médico ou odontológico e contemplam os seguintes tipos com seus respectivos quesitos: Licença para tratamento de saúde do servidor; Licença para tratamento de saúde do trabalhador; Licença por motivo de doença em pessoa da família; Licença por motivo de acidente em serviço ou doença profissional e a Licença por motivo de acidente de trabalho (BRASIL, 2017).

quando se trata de outras patologias), promovendo, ambos, baixa produtividade laboral, potencialização de acidentes e aposentadorias por invalidez. Os transtornos depressivos e ansiosos são os principais transtornos que causam absenteísmo-doença (RAZZOUK, et al., 2015; CRUZ, 2011).

2.4 O SISTEMA DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS)

A informação16 em saúde é um instrumento essencial para a tomada de decisões17, representando a base para a gestão dos serviços, uma vez que orienta a implantação, acompanhamento e avaliação dos modelos de atenção à saúde e as ações de prevenção e controle de doenças. É considerada também como a ferramenta imprescindível à Vigilância Epidemiológica (VE)18, como fator desencadeador do processo “informação-decisão-ação” (BRASIL, 2009b).

O principal instrumento de coleta dos dados epidemiológicos são os Sistemas de Informações, que representam:

Conjunto de estruturas administrativas e unidades de produção, perfeitamente articuladas, com vistas à obtenção de dados, mediante o seu registro, coleta, processamento, análise, transformação dos dados em informação e a sua oportuna divulgação (BRASIL, 2009b, p. 63).

O Sistema de Informação (SI) deve, portanto, disponibilizar o suporte necessário para que o planejamento, as decisões e as ações dos gestores em um determinado nível decisório (municipal, estadual e federal), não sejam baseados em dados subjetivos, em conhecimentos ultrapassados ou em conjecturas, mas sim, em dados atuais para atender as necessidades pontuais em conformidade com a conjuntura social, como redutor de incertezas.

O SI é parte dos Sistemas Informação em Saúde (SIS), e, como tal, integra suas estruturas organizacionais e contribui para sua missão. Sendo constituído por vários subsistemas, e tem como propósito geral, facilitar a tomada de decisões. O SIS pode ser assim definido:

16 Considera-se que há uma distinção entre os termos Dado e Informação. Dado “o número bruto que ainda não sofreu qualquer espécie de tratamento estatístico, a matéria – prima da informação”. E informação: “uma descrição de uma situação real, associada a um referencial explicativo sistemático” (BRASIL, 2009b).

17 A qualidade da informação depende, sobretudo, da adequada coleta de dados gerados no local onde ocorre o

evento sanitário (dado coletado). É também nesse nível que os dados devem primariamente ser tratados e estruturados, para se constituírem em um poderoso instrumento – a INFORMAÇÃO – capaz de subsidiar um processo dinâmico de planejamento, avaliação, manutenção e aprimoramento das ações (BRASIL, 2009b).

18 Conjunto de ações que proporciona o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos

fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos (BRASIL, 2009b).

Instrumentos padronizados de monitoramento e coleta de dados, que tem como objetivo o fornecimento de informações para análise e melhor compreensão de importantes problemas de saúde da população, subsidiando a tomada de decisões nos níveis municipal, estadual e federal (BRASIL, 2009b, p. 63).

Na concepção do Sistema Único de Saúde (SUS), o objetivo básico dos SIS é possibilitar a análise da situação de saúde no nível local, tomando como referencial microrregiões homogêneas e considerando, necessariamente, as condições de vida da população na determinação do processo saúde-doença. Se mal usado pode ser sistema de controle.

As informações devem dispor de oportunidade, atualidade, disponibilidade e cobertura e estas são características que determinam a qualidade da informação e são fundamentais para que todo Sistema de Vigilância Epidemiológica (SVE) apresente um bom desempenho. Assim:

[...] o nível local tem, então, a responsabilidade, não apenas com a alimentação dos sistemas de informações em saúde, mas também com a sua organização e gestão. Desse modo, outro aspecto de particular importância é a concepção do sistema de informação, que deve ser hierarquizado, no qual o fluxo ascendente de variáveis ocorra de modo inversamente proporcional à agregação geográfica, ou seja, no nível local deve se dispor de maior número

de variáveis, para as análises epidemiológicas. (BRASIL, 2009b, p. 64)

Grifo nosso.

