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A remoção e a redistribuição são institutos que não fazem o servidor mudar de cargos, vale dizer, em nenhuma delas ocorrerá provimento ou vacância. Vejamos as peculiaridades de cada um dos institutos.

Remoção

A remoção é o deslocamento do servidor para outra unidade, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede (art. 36). Com a remoção, a lotação do servidor é transferida para outra unidade do mesmo órgão ou entidade, na qual ele passará a exercer suas atribuições, sem que isso determine qualquer alteração em seu cargo.

O servidor pode ser removido de uma unidade para outra, dentro da mesma cidade, ou ser removido para unidade situada em localidade distinta.

A remoção poderá ocorrer de ofício ou a pedido, da seguinte forma:

Ø De ofício, no interesse da Administração;

Ø A pedido, a critério da Administração;

Ø A pedido, para outra localidade, independentemente do interesse da Administração:

§ para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servidor público civil ou militar, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que foi deslocado no interesse da Administração;

§ por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companheiro ou dependente que viva às suas expensas e conste do seu assentamento funcional, condicionada à comprovação por junta médica oficial;

§ em virtude de processo seletivo (concurso de remoção) promovido, na hipótese em que o número de interessados for superior ao número de vagas, de acordo com normas preestabelecidas pelo órgão ou entidade em que aqueles estejam lotados.

A remoção de ofício é feita exclusivamente “no interesse” da Administração, ou seja, independe da vontade do servidor. O ato de remoção, no caso, deve ser motivado, com a indicação das razões que justificam o “interesse da Administração” (um melhor aproveitamento dos quadros, por exemplo). Jamais a remoção poderá ser utilizada como punição a servidor, eis que não é uma forma de penalidade disciplinar.

O servidor removido de ofício, desde que haja mudança de sede, fará jus a ajuda de custo destinada a compensar despesas de instalação. Ademais, correrão por conta da Administração, as despesas de transporte do servidor e sua família, compreendendo passagem, bagagem e bens pessoais (art. 53).

Já a remoção a pedido, em regra, ocorre “a critério” da Administração, isto é, conforme seu juízo de conveniência e oportunidade.

Atenção !!

A remoção e a redistribuição não são formas de provimento ou vacância de cargo público.

Mas, em algumas hipóteses, que necessariamente devem implicar mudança de sede, a remoção a pedido pode ocorrer independentemente do interesse da Administração, vale dizer, verificadas as situações previstas na lei (acompanhar cônjuge removido no interesse da Administração, motivo de saúde do servidor ou dependente, aprovação em concurso de remoção) a Administração é obrigada a deferir o pedido de remoção do servidor (ato vinculado). Ressalte-se que não existe possibilidade de remoção a pedido independentemente do interesse da Administração para mudanças dentro da mesma localidade.

Em nenhuma das duas hipóteses de remoção a pedido o servidor fará jus à ajuda de custo (art. 53, §3º).

Redistribuição

A redistribuição é o deslocamento de cargo de provimento efetivo, ocupado ou vago no âmbito do quadro geral de pessoal, para outro órgão ou entidade do mesmo Poder (art. 37).

Como se vê, a redistribuição é o deslocamento do cargo, ocupado ou vago, e não do servidor, como ocorre na remoção. Logicamente, se houver redistribuição de cargo ocupado, ocorrerá também a movimentação do servidor que o ocupa.

A redistribuição é uma forma que a Administração possui para adequar sua força de trabalho às necessidades dos serviços e às mudanças ocorridas em sua estrutura, especialmente nos casos de reorganização, extinção ou criação de órgão ou entidade.

Por exemplo, quando um Ministério é extinto, a Administração não pode simplesmente exonerar todos os seus servidores (muitos deles são estáveis); ocorre, então, que os cargos daquele órgão são redistribuídos para outro órgão.

A redistribuição ocorre ex officio, isto é, independentemente da vontade do servidor. Ademais, deve ser previamente apreciada pelo órgão central do Sistema de Pessoal Civil (SIPEC), observados os seguintes preceitos:

§ Interesse da administração;

§ Equivalência de vencimentos;

§ Manutenção da essência das atribuições do cargo;

§ Vinculação entre os graus de responsabilidade e complexidade das atividades;

§ Mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habilitação profissional;

§ Compatibilidade entre as atribuições do cargo e as finalidades institucionais do órgão ou entidade.

