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Não afastar demais do corpo físico, o próprio centro vital A palavra afastamento não tem sentido espacial, mas de tipo de vibração.

ASPECTOS MAIS PROFUNDOS DA VISÃO

3) Não afastar demais do corpo físico, o próprio centro vital A palavra afastamento não tem sentido espacial, mas de tipo de vibração.

Portanto, não concentrar toda a vida própria apenas no plano espiritual, abandonando totalmente o corpo. Não tirar deste todas as energias vitais, mas deixar-lhe o mínimo suficiente para continuar funcionando, a fim de não se apagar permanecendo-lhe sempre ligado, ou seja, continuando a vibrar também um pouco em seu nível, para depois ser também possível resolver o problema de tornar a descer e reentrar cada noite, no fim do trabalho.

Com essas previdências, começa-se. O ambiente físico quase desaparece, os sentidos corpóreos funcionam em surdina, enquanto outros sentidos se destacam e funcionam com outros poderes e percepções. Na mente, tem início um lampejar contínuo, que ela absorve e com o qual se vai carregando cada vez mais. Daí a

imperiosa necessidade de descarregar no pólo negativo, em baixo, pela palavra escrita, essa carga acumulada na mente, no pólo positivo, no alto. Esta se embebe e se satura totalmente com essa atmosfera, e derrama em baixo tudo o que absorveu. Assim foi sendo escrito este livro, e estamos agora completando suas últimas páginas.

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Procuremos, agora, analisar o que significa tudo isso, num sentido mais profundo, e compreender o que acontece com mais exatidão, no fenômeno inspirativo.

Como pode estar esse pensamento sempre à disposição do indivíduo, cada vez que o queira perceber? O fato é que ao lhe penetrar, a mente se enche de uma corrente de idéias ininterruptas. No meu caso não estudo antes do assunto. Tudo nasce ao escrever. Começa-se o livro e as pesquisas no vazio, sem saber onde se vai acabar. Como pode nascer sem um plano guia, estudado com antecedência, um trabalho orgânico coerente e convergente para certas conclusões inicialmente ignoradas? Além disso, mesmo se talvez existam, não conheço na Terra livros donde pudesse ter extraído o conteúdo desse volume. E no entanto, jamais faltaram as idéias, sentindo necessidade de estender em outro livro, as idéias que neste não couberam. Pergunto-me então: se esse pensamento cósmico não estivesse sempre, a cada instante, pronto na atmosfera psíquica circundante, como poderia ser recebido todas as vezes que o indivíduo quisesse? Isto confirma o ponto de vista exposto acima, ou seja, de não se tratar do fenômeno comum da mediunidade, mas da captação de um pensamento universal, sempre presente e em funcionamento.

Como isto é possível e acontece, pode ser esclarecido pelo novo ponto de vista oferecido pela terceira forma de representação mental, exposta no fim do capítulo precedente. Explicamos que, com a queda, os espíritos permaneceram no mesmo ambiente do Sistema, pois a queda não consistiu num deslocamento espacial, mas numa mudança em sua natureza ou sua transformação involutiva. Deduz-se que nós, seres decaídos em forma material, coexistimos espacialmente no ambiente espiritual não-decaído do Sistema, ou seja, estamos imersos no pensamento de Deus como os peixes no mar, pois o pensamento de Deus é onipresente, penetra tudo e constitui o Sistema. Então, esse pensamento está sempre presente, mesmo em nosso mundo material, em todos os momentos e em todos os lugares, não apenas como pensamento, sendo pois captável para quem possua a necessária sensibilização, função do grau de amadurecimento atingido, mas também como Lei: é o poder em ação, para realizar esse pensamento e diretor que dirige tudo o que existe e só pode existir enquanto é sustentado e dirigido por esse poder divino.