Na atualidade, com a modernização e a utilização da Tecnologia da Informação (TI), que se desenvolveu com a revolução da informática, os recursos do processamento eletrônico estão sendo amplamente utilizados pelos SIS, aumentando a sua eficiência (alimentação e retroalimentação do sistema)19, na medida em que possibilitam a obtenção e o processamento de um volume de dados cada vez maior, além de permitirem a articulação entre diferentes subsistemas. No país, no âmbito do Ministério da Saúde cinco SIS se destacam, são eles: o Sistema de Informação dos Agravos de Notificação (SINAN)20, Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), Sistema de Informação Sobre os Nascidos Vivos (SINASC), Sistema de

19 Um dos pilares do funcionamento do sistema de vigilância, em qualquer de seus níveis, é o compromisso de

responder aos informantes, de forma adequada e oportuna. Fundamentalmente, essa resposta – ou retroalimentação – consiste no retorno regular de informações às fontes produtoras, demonstrando a sua contribuição no processo (BRASIL, 2009b, p. 25).

20O SINAN deve ser alimentado por todas as unidade de saúde. No que se refere a investigação das doenças relacionadas ao trabalho, estas se configuram como uma demanda para todos os níveis. Incluído como uma demanda da Perícia Oficial de Saúde, conforme orientação do Manual da Perícia Oficial de Saúde (BRASIL, 2017).

Informações Hospitalares (SIH/SUS) e o Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SAI/SUS) (BRASIL, 2009b).

No Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, assim como os demais órgãos governamentais são utilizados diversos recursos da Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), dentre outros sistemas, citamos: Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (SIAFI); Sistema de Administração de Pessoas (SIAPE), em seguida, a versão do Siape para a internet (SIAPE net), que contempla o módulo saúde, denominado Sistema de Informação em Saúde e segurança do Servidor público federal (SIAPE SAÚDE) destacando-se como objeto de análise desta pesquisa, e o recém implantado Sistema Integrado de Gestão de Pessoas (SIGEPE), em substituição do SIAPE (BRASIL, 2010a).

O SIAPE SAÚDE é o sistema informatizado da administração pública federal (APF), gerido pela Secretaria de Recursos Humanos do Ministério de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, que consolida informações sobre a saúde dos servidores da administração pública, de forma descentralizada e estruturada por meio de módulos, (BRASIL, 2010a, p. 4).

O Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor Público Federal (SIASS), instituído pelo Decreto nº 6.833, de 29 de abril de 2009, tem por escopo coordenar e integrar as ações e os programas nas área de promoção e vigilância à saúde, prevenção de doenças, perícia oficial e o acompanhamento da saúde dos servidores públicos federais.

Para atender a finalidade do SIASS foi desenvolvido parceria do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão com o Serviço Federal de Processamento de Dados – SERPRO, criando o SIAPE SAÚDE, como um instrumento de gestão de pessoas e controle das ações da saúde e segurança no trabalho, com dados epidemiológicos coletados na forma de prontuário eletrônico de saúde21, para nortear os eixos do Subsistema: assistência à saúde, perícia oficial e promoção e vigilância à saúde (BRASIL, 2010a).

O SIAPE SAÚDE é obrigatório nas Unidades SIASS e integra informações sobre a saúde do servidor público do Poder Executivo Federal, incluindo os aspectos relativos a seis módulos: 1 – Perícia em saúde; 2 – Exames médicos periódicos; 3 – Promoção à saúde; 4 – Vigilância dos ambientes e processos de trabalho; 5 – Concessões de adicionais ocupacionais e 6 – Exames para investidura em cargo público (BRASIL, 2010b).

21 O prontuário médico trata-se de um documento de caráter legal e sigiloso que permite, conforme níveis diferenciados de acesso, a comunicação entre membros da equipe multiprofissional de atenção à saúde do servidor e segurança no trabalho e a continuidade do monitoramento e da atenção prestados aos servidor público federal (BRASIL, 2017).