Nos casos de reorganização ou extinção de órgão ou entidade, o servidor estável que tenha seu cargo extinto ou declarado desnecessário naquele órgão ou entidade, não sendo redistribuído, será colocado em disponibilidade, até seu aproveitamento. Alternativamente, ao invés de ser colocado em disponibilidade, o servidor cujo cargo não foi redistribuído poderá ser mantido sob responsabilidade do órgão central do SIPEC, e ter exercício provisório, em outro órgão ou entidade, até seu adequado aproveitamento (art. 37, §§3º e 4º).

Questões para fixar

9) Ao servidor removido deverá ser concedido o prazo de, no mínimo, dez e, no máximo, trinta dias para entrar em exercício na outra localidade para onde foi removido.

Comentário: O quesito está correto, nos termos do art. 18 da Lei 8.112/1990:

Art. 18. O servidor que deva ter exercício em outro município em razão de ter sido removido, redistribuído, requisitado, cedido ou posto em exercício provisório terá, no mínimo, dez e, no máximo, trinta dias de prazo, contados da publicação do ato, para a retomada do efetivo desempenho das atribuições do cargo, incluído nesse prazo o tempo necessário para o deslocamento para a nova sede.

§ 1o Na hipótese de o servidor encontrar-se em licença ou afastado legalmente, o prazo a que se refere este artigo será contado a partir do término do impedimento.

§ 2o É facultado ao servidor declinar dos prazos estabelecidos no caput.

Gabarito: Certo 10) Considerando que, no interesse da administração, um servidor efetivo da União tenha sido removido de ofício para outra localidade, julgue o item a seguir: com a remoção, o cargo que o servidor ocupava anteriormente será considerado vago.

Comentário:

O quesito está errado. A remoção é o simples deslocamento de servidor dentro do mesmo órgão ou entidade, com ou sem mudança de sede, mas sem que isso determine qualquer alteração em seu cargo.

Portanto, o servidor removido continua a ocupar o mesmo cargo, ou seja, o cargo não será considerado vago.

Gabarito: Errado 11) A redistribuição, de ofício, de servidor público promovida como punição por algum ato por ele praticado caracteriza vício quanto ao motivo, um dos requisitos do ato administrativo.

Comentário:

Assim como a remoção, a redistribuição também não pode ser promovida como forma de punição do servidor. Entretanto, caso isso seja feito, o vício no ato será quanto à finalidade, isto é, com relação ao fim perseguido, não quanto ao motivo, daí o erro.

Gabarito: Errado

Remoção

• Deslocamento do servidor.

• Pode ser:

-De ofício -A pedido

Redistribuição

• Deslocamento do cargo.

• Sempre de ofício

Substituição

Os servidores investidos em cargo ou função de direção ou chefia e os ocupantes de cargo de natureza especial18terão substitutos indicados no regimento interno. No caso de omissão no regimento interno, os substitutos serão previamente designados pelo dirigente máximo do órgão ou entidade (art. 38).

O substituto assumirá automática e cumulativamente, vale dizer, sem prejuízo do cargo que ocupa, o exercício do cargo ou função de direção ou chefia e os de Natureza Especial, nos afastamentos, impedimentos legais ou regulamentares do titular e na vacância do cargo, hipóteses em que deverá optar pela remuneração de um deles durante o respectivo período.

Caso o afastamento ou impedimento do titular se estenda por mais de 30 dias consecutivos, o substituto deixará de acumular os cargos e passará a exercer exclusivamente o cargo ou função de chefia, percebendo a retribuição correspondente.

A substituição propriamente dita, no sentido legal, ensejadora de retribuição pecuniária, é unicamente a que resulta de impedimento do titular, o qual, embora conservando a titularidade, se afasta do exercício daquele cargo por uma série de razões (por exemplo, férias; doação de sangue, casamento; participação em programa de treinamento, licença à gestante, à adotante e à paternidade, para tratamento da própria saúde etc.)19. Por outro lado, não seria o caso de substituição se o titular, por exemplo, viajar a serviço, pois, ainda que fora da sede, ele estaria no pleno exercício do cargo.

Ressalte-se que não há substituição no caso de impedimentos de ocupante de cargo de provimento efetivo, mas apenas para cargo em comissão, função de confiança e cargo de Natureza Especial, com atribuições de direção ou chefia (assessoramento não).