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CAPÍTULO 4: Investigação das causas e efeitos: condomínios horizontais em João Pessoa-PB

4.1 Investigação sobre perfil do condômino e motivações para morar em condomínios 1 Elaboração e aplicação de questionários

4.2.3 Opinião dos profissionais liberais 1 Arquitetos e Urbanistas

4.2.3.2 Agentes Imobiliários

um terreno vizinho a uma área de preservação, porém o empreendimento foi projetado dentro da legislação municipal, não havendo invasão de área preservada. A arquiteta ainda explana que qualquer construção promove algum tipo de impacto e um dos objetivos a ser alcançado no projeto de arquitetura é a busca de um equilíbrio para minimizar os possíveis conflitos. E aponta como um possível impacto a questão do consumo do solo, exemplificando que a versão condominial vertical, implantada em um lote bem menor, manteria a mesma quantidade de famílias de um condomínio horizontal que necessita de um lote bem mais extenso.

Segundo o arquiteto Expedito Arruda, não existe impacto ambiental em condomínios horizontais. Expõe que qualquer empreendimento, estando em áreas de risco ambiental, necessita de Estudo de Impacto Ambiental. Assim, só se é possível obter aprovação legal para implantação de um condomínio a partir da análise deste estudo e do cumprimento de algumas exigências estabelecidas pela Prefeitura, como a preservação das APPs (área de Preservação Permanente) e o respeito aos índices urbanísticos. No entanto, o arquiteto admite que em relação à estética urbana, o condomínio infringe alguns valores da urbes, como o isolamento de uma determinada população.

Para o arquiteto Paulo Macedo, o único impacto que pode acontecer é o fato de que, como os condomínios são geralmente implantados em glebas dentro do urbano e são murados, interrompem a continuidade no traçado dos arruamentos adjacentes. “Porem, é dever do setor de análise competente dialogar com as partes, como já aconteceu conosco na ocasião do projeto do condomínio Cidade dos Bosques - Orquídeas e Gameleiras, buscando definir o traçado circular ao empreendimento, definir o melhor local de acesso, etc.”, complementa o arquiteto.

Por fim, em relação aos aspectos que motivam as pessoas a morarem em condomínios, todos os arquitetos entrevistados mencionaram a segurança como o principal fator.

4.2.3.2 Agentes Imobiliários

A opinião dos agentes envolvidos na comercialização de condomínios foi obtida a partir de entrevistas realizadas com cinco corretores imobiliários, dos quais quatro trabalham em importantes imobiliárias da cidade e um trabalha como autônomo. Tratou-se sobre o perfil

do público alvo para condomínios horizontais, os principais aspectos que devem ser valorizados no projeto e na venda desses empreendimentos, a influência deles na cidade, as motivações de escolha e os impactos gerados.

Conforme o corretor de imóveis Carlos Eduardo dos Passos, da imobiliária Mariano, o público alvo consiste em “toda pessoa que não abre mão de conforto, privacidade, sensação de liberdade que toda casa oferece, aliado a segurança, que é o principal item a ser observado na hora da compra de um lote em um condomínio”. Do mesmo modo, pensa o corretor da imobiliária Residence, Weligton Nicolau de Oliveira, “pessoas que procuram por segurança e tranquilidade”. Para os corretores José Alves Cruz, da imobiliária Execut e Rosendo, corretora autônoma, o público alvo é caracterizado por famílias que compõe a classe média alta de João Pessoa.

Em relação ao que deve ser valorizado no projeto e na venda desses empreendimentos, a maioria dos corretores consideram como fator principal critérios que garantam segurança para o empreendimento superior a da cidade formal, como destacam os corretores Rosendo e José Alves Cruz.

O corretor Marcélio Pinheiro de Lucena, também da Execut, menciona como aspectos essenciais a valorização dos recursos naturais da área, além de decisões projetuais que enfatizem as devidas preocupações com o meio ambiente e construções ecologicamente corretas. Já para o corretor Welignton Nicolau de Oliveira, devem ser valorizados, além da segurança, aspectos da qualidade ambiental como ventilação e a posição dos lotes.

Foram citados também, como relata o corretor Carlos Eduardo de Passos, características como a localização e a infraestrutura do empreendimento, e na etapa da venda, aspectos que facilitem a compra, como o preço e as condições de pagamento.

Quando questionados se os condomínios são benéficos para a cidade, todos os entrevistados responderam positivamente. A corretora Rosendo afirma que proporcionam aos seus moradores maior segurança e liberdade quando comparados aos bairros tradicionais.

Para José Alves Cruz e Weligton Nicolau de Oliveira, estes empreendimentos valorizam a estrutura do bairro em que estão inseridos e atraem clientes de outras regiões. De forma semelhante, Marcélio Pinheiro Lucena, acorda que os condomínios enfatizam atributos naturais com as extensas áreas verdes, além de considerá-los um investimento para a

cidade, pois contribuem para o turismo e para o embelezamento dos espaços urbanos que ocupam. E conforme Carlos Eduardo dos Passos:

“[...] por possuírem, na sua maioria, toda infraestrutura de pavimentação, iluminação, saneamento, esgotamento sanitário, segurança, esporte, lazer. Os impostos acarretados de um determinado condomínio poderão ser revertidos em melhorias para os locais mais necessitados.”

Neste sentido, nenhum destes entrevistados acha que os condomínios causem impactos consideráveis para a cidade.

E no que se refere aos principais motivos que levam a essa opção residencial, foram amplamente ressaltados aspectos como a busca por uma melhor qualidade de vida e uma moradia mais segura. Marcélio Pinheiro Lucena acredita que tais motivações são baseadas na “[...] qualidade de vida que o empreendimento vem a proporcionar aos moradores, a eficiência no item segurança e o conforto harmônico do convívio com o verde”. Em conformidade, Carlos Eduardo dos Passos e José Alves Cruz citam “segurança, tranquilidade, conforto e comodidade” e “segurança, valorização, moradia moderna, agregando satisfação dentro de uma harmonia incomparável”, respectivamente.