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Afastamentos

A Lei 8.112/1990 permite ao servidor obter os seguintes afastamentos:

Afastamento para servir a outro órgão ou entidade (art. 93)

O servidor poderá ser cedido para ter exercício em outro órgão ou entidade dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios para, dentre outros casos previstos em leis específicas, exercer cargo em comissão ou função de confiança.

Nessas hipóteses, o ônus da remuneração será do órgão ou entidade cessionária (que recebeu o servidor).

Afastamento para exercício de mandato eletivo (art. 94)

Caso o servidor seja investido em mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado do cargo.

Se for investido no mandato de prefeito, será afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração; investido no mandato de vereador, havendo compatibilidade de horário, perceberá as vantagens de seu cargo, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo; não havendo compatibilidade de horário, será afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração.

Afastamento para estudo ou missão no exterior (arts. 95 a 96)

O servidor tem direito a se afastar do cargo para estudo ou missão no exterior, por período que não poderá exceder a 4 anos.

Esse afastamento pressupõe autorização do Presidente da República, do Presidente dos órgãos do Poder Legislativo e do Presidente do Supremo Tribunal Federal, dependendo do Poder a qual o cargo do servidor está vinculado.

Afastamento para participação em programa de pós-graduação stricto sensu no país (art. 96-A)

O servidor poderá, no interesse da Administração, afastar-se do exercício do cargo efetivo para participar de programa de pós-graduação stricto sensu em instituição de ensino superior no País, desde que a sua participação não possa ocorrer simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante compensação de horário.

O afastamento se dará sem prejuízo da remuneração.

Os servidores beneficiados pelo referido afastamento terão que permanecer no exercício de suas funções após o seu retorno por um período igual ao do afastamento concedido, sob pena de ter que ressarcir os gastos com seu aperfeiçoamento.

Concessões

Além das licenças e dos afastamentos acima indicados, a Lei 8.112/1900 assegura ao servidor determinadas concessões, quais sejam:

Ü Direito de se ausentar do serviço, sem qualquer prejuízo (art. 97):

§ por um dia, para doação de sangue;

§ pelo período comprovadamente necessário para alistamento ou recadastramento eleitoral, limitado, em qualquer caso, a dois dias;

§ por oito dias consecutivos em razão de casamento ou falecimento do cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou padrasto, filhos, enteados, menor sob guarda ou tutela e irmãos.

Ü Direito a horário especial, concedido ao servidor (art. 98):

§ estudante, quando comprovada a incompatibilidade entre o horário escolar e o da repartição, sendo exigida a compensação de horário;

§ portador de deficiência, quando comprovada a necessidade por junta médica oficial, independentemente de compensação de horário;

§ que tenha cônjuge, filho ou dependente com deficiência, não sendo exigida compensação de horário;

§ que atue como instrutor ou participe de banca examinadora, sendo exigida a compensação de horário que, neste caso, deve ser efetivada no prazo de até um ano

Ü Direito ao servidor estudante que mudar de sede no interesse da administração, de matricular-se, na localidade da nova residência ou na mais próxima, em instituição de ensino congênere, em qualquer época, independentemente de vaga, direito extensivo ao cônjuge ou companheiro, aos filhos, ou enteados do servidor que vivam na sua companhia, bem como aos menores sob sua guarda, com autorização judicial (art. 99)38.

38 Segundo o STF, a expressão “instituição de ensino congênere” pressupõe a observância da natureza jurídica do estabelecimento educacional de origem, ou seja, o direito a matrícula só é garantido de instituição privada para privada, e de pública para pública. Assim, o servidor que estudava em instituição privada na localidade de origem somente tem direito a se matricular em outra entidade privada no local de destino (ADI 3.324/DF).

Questões para fixar

12) Servidores públicos transferidos de ofício e que estejam matriculados em instituição de ensino superior têm direito a matrícula em instituição de ensino superior do local de destino, desde que observado o requisito da congeneridade em relação à instituição de origem. Entretanto, conforme entendimento dominante do STJ, se não houver curso correspondente em estabelecimento congênere no local da nova residência ou em suas imediações, ao servidor não será assegurado o direito à matrícula em instituição não congênere.

Comentário:

O item está errado. Em regra, os servidores públicos transferidos de ofício têm direito a matrícula em instituição de ensino superior do local de destino, observado, todavia, o requisito da congeneridade em relação à instituição de origem – de privada para privada, de pública para pública. Entretanto, segundo a jurisprudência do STJ, na hipótese de não haver curso correspondente em estabelecimento congênere, deve ser assegurada a matrícula em instituição não congênere (ver AgRg no REsp 1.335.562/RS)

Gabarito: Errado 13) O gozo de férias do servidor pode ser interrompido, entre outros motivos, por convocação de júri, serviço eleitoral ou por necessidade do serviço declarada pela autoridade máxima do órgão ou entidade em que o servidor desempenhe suas funções.

Comentário:

O quesito está correto, nos termos do art. 80 da Lei 8.112/1990:

Art. 80. As férias somente poderão ser interrompidas por motivo de calamidade pública, comoção interna, convocação para júri, serviço militar ou eleitoral, ou por necessidade do serviço declarada pela autoridade máxima do órgão ou entidade.

Gabarito: Certo 14) Ao servidor é facultado abater de suas férias as faltas injustificadas, de modo a preservar a remuneração referente aos dias em que deixar de comparecer ao serviço.

Comentário: O item está errado. A Lei 8.112/1990 proíbe que seja levado à conta de férias qualquer falta ao serviço (art. 77, §3º). Isso implica dizer que, caso um servidor venha a faltar ao serviço, a ausência não poderá ser “descontada” nas férias.

Gabarito: Errado 15) O afastamento de servidor em razão de licença para exercício de atividade política não é contabilizado para fins de aposentadoria.

Comentário: O quesito está errado. No período compreendido entre o registro da candidatura e o 10º dia seguinte ao da eleição, a licença para exercício de atividade política será computada como tempo de serviço para efeito de aposentadoria e disponibilidade (art. 103, III), daí o erro. Ressalte-se, porém, que a licença tirada no período entre a escolha do servidor em convenção partidária e a véspera do registro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral, não é computada como tempo de serviço, para nenhum efeito.

Gabarito: Errado 16) Para efeito apenas de aposentadoria, sem repercussão financeira, deve-se contar em favor do servidor o tempo de serviço em atividade privada, desde que esta seja vinculada à previdência social.

Comentário:

O item está errado. Nos termos da Lei 8.112/1990:

Art. 103. Contar-se-á apenas para efeito de aposentadoria e disponibilidade:

V - o tempo de serviço em atividade privada, vinculada à Previdência Social;

Portanto, ao contrário do afirmado, a contagem do tempo de serviço em atividade privada vinculada à Previdência Social não tem efeito apenas para a aposentadoria, mas também para a disponibilidade, daí o erro.

Gabarito: Errado