Eis porque esse pensamento se acha sempre pronto para ser captado se a cada momento a mente se volte em sua direção e se ache em condições de percebê-lo. Esse pensamento constitui a atmosfera psíquica do universo, coexistente espacialmente com a atmosfera dinâmica que o permeia, envolvendo os núcleos de condensação da matéria que nela se formaram. Por isso, podemos dizer que as três fases evolutivas: matéria, energia e espírito constituem três universos que se interpenetraram reciprocamente, de modo que tudo, inclusive nós, estarmos sempre imersos na substância de Deus. Trata-se de uma interpenetração íntima, pela qual respiramos a cada instante a atmosfera de Deus, fazendo dela a nossa vida. Existimos Dele e com Ele, porque não é possível existir sem Ele.

Mas, então, como normalmente não O percebemos? Em que consiste essa distância, se não é espacial, e no entanto nos deixa longe de Deus? De que é constituída essa barreira a nos dividir? Dele, tornamos tão inacessível à nossa percepção? Como não nos apercebemos de maneira nenhuma, em geral, dessa Sua presença tão viva?

Efetivamente há uma distância, mas não se trata de distância espacial, porém evolutiva, ou seja, de natureza e qualidade; uma distância evolutiva, produto do estado de contração ou desfazimento que resultou da queda. Nem

por isso Deus desapareceu dos planos inferiores de existência; desapareceu apenas a percepção que o ser tinha Dele antes da queda; desapareceu o estado de consciência e de sensibilidade capazes de alcançar essa percepção. Permanecemos, dessa forma, imersos em sua sabedoria e em Seu poder, mas distante Dele, sem conhecer-lhe.

Como pode ser superada essa distância, para reaproximar- nos de Deus? Subindo o caminho da evolução, que significa regresso ao Sistema. Basta saber subir para a espiritualidade, que constitui os planos mais altos da vida, para neutralizar os efeitos da queda, percorrendo a estrada oposta da volta e encontrando dessa maneira, de acordo com a estrada percorrida, a sensação da presença de Deus e a percepção e Seu pensamento presente. Pode-se, assim, respirar essa atmosfera divina, sentindo-a e com ela comunicando conscientemente, enquanto os involuídos estão nela mergulhados sem sequer imaginar Sua presença.

Eis então como ocorre o fenômeno inspirativo. O pensamento cósmico está presente em toda a parte, sempre pronto, qual atmosfera psíquica e universal, a ser atingida todas as vezes que um indivíduo tenha alcançado o amadurecimento apto para tanto. Basta conseguir esta condição, pois o livro de Deus está sempre pronto para ser lido e a sua leitura depende apenas das qualidades do leitor. A condição para esse pensamento cósmico ser alcançado, depende apenas da natureza e das condições do indivíduo, tornando-o apto à percepção. Está sempre presente, mas só pode comunicar-se com quem possua as qualidades necessárias, da mesma forma como a luz do dia está presente para todos, mesmo para os cegos, embora estes não a possam perceber, por estarem imensamente longe e por sua impotência sensória. O que separa o homem de Deus e de Seu pensamento cósmico, no qual está a solução de todos os problemas, é apenas a insensibilidade, a impotência perceptiva do cego. Quando o homem evoluir, poderá, apenas pelo fato de ter aguçado com isto a sua mente e despertado o seu espírito, ler no pensamento de Deus, a solução de todos os problemas.

Procuremos esclarecer e explicar mais um pouco esse fenômeno inspirativo, sob outros aspectos. Quando o ser, com a evolução, atinge o plano espiritual no caminho ascensional, é possuído de uma sensação de expansão. A involução, efeito da queda, foi, ao contrário, um processo de contração, do positivo ao negativo, de felicidade à dor, da sabedoria à ignorância, da liberdade à escravidão, da vida à morte, do espírito à matéria etc.. A evolução representa o processo oposto, de libertação, de dilatação desse estado de contração.

De tudo isso se deduz que:

1) O involuído está imerso no Sistema, ou seja, em