O SIAPE SAÚDE tem por objetivo prover subsídios para a APF atuar na prevenção e no cuidado do bem estar físico e psicológico dos servidor no local de trabalho, formando um banco de dados que contenha o seu histórico ocupacional de saúde, e que possa gerar, consequentemente informações gerenciais atuais para o planejamento e tomada de decisões, com vistas a melhoria das condições de trabalho e a redução dos afastamentos e aposentadorias precoces no serviço público federal, “a implantação do Sistema é, portanto, a tradução de uma política nacional de atenção à saúde do servidor, que sem dúvida, contribui para a melhoria dos serviços prestados à população” (PÉREZ, 2011. p. 7).

No prontuário, as causas do afastamento estão registradas em conformidade com a Classificação Internacional de Doenças e Problema Relacionados com a Saúde, na sua décima revisão (designada pela sigla CID/10) e a avaliação da capacidade laboral do trabalhador, de acordo com a Classificação Internacional de Funcionalidade (CIF). Estas duas ferramentas22 criadas pela OMS auxiliam na avaliação da situação mórbida do servidor e sua relação como o contexto de trabalho (LEITE, 2011; MACHADO, 2012).

A busca e necessidade de se estabelecer o nexo causal entre saúde e trabalho vem da antiguidade. Hipócrates, considerado “o pai da medicina”, viu que, entre as interpelações relativas às enfermidades, deve-se acrescentar ao estudo a pergunta “que arte exerce?”, conduta também seguida por Bernardino Ramazzini conhecido como “o pai da medicina no trabalho” (RIBEIRO, 1999).

As avaliações realizadas pela equipe multiprofissional da perícia oficial em saúde devem se voltar para a compreensão do processo saúde, doença e trabalho, buscando romper com o pensamento cartesiano de compreender a saúde a partir do binômio mente e corpo, ampliando seu campo de abordagem, de modo a incluir a saúde psíquica.

Os dados da anamnese social e do prontuário médico são ferramentas que, usadas de forma adequadas, possibilitam identificar as reais necessidades do servidor, mesmo quando a queixa inicial da procura pelo serviço não traz o que realmente está influenciando a situação, “desta forma, é possível fazer uma interferência preventivamente, no âmbito pessoal” (PASTÓRIO, 2011. p. 4).

Sendo desenvolvido para acesso via internet, permitindo diferentes níveis de ingresso, de acordo com os perfis envolvidos em cada submódulo para coleta, a sistematização e a

22É importante também reconhecer a sobreposição entre a CID-10 e a CIF. As duas classificações começam com

os sistemas do corpo. Deficiências referem-se às estruturas e funções do corpo que são, em geral, parte do “processo de doença” e portanto, também utilizadas na CID-10. Não obstante, a CID-10 utiliza as deficiências (tais como, sinais e sintomas) como partes de um conjunto que forma um a “doença” ou, algumas vezes, como os motivos de contato com serviços de saúde, enquanto que o sistema da CIF utiliza as deficiências como problemas das funções e estruturas do corpo associados aos estados de saúde (OMS, 2004).

análise de informações do sistema constituem a base para a verificação do perfil epidemiológico dos servidores, bem como, da análise do impacto negativo das doenças ocupacionais e dos acidentes de trabalho (BRASIL, 2017).

Para Silva (2014), o sistema permite apresentar as informações de maneira integral, a partir do atendimento, mas desconhece a realidade do ambiente de trabalho no que se refere ao bem estar do funcionário. As informações são importantes para avaliação do ambiente e do processo de trabalho, possibilitando um acompanhamento do servidor afastado e suporte ao tratamento.

Por se tratar de um estudo sobre o afastamento do trabalho, será abordado com mais detalhes o modulo da Perícia Oficial em Saúde, que propõe um modelo novo de perícia para os servidores públicos federais, embasado em parecer de uma equipe multidisciplinar, ao invés de uma avaliação focada exclusivamente na análise efetuada pelo médico.

O módulo da Perícia Oficial em Saúde integra, como funcionalidades, o Cadastro das Unidades de Saúde, Cadastro dos Gestores da Unidade, Cadastro de Peritos, a alimentação das tabelas do sistema, o registro dos prontuários dos servidores (com anamnese, exames, CID e diagnóstico), o controle de agenda do perito, a realização das perícias singulares e juntas, a emissão de laudos oficiais (médico e odontológico), a junta médica, a Comunicação de Acidente de Trabalho e a solicitação de pareceres à equipe multiprofissional (BRASIL, 2010a).

A Perícia Oficial em Saúde é o ato administrativo que consiste na avaliação médica de questões relacionadas à saúde e a capacidade laboral23, realizada na presença do servidor por médico ou odontólogo formalmente designado. De acordo com o Decreto nº 7.003, de 09 de novembro de 2009, a perícia oficial em saúde compreende duas modalidades: Junta Oficial em Saúde e a Perícia Singular em Saúde24.

Os dados da Perícia Oficial em Saúde coletados no SIAPE SAÚDE representam uma importante ferramenta na produção das informações epidemiológicas sobre o absenteísmo- doenças, servindo para identificar o perfil de saúde do servidor e as doenças prevalentes nesta população, tanto aquelas de origem ocupacional como aquelas sem relação como o trabalho.

23É o estado físico e mental que define se o servidor está em condições para exercer as atividades inerentes ao cargo. Ter capacidade laborativa significa que o examinado reúne as condições orfopsico-fisiológicas compatíveis com o desempenho dessas atividades. Importante ressaltar que a capacidade laborativa não implica obrigatoriamente na ausência de doença ou lesão. Na avaliação da capacidade laborativa do examinado deve ser considerada a repercussão da sua doença ou lesão no desempenho das atividades laborais.

24 Junta Oficial em Saúde (perícia oficial em saúde realizada por grupo de três médicos ou de três cirurgiões- dentistas); 2) Perícia Oficial Singular em Saúde (perícia oficial em saúde realizada por apenas um médico ou um cirurgião-dentista (BRASIL, 2017).

O Sistema de Informação da Saúde e Segurança dos Servidores Públicos Federais SIAPE SAÚDE, se propõe a coletar dados sobre a saúde e segurança dos servidores federais, balizando as ações de prevenção e promoção à saúde, permitindo o delineamento e conhecimento do perfil de morbidade como base para realização das pesquisas na área da saúde dos servidores (LEITE, 2011).

Os perfis25 de acesso ao sistema compreendem o gestor do sistema, o gestor da unidade, o técnico administrativo da unidade, os peritos (médico e cirurgião-dentista) e a equipe multiprofissional. Os acessos ao SIAPE SAÚDE e aos relatórios gerenciais26 são realizados somente por usuários previamente cadastrados na senha-rede27 e pelo gestor central do sistema, como é o caso da Unidade SIASS-UFRN (BRASIL, 2010. p. 9).

O SIAPEnet foi implantado como sítio oficial das informações do SIAPE, disponibilizado pelo Ministério do Planejamento através do endereço www.siapenet.gov.br, conforme figura 2.

Figura 2 – Acesso ao SIAPEnet módulo saúde

Fonte: Manual do SIASS (BRASIL, 2010).

25Conjunto de “transações /funcionalidades” disponibilizadas ao operador do sistema para realização de suas

atividades (BRASIL, 2014).

26Os relatórios gerenciais no portal SIAPENet- Módulo Saúde, contemplam as consultas: Afastamento por

Cargo; Afastamento por CID; Afastamento por local de trabalho; CATs emitidas por emissor; Consulta afastamentos; Consulta concessão de afastamento administrativo; Pareceres por formação; Pareceres por membro do quadro multiprofissional; Perícias concluídas por faixa etária; Perícias concluídas por resultado; Perícias concluídas por Tempo de afastamento; Perícias concluídas por tipo de perícia; Perícias por perito e situação; Perícias por unidade SIASS e situação; Registro de Atestado por CID; Registro de atestado por faixa etária; Registro de Atestado por tempo de afastamento; Registro de atestado por Unidade SIASS e Servidores Afastados por Faixa etária (SIAPE SAÚDE, 2017).

27Senha-rede: Sistema de rede do SERPRO é o responsável pelo acesso dos diversos sistemas do Governo